Os medicamentos genéricos completaram 25 anos de mercado brasileiro neste ano e continuam registrando crescimento nas vendas, com uma adesão cada vez maior dos consumidores. Isso ocorre pele fato de que eles custam, em média, 67% menos que as marcas de referência, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), o que resultou numa economia média de R$ 300 bilhões aos consumidores neste período.&nbsp;

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No Brasil, há três categorias principais de medicamentos: de referência, genéricos e similares. Os primeiros são aqueles que passaram por todos os testes necessários para comprovar sua eficácia, segurança e qualidade, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Eles são os primeiros a serem registrados no País e servem como base de comparação para outros medicamentos.&nbsp;

Os genéricos são cópias de medicamentos pioneiros que já tiveram sua patente expirada. Eles possuem a mesma composição química, concentração, forma farmacêutica, eficácia, segurança e qualidade do medicamento de referência. Já os similares possuem a mesma composição química, concentração, forma farmacêutica, eficácia, segurança e qualidade dos medicamentos de referência, porém, diferem em relação ao fabricante.

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Atualmente, já existem cerca de 3.900 medicamentos genéricos registrados no País, que tratam desde uma gripe até doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Eles já representam quase 40% do mercado nacional de medicamentos.&nbsp;

O presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares, afirma que Goiás produz todos os tipos de genéricos, mas os mais fabricados são os antibióticos do trato respiratório e os que combatem hipertensão e diabetes. Segundo ele, o estado é o segundo maior polo fabricante do País e da América Latina, depois de São Paulo.&nbsp;

Para Soares, a Lei do Genérico possibilitou um maior acesso ao medicamento aos brasileiros. “Há 30 anos, poucas pessoas podiam comprar e tomar remédios, que eram muito caros. O genérico ampliou muito o mercado, a vida média e saúde do brasileiro aumentaram e mortalidade infantil foi drasticamente reduzida”, avalia.

O presidente do Sindifargo explica que o medicamento de referência tem sua patente expirada após 20 anos, possibilitando a pesquisa e produção de um genérico. Mas ainda existem algumas brigas jurídicas que conseguem ampliar o tempo da patente por mais alguns anos.&nbsp;

Porém, os laboratórios brasileiros já começam a pesquisar o medicamento de referência muitos anos antes de a patente do registrado expirar para ter um produto com a mesma qualidade, segurança e eficiência. “É muito difícil fazer medicamento realmente equivalente, o que exige muitos estudos e testes”, destaca Soares.

Goiás tem 29 indústrias farmacêuticas inspecionadas e certificadas pela Anvisa. Mas Soares lembra que os laboratórios não fazem só medicamentos, mas também gastam bilhões em pesquisa e desenvolvimento de moléculas para chegar às melhores fórmulas, enquanto o genérico é cópia disso. “O maior faturamento de uma indústria nacional é metade que uma Big Pharma investe em pesquisa e desenvolvimento. Sem eles, não teríamos o acesso a tantos medicamentos”, ressalta.

Por lei, os genéricos devem custar, pelo menos, 35% menos, mas, por causa da concorrência, os descontos ultrapassam os 50% na prática. “Isso só favoreceu muito o acesso do consumidor”, destaca o presidente do Sindifargo. Mas ele lembra que a produção de genéricos também ajudou a reduzir custo para a indústria.&nbsp;

<h2>Lançamentos</h2>

O laboratório Cifarma possui hoje mais de 130 marcas em seu portfólio, entre medicamentos similares, genéricos e de referência. O farmacêutico Rafael Ducas, gerente de Marketing do Cifarma, conta que a indústria farmacêutica conta com 10 marcas de genéricos e trabalha para lançar sete novas marcas e 13 apresentações no próximo mês de agosto. “Hoje, todo nosso portfólio é voltado para a linha farma”, destaca.

De janeiro a maio deste ano, a produção de genéricos da Cifarma cresceu 65% em relação ao mesmo período de 2023. A empresa também tem alguns produtos específicos. “Somos a única indústria farmacêutica que tem a nimesulida dispersível em água”,afirma. De acordo com o gerente de Marketing, o objetivo é sempre lançar produtos com diferencial competitivo, o que nem sempre significa preço mais baixo.

O foco são produtos onde o mercado cresce, principalmente anticoncepcionais genéricos, que estão na Farmácia Popular e o paciente pega sem custo. Produtos como a nimesulida estão entre estes diferenciais. “Nosso foco hoje são os hormônios, como um injetável que está na Farmácia Popular”, informa Ducas. Ele lembra que a indústria também aprimora alguns produtos: o anticoncepcional injetável genérico da Cifarma, por exemplo, já vem com seringa na caixinha, enquanto o medicamento de referência, da Bayer, não tem a seringa.

Há 11 anos, a indústria tem licitação do governo federal para fornecer genéricos para a Farmácia Popular. Rafael Ducas lembra que a quebra da patente do medicamento de referência facilitou a aquisição de vários remédios e levou tratamento para todas classes sociais. “Antes, multinacionais comandavam o mercado e pacientes chegavam a falecer por falta de tratamento por conta do alto custo”, lembra o gerente.

Genérico elevou acesso a medicamentos

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Mercado de Saúde

Pode parecer repetitivo - e a ideia é que seja mesmo -, mas o sangue realmente salva vidas. Todos os dias, milhares de pessoas ao redor do mundo necessitam de doações de sangue para superar doenças graves, acidentes, cirurgias e transplantes, além daqueles que enfrentam quadros de anemia crônica, febre amarela e complicações da dengue. Estamos falando de um dos componentes fundamentais para manter nossos corpos funcionando e, por mais que a medicina avance, ainda não há tecnologia capaz de substituir nosso sangue.

Por isso, as equipes médicas dependem das doações para garantir o sucesso desses procedimentos. E, mesmo com todas as campanhas, ainda é uma luta diária conseguir garantir que não falte sangue nos hospitais. Infelizmente, uma parcela mínima da população doa regularmente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2% da população brasileira doa sangue regularmente, um índice abaixo dos 3% considerados ideais para atender as demandas de um país.

Essa escassez muitas vezes é agravada em determinadas épocas do ano, uma delas é a que estamos prestes a encarar. Vêm aí as férias e festas de fim de ano, período em que, historicamente, as doações diminuem, mas os acidentes e emergências aumentam. Esse desequilíbrio acende um alerta nos órgãos ligados à saúde de todo o Brasil. Como não poderia deixar de ser, a saúde goiana está inclusa neste cenário.

Só o Hemocentro de Goiás atende 223 unidades de saúde, que dependem das nove unidades da Rede Hemo em todo o estado para abastecerem seus estoques de sangue. O desafio é diário, mas graças ao trabalho árduo de vários profissionais e os investimentos recentes do Governo de Goiás, a tarefa tem sido cumprida com louvor.

A solidariedade dos goianos, aliada à dedicação dos nossos profissionais, tem alcançado resultados que merecem os nossos elogios. Atualmente, não há falta de sangue em Goiás. As campanhas se mostram tão eficazes que o Hemocentro de Goiás é capaz de enviar bolsas de sangue para vários estados que enfrentam dificuldades para manter seus estoques. Só em 2024, São Paulo, Rio Grande do Sul e Roraima contaram com o apoio dos goianos para manterem suas unidades abastecidas.

Nossos estoques estão em um nível considerado seguro, mas não podemos descuidar e os próximos meses prometem ser duros. Este artigo é dedicado aos que nos apoiam ao longo de todo o ano. Em 2024, 57.253 doadores passaram por um das nossas nove unidades e decidiram ajudar o próximo. 25 de novembro é o dia Nacional do Doador de Sangue, data em que nós profissionais de saúde, em nome de toda a sociedade, prestamos uma reverência a todos aqueles que se dedicam a esta causa.

Se você não faz parte dos quase 60 mil goianos que contribuem com os Hemocentros, este artigo também é pra você. A doação é rápida, segura e pode ser feita várias vezes ao ano. Transforme esse gesto em um hábito.

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Rasivel dos Reis Santos é secretário de Estado da Saúde

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Rasivel dos Reis Santos

Jorge Braga

Charge

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Há pelo menos dois anos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) funciona precariamente na região metropolitana de Goiânia. Relatório do Ministério da Saúde apontou que desde 2022 a Prefeitura da capital recebeu recursos para manter ambulâncias que estavam paradas.

A auditoria da pasta, inclusive, determinou que a Secretaria Municipal de Saúde deveria devolver R$ 2,1 milhões em recursos da União, por uso indevido. A alternativa da gestão municipal para retomada plena do serviço foi a locação de ambulâncias. Mas três das 22 unidades contratadas estavam paradas nesta quarta-feira. Outras quatro ainda não foram entregues.

O contrato com a empresa fornecedora dos veículos é de R$ 347 mil por mês. As que estão paradas custam R$ 47 mil pelo mesmo período. O motivo é a falta de equipes de enfermagem capacitadas para prestar esse tipo de atendimento, que requer especialização. Trata-se de uma justificativa inadmissível, que revela a falta de planejamento da gestão.

Além do desperdício de dinheiro público, a população fica sem poder contar com um serviço essencial. Como o Samu atua com casos urgentes, a operação parcial coloca vidas em risco.

Ambulâncias paradas

Editorial

Matéria - Opinião - Editorial

Inaugurada no dia 4 de novembro de 1936, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia (SCMG), hospital atualmente filantrópico, mantém uma relação particular com a história da capital goiana. Fundada três anos depois de Goiânia pelo médico e político Pedro Ludovico Teixeira, e sua esposa, Dona Gercina Borges, uma das principais idealizadoras da Santa Casa, o hospital é fruto do trabalho da Conferência de São Vicente de Paulo, com apoio das Irmãs Dominicanas e das Irmãs Vicentinas, além de autoridades políticas, empresários e profissionais liberais.

Mantida pela Arquidiocese de Goiânia, a SCMG oferece assistência médica especialmente para pacientes da rede SUS e também convênios particulares. Reconhecida pelo tratamento especializado em diferentes áreas da saúde, é também o hospital escola da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), por onde passam centenas de estudantes da área da saúde, todos os semestres, e que forma residentes do curso de Medicina.

Ao receber de Dom Washington, nos idos de outubro de 2017, a incumbência de assumir a superintendência geral desta casa de saúde, eu não imaginava a magnitude da responsabilidade, dos desafios e da contrapartida de vivência humanizada que teria: todas as minhas expectativas foram suplantadas com o apoio de uma equipe que trabalha com tanta sinergia e em prol do bem maior, que é a saúde e o pronto restabelecimento do enfermo que bate à nossa porta.

Sensíveis às necessidades decorrentes de quadros clínicos que requerem atenção especializada, implantamos quatro leitos destinados aos pacientes que se encontram em cuidados paliativos, iniciativa humanizada e que recruta uma equipe multiprofissional. O resultado desse trabalho é, para nós, extremamente gratificante por seu valor inestimável.

Além disso, estamos promovendo obras para melhor atender os nossos pacientes dentro da nossa estrutura física, que comporta leitos, salas de cirurgia, radiologia, consultórios, banco de sangue e hemodinâmica, etc.

Hoje, o hospital conta com mais de 900 colaboradores, 78 médicos, residentes e estudantes da PUC Goiás, e, para se ter uma ideia do quantitativo de serviços oferecidos pela SCMG, cito uma estimativa mensal: 8 mil atendimentos exclusivamente pelo SUS, 50 mil exames, 890 internações e 350 cirurgias. Com tamanha expressividade de demandas atendidas pelo SUS, destaco que nada disso seria possível sem parcerias, ações e campanhas, que vão desde os gastos com as refeições até os materiais médicos e hospitalares, cujo custeio demanda investimentos vultosos.

Apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas pela gestão dessa casa de saúde, comemorar seus 88 anos fortalece a nossa luta para mantê-la funcionando diariamente, decorrente de esforço conjunto: superar entraves burocráticos como a falta de repasses de verba por parte do município é uma delas, debelados com diálogo, boa vontade e fé na santa missão a nós incumbida.

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Irani Ribeiro de Moura, médica pediatra com mestrado em gestão e sistemas de saúde, é superintendente geral da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia

88 anos de uma Santa Casa

Irani Ribeiro de Moura

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