A maior variação da inflação em outubro medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), na análise regional, foi registrada em Goiânia (0,96%), impulsionada pela alta da energia elétrica residencial (6,08%) e da gasolina (4,78%), segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Brasil, o índice desacelerou a 0,09% em outubro, após marcar 0,48% em setembro, um recuo de 0,39 ponto porcentual. A taxa de 0,09% é a menor no país para meses de outubro em 27 anos, desde 1998 (0,02%). No ano, a inflação acumula alta de 3,73% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,68%. Em outubro de 2024, a variação havia sido de 0,56%. O acumulado segue acima do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central), mas parte dos analistas vê agora mais chances de o IPCA encerrar o ano dentro do intervalo de tolerância.“A gente está caminhando para ter uma inflação provavelmente dentro da meta ao final de 2025. O IPCA de dezembro deve escorregar para baixo de 4,5%. É a principal expectativa”, afirma Leonardo Costa, do Asa, que atua no setor financeiro.A inflação de outubro perdeu força devido a fatores como o alívio da energia elétrica. A conta de luz teve queda no mês passado (-2,39%), puxando o IPCA para baixo, com impacto de -0,10 ponto porcentual.A redução veio após uma forte alta da conta de luz em setembro (10,31%). As faturas avançaram na ocasião com o fim do bônus de Itaipu, um desconto temporário que havia sido aplicado em agosto. Em outubro, o custo da energia continuou sob bandeira vermelha, mas no patamar 1. Isso significou uma sobretaxa menor que no patamar 2, em vigor em setembro.Com o impacto da conta de luz, o grupo habitação teve queda em outubro (-0,30%). Os outros dois segmentos com recuos foram artigos de residência (-0,34%) e comunicação (-0,16%).Na capitalEm Goiânia, a alta do IPCA vem na sequência de outra de 0,75% em setembro. O resultado é o maior desde fevereiro de 2025 (1,16%), oito meses atrás, e ainda ficou acima do assinalado em outubro do último ano (0,80%). Com isso, o acumulado em 12 meses subiu de 4,51% (setembro) para 4,68% (outubro). No ano, a capital acumula variação de 3,42%. O grupo de Transportes foi o que mais contribuiu para a aceleração do índice geral de outubro em Goiânia, com alta de 2,11%. Seu resultado foi impulsionado pelo preço dos combustíveis, que subiu 5,39% no mês. Entre os subitens, destacam-se o etanol (9,78%), a gasolina (4,78%) e o óleo diesel (0,25%). Outro grupo com alta relevante no mês na capital foi Habitação (2,36%). No grupo, destaca-se o aumento de 6,08% da energia elétrica residencial, que já acumula alta de 15,09% no ano. Ainda em Goiânia, o grupo de Alimentação e bebidas (0,34%), cujo peso mensal é o segundo maior, subiu pela primeira vez após cinco recuos sucessivos. Entre seus itens, destacam-se tubérculos, raízes e legumes (9,21%); aves e ovos (2,16%); óleos e gorduras (3,25%); bebidas e infusões (0,71%) e alimentação fora do domicílio (0,06%). Por outro lado, houve quedas na capital em sal e condimentos (-1,77%); cereais, leguminosas e oleaginosas (-0,79%); carnes (-0,29%); leites e derivados (-0,82%) e frutas (-1,30%). Também houve quedas em Vestuário (-0,19%) e produtos farmacêuticos (-0,94%).