A live commerce é uma tendência que veio da Ásia, onde a ferramenta se tornou uma tradição. Jayme Diogo, especialista em Marketing Digital e professor da Escola de Negócios da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL), lembra que, no Brasil, as lives vêm numa crescente há cerca de dois anos. O Tik Tok é líder em lives de vendas na plataforma. “Hoje, é muito comum este tipo de ação lá, assim como no Instagram ou no aplicativo da Shopee, onde o cliente pode escolher entre várias lives commerce transmitidas ao mesmo tempo”, destaca.

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Para ele, a live é uma adaptação ao novo modelo do consumidor, que não quer mais ver um post estático, mas alguém falando ao vivo, o que demonstra mais veracidade sobre o produto vendido. “Se a pessoa tem dúvida, pergunta na hora. Não tem aquele tempo de resposta. Isso transmite confiança e verdade. Na era dos filtros e dos aplicativos de edição e inteligência artificial, a live não tem nenhum tipo de edição”, ressalta.

As lojas estão vendo que isso traz resultados. Diogo dá o exemplo da empresária Virginia Fonseca, que vende milhões de reais em produtos de sua marca WePink durante uma live, explicando como funciona cada um. “Para muitos lojistas, poucas horas de live chegam a corresponder a vários dias de venda”, destaca o especialista.&nbsp;

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Mas ele alerta que, para ter sucesso, não é só pegar um telefone e começar a falar. Primeiramente, o lojista precisa investir num espaço adequado para fazer a live. “É um espaço sem barulho, com boa iluminação, som adequado e um tripé para a imagem ter uma qualidade aceitável. Não é só colocar o celular no balcão”, alerta Diogo. Para ele, a tendência é que cada vez mais empresas façam lives porque as redes sociais possibilitam essa interação com o cliente.

Para Thiago Gomes, diretor de Customer Success e Produtos na Pontaltech, a live commerce é uma estratégia de vendas que está bombando em outros países e que já é positivamente explorada por grandes marcas no Brasil, com potencial enorme de ser ainda mais utilizada para empresas ampliarem seu alcance no mercado e potencializarem lucros. Por isso, a adesão a essa estratégia vem crescendo nos últimos anos.&nbsp;

Na China, dados divulgados no Relatório de Desenvolvimento de Alta Qualidade da Indústria de Comércio Eletrônico com Transmissão ao Vivo mostrou que a taxa de penetração desse tipo de comércio eletrônico cresceu de 4,9% para 37,8% entre 2019 e 2023, atingindo cerca de 597 milhões de usuários no ano passado. Gomes acredita que essa popularidade foi rapidamente percebida por outras nações, inclusive o Brasil.&nbsp;

No ano passado, segundo ele, muitas marcas testaram a estratégia de união das lives com as vendas online na Black Friday, obtendo grandes faturamentos que chamaram a atenção do mercado para as oportunidades que o live commerce pode trazer. “Além do fato de muitos brasileiros terem o hábito de comprar de forma online, presenciamos uma popularidade das lives nos últimos anos, principalmente, em decorrência da pandemia. Por estarmos dentro de casa, as operações digitais acabaram se tornando a única forma de muitas empresas continuarem abertas à distância”, diz.

Os influenciadores também ganharam destaque nesse sentido, formando parcerias com determinadas marcas para fomentar a divulgação de seus produtos. O consultor explica que, ao se tornarem porta-vozes, eles passam mais credibilidade e segurança na divulgação, incentivando mais pessoas a adquirirem os produtos. “O que está ganhando tanta repercussão atualmente com o live commerce é o fato de possibilitar uma maior interatividade e personalização de seus produtos”, destaca.

Para ele, nas lives, as empresas podem tornar a relação com seu público alvo mais dinâmica e menos engessada do que no e-commerce tradicional. “Aproveitar o acompanhamento em tempo de real de seus clientes para interagir através de perguntas e respostas, realizar ofertas exclusivas para quem estiver assistindo, fazer enquetes, sorteios e muitas outras atividades que engajem, atraiam e retenham cada vez mais pessoas”.&nbsp;

Gomes acredita que o mercado de live commerce ainda tem muito o que crescer e há espaço para que as empresas inovem, sejam criativas e fomentem seu nome frente aos concorrentes. “Mas, assim como todo comércio, há desafios em atendimento, o que ressalta a importância de cuidarem de toda a logística de comunicação com seu público antes e durante a transmissão, e no pós-venda”, alerta.

Ferramenta digital transmite mais veracidade e confiança

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Comércio

Onde estão os trabalhadores celetistas? É um questionamento que o setor produtivo faz já há alguns anos, principalmente de 2021 para cá. Sobram vagas, faltam candidatos. Isso fica ainda mais evidente quando chega o fim do ano, na época das contratações temporárias. Em 2024, por exemplo, o varejo em Goiás sofreu para ocupar as vagas abertas para a temporada. Eram 12 mil vagas, mas boa parte delas não teve sequer um candidato interessado.

A equação entre ofertas de vagas e procura por trabalho formal está ficando cada ano mais desequilibrada. Basta olhar para os dados estatísticos. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, só entre janeiro e setembro de 2024, o número de pedidos de demissão no Brasil chegou a 6,5 milhões, volume bem maior do que os registrados em 2023 e 2022.

É preciso agir para reverter esse cenário. Apesar das oportunidades oferecidas pelas empresas, a situação de baixa procura pelo emprego sinaliza dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores. A população precisa, por exemplo, de transporte público eficaz, que facilite a vida de quem precisa se deslocar pela cidade todos os dias.

Quem tem condução própria, por sua vez, necessita de vagas públicas nas ruas e avenidas para deixar o carro ou a moto estacionada enquanto trabalha. Vale ressaltar que essa é uma demanda da população em geral, incluindo as pessoas que visitam as lojas do comércio varejista. A falta de vagas tem afastado tanto os trabalhadores como os consumidores, e isso impacta negativamente nas empresas, provocando queda nas vendas e no faturamento.

Além disso, há um consenso entre os atores do setor produtivo de que o Governo Federal precisa pensar e colocar em prática um modelo de desembarque dos benefícios sociais (para os que realmente têm condições de se autossustentar) estimulando o ingresso no trabalho formal. Até mesmo uma diminuição gradual, e não total, no valor do benefício, à medida que o beneficiário for aumentando sua renda no trabalho, pode ser uma das alternativas para fazer essa transição.

Outro ponto a ser considerado, uma ideia defendida, inclusive, por economistas, é o relançamento dos cursos técnicos atrelados ao ensino médio. Seria uma solução para formar mão de obra mais rápido, enquanto os alunos, nesse intervalo, vão fazendo estágio nas empresas ligadas ao seu ramo de estudos. Há muitas cartas na mesa que podem ser avaliadas com seriedade e compromisso em buscar soluções realistas para esse gargalo.

O setor produtivo está pronto para contribuir nesse processo. Por sinal, várias iniciativas já estão sendo executadas por empresas e sindicatos patronais, dentre eles, o Sindilojas-GO, com o intuito de favorecer a conexão entre candidatos e empregadores. Cursos de qualificação e palestras gratuitas são alguns exemplos dessas ações. No que cabe ao poder público, várias outras providências podem ser tomadas, mas essas respostas não podem demorar. O tempo é o maior ativo das pessoas, das empresas e dos governos.

Cristiano Caixeta, presidente do Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista&nbsp;no Estado de Goiás)

Vagas sobrando no comércio

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Cristiano Caixeta

O crescimento do <a href="https://opopular.com.br/economia/ferramenta-digital-transmite-mais-veracidade-e-confianca-1.3218973" target="_blank">comércio online</a> tem resultado no surgimento de novas ferramentas que estão ajudando a impulsionar os negócios de muitos lojistas. Uma delas é a live commerce, um modelo de vendas com transmissão ao vivo pela internet. Este comércio virtual, onde o vendedor interage com o consumidor em tempo real para apresentar seus produtos, tem contabilizado um crescimento médio de 50% nas vendas em relação às demais estratégias de comercialização.

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Cada vez mais lojistas aderem à ferramenta em Goiás, com resultados muito positivos. É o caso da empresária Crys Gusmão, proprietária de uma loja física de roupas femininas, que leva seu nome e que já investe em lives há cerca de dois anos. “Comecei fazendo de forma terceirizada, ou seja, contratava outras pessoas para apresentarem a live pra mim porque ainda não tinha segurança e nem confiança suficientes para entrar ao vivo”, lembra.&nbsp;

Aos poucos, e empresária foi percebendo a necessidade de investir mais na ferramenta, por causa dos bons resultados que ela proporcionava. Crys Gusmão conta que, há alguns meses, os clientes começaram a pedir para que ela mesma fizesse as lives commerce porque acreditavam que a empresária poderia falar com maior propriedade sobre as peças. “Comecei a fazer e deu muito certo. Procuro falar sobre todas as características da peça, como o tecido, corte, modelagem e até os aviamentos utilizados”, explica.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/ferramenta-digital-transmite-mais-veracidade-e-confianca-1.3218973" target="_blank">Ferramenta digital transmite mais veracidade e confiança</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/lojas-fazem-liquidac-o-de-inicio-de-ano-1.3216086" target="_blank">Lojas fazem liquidação de início de ano</a></div>

Hoje, alguns clientes só compram durante as lives da loja, principalmente aqueles que moram fora da capital. As peças compradas nestes eventos podem ser retiradas presencialmente na loja e enviadas pelos Correios ou até por aplicativos de transporte, de acordo com a preferência do cliente. De acordo com a empresária, as lives acontecem, pelo menos, uma vez por mês, sempre que a loja faz alguma promoção ou divulgação de lançamentos.&nbsp;

Para ela, essa ferramenta é um caminho sem volta e até ajuda a aumentar o movimento da loja física. “Uma live sempre atrai mais clientes para a loja nos dias seguintes à sua realização. As vendas de duas a três horas de live já correspondem a três dias de vendas físicas”, diz.

<h2>Lojistas parceiros</h2>

De olho nesta tendência, em 2022 a plataforma de vendas Shopee criou a ferramenta gratuita Shopee Live para seus lojistas parceiros, que têm ajudado a impulsionar as vendas. Hoje, são mais de 1,5 milhão de lojistas habilitados para as transmissões ao vivo no app, que realizam mais de mil lives diariamente, quando os vendedores chegam a ter um aumento de mais de 10 vezes nas vendas em relação aos demais dias.

Goiás está entre os estados que mais se destacam no uso da ferramenta. Rodrigo Farah, head de marcas e live commerce da Shopee, explica que os lojistas realizam transmissões ao vivo para apresentar seus produtos, interagir com o público, responder perguntas e impulsionar as vendas dentro do ecossistema da plataforma. “Isso facilita a jornada de compra, permitindo que os usuários adicionem produtos ao carrinho, tirem dúvidas e finalizem a compra sem sair da transmissão”.

Para Farah, a ascensão do live commerce está transformando o varejo online, proporcionando uma experiência de compra interativa e imersiva para os consumidores. “Apostamos fortemente nessa estratégia, investindo constantemente em novas tecnologias e recursos para aprimorar a experiência das lives. Entendemos que live commerce é muito mais do que uma ferramenta de vendas. É uma forma de construir conexões genuínas com os clientes, humanizar as marcas e criar uma experiência de compra mais engajadora e divertida.”

O executivo da Shopee acredita que outro grande diferencial das lives é a possibilidade de interação com o consumidor, oferecendo uma experiência de compra completa. Um dos lojistas goianos que utilizam a Shopee Live é Igor Vinicius, da loja de moda Mabilly Oficial. Para ele, que antes fazia lives apenas por uma rede social, a ferramenta foi muito assertiva, pois aumentou o tempo dos clientes na plataforma e as vendas. “Na primeira live que fiz, já faturei R$ 6 mil em pouco tempo e percebi o potencial”, lembra.

Ele conta que, com as lives, pode mostrar seu estoque e a qualidade dos produtos. Além disso, a Shopee disponibiliza cupons e moedas de descontos, que incentivam a compra, por isso os resultados em vendas são melhores. “Na plataforma, há mais credibilidade sobre a segurança da compra. O consumidor visualiza uma gama de produtos maior e pode pedir reembolso em caso algum problema”, avalia o empresário, que realiza lives semanais.

Ele lembra que, durante uma live especial da Shopee, que sempre acontece em datas duplas, como 07/07 ou 10/10, quando são oferecidos descontos diferenciados, em apenas três horas e meia chegou a receber 40 mil pedidos. “Fiquei doente e passei um tempo sem fazer live. Muitos clientes me procuraram pedindo a volta delas. Muita gente só compra assim hoje”, diz o empresário, que, após o início das lives, já elevou sua produção em 65%.

A empresária atacadista de moda Meirielle Carneiro começou a fazer lives no fim de 2023 e utilizou a ferramenta durante todo ano passado. “Aderimos a lives como uma estratégia de venda porque o cliente passou a vir menos presencialmente na loja. Era uma maneira da gente apresentar a qualidade do produto para eles. Começamos fazendo testes e, hoje, a live já faz parte do cronograma da semana da loja, às quartas-feiras”, lembra.

Como já virou rotina da loja, muitos clientes esperam este dia para comprar. Durante uma live, toda a equipe para e foca na ação, com os telefones em mãos para responder aos clientes pelo WhastApp assim que ela for finalizada. “Nos dias de live, temos um incremento de 50% do faturamento em relação aos demais dias. Depois dela, às vezes demoramos dois dias até conseguirmos responder todos os pedidos”, informa. Para a empresária, o maior desafio é fazer o cliente fechar o pedido depois da live porque muitos ainda compram pela emoção na hora.

Live commerce eleva vendas 50% mais que outras estratégias

Troca de produtos

Direitos e deveres

Depois da correria das compras de fim de ano, as lojas voltam a receber muitos consumidores a partir deste dia 26 de dezembro para a troca de presentes. Apesar de não serem obrigados a trocar um presente simplesmente porque ele não serviu ou não agradou, a grande maioria dos lojistas aceita fazer esta operação para conquistar o cliente e até fazer novas vendas. Mas lojas e consumidores devem estar atentos, pois a troca de presentes segue regras que variam de acordo com o local de compra e a motivação.

O advogado especialista em Direito do Consumidor pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo (USP), Woshington Reis, alerta que, em primeiro lugar, é preciso estar atento ao que diz o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Ele lembra que existem regras diferentes para compras online e físicas. No caso das lojas físicas, o lojista não é obrigado a fazer a troca por qualquer motivo. “Mas ele tem esta política de troca para atrair novos clientes e vender mais”, destaca.

Apesar das regras serem criadas individualmente por cada loja, todas devem respeitar as normas no CDC. Mas Reis adverte que é importante que elas sejam muito bem divulgadas para o consumidor, que, por sua vez, deve ter o cupom fiscal, a embalagem e as etiquetas preservadas. Geralmente, cada loja também determina um prazo máximo para as trocas, que costuma ser de cerca de 30 dias. Mas o advogado ressalta que no caso do produto apresentar um defeito ou vício, o que manda são as regras do CDC.

“Se tiver assistência técnica na localidade, o consumidor tem de enviar o produto pra lá. Mas, se não tiver, a própria loja deve encaminhá-lo para a assistência”, explica. Se o vício não for resolvido em até 30 dias, o consumidor pode optar pela devolução do dinheiro pago, abatimento no preço do produto, de acordo com o nível da avaria, ou receber outro produto semelhante. “Mas, às vezes, o consumidor comprou produto na promoção e, se pegar o dinheiro de volta, não conseguirá comprar outro”, adverte Reis.

Outro problema é quando o lojista fala que não dá garantia para produtos em promoção ou de mostruário. Segundo ele, isso não pode acontecer, pois a lei dá ao consumidor a garantia de 90 dias para produtos duráveis e de 30 dias para não duráveis, no caso de produto com defeito. “Já a garantia estendida oferecida pela loja é contratual. Se ele dá um ano, tem de cumprir e adicionar mais 90 dias de garantia prevista pelo CDC”, informa.

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Compra virtual

Já a compra virtual tem normas diferentes, pois o artigo 49 do CDC dá direito a devolução do produto por qualquer motivo em até sete dias. Além disso, o advogado lembra que o frete para devolução deve ser custeado por quem vendeu. “Essa regra só não se aplica se for um produto customizado, que não será utilizado pelo mercado de consumo em geral. Nas demais situações, o consumidor tem os mesmos direitos já relatados nas compras físicas”, explica o advogado.

Se a pessoa comprou produto para o Natal e não recebeu a tempo, também tem direito à devolução dentro da regra dos sete dias, mas precisará comprovar o prazo de entrega. Ele alerta para a importância de guardar sempre a nota ou cupom fiscal, se comunicar sempre por escrito ao estabelecimento para registrar que esteve lá reclamando para troca ou devolução, por exemplo. “Evite contatos via telefone, pois, apesar de serem gravados, é mais trabalhoso conseguir estas gravações.”

Marco Palmerston, superintendente do Procon Goiás, também ressalta que uma loja física só tem a obrigação de trocar, devolver o produto ou o dinheiro se o produto estiver com algum vício ou defeito. “Se você comprou um sapato que deu de presente e ele ficou pequeno, ou uma blusa que a pessoa não gostou da cor, a loja não é obrigada a fazer essa troca”, explica. Por isso é importante se informar sobre a política de troca na hora da compra, ou seja, se certificar de que ela fará a troca e em quais condições. “No caso de um brinquedo com algum vício ou defeito, eles também são obrigados a trocar”, alerta.

No caso de compras em lojas virtuais, ele alerta para a importância de tomar alguns cuidados, verificando se aquela loja é idônea, se ela tem aquele selo de autenticidade lá em cima nas redes sociais, a quantidade de seguidores, a última postagem que ela tem para saber se aquele site não é muito novo e, quando comprar qualquer produto, tanto em loja física quanto online, sempre pegar a nota fiscal. “Nunca deixe de pegar a nota fiscal, o comprovante é o mais preciso que você tem para poder trocar algum produto, além de e-mail ou contrato. Você tem até sete dias para trocar”, destaca Palmerston.

Por isso, assim que o produto for entregue, é importante não demorar a conferir se ele não tem nenhum vício e se é o que a pessoa realmente pediu para buscar o reembolso do dinheiro ou a troca do produto em tempo hábil.

O superintendente do Procon Goiás alerta para, no caso das compras online, sempre verificar se o site tem aquele cadeadinho para compra segura e se não tem reclamações em órgãos de defesa do consumidor. “Mas se você comprar um produto de uma empresa que não existe ou que não chegou, acione o Procon pelo fone 151, que é o Disque Denúncia, ou pelo nosso site, que é o Procon Web”.

Fidelizar o cliente

A superintendente executiva da CDL Goiânia, Hélia Gonçalves, ressalta que, junto com o aumento significativo nas vendas do comércio no fim de ano, surgem também as possibilidades de troca de produtos. Por isso, a flexibilidade nas políticas de troca é extremamente importante para fidelização do cliente e para garantir uma experiência de compra positiva.

Segundo ela, é importante destacar que essa experiência do cliente não termina na compra. “Quando o consumidor se sente à vontade para trocar um produto, isso acaba demonstrando também que a loja se importa com a sua satisfação e se torna uma oportunidade de fidelizar esse cliente”, afirma.

Para a superintendente da CDL Goiânia, clientes que têm experiências positivas com as trocas tendem sim a retornar à loja e muitas vezes e recomendá-la para amigos e familiares. Para ela, sobre a perspectiva do CDC, é essencial que os lojistas estejam cientes da sua responsabilidade, pois ele estabelece que o consumidor tem o direito a troca de produtos em determinadas situações, como em caso de defeitos ou o item não corresponder às suas expectativas. “Então, ter uma política clara e justa de troca não só protege os direitos do consumidor, mas também resguarda a reputação da empresa”, destaca.

De acordo com Hélia Gonçalves, lojistas que adotam essas práticas transparentes e que respeitam a legislação tendem a construir uma relação de confiança com seus clientes. Essa flexibilidade nas trocas não é apenas uma estratégia de marketing, mas um compromisso com a satisfação do cliente e a conformidade legal também. “Nesse cenário competitivo de final de ano, as que compreendem essa importância de criar um ambiente de compras acolhedor e que valoriza a experiência do consumidor se destacam”, completa.

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Troca de produtos só em casos previstos na lei ou via acordo

As expressões que dominaram o debate e as preocupações de 2024 no Brasil vão ficar de herança para 2025: violência, tentativa de golpe, crise fiscal, juros, dólar e emendas parlamentares, que infernizam a vida dos brasileiros, azedam o humor nacional e respingam no governo, mesmo quando ele não tem nada a ver diretamente com isso.

No escândalo das emendas, pode-se até dizer que este governo (mais um…) é refém do Congresso e, simultaneamente, corréu e vítima da enxurrada de dinheiro público que sai de planilhas de Câmara e Senado, passa pelo Planalto e chega sabe-se lá onde - e se devidamente como a lei, a ordem e os princípios básicos de gestão pública mandam.

Trata-se de um círculo vicioso que não apenas se repete como só piora, com valores aviltantes e negociações escabrosas. Se o governo libera as emendas, vota-se a favor do Brasil. Se não, vota-se contra e dane-se todo mundo. E quem tem de dar um basta, como no caso do golpe, é o Supremo. Flávio Dino, que acaba de suspender R$ 4,2 bi em emendas, às vésperas do Natal, está para as emendas como Alexandre de Moraes para o golpe.

A violência do Norte ao Sul embola bandidos com quem deveria ser mocinho, e o crime organizado se infiltra nas instituições, em setores da economia privada e derrete a confiança da população na capacidade do Estado de vencer essa guerra. A questão é urgente, mas os governadores não se entendem entre eles, muito menos com o governo federal, e a Casa Civil acaba de devolver para o Ministério da Justiça, também pertinho do Natal, o tão necessário pacote da segurança.

A articulação do golpe, já provada e comprovada, levou para a cadeia o primeiro general de quatro estrelas desde a redemocratização e a lista de militares envolvidos, sobretudo do Exército, cresce e gera apostas: quem vai seguir o tenente-coronel Mauro Cid e fazer delação premiada? E, afinal, quantos - e quais - farão companhia ao general Braga Netto na prisão? É tão constrangedor para as Forças Armadas quanto desanimador para a sociedade, que não sabe mais em quem confiar

Desequilíbrio fiscal, inflação acima do teto da meta, juros de volta à estratosfera e o mercado testando limites com sucessivas disparadas do dólar, num movimento que o economista e filósofo Eduardo Giannetti criticou, em entrevista ao Estadão, como “reação exagerada do mercado financeiro” e que a sociedade começa a ver como a velha e despudorada especulação. Como ele diz, é estranho o mercado ser tão exigente ao pedir cortes de gasto primário, mas não dar bola para o custo fiscal do “aumento extravagante de juros”.

E, assim, “la nave va”. Feliz Natal!

Eliane Cantanhêde, jornalista