Será instalada hoje no Congresso Nacional a Frente Parlamentar Mista em Defesa de Furnas, reunindo 402 deputados e 50 senadores de quase todos os partidos, com objetivo de intensificar o debate em torno de uma possível privatização da empresa, maior subsidiária da Eletrobras. Ainda sem modelo definido, o atual governo já deixou claro que pretende levar à frente o plano de capitalização da estatal, mas ainda não explicou como será feito esse processo. A expectativa é de que o modelo seja anunciado no final deste mês.“A pretensão de venda de um patrimônio tão estratégico exige um intenso e aprofundado debate com toda a sociedade brasileira”, informou em nota a Associação dos Empregados de Furnas (Asef), que na última sexta-feira promoveu um abraço simbólico ao prédio de Furnas, na zona sul do Rio, contra a saída de parte dos funcionários do local, o que seria o início de um desmantelamento da empresa.A Asef vai aproveitar o lançamento da Frente para lembrar declarações do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, quando ele se dizia contra a privatização do setor elétrico e, principalmente, de Furnas. A empresa é a maior subsidiária da Eletrobras e está presente em 14 Estados e no Distrito Federal. A energia gerada, principalmente por hidrelétricas, abastece 63% dos domicílios brasileiros e regiões onde são produzidos 81% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em 2018, distribuiu mais do que o dobro dos dividendos pagos pela Eletrobras: Furnas distribuiu R$ 699 milhões e a holding, R$ 345 milhões.