Vem aí uma TV com qualidade de imagem ainda melhor do que a digital, som similar ao de cinema e em que os canais permitem interatividade ao telespectador. Trata-se da DTV+, cuja regulamentação no Brasil ocorreu em 27 de agosto. Para discutir os caminhos e inovações da nova geração da TV aberta, o Grupo Jaime Câmara (GJC) realizou nesta terça-feira (23), no salão de eventos da sua sede em Goiânia, o DTV+ - Potencializando a Experiência de Assistir TV. Patrícia Rego, diretora de Afiliadas da TV Globo, e Rodrigo Lima, gerente sênior de Atendimento de Afiliadas, falaram sobre a DTV+ no evento que reuniu o presidente do GJC, Jaime Câmara Júnior, diretores do grupo e colaboradores da TV Anhanguera. Rodrigo Lima situou o momento atual como rota de transição dessa TV do futuro batizada de DTV+( sigla para Digital Television+), também denominada TV 3.0. Ele e Patrícia Rego abordaram os impactos da mudança na TV aberta. Um deles, a percepção do público. Foram apresentados alguns testes já feitos pela TV Globo, com destaque para o grande diferencial, que é a interatividade. Entre as explicações, foi abordado como, a partir deste novo sistema de televisão brasileira, o telespectador passa a ser mais ativo na relação com o que está assistindo, deixando de ser apenas um telespectador passivo. Com a nova tecnologia, ele tem chance, por meio do controle remoto e na tela da própria TV, de uma série de interatividades, desde votações, quizzes e gamificações até serviços. Um exemplo citado foi que o telespectador pode colocar o CEP de onde ele mora e, assim, a televisão vai poder oferecer a ele dados sobre clima, a condição de trânsito e dos transportes públicos na região informada.“Então, fica hiperlocalizada esta interação, que atrai a visão da publicidade, naturalmente. A gente também treina aqui experiências que envolvem marcas”, observou Rodrigo Lima. A diretora de Negócios do GJC, Cristiana Moreira, reforçou essa maior interatividade no novo formato. Exemplificou com uma pessoa assistindo a uma novela na qual aparece um produto, e ela pode acessar para comprar aquele produto direto pelo controle remoto da televisão. “Isso vai acontecer no âmbito local a partir do momento que aqui se torne 3.0 também.” O processo não é imediato, mas começa no Brasil e deve avançar a partir da transmissão da Copa do Mundo, no próximo ano. O início se dá em grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, para a partir daí alcançar as demais capitais. “Mas é realmente um processo que ainda vai levar um período”, enfatiza Cristiana, para quem a proposta do evento foi justamente debater como a TV segue se reinventando e ampliando sua relevância. Vice-presidente de Negócios do GJC, Ronaldo Ferrante lembrou que a televisão é, historicamente, o meio que reúne e conecta pessoas. “Hoje, ela se fortalece ainda mais ao se integrar às novas tecnologias, oferecendo uma experiência completa e interativa. O DTV+ é um marco nesse movimento de inovação, e reforça a importância da TV como uma plataforma viva, em constante evolução e com grande valor para marcas e anunciantes”, destacou ele. TransmissãoA DTV+ ou TV 3.0 tem a junção de dois sistemas, o broadcasting, que é o sistema de transmissão através de rádio frequências, antenas, e o broadbanding, que é a TV transmitida através de uma banda de internet. Hoje, pelo aplicativo Globoplay, por exemplo, já se pode ter uma experiência de, ao acessar ao vivo, assistir pela internet a mesma programação que está sendo transmitida pelo sinal da TV rádio-frequência. A televisão do futuro já vem híbrida, expõe Rodrigo Lima. “Esta nova TV tem um sistema que, falando de forma muito simplificada, une exatamente toda essa possibilidade.” O gerente sênior esclarece ainda: “Se ele tiver internet, ele vai logar a internet e se fizer a configuração, vai priorizar assistir pela internet. Do contrário, ele vai ter os benefícios de interatividade, de resposta, de conversa com o monitor, mesmo não estando conectado com a internet. Tem algumas limitações, no sentido de que a internet pode destravar níveis de interações adicionais, mas a experiência de interatividade na TV broadcast, que é a do padrão de hoje, não vai perder em qualidade, em interatividade.” O novo sistema de televisão brasileiro exige uma adoção de medidas de transição de todas as emissoras de TV aberta. A mudança requer investimento tecnológico, caso dos próprios monitores de televisão e das indústrias de televisão, que precisam colocar essa nova TV no mercado para que seja 100% aproveitado tudo que a ela pode oferecer. “Então, é gradual para que essa cadeia toda se equalize.” Outro ponto ressaltado é que não basta investir em equipamentos sem focar na produção de conteúdo com interatividade interessante, um capital humano que será necessário para explorar o potencial da DTV+.