O incremento do turismo e das contratações pelo setor em Goiás é resultado de vários fatores. O presidente da Agência Goiana de Turismo (Goiás Turismo), Fabrício Amaral, explica que o movimento começou com a preparação de regiões turísticas, como Caldas Novas, para receber os turistas no fim do ano e férias. Mas ele ressalta que Goiânia também está num movimento forte de contratações, com muita procura por garçons para bares e restaurantes, por exemplo. “São mais de mil vagas ociosas no setor de alimentação e novembro puxou muito por conta disso”, ressalta. Segundo Amaral, os goianos também estão viajando mais. “Tivemos mais de 10% de incremento do fluxo turístico em 2024 em relação a 2023. Só perdemos para o Ceará em crescimento”, conta. Também chama atenção a contratação de mulheres, que já são maioria no setor. Elas se adaptam bem ao turismo pela maior sensibilidade para lidar com o turista. “Existia uma boa perspectiva de movimentação no último fim de ano, o que elevou as contratações. Já vínhamos com ocupação de 100% em alta temporada em nossos principais destinos nos feriados e férias”, diz o secretário.Para ele, assim como em outros setores, o maior desafio atual do turismo é a mão de obra. O setor estaria, inclusive, absorvendo mão de obra de outros setores que estão se tecnificando muito rápido, como o agronegócio. “O turismo será uma das grandes alternativas de geração de emprego no mundo nos próximos anos”, prevê. Fabrício Amaral ressalta que a Secretaria Municipal de Turismo vai trabalhar com a captação e promoção de eventos em todo o País para a capital. Ele lembra que, de segunda a sexta-feira, o turismo corporativo é muito forte, além dos turismos de compras, de saúde e de entretenimento. “A Stock Car já ajuda a encher a cidade e o Mundial de Motociclismo deve puxar, ainda mais, os números do fim de semana, além de shows de grandes artistas”, prevê o secretário. O gerente comercial do Hotel Ibis Styles Goiânia Shopping Estação, Rodrigo Alves, conta que abriu mais de 20 vagas para as áreas de governança e restaurante em novembro e dezembro e ainda têm algumas abertas. “Para esta parte de hotelaria está bem complicado conseguir mão de obra”, reconhece. CorporativoSegundo Rodrigo Alves, a ocupação pelo turismo corporativo cai a partir da segunda quinzena de dezembro. Por isso, as contratações feitas no fim do ano visaram o movimento em 2025, começando o ano com estas pessoas já qualificadas e entendendo bem a cultura do hotel. “Nosso hóspede hoje é muito corporativo. Nossa projeção para este ano é crescer 35%”, informa.Aberto em janeiro de 2024, o hotel vem com uma ocupação crescente e fechou novembro com uma taxa média de 62%. Três dos apartamentos foram transformados em salas de eventos, que têm demanda crescente. “Também recebemos muitos times esportivos no ano passado”, lembra o gerente. Ele anuncia que deve lançar o primeiro pacote de lazer em Goiânia em parceria com a CVC, com foco em grupos, que incluiria o turismo cultural, gastronômico e religioso, com Trindade. “Outras capitais, como Belo Horizonte, já fazem isso muito bem”, destaca.Aos 25 anos, Marcos Vicente Alecrim de Andrade foi contratado para ocupar uma vaga de recepcionista no Ibis Styles Goiânia Shopping Estação, onde começou a trabalhar em outubro do ano passado. Ele conta que, antes disso, já tinha trabalhado como comissário de voo em uma companhia aérea e procurava uma nova oportunidade no ramo do turismo. “Gosto muito desta área. Neste ano, pretendo fazer um novo curso superior relacionado ao turismo para me profissionalizar melhor”, avisa. O que Andrade mais admira neste trabalho é a possibilidade de encantar os turistas num momento de lazer e alegria. “Gosto de contribuir para que este momento seja especial para as pessoas através do meu bom atendimento”, diz.Fernando Carlos Pereira, conselheiro fiscal da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Goiás (ABIH-GO), acredita que houve um crescimento significativo do turismo goiano e nacional em 2024, em comparação aos anos anteriores. “Goiás tem um grande potencial em recursos naturais, como a Chapada dos Veadeiros, Pirenópolis e Caldas Novas. A expectativa de um bom movimento nas férias levou as empresas a buscarem mais colaboradores.” Ele também acredita que a volta de eventos para a capital esteja ajudando a movimentar o turismo local, que já registrou taxas de ocupação dos hotéis mais altas em 2024. A expectativa é que isso permaneça e aumente em 2025, resultando em mais demanda por mão de obra qualificada, que está mais difícil. “Disponibilizamos cursos, mas muita gente não se entusiasma mais com o emprego com carteira assinada”, lamenta.Rosângela Marçal, da Associação Aqua, diz que neste fim de ano houve um incremento maior da taxa de ocupação dos hotéis na região, que ficaram cheios. “Novas vagas de trabalho também surgem com a criação de mais atrativos de lazer, além do aumento do número de leitos nos hotéis. Assim, a demanda por mão de obra qualificada é constante na região”, destaca.