Os estudos de rotas do governo federal mostraram que o trajeto entre Correntina e Mara Rosa seria o mais vantajoso para a FIOL. A nova rota pode gerar uma economia operacional de R$ 1 bilhão, considerando a redução do pagamento de direito de passagem na FNS ao longo do período de concessão. Do ponto de vista de engenharia e socioambiental, o novo traçado tem menos territórios indígenas, quilombolas e áreas de proteção ambiental.Mas a funcionalidade do Corredor Ferroviário Leste-Oeste também depende da conclusão dos trechos FIOL 1 e FIOL 2, além da disponibilização de infraestrutura portuária competitiva para grãos no Porto Sul (BA). De acordo com o Ministério dos Transportes, o Corredor Ferroviário Leste-Oeste é um dos projetos estratégicos para ampliar e integrar a malha ferroviária nacional. “O empreendimento é fundamental para fortalecer a logística do Brasil, otimizando o escoamento da produção”, informou a assessoria da pasta.Isso porque a conexão da Fico com a Fiol formará um corredor estruturante, que se articula com a FNS. Essa integração permitirá que regiões produtoras do Centro-Oeste e do Oeste brasileiro se conectem aos principais portos do País. “Dessa forma, o Brasil aumentará sua competitividade internacional, com a produção chegando aos mercados globais de maneira mais eficiente”, justifica o ministério. O edital do projeto está previsto para ser lançado no final do primeiro semestre de 2026. A redefinição do traçado da FIOL para Mara Rosa, segundo o Ministério dos Transportes, visa otimizar a conexão com a Ferrovia Norte-Sul e fortalecer a integração da malha ferroviária. “Assim, o Brasil se estrutura em quatro grandes quadrantes logísticos, facilitando que futuros projetos ferroviários se conectem de maneira mais eficiente às linhas que atuam como eixos estruturantes do sistema nacional”.Para o presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Fieg, Célio Eustáquio de Moura, esta nova ligação por Mara Rosa é mais eficiente. Mas ele diz que há um gargalo importante, que é o Porto Sul, na Bahia. “Em Ilhéus, existe um porto antigo que opera bem, mas o porto novo, que atenderá todas as demandas da FIOL e FICO, ainda está sob dúvidas. Além disso, as obras entre Caitité e Ilhéus estão suspensas, apesar de estarem 75% concluídas”, alerta. Já a FICO está caminhando bem para colocar a produção do Mato Grosso na Ferrovia Norte-Sul. Segundo Eustáquio, reduzir custo logístico e facilitar o escoamento terá um impacto muito grande, principalmente na região do MATOPIBA, nova fronteira agrícola do País. Em Goiás, regiões serão integradas com maior dinamicidade, numa opção logística para escoar a produção por vários pontos, o que tem motivado investimentos. Ele lembra que grande parte dos problemas das regiões portuárias está no excesso de carretas, que formam longos congestionamentos nos portos. “Já ferrovia tem descarregamento rápido. Mais opções de portos aumentam a eficiência logística e trazem economicidade para elevar a competitividade no mercado internacional. Teremos opção também pelo Porto de Suape (PE), além do Espírito Santo e Maranhão, o que beneficia muito a indústria e o escoamento”, ressalta.O prefeito de Mara Rosa, Flávio Divino Maurício de Moura (UB) diz que a cidade está feliz com a notícia do novo trecho, pois já prevê mais desenvolvimento chegando. “Já temos aqui a ferrovia Norte Sul e a FICO sendo concluída. Com este novo trecho da FIOL, que chegará até Ilhéus, Mara Rosa vai ser interligada a seis portos e será o coração das ferrovias”, destaca. Com a interligação das ferrovias, a expectativa é de que um Porto Seco resulte num grande crescimento para a região, atraindo a atenção de investidores para a cidade.