A realidade virtual do metaverso, um tema ainda pouco conhecido da maioria das pessoas, será discutida durante a Expo Metaverso, que começa amanhã, em Goiânia. O evento, que será realizado presencialmente no auditório da Unialfa, contará com uma experiência imersiva e apresentará as novas oportunidades que este ecossistema virtual tem a oferecer para a sociedade e para os negócios, principalmente com uma melhor prestação de serviços públicos e privados.A Expo Metaverso é promovida pelo governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), em parceria com o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). O governo do estado é o único representante do poder público no evento. Além de Goiânia, mais nove capitais brasileiras e seis do Mercosul participam como cidades satélites.O subsecretário de Tecnologia da Informação da Sedi, Rodrigo Michel de Moraes, informa que um dos objetivos da Expo Metaverso é entender esta tecnologia sob o ponto de vista da oferta de serviços. O evento contará com vários patrocinadores que estão entrando neste universo justamente para oferecerem serviços diferenciados para seus clientes. Eles criaram uma cidade virtual, que possibilitará uma experiência imersiva neste universo para que os participantes entendam como ele funciona na prática.O evento contará com palestras de especialistas internacionais, transmitidas diretamente de Porto Alegre e no metaverso, que mostrarão a aplicabilidade desta tecnologia para vários setores. “Não é um jogo com avatares como muita gente pensa. É uma realidade virtual paralela, onde é possível ter um negócio para oferecer diversos tipos de produtos e serviços”, destaca Rodrigo. Segundo ele, o governo estadual quer aprender mais sobre este mundo virtual, que tem a possibilidade de viabilizar serviços mais modernos, que atendam melhor a população.Leia também:- Vendas virtuais impulsionam negócios de pequenos lojistas- Judiciário goiano inova e caminha para o metaversoO subsecretário da Sedi lembra que o metaverso também pode ser uma ferramenta de educação, onde será possível oferecer aulas virtuais com experiências imersivas. Isso significa, por exemplo, que um estudante de medicina poderá participar de uma cirurgia realizada em outro país, assim como um estudante do ensino técnico poderá imergir neste mundo virtual para visualizar de perto como se conserta um motor. “É a possibilidade de interação entre os mundos físico e virtual para melhorar a aprendizagem”, diz.Organizado pela Meta4Chain e a Associação Brasileira de Metaverso (ABMeta), o evento é pioneiro no Brasil e terá interface digital no Oni Verso, metaverso escolhido para abrigar a versão digital. Ele discutirá temas como web 3.0, Inteligência Artificial, criptomoedas e metaverso com foco nas oportunidades e soluções deste mercado que não para de crescer.Entendimento O coordenador científico do Ceia, Anderson Soares, lembra que a sociedade tem passado por mudanças tecnológicas relevantes e que o entendimento do que é, como usar e as implicações que isso pode trazer são passos importantes. “O metaverso já existe e o exemplo mais real são as redes sociais, um tipo de metaverso onde se troca a interação física pelo mundo virtual”, diz. Atualmente, há uma tentativa de construção de novas versões e aplicabilidades desta ferramenta tecnológica, e um dos públicos alvo é o comércio virtual, que foi impulsionado pela pandemia.O crescimento do comércio eletrônico criou novos desafios, como a possibilidade do cliente provar uma roupa sem precisar ir à loja, o que já é viabilizado no metaverso. “Há oportunidades que estão exigindo novas versões do metaverso, a construção de novas tecnologias imersivas em alguns ambientes”, conta Anderson. Segundo ele, existem nichos cheios de oportunidades que podem trazer novas soluções para o consumidor, com o uso da tecnologia, que podem resultar em aumento de vendas. Outro bom exemplo da acelerada migração do universo físico para o virtual vem do setor bancário, onde os aplicativos se tornaram verdadeiros metaversos na relação dos clientes com os bancos.Por isso, para quem pensa que o metaverso é uma realidade distante, Rodrigo Michel lembra que já estamos vivendo nela. “A pergunta não é ‘se’ a sua área será impactada pelo metaverso, mas sim ‘como’ e ‘por quem’. Conhecer as perspectivas desse futuro digital é fundamental para ganhar protagonismo nesse processo”, diz Flavio Mayerhofer, presidente da ABMeta. As inscrições para o evento podem ser feitas no site expometaversobrasil.com.