Um grupo que reúne empresários de diversos segmentos quer propor à Prefeitura de Goiânia alterações no código tributário diante do aumento nos tributos municipais. Um documento assinado por 23 nomes do setor produtivo está pronto para ser apresentado ao prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e inclui até mesmo pedido para prorrogar a data de pagamento à vista do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) com desconto, o que terminou nesta segunda-feira (21) com o vencimento da parcela única. Com a intenção de debater essas propostas, 15 representantes de entidades do setor produtivo foram ao Paço para tentar uma reunião com o prefeito sobre o assunto na tarde desta segunda. Porém, na agenda, estava previsto apenas um encontro com o vereador Henrique Alves (MDB) e representante da Agrovia Castelo Branco. Sem possibilidade de atender todos de uma só vez, uma reunião deve ser marcada até a semana que vem para que o documento seja oficialmente apresentado. “Viemos no sentido de nos colocar à disposição do prefeito para colaborar até para melhorar a arrecadação com atividade econômica crescente e não com imposto mais alto”, defendeu o coordenador da agrovia, Ricardo Cantaclaro. Ele explica que a proposta que buscam debater com Rogério Cruz segue o que outros representantes da sociedade têm pedido para a Prefeitura, como o Ministério Público de Goiás. “Abrange desde critérios para valor venal a taxa de localização e funcionamento das empresas. Pedimos também a extinção da taxa de horário diferenciado, porque o mundo é globalizado hoje.” Porém, o principal foco é tentar segurar os aumentos. Segundo o presidente do Serviço Social Patronal de Goiás (Sesp), José Carlos Palma, que também esteve no Paço, a solicitação tem como objetivo criar uma janela de prazo até que se chegue a um acordo sobre a forma de calcular o aumento especialmente do IPTU. A defesa é para que seja considerado pelo Executivo apenas o IPCA – índice oficial de inflação – para reajuste. “Queremos rever o IPTU mas sem perder o desconto. Não viemos para brigar, mas para sugerir e colaborar, porque ocorreram aumentos em que as pessoas ficaram impossibilitadas de pagar.” A intenção de propor mudanças chegou a ser conversada com o prefeito nesta segunda-feira por intermédio do vereador Henrique Alves (MDB). Para a reportagem, ele explicou que há receptividade no Paço para conversar sobre o código, porém com mais tempo para incluir no debate a equipe técnica da Prefeitura. “Tecnicamente é importante ressaltar que o lançamento feito já está feito,a lei não pode retroagir, não é possível revogar o código tributário. O que é trabalhado com o prefeito sensível a isso é alterar para o próximo ano, 2023.” O desafio, como reconhece o vereador, é que a proposta seja encaminhada pelo Executivo e discutida na Câmara até outubro. “Existe uma demanda fora e que não é só minha, mas de outros vereadores para uma alteração. Mas é preciso encaminhar com tempo as alterações para que se evite situações como a de agora”, pontua. Em nota encaminhada ao POPULAR, a Secretaria de Finanças reforçou que a data de vencimento para o pagamento da parcela única ou primeira parcela do IPTU 2022 estava mantida para esta segunda-feira (21). Quem não efetuou o pagamento até a data, perdeu o desconto de 10% no caso da quitação à vista. Além disso, segue normalmente também a cobrança de multa, juros e outras sanções em decorrência de atraso nas parcelas. A pasta explicou ainda que o prazo para requerer a revisão do IPTU 2022 foi estendido até 31 de dezembro deste ano.