Karla Jaime

Ranking da década de inovação do Inpi

Goiás recuou uma posição no ranking nacional de inovação, passando de 8º lugar em 2014 para 9º em 2024, mostra estudo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) divulgado em fevereiro. O comparativo do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (Ibid) é o primeiro a apresentar o cenário da inovação nos estados brasileiros em uma década. No Centro-Oeste, o Distrito Federal e Goiás mantiveram-se, respectivamente, como líder e vice-líder regional em inovação na década avaliada.

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Apesar de ter avançado de 0,241 (2014) para 0,252 (2024), Goiás segue com índice distante de São Paulo, líder em inovação que em dez anos passou de 0,877 para 0,891, em uma escala na qual o valor máximo é 1. Mas está entre os estados que encurtaram essa distância, junto com Alagoas, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Paraná, Piauí, Santa Catarina e Minas Gerais, embora em ritmo mais lento que alguns deles que apresentaram saltos expressivos em dez anos.

O Paraná subiu do 6º para o 3º lugar e Santa Catarina agora ocupa a segunda posição, desbancando o Rio de Janeiro. Goiás perdeu posição para o Espírito Santo, cuja economia também foi uma das que mais encurtaram distância em relação à São Paulo. A nota é calculada com base em 74 indicadores, divididos em sete eixos temáticos – como Economia, Negócios e Tecnologia, baseados na metodologia do Global Innovation Index (Wipo).

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Economista-chefe do Inpi, Rodrigo Ventura avalia que o desempenho relativamente inferior de Goiás pode ser atribuído ao pilar de inovação Negócios. “Nesse contexto, a qualificação da força de trabalho e a infraestrutura de apoio à inovação (oferta de laboratórios e parques tecnológicos) são dois gargalos específicos da economia goiana mapeados pelo Ibid”, aponta.

“Nos pilares associados ao resultado propriamente dito da atividade inovativa, em particular Conhecimento e Tecnologia, o desempenho de Goiás encontra-se abaixo do seu potencial. A escassez de força de trabalho qualificada e a insuficiência da infraestrutura de apoio à inovação, dimensões em que Goiás ocupa, respectivamente, a 15ª e a 11ª posições nos rankings nacionais específicos, são desafios a serem superados para acelerar a inovação”, analisa Ventura.

Por outro lado, o economista observa que Goiás apresenta melhor performance relativa nos pilares de inovação do Ibid relacionados ao macroambiente, o chamado Ibid-Contexto. Instituições, Economia e Infraestrutura são pilares de inovação em que a economia goiana se destaca, aponta ele. Em Instituições, acrescenta, Goiás saltou três posições no ranking específico ao longo da década, com destaque para a qualidade do ambiente de negócios da economia goiana, a 6ª melhor do país, segundo o Ibid.

<div attr-cid="policy:1.3241906" attr-version="policy:1.3241906:1742179212" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3241906" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3241906', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3241906">Ranking da década de inovação do Inpi (1.3241906)</a></div>

Os avanços são atribuídos, pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás, José Frederico Lyra Netto, a uma atuação estratégica para colocar o estado na rota da inovação. Ele cita que de 2019 a 2024, no governo de Ronaldo Caiado (UB), foram R$ 689,7 milhões de investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Com relação à infraestrutura, o secretário cita melhorias no acesso a dados móveis e conexão à internet, que colocam o estado em primeiro lugar na oferta de serviços públicos digitais, segundo a Abep-TIC (Associação Brasileira de Entidades Estaduais e Públicas de Tecnologia da Informação e Comunicação).

José Frederico destaca que, somente em 2024, foram aplicados quase R$ 200 milhões pela Secti e pela Fapeg (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás), dos quais R$ 77,3 milhões destinados à pesquisa, inovação e bolsas de formação. Desse total, R$ 38 milhões foram investidos em bolsas para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, R$ 27,7 milhões em projetos de pesquisa e R$ 10,9 milhões em inovação.

“Os resultados já começam a aparecer. Apesar do atraso histórico nos investimentos, desde 2019 conseguimos reduzir a distância em relação aos estados líderes e avançamos nos subíndices de Instituições, Conhecimento e Tecnologia e Economia Criativa do Ibid. A transformação está em curso, e Goiás já se consolida como um dos estados mais promissores do Brasil na área de inovação”, afirma ele.

Inteligência artificial

Nesse cenário de projeções favoráveis ao estado, destaca-se o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) da Universidade Federal de Goiás (UFG), que recebeu um investimento inicial de R$ 12 milhões do governo de Goiás, via Secti e Fapeg, em 2019, com a meta de captar outros R$ 12 milhões em cinco anos. Nesse período, porém, o Ceia já ultrapassou a marca de R$ 320 milhões. Só em 2024 foram R$ 70 milhões.

Coordenador científico do Ceia, Anderson Soares avalia que Goiás tende a avançar em alguns gargalos. Segundo ele, os investimentos demoram um pouco a refletir nos índices. “Por exemplo, um doutor que conta nos indicadores de negócios apontado pelo Inpi demora em média cinco anos na formação. O estado passou a ter uma atração mais expressiva de estudantes para doutorado de 2020, 2021 para cá”, comenta.

“Mas a meu ver, esse índice possui distorções grandes como na questão de depósito de marcas e patentes presente nos indicadores de conhecimento e tecnologia e também de economia criativa, em que o estado está mal posicionado. As universidades costumam depositar boa parte dos pedidos de patentes e divulgam esses números com o apoio do Inpi, mas a realidade é que um número muito baixo possui exploração comercial fazendo apenas números sem relevância”, ressalva Soares.

O coordenador científico do Ceia-UFG salienta ainda que o registro de patentes é muito importante para engenharia de materiais ou novos fármacos, por exemplo, mas pouco relevante para tecnologia que avança mais rápido do que os longos anos que um pedido de patente é analisado no Brasil.

De fato, são muitos e rápidos os avanços já conquistados. Como lembra o titular da Secti, o Ceia-UFG tornou-se referência na América Latina e oferece soluções para órgãos públicos, empresas privadas e entidades internacionais. Além disso, abriga o primeiro Centro de Competências em Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais, atraindo novos investimentos para o desenvolvimento de tecnologias de ponta.

O governo de Goiás investiu na criação de outros centros de excelência tecnológica, como o Ceagre (voltado à agricultura de precisão), o Cebio (biotecnologia) e o Cempa, que, em uma parceria inédita com o Inpe, desenvolve previsões inéditas para auxiliar na preservação do Cerrado, complementa o secretário.

Ecossistema de inovação

Avanços em inovação, como os apontados no ranking nacional do Inpi, refletem o funcionamento de ecossistemas de inovação, formado por parques tecnológicos, interação maior das instituições de ciência e tecnologia com universidades, principalmente atendendo o setor privado, observa o professor Rolando Vargas, gerente de Tecnologia e Inovação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

Referindo-se aos investimentos do governo estadual nos últimos cinco anos, o professor considera que já existem ações para fazer com que o ecossistema goiano de inovação seja mais eficiente e interativo. “São vários problemas que têm que ser mapeados”, constata, enfatizando que o mais importante é que o setor privado interaja com as instituições de ciência e tecnologia e as universidades.

“Temos avançado em Goiás, mas não no mesmo ritmo que outros estados, por exemplo, São Paulo”, situa, falando sobre pesquisas aplicadas, startups de inovação para interagir com o setor privado dentro de universidades como USP e Unicamp. Outro exemplo dado por Vargas é Santa Catarina, onde se percebe que a Universidade Federal é muito forte nas áreas de engenharia.

Para ele, é preciso apostar em mestrados e doutorados nessas áreas para poder alavancar a inovação e superar gargalos. “Nesse sentido, em Goiás, estamos começando, ainda não temos programas de mestrado e doutorado tão fortes quanto nesses estados mais inovadores, casos também do Paraná e da Bahia.”

Na questão de pesquisa, formação e qualificação de profissionais que atuam em inovação, o titular da Secti aponta o bacharelado em Inteligência Artificial, o primeiro do país e que registrou o maior ponto de corte entre todas as graduações da UFG neste ano, já começa a atender a alta demanda do mercado por profissionais qualificados.

“Ainda com relação ao capital humano, temos investido na qualificação tecnológica por meio das Escolas do Futuro de Goiás (EFGs), e iremos avançar ainda mais com relação à população ocupada, com ensino superior e tecnólogo”, afirma.

Ainda quanto ao ecossistema de inovação, José Frederico destaca o Hub Goiás, o primeiro centro público de empreendedorismo inovador do Centro-Oeste, que acumulado investimentos de mais de R$ 24 milhões desde a sua implementação. “Por meio dele, já apoiamos mais de 120 startups, algumas das quais conquistaram prêmios nacionais. O Hub também realizou mais de 300 eventos, impactando cerca de 20 mil pessoas. Em 2024, foi escolhido como Polo de Inovação da Eletrobrás no Centro-Oeste, o que atrairá novos investimentos para o setor de tecnologia em energia limpa”, informa.

“O Hub Goiás, que já se consolidou como um centro de inovação na capital, também está sendo expandido para o interior, ampliando o acesso de empreendedores e startups a suporte, capacitação e investimentos”, acrescenta o secretário.

Goiás recuou uma posição em inovação na década, diz Inpi

Economia

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Matéria - Economia

Tecnologia

O estudo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), divulgado em fevereiro, traz não só o ranking dos avanços, como também as condições que tornam o estado ou a região mais ou menos propícios à inovação, esclarece o economista-chefe do Inpi, Rodrigo Ventura. No comparativo do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (Ibid), ele diz que estados do Centro-Oeste se situam em posição intermediária no ranking de classificação geral.Distrito Federal e Goiás mantiveram-se, respectivamente, como líder e vice-líder regional em inovação na década avaliada (2014-2024). A nota é calculada com base em 74 indicadores, divididos em sete eixos – como Economia, Negócios e Tecnologia, baseados na metodologia do Global Innovation Index (Wipo).O economista do Inpi considera que há marcante heterogeneidade entre os estados da região no campo da inovação, elencando alguns aspectos. Distrito Federal (7º) é a economia da região com melhor pontuação, destacando-se em Capital humano, Negócios e Infraestrutura. Goiás (9º) tem bom desempenho relativo em Economia, assim como o Mato Grosso (12º), e ambos ainda merecem destaque pela pontuação em Instituições. O Mato Grosso do Sul (10º) tem posição de maior destaque comparativo em Infraestrutura.Em sete rankings específicos do Ibid, Goiás avançou duas posições em Economia Criativa, passando da 12ª para a 10ª posição. Nesse caso, explica Ventura, o ganho foi puxado pelo desempenho da economia goiana na dimensão Ativos intangíveis. “Goiás se destaca regionalmente nos depósitos de proteção de propriedade industrial de marcas, desenhos industriais e indicações geográficas”, diz ele.Nos outros seis rankings específicos, porém, Goiás não conseguiu avanços em uma década: Instituições, Capital Humano, Infraestrutura, Economia, Negócios, Conhecimento e Tecnologia. “Em relação ao IBID-Contexto, que retrata as condições de contorno que tornam um estado mais ou menos propício à inovação, Goiás ganha 3 posições no pilar de inovação Instituições, mas este resultado positivo é compensado pelo recuo de duas posições tanto em Economia quanto em Negócios”, discorre, contrapondo: “Já no IBID-Resultado, que mede o resultado propriamente dito da atividade inovativa, a economia goiana ganha posições tanto em Conhecimento e tecnologia quanto em Economia criativa”. Para o analista, este desempenho global posiciona Goiás dentre os estados que encurtaram sua distância para a economia-líder, São Paulo, ao longo da década, apesar da perda de uma posição no ranking, passando da 8ª posição em 2014 para a 9ª em 2024. “Este pequeno recuo no ranking, de fato, reflete mais a performance destacada do Espírito Santo, que ultrapassou Goiás neste período.”

Centro-Oeste ocupa posição intermediária em ranking do Inpi

Em carta assinada pelas oito instituições integrantes, o Fórum das Entidades Empresariais de Goiás (FEE) defendeu o novo modelo de contratação de obras buscado pelo governo estadual em projeto enviado à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Como antecipado pelo Giro, a matéria avança em nova forma para contratar, sem licitação, a execução de obras em rodovias pelo Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra).

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O texto das entidades defende que “o modelo de contratação baseado no Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, instituído pela Lei Federal nº 13.019/2014, representa um instrumento jurídico legítimo e viável para otimizar a implementação de obras públicas essenciais”.

O projeto do governo pretende formalizar a parceria com o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), que ficará responsável pela contratação, via processo seletivo simplificado, das empresas de engenharia. O IFAG foi criado em 2015 pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), que assina a carta.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/requisitos-v-o-atestar-liquidez-financeira-e-a-capacidade-das-empresas-diz-pedro-sales-1.3241492" target="_blank">"Requisitos vão atestar liquidez financeira e a capacidade das empresas", diz Pedro Sales</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/alego-fara-audiencia-publica-sobre-terceirizac-o-de-obras-rodoviarias-1.3241173" target="_blank">Alego fará audiência pública sobre terceirização de obras rodoviárias</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/goinfra-abre-chamamento-para-obras-da-taxa-do-agro-1.3240987" target="_blank">Goinfra abre chamamento para obras da taxa do agro&nbsp;</a></div>

O Fórum Empresarial defende “a necessidade de aprimoramento dos mecanismos de contratação” com o objetivo de dar mais “celeridade e eficiência na execução dos projetos estratégicos para o desenvolvimento do Estado”. O texto ainda aponta que o modelo deverá “reduzir substancialmente o prazo médio dos processos administrativos, passando de aproximadamente oito meses para cerca de um mês, garantindo maior eficiência na entrega de obras e beneficiando diretamente o setor produtivo goiano”.

“Importante destacar que o modelo de parceria com as Organizações da Sociedade Civil (OSCs), não altera o rigor dos mecanismos de controle e fiscalização já existentes. Os projetos executados sob essa modalidade permanecem integralmente submetidos aos órgãos de controle externo e interno, assegurando transparência, legalidade e conformidade com os princípios da administração pública”, alega o documento.

A carta argumenta que Goiás mantém ritmo de “desenvolvimento acelerado”, que impõe “desafios crescentes à gestão da infraestrutura, tornando imprescindível a modernização dos processos administrativos”. Entre as demandas, estão a expansão e melhoria da malha viária como “fatores críticos para a competitividade da produção agroindustrial, industrial e comércio”.

O fórum aponta que o contexto exige “soluções inovadoras que viabilizem respostas ágeis às demandas do setor”. O projeto que formaliza a parceria com o IFAG será alvo de debate na Alego, em audiência pública agendada para terça-feira (17), às 14h, com a presença do presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales.

Aprovação

O presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), garantiu nesta sexta-feira (14) que a matéria deverá ter aprovação até quinta-feira (20). “Todos nós sabemos que o governo Ronaldo Caiado é um governo sério, selo máximo de transparência. Nós vamos fiscalizar com muito rigor. O que nós estamos aprovando na Assembleia é a agilidade para que as obras aconteçam e o benefício chegue para a população. Lembrando que a fiscalização será rígida. É inadmissível qualquer ato de ilegalidade”, disse.

“Em relação à segurança jurídica, com a aprovação da lei, nós a teremos”, afirmou.

Fórum empresarial defende modelo de parceria para obras

Política

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Matéria - Política

Fundeinfra

A direção da Agência Goiana de Infraestrutura e Obras (Goinfra) decidiu abrir chamamento público para seleção de <a href="https://opopular.com.br/politica/entidades-aguardam-normas-sobre-parceria-para-obras-do-fundeinfra-1.3167966" target="_blank">entidades privadas interessadas em parcerias</a> para execução de obras rodoviárias do Estado, com recursos da taxa do agro. A decisão ocorre após repercussão e questionamentos quanto ao modelo de terceirização adotado pelo governo goiano, que incluiu dispensa de seleção de entidade e processo simplificado para escolha de empresas de engenharia que vão executar as obras, como mostrou o Giro e reportagem do POPULAR na quarta-feira (12).

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O presidente da Goinfra, Pedro Sales, afirmou que abrirá o chamamento na próxima semana para “comprovar que não existem outras entidades que tenham manifestado interesse de participar”. “Por ser um modelo novo, que envolve muitos recursos e responsabilidades, há uma incerteza (das entidades) sobre questionamentos, possíveis ações por parte dos órgãos de controle, tudo isso. Mas a sociedade não tem conhecimento disso, não sabe dessas consultas que já realizamos. Então, para que haja melhor entendimento, vamos oficializar o chamamento. Se eventualmente aparecer (alguma entidade), o que seria para mim uma surpresa muito grande, será sensacional poder ter colaboração mais ampla”, afirmou.

A falta de interesse de outras entidades foi justificativa para que o governo enviasse à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), no último dia 6, projeto de lei que autoriza o Estado a formalizar parceria com o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), “independentemente de chamamento público”. A entidade seria selecionada por dispensa de seleção e passaria a ser responsável pela contratação de empreiteiras para a execução das obras.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/governo-preve-definic-o-a-jato-de-empresas-para-obras-1.3240589" target="_blank">Governo prevê definição a jato de empresas para obras</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/deputados-aprovam-parceria-para-obras-do-fundeinfra-1.3166873" target="_blank">Deputados aprovam parceria para obras do Fundeinfra</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/entidades-aguardam-normas-sobre-parceria-para-obras-do-fundeinfra-1.3167966" target="_blank">Entidades aguardam normas sobre parceria para obras do Fundeinfra</a></div>

Segundo Pedro Sales, mesmo com a decisão de abrir chamamento, o governo manterá o projeto do Ifag, que será selecionada por dispensa após aprovação da lei. “Não tem problema. Pode haver a dispensa e um chamamento. Se aparecerem outras interessadas, podemos dividir as obras.”

Nesta quinta-feira (13), em tramitação na Comissão Mista da Alego, houve pedido de vistas dos deputados Antonio Gomide (PT), Lincoln Tejota (UB) e Major Araújo (PL), o que transferiu a votação para a próxima semana.

O presidente da Goinfra diz ainda que não há acerto com o Ifag para que o instituto seja responsável por todas as 18 obras de construção de rodovias mostradas pelo POPULAR. Isso significa que não necessariamente haverá o repasse de R$ 1,5 bilhão dos valores estimados das obras para a entidade.

“Uma vez qualificado (após aprovação do projeto de lei), o Ifag vai estudar o interesse na realização das obras. Não há compromisso com toda a lista. Vai executar o que quiser. Podem ser todas, pode ser só uma. O que não for feito em parceria com a iniciativa privada, será normalmente pela Lei de Licitações”, afirma o presidente.

O POPULAR mostrou a estimativa do governo em <a href="https://opopular.com.br/politica/governo-preve-definic-o-a-jato-de-empresas-para-obras-1.3240589" target="_blank">selecionar as empresas de engenharia</a> em cerca de um mês, por processo simplificado que ficaria a cargo da entidade privada (no caso o Ifag). O prazo é bem inferior ao processo licitatório, que leva cerca de quatro meses, mas o governo alega que tem chegado a até dez, com prazos de recursos e impugnações.

A possibilidade de terceirização das obras rodoviárias foi permitida em lei proposta pelo governo em agosto do ano passado, em meio ao interesse do governador Ronaldo Caiado (UB) em entregar resultados na área de infraestrutura na reta final de sua gestão. Ele deve renunciar ao mandato em abril do ano que vem para disputar a Presidência da República e tem sido cobrado por avanços na área. A lei criou o “Programa de Parcerias Institucionais para o Progresso e o Desenvolvimento Econômico do Estado de Goiás”, estabelecendo “novos modelos de colaboração com entidades privadas”.

No final de 2022, Caiado havia criado a taxa do agro, com recursos destinados ao Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), mas, dois anos depois, há dificuldades em aplicar a verba e agilizar as obras. O fundo arrecadou R$ 2,288 bilhões desde janeiro de 2023, segundo dados da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra).

O governo admite que a celeridade dos processos é uma das justificativas para as parcerias com a iniciativa privada, mas argumenta que o modelo também cria mecanismos para cobrar maior qualificação e comprovação de capacidade técnica por parte das empresas.

Como mostrou O POPULAR, especialistas em direito constitucional e administrativo apontam, nos bastidores, possível “distorção” da lei nacional de parcerias com organizações da sociedade civil e riscos ao princípio da impessoalidade.

Nesta quinta-feira, Pedro Sales negou que o novo modelo tenha objetivo de evitar o processo de licitação. “Não se trata de drible. Eu estou utilizando outras leis que me autorizam a fazer procedimentos correlatos. Driblar seria forjar situações para não incorrer nos efeitos de uma única lei em vigor, mas existem outras possibilidades com respaldo legal”, alega.

<h2>Entidade</h2>

O Ifag foi constituído em janeiro de 2016, segundo informações da Receita Federal, com a participação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Senar Goiás) e Associação dos Produtores de Soja, Milho e Outros Grãos de Goiás (Aprosoja/GO). A entidade funciona no mesmo endereço da Faeg, presidida pelo ex-deputado federal e aliado político de Caiado José Mário Schreiner.

O presidente do Ifag é o ex-vice-prefeito de Alexânia (2016-20) e ex-auxiliar do governo estadual Armando Leite Rollemberg Neto. Ele foi superintendente de Desenvolvimento Agrário e Fundiário e chefe de Gabinete da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no primeiro ano do governo Caiado (2019).

<h3>Fiscalização</h3>

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) informou ao POPULAR que acompanha o novo modelo de terceirização de obras rodoviárias, que consta em Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) com a Goinfra para aplicação dos <a href="https://opopular.com.br/politica/deputados-aprovam-parceria-para-obras-do-fundeinfra-1.3166873" target="_blank">recursos do Fundeinfra</a>.

Já o Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que não há nenhum procedimento aberto para acompanhamento ou fiscalização do novo modelo para obras de infraestrutura.

Goinfra abre chamamento para obras da taxa do agro

Governo de Goiás

Giro278

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), muda o foco de sua gestão para manter os níveis de aprovação no último ano antes de passar a bola para o vice Daniel Viela (MDB).&nbsp;

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Acreditando ter um projeto consolidado em segurança, educação e saúde, ele agora quer acelerar entregas de infraestrutura. A mudança começou com a nomeação de Adib Elias, ex-prefeito de Catalão, como secretário de Infraestrutura.&nbsp;

O segundo passo é diminuir a burocracia para contratações de empresas para tocar as obras.&nbsp;

Este é o tema principal dessa edição do Giro 360, podcast do POPULAR em parceria com a CBN Goiânia, com o trio titular Caio Henrique Salgado, Júlio Lacerda e Rubens Salomão.&nbsp;

No segundo bloco, eles comentam o movimento do Palácio das Esmeraldas para atrair prefeitos do PL para a base do governador.&nbsp;

Para acompanhar, é só dar o play!&nbsp;

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