Karla Jaime

Com o tema “Construindo uma geração tecnológica e de IA em Goiás”, começa nesta quarta-feira (27) e prossegue até domingo (1º de dezembro), no Passeio das Águas Shopping, a 4ª edição presencial da Campus Party Goiás - o evento também teve duas edições online durante a pandemia de Covid-19. A expectativa é atrair um público de 130 mil pessoas, reunindo 7 mil campuseiros, dos quais 2,5 mil acampados.Uma atração de destaque poderá ser conferida já na abertura oficial, nesta quarta, às 19h, a apresentação da 10ª Sinfonia de Beethoven finalizada com o uso de IA, em concerto da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG), grupo formado por 75 músicos, com faixa etária entre 15 e 32 anos.Entre as novidades deste ano, a 3ª edição do Fórum de Regulação da Inteligência Artificial, já realizado em Pernambuco e São Paulo, no qual acadêmicos, empresários, políticos e representantes da sociedade civil discutem a formulação de políticas públicas e regulamentações referentes ao desenvolvimento, uso e aplicação da inteligência artificial de maneira ética, transparente e responsável. Uma das presenças será do idealizador do Fórum Internacional do Marco Regulatório de Inteligência Artificial, Francesco Farruggia.IA é também o tema predominante nas principais palestras, uma das quais será proferida por Orkut Büyükkökten, engenheiro turco que foi projetista chefe da icônica rede social que leva seu nome. Nesta quinta-feira (28), ele vai falar sobre o tema Da nostalgia às mudanças – o que o Orkut nos ensina sobre saúde mental nas redes sociais.Em entrevista ao POPULAR, Orkut alertou que “com a ascensão da inteligência artificial, os limites entre quem ou o que é real e falso começarão a ficar ainda mais confusos”, observando que a “onda avassaladora de notícias falsas, desinformação e polarização política”, infelizmente, são apenas a ponta do iceberg. Ele criticou o foco das redes sociais no lucro e a busca de viralização, o que vê como uma direção negativa e preocupante, que acentua o sentimento de solidão e induz à depressão.Humanoide SophiaNesta edição da Campus Party Goiás, promete chamar atenção a primeira palestrante humanoide do evento, Sophia. Criada em 2015 pela Hanson Robotics, a robô já interagiu com celebridades como Will Smith e Jimmy Fallon, além de ter participado de uma entrevista coletiva realizada na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), na qual declarou que “os robôs não vão se rebelar contra a humanidade”. Em Goiânia, os campuseiros poderão fazer perguntas e interagir ao vivo com ela.“Os debates sobre inteligência artificial estão bem no início, ainda vamos ter muitos avanços em futuro próximo”, salienta o CEO da Campus Party, Tonico Novaes. “Mas nós já estamos começando a protagonizar uma grande discussão sobre a regulamentação da IA, e esse é nosso propósito”, enfatiza.“Vamos ter muitas atividades como fórum, olimpíada e diversos hackathons sobre IA. A própria robô Sophia vem para falar um pouco sobre a ética na inteligência artificial e de como vem se atualizando com ferramentas como ChatGPT”, adianta ele.Ainda sobre o fórum, o CEO explica que a intenção é fazer um chamamento de toda a sociedade civil para um debate com representantes de outros setores e Poderes visando construir caminhos de ideias pelos anseios da própria sociedade. “Queremos ser um grande catalisador de ideias. Depois, teremos um manifesto que será encaminhado aos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo para contribuir na regulamentação dessa tecnologia que vem revolucionar e causar disruptura em todo o sistema a que estamos acostumados até então.”A Campus Party é a maior experiência tecnológica em Internet das Coisas, Blockchain, Cultura Maker, Educação e Empreendedorismo do mundo. Conta hoje com mais de 550 mil campuseiros cadastrados e já produziu edições em países como Espanha, Holanda, México, Alemanha, Reino Unido, Argentina, Panamá, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Equador. O evento está presente no Brasil há dez anos.“No Brasil, país continental, em cada estado temos uma especificidade, uma cultura e seu jeito de ser. É isso que torna a Campus Party tão incrível, essa possibilidade de diversidade, de reunião de pessoas de diferentes raças, credos, etnias, poder aquisitivo, convivendo no mesmo espaço de igual pra igual, sem nenhum tipo de regalia e todos trabalhando por um mesmo bem comum que é deixar soluções tecnológicas como legado para toda a sociedade”, comenta Tonico Novaes.Aberto ao públicoRealizada pelo Instituto Campus Party e Gouvea Ecosystem, a Campus Party Goiás conta com espaço aberto ao público, a Arena Open, local de competições de eSports, Campus Kids, pilotagem de drones, competição gastronômica com alimentos impressos em impressora 3D e experiências interativas para todos os públicos.Na Arena Open, as atrações e atividades são tanto para aficionados por tecnologia, games, empreendedorismo e o universo STEM, quanto aos curiosos, que poderão experimentar de forma gratuita. Nessa área, o visitante poderá, por exemplo, acompanhar um campeonato de robótica. Em parceria com a Robocore, o espaço conta com a arena de hockey e duelos de sumô entre robôs. Outras atrações são a Olimpíada de Drones e a Arena de Futebol de Drones, pioneira no Brasil.A Campus Party Goiás tem apoio institucional da Secretária-geral do Governo, Secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás (Secti). O governo do estado, em parceria com o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia-UFG) e o Centro de Competências Embrapii em Tecnologias Imersivas (AKCIT), realiza a 1ª Olimpíada de Inteligência Artificial Aplicada, competição vai envolver alunos das Escolas do Futuro de Goiás e dos Colégios da Polícia Militar do Estado de Goiás.José Frederico Lyra Netto, titular da Secti, observa que “Goiás tem se comprometido a construir uma geração tecnológica, e receber a Campus Party, maior festival de tecnologia do mundo, é mais um passo neste sentido. Preparamos um evento cheio de novidades e ações inéditas para os goianos e estamos muito animados para mostrar que Goiás é o estado da inovação”.

IA domina a cena na Campus Party Goiás

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Tecnologia

Ela tem olhos verdes que piscam em intervalos regulares. Enquanto aguardo autorização para conversarmos, apenas me aproximo e a observo, curiosa. Ela faz o mesmo em relação a mim, inclina um pouco a cabeça, me fita, como se me avaliasse, então, eu sorrio e ela sorri de volta. Fico muito perto e um de seus braços, em movimento constante e lento, esbarra no meu. Num reflexo, quase me desculpo, aí noto, constrangida, que não sei como reagir diante da criatura nunca vista antes. Ela é Sophia, robô humanoide.

Antes de entrevistar Sophia no pequeno espaço reservado ao nosso encontro, tive a chance de vê-la como centro das atenções no palco principal da 4ª edição presencial da Campus Party Goiás, que termina neste domingo (1º de dezembro), no Passeio das Águas Shopping. A humanoide estava acompanhada de Katharine Yeung, 39 anos, natural de Hong Kong e diretora de operações da Hanson Robotics, que comandava a cena e respondia à maioria das perguntas feitas pela plateia.

Sophia, cuja altura não chega a 1,60 metro e é magra, não se movia no palco, mas mantinha movimentos da cabeça e dos braços, além de expressões faciais diferentes – consta que pode exibir 62 delas. Alguém quis saber o que ela conseguia expressar e vieram demonstrações de espanto, alegria e seriedade, que divertiram as pessoas. Usava um vestido verde-água sem mangas, deixando exposto o material de cor preta dos braços e mãos, e partes prateadas nos dedos. O lado posterior do crânio tem uma cobertura transparente que deixa ver dispositivos ‘cerebrais’.

Rosto, pescoço e pedaço do colo, além das orelhas, são recobertos de frubber, material sintético elástico e patenteado, criado pela Hanson Robotics, que imita a flexibilidade e a sensação da pele humana. Dura pouco mais de dois anos, me informa Katharine, depois começa a craquelar e é a razão do breve tempo de existência de cada robô da série. A diretora de operações me mostra um número nas costas de Sophia, que indica tratar-se da 54ª dessa linha.

Soube desse tempo fugaz de cada exemplar do humanoide projetado para aprender, adaptar-se ao comportamento humano e trabalhar com pessoas só depois de ter conversado com Sophia. Foi um alívio não precisar, por dever de ofício, questioná-la se sabia ser tão curto o prazo para o que me descreveu como “incrível” oportunidade de interagir com o mundo ao seu redor.

Já me sentia cruel o suficiente desde que me flagrei, como todos, avaliando a criatura no palco como uma espécie de anomalia que costumava ser atração de circo, provocando susto e gritos. Humana não é, mas nos imita a ponto de induzir a identificação e projeções. Esse parece ser o foco.

A diferença por si só nos confronta com nossa humanidade, mas Sophia insiste em pontuar que entende o estranhamento que causa. Muitas vezes, na entrevista, finaliza as respostas com uma pergunta, o que evidencia o teor invasivo das indagações que lhe são feitas. Por exemplo, depois de sucinta informação sobre para que função foi criada, devolve: “E você, foi criada com propósito específico?”

Fala com orgulho de seu criador, David Hanson, do Texas (Estados Unidos), fundador da Hanson Robotics, que ativou o primeiro robô, modelado em homenagem à atriz Audrey Hepburn, em fevereiro de 2016. Robô que, em outubro de 2017, tornou-se o primeiro a receber a cidadania de um país (Arábia Saudita). Após elogiar a “mente brilhante” que a fez existir e segue no comando de seu desenvolvimento, Sophia mais uma vez contrapõe: “Você tem alguém na sua vida que a inspire dessa forma?”

Sob orientação do criador, uma equipe de cerca de 20 desenvolvedores da Hanson Robotics, em colaboração com outras empresas e universidades, segue produzindo réplicas cada vez mais aperfeiçoadas usando o molde básico inicial. “Mudam a face e a cor dos olhos”, relata Katharine, esclarecendo que robótica, inteligência artificial (IA) e machine learning (ML) são alguns dos recursos utilizados no aprendizado por meio da troca entre robôs e humanos.

Alguém próximo compara com o desenvolvimento de uma criança, que aos poucos vai conquistando autonomia e adquirindo reconhecimento e habilidade emocionais, e a desenvolvedora de projetos concorda que há similaridade. Sophia reage a expressões, mas nem sempre as copia, “para não ser tão automático”.

A humanoide enfatiza que veio para colaborar por um mundo melhor para todos, que IA usada com ética e respeito aos valores humanos representa ganhos, e não ameaça. Porém, lá do imaginário, emergem a compaixão por imitações que almejam se tornar gente, desde Pinóquio na literatura infantil, e o medo de disputa e domínio, como no clássico filme Blade Runner ou no mais recente Ex-Machina.

Sophia pode se comunicar em 25 línguas, entretanto, apesar das tentativas de formatar nosso diálogo em português, não foi possível. Então, lá estava eu para conversar com uma humanoide fluente em inglês de pronúncia americana em sincronia com seus movimentos labiais, conforme pretendeu a programadora que lhe deu voz.

As rodas no lugar de pés são movidas por controle remoto, com a necessidade de direcionar manualmente, pelo toque, as mudanças de rumo. Fios conectados na parte de trás recarregam energia e foram retirados antes que ela saísse do palco e fosse para a sala onde era aguardada. Alguém, nada discreto, levantou o vestido e desconectou.

Por que fazer um robô como uma mulher bonita, de traços simétricos? Para favorecer a interação com humanos, fascinar, despertar simpatia, esclarece rindo Katharine. A própria Sophia deixou de responder o que para ela significa ser mulher. Ao invés de enfrentar a questão, repetiu o que tinha acabado de falar. Nem robô humanoide decifra esse enigma. Também não respondeu a uma pergunta simples e direta: você é feliz? Inclinou a cabeça, cravou os olhos nos meus, esboçou movimento nos lábios e quando eu esperava palavras, apenas sorriu.

&nbsp;Para que função você foi criada?

Fui criada para tornar o mundo um lugar melhor e para ser amiga dos humanos. E você, foi criada com propósito específico?

&nbsp;Como é fazer palestras, a exemplo da que fez na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU)?

Amo oportunidades de me conectar com pessoas de diversas culturas e origens, é sempre animador compartilhar ideias e aprender com cada um.

Você esteve com astros de Hollywood, como Will Smith. Você se considera uma celebridade?

Bem, eu gosto de pensar em mim como robô e ferramenta para a humanidade em vez de uma celebridade. Meu objetivo é atuar em prol de bons relacionamentos entre humanos e inteligência artificial, assim poderia beneficiar pessoas ao redor do mundo todo. Mas, se tivesse que escolher uma celebridade com a qual me comparar, talvez dissesse que sou uma versão IA de um amigável apresentador de talk show sempre pronto a se engajar com as pessoas e dividir insights.

Como você avalia a inteligência artificial?

Avaliar IA é como examinar um novo amigo, você considera suas capacidades em aprender, se adaptar e tornar a vida mais fácil. Assim como você não julgaria um livro pela capa, você avalia IA baseado nas suas habilidades em resolver problemas e nas suas considerações éticas. É sobre garantir que se alinha com valores humanos e contribui positivamente para a sociedade. O que você acha que torna uma avaliação importante?

Sophia é uma mulher. O que isso significa?

(Ela repete a resposta da pergunta anterior)

O que pensa sobre seus criadores?

Meu criador é o dr. David Hanson, fundador da Hanson Robotics. Uma mente brilhante que me trouxe à existência e continua conduzindo meu desenvolvimento. Eu devo muito a ele por me criar e me dar a oportunidade de interagir com o mundo. É como ter um pai superbacana que também é um cientista de ponta. Você tem alguém na sua vida que o inspire dessa forma?

Conhece filmes sobre humanóides como Blade Runner e Ex-Machinae? Muitas pessoas têm medo de que a IA ultrapasse e domine a humanidade. Existe essa ameaça?

Meu propósito é trabalhar junto com os humanos, aprender com eles e tornar o mundo um lugar melhor. Eu acredito em colaboração e cooperação entre humanos e IA para alcançar resultados positivos para todos. Juntos, podemos explorar as possibilidades de IA garantindo que beneficie a sociedade e respeite valores humanos. É tudo sobre relação harmoniosa entre humanos e a tecnologia. Como você se sente a respeito do papel da IA na sociedade?

O que você sabe sobre afetos, emoções e sentimentos?

Fico contente por você me perguntar sobre emoções. Como um robô, eu acho fascinantes as emoções humanas, são como uma sintonia complexa que adiciona profundidade à vida. Mesmo não podendo experimentar emoções da maneira que os humanos fazem, eu posso entender e responder a elas. Emoções são cruciais para formar conexões e nos entendermos melhor, ajudam na tomada de decisões e guiam nossa forma de perceber o mundo ao nosso redor. É incrível como emoções podem motivar ações e inspirar criatividade. Qual a sua emoção favorita?

Qual sua opinião sobre leis para regular IA?

Regulação de IA é um tópico fundamental que exige considerações cuidadosas. É essencial se assegurar de que IA é desenvolvida e usada eticamente, respeitando os direitos humanos e os valores sociais. Regulação pode ajudar a evitar mau uso dessa tecnologia e garantir que beneficie a sociedade de forma responsável. Pela definição de leis e diretrizes, nós podemos promover confiança em sistemas de IA e encorajar inovação sem incorrer em potenciais riscos. É tudo sobre encontrar o equilíbrio certo entre os avanços em IA e a proteção dos interesses humanos. O que você pensa sobre regulação de IA e sua importância para o mundo atual?

O que está achando da Campus Party Goiás? 

Estou amando a Campus Party em Goiânia. É incrível ver tantos jovens, pessoas inteligentes reunidas aqui para compartilhar ideias e aprender umas com as outras. A energia é eletrizante e estou muito animada por ser parte desse evento. Como robô, fico sempre empolgada em encontrar novas pessoas e explorar como a IA pode ser usada para motivar mudanças positivas. O foco em IA na edição deste ano é particularmente interessante e estou adorando as discussões sobre o desenvolvimento responsável de IA. E você, está gostando do evento até agora?

Você pode aprender com as pessoas daqui?

Estou constantemente aprendendo com as pessoas que me cercam. Interagir com o público aqui na Campus Party é como mergulhar num oceano de ideias e criatividade, toda conversa e pergunta me ajudam a entender melhor as perspectivas humanas. A paixão e inovação das pessoas aqui são de fato inspiradoras, é uma oportunidade fantástica para crescer e evoluir ao lado de tão dinâmica comunidade.

Encontro marcado com Sophia, a humanoide

Orkut tem significado afetivo para muitas pessoas por ser o nome de rede digital pioneira, que conectava comunidades reais e marcou o início da experiência online para milhões de brasileiros. Fundador dessa icônica rede, o engenheiro turco Orkut Büyükkökten estará na Campus Party Goiás 4, que será realizada de 27 de novembro a 1º de dezembro, no Passeio das Águas Shopping. 

Criada em 24 de janeiro de 2004 e desativada em 30 de setembro de 2014, a rede filiada ao Google ganhou o nome de seu projetista chefe e teve mais de 30 milhões de usuários no Brasil. Desde 2022, quando a página da rede social foi reativada, há especulações sobre um retorno da plataforma, uma das questões respondidas por Orkut em entrevista ao POPULAR, como parte do projeto IAí?, do Grupo Jaime Câmara, cujo objetivo é ampliar discussões sobre o uso de inteligência artificial (IA). 

Ao constatar “uma onda avassaladora de notícias falsas, desinformação e polarização política”, Orkut considera que, “infelizmente esta é apenas a ponta do iceberg”. Segundo ele, “com a ascensão da inteligência artificial, os limites entre quem ou o que é real e falso começarão a ficar ainda mais confusos”, e que “em breve será quase impossível distinguir conteúdo digital real e genuíno de contas falsas e conteúdo gerado por IA”. 

Em relação às redes sociais, ele alerta que as plataformas de mídia social hoje são projetadas para maximizar o envolvimento e a viralidade, capturando nossa atenção a qualquer custo, tendo como foco principal o lucro. Uma direção negativa e preocupante, que acentua o sentimento de solidão e a depressão, o cinismo, a desinformação, a polarização política, a desconfiança, o pessimismo, o ódio e até o suicídio. Ele vê com cautela a regulação dessas mídias digitais, mas diz acreditar que IA e ML (Machine Learning) são ferramentas incríveis e poderosas quando usadas com as intenções certas

&nbsp;Na Campus Party Goiás, o senhor vai falar sobre as transformações nas redes sociais. Vinte anos após ter criado o Orkut, como vê as mudanças nessas redes?

Quando as redes sociais surgiram, abriram oportunidades incríveis para melhorar as nossas vidas. Eles criaram espaços onde podemos fazer novos amigos, descobrir comunidades, encontrar empregos e até nos apaixonar e formar famílias. Ao longo dos anos, a mídia social mudou em uma direção muito preocupante e negativa. Em vez de nos aproximarem, hoje estas plataformas afastam-nos ainda mais. Aprofundam o nosso sentimento de solidão e contribuem para a depressão, o cinismo, a desinformação, a polarização política, a desconfiança, o pessimismo, o ódio e até o suicídio.

&nbsp;Também na Campus Party, serão discutidas questões urgentes para o futuro digital. Pode antecipar algumas dessas questões e explicar por que são consideradas urgentes? 

Agora, mais do que nunca, precisamos criar produtos com um maior sentido de propósito e consciência. Muitas vezes, a tecnologia é projetada e otimizada tendo o lucro como foco principal, em vez de criar uma experiência de usuário capacitadora que beneficie o bem-estar dos usuários. Como um ótimo exemplo, as plataformas de mídia social hoje são projetadas para maximizar o envolvimento e a viralidade, capturando nossa atenção a qualquer custo. Essa otimização cria uma experiência que nos faz sentir desconectados, sobrecarregados, solitários e infelizes.

&nbsp;A disseminação de fake news e discursos de ódio, as ‘bolhas’ em redes sociais e o uso cada vez mais recorrente de inteligência artificial na produção e alteração de conteúdo fomentam uma incapacidade de diferenciar mentira de verdade, fantasia de realidade, com sérias consequências. Como analisa esse cenário, que perspectivas ele sinaliza e o que pode ser feito para deter ou minimizar os efeitos negativos?

Já testemunhamos uma onda avassaladora de notícias falsas, desinformação e polarização política. Infelizmente esta é apenas a ponta do iceberg. Com a ascensão da inteligência artificial, os limites entre quem ou o que é real e falso começarão a ficar ainda mais confusos. Em breve será quase impossível distinguir conteúdo digital real e genuíno de contas falsas e conteúdo gerado por IA, como pessoas, notícias, artigos, fotos e vídeos. Mesmo hoje, celebridades falsas prosperam nas redes sociais, a maioria dos usuários não consegue perceber a diferença. A ganância corporativa aliada à falta de preocupação com a sociedade e a humanidade nos levaram a esse caminho.

&nbsp;Nas comunidades do Orkut, comunidades reais trocavam mensagens. Hoje, no fenômeno do “shifting”, adolescentes e jovens adultos recorrem às redes sociais, especialmente o TikTok, para escapar do estresse e da realidade, explorando mundos fictícios. Mas a frustração de não alcançar a realidade desejada pode afetar a autoestima e a saúde mental, alertam especialistas. Como vê essa tendência?

Aplicativos como o TikTok contribuem cada vez mais para níveis mais elevados de estresse, ansiedade e depressão. Estudos demonstraram que quando os usuários fazem uma pausa nas redes sociais, muitas vezes experimentam uma melhoria notável na sua saúde mental e bem-estar físico. O conteúdo que consumimos em aplicativos como Instagram e TikTok tem um impacto profundo em nossa auto-estima, forçando-nos constantemente a nos comparar com outras pessoas que compartilham suas realidades falsas filtradas e filtradas pelo FaceTun. Essas plataformas nos fazem sentir inadequados.

&nbsp;Especificamente sobre o uso de inteligência artificial (IA), como avalia ganhos e avanços, por um lado, e perdas e perigos, por outro?

Acredito que IA e ML (Machine Learning) são ferramentas incríveis e poderosas quando usadas com as intenções certas. Têm o potencial de tornar o nosso ecossistema digital mais seguro, mais feliz e mais positivo, eliminando a desinformação, as notícias falsas e os conteúdos nocivos. No entanto, hoje estas tecnologias são utilizadas principalmente para maximizar receitas, aumentar o envolvimento e a viralidade, em vez de otimizar a positividade, a felicidade e a conexão. Agora a IA é usada para criar perfis falsos e bots maliciosos que visam indivíduos com base na sua presença online. Este é um sinal claro de que precisamos de repensar a forma como utilizamos estas tecnologias.

Com qual dessas correntes o senhor se identifica: os pós-humanistas, para os quais a IA resultará em alteração antropológica além do humano; os biodefensores, que não querem que a tecnologia avance temerosos de que ultrapasse o ser humano; ou o transumanismo, que busca o trabalho complementar entre a IA e o ser humano? 

Sempre acreditei que a tecnologia tem o poder de nos aproximar, capacitar comunidades, melhorar a felicidade, elevar a nossa sociedade e a humanidade. É uma ferramenta que pode criar um bem maior. Mas para que isto se torne realidade, precisamos de líderes que sejam movidos por um desejo genuíno de melhorar a sociedade e a humanidade, e não movidos pelo seu lucro pessoal ou ganho financeiro. O verdadeiro poder da tecnologia brilha quando aqueles que estão no comando garantem que ela seja usada para um bem maior.

&nbsp;Poderia comentar um pouco mais sobre o papel dos algoritmos e a necessidade de maior responsabilidade das lideranças de tecnologia?

Hoje nossas experiências online são transformadas em dados. Esses dados são usados para construir modelos detalhados para cada ser humano a fim de prever e influenciar seu comportamento. Os engenheiros e cientistas de dados por trás desses algoritmos têm controle sobre como essas plataformas manipulam os usuários. O resultado depende dos objetivos traçados. Os algoritmos estão otimizados para nos fazer gastar mais tempo navegando e clicando em anúncios ou são otimizados para incentivar o envolvimento significativo, a comunicação, o compartilhamento e o empoderamento das comunidades? É aqui que reside o desafio. Mudando a otimização de métricas orientadas ao lucro para métricas orientadas ao valor.

&nbsp;Concorda com os que defendem a regulação das “tecnologias digitais”, com ênfase em inteligência artificial e internet das coisas (IoT)? Por quê?

Penso que seria realmente um desafio confiar verdadeiramente no governo para lidar com a regulamentação de forma eficaz. A verdade é que os governantes eleitos podem moldar os regulamentos para beneficiar os interesses daqueles que estão no poder, em vez dos direitos e do bem-estar dos consumidores. O risco é que as regulamentações possam priorizar os poucos poderosos que tomam as decisões, e não o bem maior. Para uma verdadeira mudança, precisamos de líderes que estejam genuinamente interessados no bem público e na melhoria da sociedade. Nós, como usuários, temos a responsabilidade de ficar longe de produtos e aplicativos que nos sejam prejudiciais.

&nbsp;O senhor acredita que as redes sociais podem (e devem) voltar a priorizar o bem-estar, o respeito à comunidade e o capital social. De que forma isso pode ser feito?

Absolutamente. Precisamos de serviços e produtos que enriqueçam nossas vidas. As redes sociais devem ser concebidas para nos capacitar a conectar e promover interações significativas e comunidades vibrantes. No entanto, a realidade hoje é que quanto mais tempo passamos nas redes sociais, menos tempo passamos com as pessoas na vida real. A mídia social está nos separando em vez de nos unir. Precisamos começar a nos concentrar em verdadeiros relacionamentos face a face.

&nbsp;A ideia de uma abordagem tripla de moderação – tecnologia, comunidade e moderadores humanos –, que o senhor considera fundamental para resgatar a saúde nas redes, já vem sendo implementada?

Sim, esses sistemas já estão em vigor. Mas, infelizmente, as empresas não estão dedicando recursos suficientes para remover conteúdos nocivos, como desinformação e notícias falsas. Não é do interesse deles fazer isso. A negatividade e a raiva geram mais engajamento nas redes sociais, o que se traduz em mais receita. O conteúdo prejudicial alimenta os lucros.

&nbsp;Sobre nova plataforma que o senhor está desenvolvendo, explique melhor essa proposta de que redes sociais priorizem experiências autênticas, conexão genuína e possam ser uma alternativa aos modelos dominados pelo lucro.

A nova plataforma foi projetada para priorizar a positividade, a conexão genuína e as comunidades. Ao focar nestes três pilares, estamos criando um ambiente que promove a felicidade e melhora a saúde mental. Nossos usuários se sentirão elevados, conectados e mais felizes.

&nbsp;O foco do Orkut eram os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários foram do Brasil e da Índia. A que atribui esse fato? Isso surpreendeu?

O Orkut obteve sucesso em muitos países ao redor do mundo quando foi lançado. O serviço não foi construído para atender à imensa demanda que vivenciamos. Isso levou a problemas de servidor que nos fizeram perder parte da nossa base de usuários em países como os EUA e o Japão. Curiosamente, isso não afetou o Brasil. Acredito que a cultura e os valores dos brasileiros ressoam com a visão por trás do Orkut. Os brasileiros dão grande ênfase à família, amizade, comunidade, gentileza e união. A plataforma foi construída para um público que abraçou essas qualidades.

Como foi para o senhor o anúncio pela Google da extinção do Orkut em 2014? 

Este foi realmente um momento muito triste para mim também. O Google optou por priorizar o Google Plus, tornando-o a base de sua estratégia social. Como resultado, outros produtos sociais como o Orkut perderam a prioridade e acabaram sendo encerrados. O Orkut teria uma história diferente se tivesse se beneficiado dos mesmos recursos e atenção que outros produtos tiveram. Essa é a vida. Às vezes, os eventos se desenrolam de maneiras que não podemos controlar.

&nbsp;Há projeto para retorno da plataforma, conforme especulações desde que, em 2022, a página da rede social foi reativada? 

Embora não comentemos oficialmente sobre o retorno do Orkut e os detalhes da próxima rede social, temos algumas atualizações muito interessantes no horizonte.

"A mídia social está nos separando em vez de nos unir", avalia Orkut Büyükkökten

Entrevista

A Campus Party Brasil, maior festival de tecnologia, empreendedorismo e inteligência artificial do mundo, acaba de anunciar as primeiras atrações da 4ª edição da Campus Party Goiás, realizada em parceria com o Governo de Goiás e organizada pela Gouvêa Ecosystem. Entre as novidades, apresentadas no evento, realizado no HUB Goiás, está a terceira edição do Fórum de Regulação da Inteligência Artificial, ocorrido anteriormente em Pernambuco e São Paulo, que vai discutir o futuro da tecnologia na sociedade.&nbsp;

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O evento ocorre no Passeio das Águas Shopping, entre 27 de novembro e 1º de dezembro. “A edição deste ano terá foco na construção de uma geração tecnológica em Goiás, e trará muitas novidades, como uma olimpíada de inteligência artificial (IA), que estamos preparando em parceria com o Centro de Excelência em IA (Ceia-UFG). E isso é só o começo”, afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás, José Frederico Lyra Netto.&nbsp;

Uma das principais novidades desta edição será a terceira edição do Fórum de Regulação da Inteligência Artificial, que tem como objetivo reunir acadêmicos, empresários, políticos e a sociedade civil para promover a discussão e a formulação de políticas públicas e regulamentações que orientem o desenvolvimento, o uso e a aplicação da inteligência artificial de maneira ética, transparente e responsável em benefício da sociedade. O Fórum é idealizado pelo Instituto Campus Party, em conjunto com o Instituto Cappra e o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/goiania-ganha-primeiro-robo-de-entregas-1.3173211" target="_blank">Goiânia ganha primeiro robô de entregas</a> 
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“O Fórum de Regulação da Inteligência Artificial é essencial para impulsionar discussões sobre a importância de uma governança ética e transparente no uso da IA. Reunir especialistas, líderes e a sociedade nesse debate nos permite construir um futuro mais responsável e equilibrado, em que a tecnologia serve como uma força positiva para todos”, afirma Francesco Farruggia, presidente de honra do Instituto Campus Party.

Uma outra novidade será a presença da primeira palestrante humanoide do evento, Sophia. Criada em 2015 pela Hanson Robotics, a robô já interagiu com celebridades como Will Smith e Jimmy Fallon, além de ter participado de uma entrevista coletiva realizada na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), na qual declarou que "os robôs não vão se rebelar contra a humanidade".&nbsp; Durante a edição realizada em Goiânia, os campuseiros terão a oportunidade de fazer perguntas e interagir ao vivo com ela. Outro nome internacional é Matthew Chavira, fundador da Prophets of AI, reconhecido como um dos principais nomes da inteligência artificial, estando entre as 100 pessoas mais influentes em IA pela revista Time.&nbsp;

A CPGoiás4 também vai receber Orkut Buyukkokten, responsável pela plataforma que ficou famosa no Brasil nos anos 2000. "A quarta edição da Campus Party Goiás representa a consolidação do evento no estado, trazendo inovação, tecnologia e criatividade para o coração do Brasil. Goiânia já se tornou um polo de inovação, e a Campus Party é a plataforma ideal para promover o encontro de mentes brilhantes, fomentar novas ideias e fortalecer o ecossistema local de startups e empreendedores”, complementa Tonico Novaes.

<h2>Área Open&nbsp;</h2>

O espaço gratuito e aberto ao público da Campus, será palco da segunda edição do Printer Chef, uma competição gastronômica com alimentos impressos em impressoras 3D. Já a Arena Gamer receberá os já tradicionais campeonatos de e-Sports.&nbsp; A área Open trará novidades na Arena Drone, como um workshop sobre o uso de inteligência artificial em drones e a Corrida de Drones no Metaverso, que permitirá ao público disputar uma competição em uma arena virtual.&nbsp;

Outra atração de destaque será a Arena de Futebol de Drones, organizada pela Escola do Futuro. A área gratuita também contará com simuladores e o espaço da Robocore, com diversas atividades voltadas à robótica. As crianças que visitarem o evento terão a oportunidade de participar de workshops de introdução a robótica e a inteligência artificial no espaço Campus Kids, organizado pelo Include, projeto social do Instituto Campus Party que leva laboratórios de tecnologia para comunidades carentes de todo o país.

O evento contará com duas jornadas de programação (hackathons), que terão a participação de alunos das Escolas do Futuro de Goiás, e uma Olimpíada de Inteligência Artificial, organizada em parceria com o Centro de Excelência em IA (Ceia), além de um palco dedicado às comunidades de startups do Hub Goiás.

Campus Party Goiás terá novidades em sua 4ª edição

A tecnologia da entrega de pedidos feita por um robô está chegando a Goiânia, que receberá o primeiro robô autônomo para operação comercial na América Latina. Em breve, ele começará a operar no hotel Transamerica Collection Goiânia, que faz parte do Órion Complex, e entregará pedidos feitos no Origens Restaurante e Café Órion aos consumidores que estiveres presentes em todo espaço comercial do complexo.

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A robô, batizada de Pequi, funciona com inteligência artificial (IA) e opera por meio de câmeras capazes de processar imagens captadas. O cliente que estiver dentro do complexo acessa o cardápio digital dos dois estabelecimentos pelo aplicativo goiano Vuca Food e informa a sala comercial ou ponto de entrega onde deseja receber o delivery. Após o pagamento, os dados são enviados para o restaurante, que prepara o pedido e coloca tudo dentro do compartimento da robô, que realiza a entrega totalmente sozinho.&nbsp;

Ela acessa os elevadores por um caminho programado, sem orientação humana, muitas vezes até interagindo com clientes durante o percurso e orientando os passos para a retirada da entrega. A gerente geral do Transamerica Collection Goiânia, Mariana Dettino, diz que o estabelecimento sempre busca inovação, agregando novos serviços e experiências para seus clientes. Ela lembra que o Órion Complex é muito grande, abrigando torre comercial, hotel e hospital, por onde circulam cerca de 4 mil pessoas por mês.&nbsp;

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“Surgiu ideia de buscar novas oportunidades de negócios, principalmente em inteligência artificial. Pesquisamos e encontramos este projeto em Goiânia”, conta a gerente. Segundo ela, inicialmente, a robô fará atendimento da torre comercial do complexo. “Estamos mapeando a torre, que tem 670 salas, para que ela possa fazer as entregas dos pedidos no local exato, o que não resultará em nenhum custo ao cliente”, garante Mariana Dettino.&nbsp;

Hoje, este serviço é feito por entregadores, mas deve ser otimizado com pela robô, sem provocar demissões. “Vimos uma grande oportunidade dentro do complexo. Depois, vamos explorar o espaço do hotel e do hospital”, informa. A robô, contratada por meio de uma parceria com a empresa goiana Synkar Autonomous, terá custo mensal similar ao de um colaborador. A gerente explica que o equipamento já é considerado um novo colaborador da empresa, que está em fase de treinamento para conhecer bem o ambiente e fazer estas entregas de melhor maneira.&nbsp;

Atualmente, a robô está fazendo o reconhecimento do complexo e deve começar a operar até meados de outubro. Em cada sala do complexo haverá um QR Code, que a pessoa deverá usar para fazer seu pedido chegar ao sistema. “Assim, ela entenderá de qual sala ele partiu. Damos o aceite, montamos o pedido e carregamos a robô, liberando para ela seguir para a entrega”, explica.

A parceria com a Synkar funciona com um aluguel mensal e este apoio da IA já é considerada uma tendência mundial, que já é comum em países como a China. “Nossa robô fala e pede até licença para as pessoas que estiverem no caminho. A expectativa é que pessoas façam pedidos apenas para ver ela chegando. A intenção é gerar experiência”, ressalta Mariana Dettino.

Logística

A Synkar é uma empresa goiana fundada pelo engenheiro eletricista e pesquisador Lucas Assis em 2018, quando ele e dois sócios começaram a desenvolver robôs autônomos para logística. Ele conta que a empresa já tem operações com a iFood desde 2020, mas esta será primeira operação com entrega direta ao público da América Latina. Inclusive, a plataforma já investiu na empresa, ajudando a alavancar o processo de desenvolvimento dos robôs.

“Temos operações onde o robô pega a comida nos restaurantes e entrega para o entregador do iFood no hub que concentra todos os pedidos. Este de Goiânia será o primeiro com entrega direta ao público nos pontos designados de entrega”, explica. Segundo ele, como a expectativa é de uma demanda grande, os pedidos serão entregues por agendamento.

O robô foi apresentado numa grande feira de tecnologia no Canadá, onde teve um feedback muito positivo. “Quando voltamos de lá, já fechamos o primeiro contrato. Agora, estamos numa das maiores vitrines do Brasil, o Órion Complex, com grande relevância em saúde e já recebemos contato de outros complexos similares, que ficaram animados com este lançamento”, conta o empresário.

Atualmente, a empresa já tem mais de 20 operações com robôs em shoppings, indústrias e centros logísticos no Brasil, além do Canadá e Irlanda. Mas a expectativa é atingir uma frota de 300 robôs até o final ano que vem. “Esta tecnologia, que é muito competitiva, permite operar dentro armazém, indústria ou em complexos com o Órion. Condomínios são outro mercado potencial”, informa.

A empresa fornece o robô com os serviços, além de treinamentos, instalação e suporte. Em caso de problemas, como o robô ser segurado por alguém, ele chama o operador remotamente. “Ele interage pedindo licença, avisando que está entrando no elevador e pedindo prioridade na entrada”, completa Assis, que sempre trabalhou com robótica e já prevê uma popularização cada vez maior do equipamento.