As contas em atraso aumentaram e os goianienses têm concentrado as dívidas especialmente nas instituições bancárias. Isso é o que revela pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Levantamento de abril aponta crescimento de 1,13% na inadimplência em comparação com março em Goiânia. Os bancos correspondem a 55,85% dos locais onde foram feitos os compromissos não honrados. Segundo relatório divulgado na sexta-feira (06), o número de contas em atraso teve crescimento de 4,37%, em relação ao mesmo período de 2021. Depois dos bancos, os moradores da capital goiana têm mais dívidas com serviços de comunicação (13,83%), comércio (12,51%) e água e luz (8,76%). “Essa situação ainda é reflexo da pandemia. As famílias acabam tendo que usar cheque especial e cartão de crédito como complemento da renda e, infelizmente, para suprir necessidade de curto prazo, porque as famílias estão com a renda reduzida. Uma bola de neve que ocasiona a alta na taxa de inadimplência”, explica a gerente administrativa e financeira da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL), Hélia Gonçalves. Faixa etáriaA maior parte dos inadimplentes são adultos de 30 a 39 anos (26,23%). “São pessoas economicamente ativas no mercado de trabalho e que têm uma família para cuidar”, destaca Hélia. Os homens lideram o ranking, eles representam 50,54% dos endividados e as mulheres, 49,46%. Apesar dos números mostrarem que a sociedade sofre com impactos econômicos, há tendência de aumentar a procura por formas de quitar as contas atrasadas, conforme defende a gerente. “A perspectiva é de que tenha redução do índice nos próximos meses, com possibilidade de utilizar o saque do FGTS para reduzir a inadimplência.” Dívidas no cartão de crédito devem acender alerta dos consumidores, como lembra. “Indicamos que o consumidor conheça a situação financeira e, a partir disso, trabalhe para cortar gastos e buscar negociação. Às vezes, pode trocar dívida mais cara por uma mais barata. Juro do cartão de crédito é altíssimo, pode buscar um empréstimo consignado com juro menor para quitar e assim trocar a dívida. Uma estratégia para sair do endividamento.” Segundo o SPC, cada goianiense negativado em abril devia, em média, R$3.939,34 na soma de todas as dívidas. Já os que tinham débitos de até R$500 representavam 35,30%. O tempo médio de atraso é igual a 27,6 meses, sendo que 33,41% dos devedores possuem tempo de inadimplência de um a três anos.Leia também: -Impacto dos juros nas eleições-Com alta da Selic, especialistas indicam melhores investimentos-Sob pressão de custos, caminhoneiros goianos param de rodar