Forte potencial do biodiesel

O recente anúncio do aumento da mistura de biodiesel no diesel de 10% para 12% a partir de abril indica aumento na demanda, o que trará novas oportunidades para Goiás, que se tornou o segundo maior produtor nacional de biodiesel em 2022. O estado produz 1,1 bilhão de litros do biocombustível, o equivalente a 17,7% de todo volume produzido no País, mesmo utilizando apenas 50% de sua capacidade instalada ainda.

O aumento do porcentual da mistura de biodiesel no diesel foi aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no dia 17 de março. Haverá um aumento gradativo da mistura, que subirá inicialmente dois pontos porcentuais e a partir daí, um ponto porcentual por ano, até atingir os 15% em abril de 2026. 

Com isso, a estimativa do Ministério das Minas e Energia (MME) é que a produção nacional de biodiesel passe dos atuais 6,2 bilhões para mais de 10 bilhões de litros anuais até 2026. Além disso, está prevista a redução da importação de 1,3 bilhão de litros de óleo diesel em 2023 e de 4 bilhões de litros em 2025. 

Goiás conta, hoje, com nove unidades produtoras de biodiesel em produção, que somaram uma capacidade instalada 2,2 bilhões de litros em 2022, segundo dados da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). A produção goiana registrou um crescimento acumulado de 83% entre 2012 e 2022. 

Uma das indústrias é o Grupo Cereal, de Rio Verde, que tem capacidade para produzir 600 mil litros de biodiesel por dia e fabrica 150 milhões de litros anuais. O presidente da empresa, Adriano Barauna, conta que o grupo, no mercado há 42 anos, produz óleo e farelo de soja desde 2001. A fabricação de biodiesel começou em janeiro do ano passado, num processo de verticalização da produção. O óleo de soja, que inicialmente era vendido para refinarias de óleo de cozinha, hoje se transforma no biocombustível. “Observamos que há uma crescente demanda por biodiesel”, justifica. 

Um dos motivos é a crescente preocupação com a poluição ambiental na queima do combustível fóssil, que se reduz com a adição do combustível de fonte sustentável. Outra vantagem do biodiesel, segundo o presidente do Grupo Cereal, é a geração de empregos. Só na empresa, são mil colaboradores. Isso porque as principais matérias-primas utilizadas em Goiás são a soja e a gordura animal, adquiridas de um grande número de produtores, inclusive da agricultura familiar. 

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“A produção de biodiesel emprega muita gente do interior”, destaca Adriano. Outro benefício, segundo ele, é a grande produção de farelo de soja, muito utilizado na produção de ração animal. “Quanto mais farelo se produz, mais se reduz o custo da ração e, consequentemente, das carnes para a população em geral”, afirma o empresário. Além de vender o farelo para outras indústrias, o Cereal também produz ração. 

Ele conta que a indústria ainda não atingiu sua capacidade máxima de produção porque está ampliando o esmagamento de soja. Adriano estima que, este ano, a produção deve crescer cerca de 10% em relação a 2022. “Este é um mercado potencial e que o Brasil ainda deve explorar mais por vários fatores como os benefícios ao meio ambiente, questões sociais, como geração de renda, e a necessidade de redução na importação de diesel”.

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Produção de soja

O presidente do Grupo Cereal observa que para cada ponto porcentual de aumento na mistura, é previsto um incremento de 3 milhões de toneladas na demanda por soja, cuja produção está em cerca de 17 milhões de toneladas no Estado. “A oferta de matéria-prima não deve ser problema para a produção”, prevê Adriano.

A Caramuru Alimentos já é a sexta maior produtora de biodiesel do Brasil. A produção é feita em três unidades no País, duas delas em Goiás, nos municípios de São Simão e Ipameri, cada uma com capacidade instalada de 225 milhões de litros anuais, e a terceira em Sorriso (MT).

A coordenadora de Biodiesel da Caramuru, Janaina Oliveira Lemes, lembra que as duas plantas já eram esmagadoras de soja antes de produzirem biocombustível. “Já tínhamos um excedente produtivo e vendíamos o óleo bruto para outros fins. Com o biodiesel, aumentamos a agregação de valor no estado.”

Segundo ela, a produção veio crescendo nos últimos anos, com a indústria trabalhando próximo de sua capacidade produtiva total. Com a boa localização das duas unidades goianas, atualmente a indústria de São Simão atende tanto Goiás quanto a região Sudeste, enquanto a planta de Ipameri atende as regiões Sudeste e Nordeste e a microrregião.

A coordenadora da Caramuru informa que a empresa tem um plano de ampliação da capacidade de produção do óleo de soja em geral, também usado para a produção de biodiesel na unidade de Ipameri, mas ainda sem perspectiva de aumento na fabricação do biocombustível. Com isso, o número de empregos gerados na unidade deve subir de 219 para 251. Com o aumento da mistura do biodiesel no diesel e a recuperação do mercado de óleo diesel, após um desaquecimento provocado pela pandemia, Janaína acredita que o País caminhe para alcançar sua capacidade atual de produção, que hoje poderia atender uma mistura de 20%.

Outra grande indústria produtora de biodiesel em Goiás é a Granol, que conta com uma unidade produtora em Anápolis. O gerente administrativo da unidade, Osmar Albertini, lembra que a indústria iniciou a produção com uma capacidade de 300 mil litros por dia. Mas, neste momento opera, aproximadamente, com 1,050 milhão de litros diários. A indústria está em processo de licenciamento por parte na Agência Nacional de Petróleo (ANP) para operar com até 1,550 milhão de litros por dia de biodiesel.

“Em quinze anos, quintuplicamos nossa capacidade, mas em poucos momentos foi possível aproveitar todo potencial da nossa estrutura por conta de muitos percalços nestes anos. Com o vai e volta do porcentual de adicionamento, mudanças de regras, alterações de legislação”, lembra Osmar Albertini. Por conta destes percalços citados por ele, a produção goiana chegou a registrar quedas nos anos de 2013 e 2016.

Goiás se torna 2º produtor de biodiesel do País em 2022

Economia

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Matéria - Economia

Biocombustíveis

O comércio de Goiânia deve ter uma grande movimentação de compras nesta segunda e terça-feira, véspera de Natal. O movimento de clientes tem crescido gradativamente nos últimos dias e a expectativa é que muitos consumidores honrem a tradição de deixar as compras para a última hora. O problema é que essa correria de retardatários pode gerar filas e dificuldades para atendimento em algumas lojas, principalmente naquelas que não conseguiram preencher todas as vagas abertas para trabalho temporário.

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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Natal deste ano movimente R$ 69,75 bilhões em vendas, o que representa aumento real de 1,3% (já descontada a inflação) no faturamento do varejo. Mesmo assim, o setor ainda não vai conseguir igualar o patamar pré pandemia: em 2019, a movimentação foi de R$ 73,74 bilhões.

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Os super e hipermercados devem representar 45% (R$ 31,37 bilhões) da movimentação financeira. Na sequência, vêm lojas especializadas em itens de vestuário, calçados e acessórios, com 28,8% do total (R$ 20,07 bilhões), e estabelecimentos voltados para artigos de usos pessoal e doméstico, com 11,7% (R$ 8,16 bilhões).

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Estado (Sindilojas-GO), Cristiano Caixeta, a previsão é de um aquecimento maior da movimentação nos últimos dias que antecedem o Natal. “Por enquanto, ainda está um Natal morno, mais ou menos semelhante ao ano passado, até com uma média de 2% ainda abaixo de 2023. Mas já vem aquecendo gradativamente nos últimos dias” conta. Segundo ele, as lojas de shopping estão com um movimento melhor que as de rua e muita gente ainda está pesquisando preços.

Por isso, os lojistas ainda temem um congestionamento de clientes, com movimento muito forte na segunda e terça. Caixeta informa que tem lojas que estão convocando pessoal das áreas administrativas para as vendas, já prevendo uma grande movimentação nesta véspera.

“Muitas podem ter problemas com filas, o que compromete a qualidade do atendimento, principalmente porque os lojistas não conseguiram preencher nem 50% das vagas temporárias que foram ofertadas neste fim de ano. Acredito que na segunda e terça-feira teremos um pico muito forte de movimento e a culpa da dificuldade de atendimento não será dos lojistas”, prevê o presidente do Sindilojas-GO. Por isso, a dica para quem for às compras é ter paciência.

O movimento já está bem aquecido no Araguaia Shopping. O gerente comercial do centro de compras, Filipe Rocca, conta que somente no último sábado quase 140 mil pessoas passaram pelo complexo. De sexta até o Natal, a estimativa é receber cerca de 600 mil visitantes. Segundo ele, os bons resultados obtidos na Black Friday levaram o shopping a revisar os números e a estimativa é de um crescimento de 20% nas vendas em relação ao ano passado.

“O brasileiro sempre deixa para última hora, mas o pessoal está preparado para atender a demanda dos retardatários com muitos produtos, pois o estoque foi bem reforçado”, garante. O shopping está com um horário especial de atendimento, com abertura às 7 horas e fechamento às 21 horas hoje.

A expectativa da Associação Empresarial da Região da Rua 44 (AER44) é ultrapassar a expectativa inicial de 1,2 milhão de visitantes neste fim de ano, pois até na semana passada mais de 1 milhão de pessoas já haviam passado pela região. O presidente da AER44, Sérgio Naves, diz que este tem sido um fim de ano muito positivo para a região. “Já superamos a nossa estimativa do público visitante e devemos fechar o mês de dezembro com mais de 1,5 milhão de pessoas passando pela 44, entre público do varejo e atacarejo”, prevê.

Segundo ele, a expectativa é de também superar o volume de vendas para os dois últimos meses do ano, que deverá ficar acima dos 8% projetados inicialmente. “Certamente, chegaremos aos 10% de crescimento”, acredita Naves.

Intenção

A maioria das lojas de shopping estará aberta até às 23 horas hoje. Em Goiânia, um levantamento feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia) mostrou que 85% dos consumidores têm intenção de presentear, contra 70% do ano passado. De acordo com Felipe Teles, coordenador da CDL Goiânia, o levantamento mostrou que cada consumidor deve comprar, em média, dois itens e o tíquete médio deve ser de quase R$ 200 por presente. Isso deve resultar numa movimentação financeira de R$ 135 milhões. “Isso mostra que, mesmo com alguma dificuldade atual, o consumidor ainda mantém a intenção de presentear alguém”, destaca.

Mesmo os consumidores que evitam gastar por conta das altas de preços, aproveitam para fazer uso do crédito, cuja busca aumentou 8,5% em outubro. Segundo ele, no entanto, também é preciso lembrar das obrigações de início de ano. “Ao longo deste ano, houve um aumento da inadimplência e o quadro geral ainda é grave. Quatro em cada dez brasileiros estão inadimplentes”, diz.

Ainda sobre o movimento às vésperas da festa, o coordenador da CDL Goiânia dá a dimensão: mais de 700 mil pessoas de Goiânia ainda devem ir às compras neste Natal, fora uma parte da Região Metropolitana, que também vem para a capital, e ainda o turismo de compras, como na Região da 44. Ele informa que a CDL Goiânia fez uma parceria com Procon Goiás para orientar sobre direitos e deveres nas vendas deste fim de ano as informações estão disponíveis numa cartilha no site da CDL.

Mikaela Silva, gerente da Pandora Joalheria do Goiânia Shopping, conta que a rede tem metas diárias que estão sendo cumpridas dentro do planejado. Mesmo assim, ela ressalta que esperava um resultado melhor do que está tendo. “O fluxo ainda está abaixo do esperado, principalmente para a última sexta-feira e fim de semana. Estamos apostando nestes últimos quatro dias e, principalmente na segunda e terça, porque muita gente ainda não teve folga para ir às compras”, diz.

A presidente da Associação de Lojistas de Campinas, Margareth Sarmento, disse que a expectativa é de um crescimento de 5% nas vendas deste ano em relação ao Natal de 2023.

Compra de última hora desafia consumidor, mas deve dar fôlego a lojistas

Nesta terça-feira (26) duas apostas simples e um bolão foram premiados na Mega-Sena, somando juntos R$ 188 mil reais. Segundo a Caixa Econômica Federal, um ganhador é de Aparecida de Goiânia, um de Rio Verde e o bolão é de Goiânia. &nbsp;

Os números sorteados foram: 01 – 13 – 19 – 46 – 50 – 57&nbsp;&nbsp;

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Não houve ganhadores com 6 acertos, mas com 5 acertos tiveram 73 apostas ganhadoras, entre elas simples e bolões, e com 4 acertos tiveram 4.093 apostas ganhadoras.&nbsp;

A estimativa de prêmio para o próximo concurso, que será na quinta-feira (28), é de R$ 60 milhões.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/mega-sena-milionaria-e-lotofacil-apostas-de-goias-ganham-mais-de-r-360-mil-em-premios-veja-numeros-sorteados-1.3202822" target="_blank">Mega-Sena, +Milionária e Lotofácil: apostas de Goiás ganham mais de R$ 360 mil em prêmios; veja números sorteados</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/economia/mega-da-virada-pagara-r-600-milh-es-e-apostas-ja-podem-ser-feitas-1.3198216" target="_blank">Mega da Virada pagará R$ 600 milhões e apostas já podem ser feitas&nbsp;</a></div>

<h2>Como receber o prêmio&nbsp;</h2>

De acordo com a Caixa Econômica Federal, os prêmios acima de R$ 2 mil só podem ser recebidos em suas agências bancárias, com a apresentação de comprovante de identidade original com CPF e o recibo de aposta original e premiado.&nbsp;

Os valores iguais ou acima de R$ 10 mil serão pagos no prazo mínimo de dois dias úteis a partir da apresentação exclusiva em agência da Caixa. Já outros valores podem ser recebidos em qualquer lotérica credenciada ou nas agências da Caixa.&nbsp;&nbsp;

<h2>Como apostar&nbsp;</h2>

Para ser um milionário o apostador deverá acertar os 6 números sorteados, mas é possível ganhar prêmios caso acerte 4 ou 5 números dentre os 60 disponíveis no volante de apostas.&nbsp;

Os sorteios são feitos às terças, quintas e sábados, a partir das 20h, e as apostas custam a partir de R$ 5, a depender de quantos números foram apostados. Elas podem ser feitas até as 19h pelo horário de Brasília. &nbsp;

O apostador tem opções de apostar os mesmos números por até oito concursos, na modalidade Teimosinha, ou então deixar que a Caixa escolha os números por ele, na modalidade Surpresinha.&nbsp;

Mega-Sena: Apostas de Goiás acertam 5 números e vão receber quase R$ 190 mil; veja números sorteados

MEGA-SENA

Entenda a polêmica envolvendo o Carrefour após críticas à carne brasileira

A Embaixada do Brasil em Paris divulgou comunicado em que critica e lamenta a decisão do presidente mundial do Carrefour de suspender a compra de carnes originárias do Mercosul na França. A decisão de Alexandre Bompard é uma forma de protesto contra o acordo entre Mercosul e União Europeia em discussão há décadas.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

"O Brasil respeita, democraticamente, a oposição de qualquer setor ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Tal posição, no entanto, não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação sobre os produtores brasileiros", diz trecho do comunicado desta segunda-feira (25).

O texto afirma que o Brasil "se orgulha de ser, há décadas, um fornecedor seguro de proteína animal para o mercado europeu" e que governo brasileiro "tem o objetivo de combater a desinformação". Segundo a embaixada, é falsa a declaração de que haveria risco de inundação no mercado francês de produção de carne do Mercosul que não respeita suas exigências e normas.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/carrefour-ja-bloqueou-11-frigorificos-brasileiros-por-n-o-atenderem-a-politicas-da-rede-1.3203204" target="_blank">Carrefour já bloqueou 11 frigoríficos brasileiros por não atenderem a políticas da rede</a> 
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O comunicado ainda "esclarece que a cota de carne bovina destinada ao Mercosul corresponde a apenas 1,5% do consumo europeu" e afirma que o possível acordo entre os blocos não compromete os "altos padrões produtivos e sanitários" adotados.

A embaixada acrescenta que as declarações de Bompard "refletem uma opinião e temores infundados quanto à sustentabilidade e à qualidade dos produtos oferecidos pela pecuária brasileira". O governo diz que a medida também não corresponde com a prática do Carrefour no Brasil, que oferece esses mesmos produtos a seus mais de 2 milhões de consumidores brasileiros.

<div attr-cid="policy:1.3203561" attr-version="policy:1.3203561:1732641619" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3203561" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3203561', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3203561">Entenda a polêmica envolvendo o Carrefour após críticas à carne brasileira (1.3203561)</a></div>

O boicote francês aos produtos brasileiros já está se refletindo na atuação da rede no Brasil. Em resposta a decisão de Bompard, os principais frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carne ao Carrefour. Nesta segunda (25), consumidores em São Paulo já diziam sentir a falta de carnes nas prateleiras do supermercado.

Em entrevista à Folha, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que, além de os produtores paralisarem a venda de carne na rede nacional do grupo francês, produtores de frango também estão seguindo o mesmo caminho.

Fávaro disse que a decisão tem o apoio integral do ministério e da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que reúne 43 empresas do setor no país, responsáveis por 98% da carne negociada para mercados internacionais.

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Embaixada do Brasil na França critica Carrefour e fala em 'campanha de desinformação' sobre carne

Mercado internacional

Produção

Goiás se tornou uma referência nacional em cases de alta produtividade de trigo. Enquanto, atualmente, a média nacional é de 2.642 quilos colhidos por hectare, um produtor goiano foi recordista mundial na safra 2021 ao produzir 9.600 quilos por hectare de trigo irrigado. A expectativa é que o estado seja uma das fronteiras nacionais de expansão da cultura, pois o País ainda não é autossuficiente na produção e importa boa parte do trigo que consome.

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Os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná ainda respondem por mais de 80% da produção nacional, mas não têm tanto potencial de expansão como no Centro-Oeste e na Bahia, que também registram altos índices de produtividade. Além de muito produtivo, o trigo goiano também é conhecido pela alta qualidade da farinha que produz.

Dos cerca de 200 cooperados da Cooperativa Agrícola da Região do Distrito Federal e Entorno (Coopa-DF), 40 são produtores de trigo. Eles produzem dois tipos de trigo: o de sequeiro, com semeadura no início do ano, que depende muito de precipitações de chuva, e o irrigado, cuja semeadura é feita final de abril a maio e que tem alta tecnologia e uso intensivo de insumos e controle da água. “A alta luminosidade e a baixa umidade relativa do ar são fatores ambientais que contribuem para qualidade e sanidade da cultura”, ressalta Cláudio Malinski, consultor do departamento técnico da Coopa-DF.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/conheca-as-11-cidades-goianas-que-est-o-entre-as-100-mais-ricas-do-agronegocio-no-brasil-1.3188577" target="_blank">Conheça as 11 cidades goianas que estão entre as 100 mais ricas do agronegócio no Brasil</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/economia/caiado-cita-inovac-o-e-investimentos-e-compara-setor-com-o-vale-do-silicio-1.3195421" target="_blank">Caiado cita inovação e investimentos e compara setor com o Vale do Silício</a></div>

De acordo com ele, por conta de fatores como insumos adequados, conhecimentos de pesquisa, tecnologias de irrigação, bons tratos culturais e uso de produtos biológicos, a região conseguiu alta produtividade e produtos de excelente qualidade.&nbsp;

Malinski lembra que, sem chuvas durante maturação fisiológica, não ocorre ataque de fungos que criam micro toxinas, como ocorre no Rio Grande do Sul e Paraná, onde tende a ocorrer muita chuva na colheita. No Centro-Oeste, tanto no trigo de sequeiro, quanto no irrigado, a colheita ocorre num período seco, o que permite produto de excelente qualidade, pela genética e menor incidência de fungos.&nbsp;

A cooperativa tem um moinho com capacidade para 60 toneladas diárias, que atende os cooperados e que incentivou o cultivo na região. “Ela garante assistência técnica, os insumos e a compra do produto”, destaca o consultor. O moinho produz a farinha de trigo Buriti, muito vendida para panificadoras, confeitarias, empresas de massa de pastel e bolos em Brasília, Minas Gerais e Goiás.&nbsp;

Com o aumento da procura por farinha, pois o trigo importado é caro, a Coopa-DF tem projeto para triplicar a capacidade de moagem. A vantagem é incentivar produção na região, pois o custo do frete rodoviário para exportação ou importação é alto. “O ideal seria incentivar mais a produção para favorecer a indústria local, pois temos produto de qualidade. Mas o trigo irrigado compete com várias culturas que dão boa renda para o produtor”, diz.

 
Recorde

Na safra 2021-2022, o produtor Paulo Bonato, de Cristalina (GO), que faz parte da Coopa-DF, colheu 160 sacas de trigo por hectare com a cultivar BRS 264, o equivalente a mais de 9.600 quilos, quebrando o recorde mundial de produtividade média.&nbsp;

Bonato conta que sua família já era produtora de trigo no Rio Grande do Sul e, em 1994, começou a plantar trigo irrigado e de sequeiro em Goiás. Neste ano, o triticultor cultivou 200 hectares de trigo irrigado e 80 de sequeiro, o que varia de acordo com a rotação de cultura no ano.&nbsp;

“Eu prezo por uma produção equilibrada e sustentável”, garante Bonato, que produz grãos e sementes para a Coopa-DF. Ele conta que a produção é de trigo melhorado, apropriado para panificação e equiparado ao do Canadá e Argentina. “Esta é uma região exigente em qualidade de pão e nossa produção veio para atender esta demanda da panificação”, diz.

Bonato lembra que a Embrapa desenvolveu variedades adaptadas ao clima tropical, que produzem essa farinha de alta qualidade. Também por conta das boas condições de clima e solo, muitos produtores da região têm alta produtividade. Para o produtor, o segredo para este bom desempenho é ter uma área equilibrada, bem corrigida, com tratos culturais adequados, boa adubação e nutrientes e cuidados fitossanitários, importantes em qualquer cultura.&nbsp;

Neste ano, Bonato colheu 135 sacas por hectare, ou 8.100 quilos de trigo irrigado, ainda bem acima da média nacional. Já na safrinha, foram apenas 27 sacas por hectare de trigo sequeiro por causa da falta de chuva, mas com qualidade excelente. “A cultura gosta de noites frias para desenvolver. Nos anos de clima mais frio, você consegue produtividades maiores”, explica.&nbsp;

 
O PH do trigo, que determina o potencial de extração de farinha do grão, tem média de 78 e ele colheu até 84, o que significa mais extração de farinha.

O preço pago hoje está em torno de R$ 1.500 por tonelada, considerado um valor razoável. A definição de preços é feita junto com a diretoria da cooperativa, o que torna o sistema transparente e o produtor tem liberdade para buscar valores melhores no mercado.

O triticultor Ademir Cenci produz trigo há mais de 15 anos, em Cristalina, e também faz parte da Coopa-DF, onde entrega toda sua produção. Ele conta que tem produzido de 3% a 5% mais todos os anos. Nesta safra, foram 127 hectares de trigo irrigado e outros 240 de sequeiro.&nbsp;

Lembrando que o trigo sequeiro entra como opção de rotação de cultura na safrinha, enquanto o irrigado registra grande produtividade e investimento em tecnologia. “O de sequeiro depende muito do comportamento do clima porque é plantado na segunda safra, depois da colheita da soja, e sua janela de plantio é pior que a do milho, porque não pode pegar muita chuva em certo período de desenvolvimento”, destaca Cenci.

Ele também registra alto índice de produtividade no trigo irrigado: colhe 130 sacas por hectare, o equivalente a 7.800 quilos por hectare. Mas o triticultor lembra que a decisão de plantar é sempre baseada na rentabilidade da cultura e o trigo é exigente em irrigação, que tem um custo crescente de energia elétrica e pressiona o custo de produção. “Também é um produto que tem menos compradores que outras culturas”, ressalta.

Mas o avanço da pesquisa sobre a genética e o manejo da cultura tem elevado a produtividade e melhorado a rentabilidade. “As Embrapas Cerrados e Trigo têm ajudado desenvolvendo novas tecnologias para o cultivo no Centro-Oeste”, comemora.

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<div attr-cid="policy:1.3203041" attr-version="policy:1.3203041:1732536553" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3203041" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3203041', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3203041">Produção (1.3203041)</a></div>

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Expansão da produção passa pelo Brasil Central,&nbsp;e potencial de Goiás é promissor

O gerente técnico do Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, reforça que Goiás é destaque em produção de trigo no Centro-Oeste, apesar da produção nacional ainda ser dominada pelo Rio Grande do Sul e Paraná.&nbsp;

Outro destaque é o crescimento da Bahia, que também tem registrado altos índices de produtividade. A região leste do Entorno de Brasília é a maior produtora do estado, principalmente os municípios de Cristalina e São João D’Aliança.&nbsp;

Ele ressalta que o potencial de mercado é grande porque o Brasil ainda não é autossuficiente e importa muito trigo da Argentina. “Mas há um esforço da cadeia produtiva para elevar a produção e alcançar esta autossuficiência nos próximos anos”, diz Machado. Porém, isso ainda dependerá de uma expansão em novas fronteiras, como a Bahia e o próprio Centro-Oeste.

Machado lembra que o trigo sequeiro é uma opção de safrinha para quem não quer cultivar milho ou sorgo. Para ele, o momento é bom para a cultura porque o mercado está favorável por conta da alta cotação do dólar e a demanda mundial está aquecida, principalmente por conta da guerra da Rússia.

“O trigo do Cerrado tem elevada produtividade e qualidade. Mas, para se produzir mais, o cultivo precisa se tornar mais popular entre os produtores”, avalia.

Para o gerente do Ifag, também é preciso uma maior proximidade entre produtores e moinhos para estimular o crescimento de áreas produtivas, através de uma garantia de venda e preços e parceria no fornecimento de insumos, como sementes adaptadas ao Cerrado.&nbsp; 
Em Goiás, regiões trigueiras de Cristalina, Rio Verde e Jataí têm registrado maiores produtividades.

Tecnologia

Para Jorge Lemainski, chefe geral da Embrapa Trigo, três aspectos são fundamentais: tecnologia de manejo, clima e a própria planta. “É um sistema de produção. Como manejar isso para ter bons resultados. Tudo isso é ciência agropecuária, que desenvolveu a cultivar BRS 264 e até a época de semeadura no sistema irrigado”, diz.

Segundo ele, a Embrapa Trigo tem trabalhado em parceria com a Embrapa Cerrado para desenvolver os melhores fatores promotores da produção, que precisam ser dominados pelo produtor. “É a integração de assistência técnica com pesquisa para se colher bons resultados”, destaca.&lt;/CW&gt; 
Para isso, a instituição realiza expedições para plantio e avaliações de materiais. Para Lemainski, o Centro-Oeste tem um grande potencial.&nbsp; 
No próximo mês de dezembro, acontece o 2º Fórum do Trigo Tropical de Goiás, no auditório da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Vamos tratar da transferência de tecnologia e zoneamento agrícola climático, apresentando resultados das unidades demonstrativas que têm sido feitas em Goiás com cultivo de trigo de sequeiro”, avisa o pesquisador.

De acordo com Lemainski, existe a possibilidade do trigo expandir em segunda safra para otimizar o uso da terra. “Temos áreas muito promissoras, acima de 800 metros de altitude, onde se colhem os melhores resultados pelas temperaturas mais amenas. Goiás tem potencial muito grande da expansão da triticultura irrigada e de sequeiro”, avalia o chefe da Embrapa Trigo.

A meta é chegar a 20 milhões de toneladas em 2030, o que passa pela expansão da área cultivada no Brasil Central. “Temos uma agenda desenvolvida em sete estados, que cultivavam 222 mil hectares em 2020 e 431 no ano passado”, destaca Lemainski.&nbsp;

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Entraves

Mas Lemainski lembra que ainda é preciso avançar em alguns aspectos. “Na pesquisa, temos o desafio de enfrentar no Brasil Central a doença da brusone e a tolerância ao estresse hídrico e calor, o que já avança em algumas cultivares”, diz.&nbsp;

Ele ressalta que a indústria moageira tem capacidade para atender todo consumo goiano, o que agrega valor. Mas ainda é preciso ampliar a estrutura de armazenagem e melhorar a logística de transporte.

“O trigo colhido por muitos produtores locais está entre os melhores do mundo, com qualidade premium, o que abre expansão para outros mercados. Mas existem amarras de ordem legal, como guerras fiscais entre os estados. Precisamos de política de país para tornar o trigo um grande negócio”, alerta.&nbsp;

O consumo brasileiro está em 12,5 milhões de toneladas e, neste ano, o País produzirá entre 8 e 9 milhões toneladas. “Temos uma agenda apoiada pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) de transferência de tecnologia, organização da cadeia de suprimentos e governança, juntando todos atores, de produtores aos moinhos, passando pela assistência técnica, armazenagem, zoneamento agrícola de risco climático e seguro. A expansão da triticultura está no Brasil Central e Goiás é um dos principais estados”, diz Lemainski.

Para o pesquisador Júlio Albrecht, da Embrapa Cerrados (DF), o Cerrado do Brasil Central é muito promissor na triticultura, com potencial de mais de 1 milhão de hectares para o plantio do trigo irrigado e de 2 milhões a 2,5 milhões para o trigo de sequeiro.&nbsp;

Segundo ele, o ano foi favorável para o trigo irrigado, com temperaturas noturnas baixas e diurnas mais adequadas, que permitiram um bom desenvolvimento das plantas. “Produtividades acima de 120 sacas com a BRS 264 foram comuns”, destaca.

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