A inteligência artificial (IA) já se tornou um diferencial competitivo no mercado imobiliário goiano. Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) revelou que 19% das empresas do setor já utilizam algum tipo de ferramenta de inteligência artificial. O recurso já tem sido usado desde as funções administrativas, com aplicação em tarefas técnicas e operacionais, estratégias de marketing e relacionamento com os clientes, análise de dados e aperfeiçoamento de projetos, até o uso prático nos canteiros de obras para otimizar cronogramas e automatizar processos.A Somos Desenvolvimento Imobiliário tem se destacado com o desenvolvimento de projetos com o uso de novas tecnologias e apresentado novos modelos de produtos. Para a criação da primeira campanha desenvolvida com inteligência artificial, a empresa contou com a parceria da Lucid, escritório criativo especializado em branding e comunicação estratégica, que foi a responsável por integrar a IA em todas as fases da campanha, desde o conceito até a execução.O vídeo principal da campanha de um novo empreendimento foi integralmente desenvolvido por inteligência artificial. Um feito inédito no estado, que viabilizou maior agilidade e otimização de orçamento e elevou a estética da peça a um novo patamar. Além do filme, o projeto aplicou IA em todas as fases de ideação visual e prototipagem, do design à definição da estética das peças. O CEO da Somos, Fernando Razuk, informa que a empresa tem pesquisado muito sobre o uso da IA. “Especialistas falam que a revolução que acontece em função da IA é maior que a que aconteceu com o surgimento da energia elétrica, pelas transformações que ocorrerão. Quem não souber trabalhar com IA é que será substituído”, adverte. Por isso, a incorporadora vem testando estas ferramentas em várias áreas da empresa. “Na área jurídica, por exemplo, uma ferramenta pode resumir um contrato destacando seus principais pontos de interesse através de um sistema parecido com um podcast, como se duas pessoas discutissem sobre estes pontos”, destaca.Esta experiência prática aconteceu com o lançamento do empreendimento Nomad, o primeiro ultracompacto de Goiânia, a partir de 22 metros quadrados. “A Lucid teve ideia de inovar na campanha publicitária e todos os vídeos do produto foram 100% feitos com IA, como figurino, atmosfera e trilha sonora, com tudo que queríamos e com grande agilidade”, conta o empresário. Ele lembra que a ferramenta também possibilita ajustes muito ágeis e instantâneos no material. O resultado, segundo ele, foi um empreendimento de sucesso absoluto, que foi 100% vendido. Fernando Razuk lembra que, na área operacional, muita coisa que exigia várias tarefas também foi facilitada pelo uso da IA. A IA é usada para gerar imagens, simular atmosferas, testar composições visuais e validar hipóteses de percepção de valor. “Nas peças publicitárias, as pessoas não ficam robotizadas como se imagina, mas tudo é muito natural. Não fica visível que foi usada a IA, a não ser pelo fato de ter saído tudo muito perfeito. Mas não dá pra perceber que aquelas pessoas ali não existem de fato”, garante. Natasha Gabrielle Moreira, gerente de marketing da Séren Incorporadora, conta que a empresa tem a IA Serene, que é seu atendimento digital. “Trabalhamos com ela nas campanhas de tráfego e a ferramenta também faz um filtro para entender as demandas dos clientes no primeiro contato”, conta. O objetivo é entender melhor o momento deste potencial cliente que procura a empresa e que depois pode ser encaminhado para o atendimento humano com um corretor.A incorporadora também conta com uma ferramenta de IA que é uma assistente de vendas digital. Quando o contato é qualificado e os potenciais clientes são direcionados para o atendimento humano, o assistente entra em ação. “O corretor que foi acionado para o atendimento pode relatar o que aconteceu na conversa com o cliente, passar todo tipo de informações e já deixar um retorno programado para o melhor momento”, explica. Para a gerente de Marketing, a IA possibilita cada vez mais segmentações e filtros bem feitos. O humano ainda é importante nas campanhas digitais, passando informações precisas como o público que deve ser impactado e seus objetivos. A IA pega todas estas informações passadas e potencializa as buscas, fazendo links com assuntos em comum. “Hoje, as peças publicitárias contam muito com recursos de IA, que agilizam as ações e potencializam os resultados. Os recursos são infinitos, mas você precisa saber explicar bem o que quer para obter o melhor retorno”, alerta.A Opus Incorporadora também tem investido cada vez mais em IA nas campanhas de seus projetos. “Uma grande parte delas tem sido criada através de ferramentas de IA. Se você vê um folder com uma pessoa e um cachorro olhando para a fachada do nosso prédio, por exemplo, isso é só possível por meio desta tecnologia”, destaca o gerente comercial da Opus Incorporadora, Gabriel Santos. Com o uso da IA também é possível, por exemplo, colocar uma pessoa sentada no hall de entrada da perspectiva do futuro empreendimento. Segundo ele, em breve, a tecnologia também deve ser capaz de fazer o primeiro atendimento de um cliente captado por meios digitais, principalmente fora do horário comercial. “Com esta ferramenta, consigo atender este cliente a qualquer dia e hora, fornecendo diversos tipos de informação que ele necessitar”, explica. Ele conta que acabou de fazer o lançamento de um prédio comercial no Parque Vaca Brava e o processo utilizado para os clientes cadastrados reservarem 70% das unidades do prédio, que demorava de quatro a cinco horas, pode ser feito em apenas 36 minutos com o uso da IA. “Ganhamos muita velocidade na operação. Um incorporador que lançou uma semana antes de mim demorou dois dias”, destaca Santos.Com a IA, Henrique Cerqueira, executivo da Flamboyant Urbanismo Flamboyant, conta que será possível fazer a captação de clientes 24 horas por dia e 7 dias por semana. “Você consegue ter segmento com base em algoritmos preditivos, que preveem o que vai acontecer e trazem tendências do que pode ser”, explica. Isso ajuda até no modelo preditivo para precificação de imóveis que ainda serão lançados. “Cada unidade tem seu valor de acordo com posição do sol ou da área de lazer. Temos toda análise de ciência de dados com as ferramentas”. A IA também já possibilitou fazer o tour virtual com espaço real das futuras unidades que serão construídas. O cliente usa os óculos de IA para andar o espaço do apartamento como se estivesse andando no decorado real. A ferramenta simula, inclusive, a vista da altura do andar da unidade escolhida. “Ela também ajuda a identificar o uso decoração, qual acabamento colocar e até os espaços que o cliente mais valoriza durante esta visitação virtual. Isso também ajuda na formatação de futuros projetos”, explica Cerqueira.Segundo ele, a IA tem sido muito usada para identificar tendências de mercado. Por isso, o mercado global de IA já movimenta R$ 13 bilhões só no mercado imobiliário. “As ferramentas nos ajudam a tomar decisões e a ter modelos que nos auxiliarão nos próximos empreendimentos e negócios do grupo. Elas já assessoram em planilhas, apresentações, desenvolvimento de campanhas e produtos. Já é uma ferramenta estratégica, com impacto direto em captação, atendimento e conversão”, afirma o executivo.

IA favorece operações e negócios do mercado em Goiás

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Mercado imobliário no início de 2025 em Goiânia

As empresas do mercado imobiliário devem investir mais em lançamentos de projetos enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e os financiamentos direto com os construtores deve continuar crescendo como alternativa ao crédito mais caro e restrito. Essas são algumas tendências para o setor neste segundo semestre.

A estimativa é que as vendas, que cresceram 29% em número de unidades no primeiro trimestre, continuem em alta, mas com foco na habitação popular e no alto padrão, menos impactados pela alta da taxa Selic.

Os projetos enquadrados no MCMV receberam o incentivo da criação da faixa 4 do programa, que permite financiamentos de imóveis de até R$ 500 mil e com taxas de juros de 10% ao ano, voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil.

Para Marcelo Moreira, diretor comercial da CMO Construtora, apesar da alta da Selic afetar o mercado imobiliário, o Banco Central já sinalizou que chegou no pico de altas e que a perspectiva daqui pra frente é de redução na taxa até o final do ano.

“Os bancos olham para o cenário futuro e, quando há esta sinalização, eles também param de aumentar e começam a trabalhar uma linha de redução das taxas”, explica. Ele lembra que uma pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) destacou a capital como a cidade com mercado imobiliário mais promissor do País, com o primeiro lugar em potencial para médio padrão, o segundo para o alto padrão e o quarto lugar para o econômico. A pesquisa considera indicadores como demanda, economia, oferta e atratividade de novos lançamentos.

O Censo Demográfico de 2022 também mostrou que Goiânia foi a segunda cidade com maior migração do País nos últimos anos. Para o diretor da CMO, estes dados mostram um mercado resiliente, mesmo com juros altos.

“O primeiro semestre foi o melhor da história para a CMO, quando atingimos um VGV de R$ 350 milhões, 155% mais que no mesmo período do ano passado”, conta. Por isso, apesar de dificuldades como a taxa de juros, as vendas continuam.

Para Moreira, uma das grandes promessas é o mercado de habitação popular na capital, que ainda é baixo em relação ao resto do País, o que indica uma demanda reprimida por falta de oferta. Em outubro, a empresa vai lançar um empreendimento dentro do programa MCMV na região do Parque Cascavel, com dois quartos, e os clientes já mostram interesse. “A demanda no MCMV é quase infinita por conta do déficit habitacional e a criação do faixa 4 viabilizou empreendimentos”, destaca.

Em Goiás, menos de 10% das vendas são de unidades enquadradas no MCMV, participação que sobe para 50% em São Paulo. “Mais incorporadoras estão entrando no programa”, diz.

André Ramos, gestor comercial da MRV, que atua em todas as faixas do programa, informa que a empresa já tem oito empreendimentos no MCMV na região metropolitana e lançará mais três no segundo semestre. Um deles, em Aparecida, será voltado para a faixa 2. Os outros dois serão em Goiânia: um para as faixas 1 e 2 e o outro voltado para as faixas 3 e 4, que será construído no Parque Amazônia.

Ele atribui o crescimento ao maior adensamento na capital e ao fato de as pessoas perceberem que, com uma pequena entrada facilitada e os subsídios do programa, conseguem sair do aluguel. “Percebemos dois movimentos: produtos de alto padrão com bastante intensidade, voltados para o investidor, e este movimento no mercado econômico”, diz o gestor da MRV.

Outro ponto favorável à habitação popular é que, enquanto a alta da Selic inviabiliza muito o crédito, no MCMV não há flutuação de taxas e o cliente não perde poder de compra com os juros mais altos.

Com a alta demanda por moradia, ele prevê que o mercado de econômicos continue aquecido. “Já o de usados e recompra de alto e médio padrão deve perder um pouco de força com a taxa alta. Enquanto isso, a faixa 4 viabilizou para a classe média, que deve surfar esta onda no segundo semestre”, acredita.

O CEO da Vila Brasil Engenharia, Flávio Mendes Garcia informa que a empresa fará mais três lançamentos dentro do programa neste ano, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, todos voltados para a faixa 2. A expectativa é comercializar integralmente os projetos lançados em um prazo de até 12 meses. “Em um cenário de juros elevados, o MCMV segue como importante porta de acesso à primeira moradia, com crédito subsidiado e condições mais acessíveis para as famílias”, ressalta.

Para Marcello Merzian, CEO da MZN Incorporadora, que atua nos segmentos de médio e alto padrão, as perspectivas são positivas para este segundo semestre, depois de um início de ano pujante. “Áreas nobres na capital e mão de obra estão cada vez mais escassas e caras. Além disso, o Plano Diretor ficou mais restritivo na ocupação e ainda existe uma incógnita em relação aos impactos do tarifaço de Trump”, justifica.

Um ponto positivo, segundo ele, é que o imóvel sempre é considerado um investimento seguro, diante das incertezas. Apesar dos juros mais altos hoje, os clientes devem continuar comprando imóveis na planta, pois, quando estes empreendimentos forem entregues, dentro de três ou quatro anos, a tendência é que a taxa de juros esteja menor. Ele também prevê que outra tendência para este semestre sejam os lançamentos de unidades no programa MCMV, de 60 ou 70 metros quadrados, uma opção de investimento.

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“É uma vertente do governo federal ampliar os programas voltados para habitação econômica. Com os juros mais altos, o crédito ficou mais difícil”, explica o empresário. Por causa disso, segundo ele, outra tendência são as incorporadoras entrando com linhas próprias para financiar seus clientes.

Gabriel Santos, gerente comercial da Opus Incorporadora, lembra que muitos prédios lançados em anos anteriores começam a ser entregues e os clientes vão atrás de financiamentos para pegar as chaves. Com os juros mais altos, os incorporadores estão oferecendo mais linhas de crédito diretas com as empresas, outra tendência para o segundo semestre, a maioria com prazo de até 120 meses.

“Isso tem facilitado porque a tendência é que a taxa caia para 12,5% no próximo ano e para 10,5% em 2027. Essa linha é para o cliente ganhar um fôlego até lá. Depois disso, ele pode migrar do financiamento direto para o bancário”, explica. Ele prevê que, nos próximos meses, o mercado seja voltado para a venda de estoques remanescentes não vendidos nos lançamentos.

Alto padrão

Henrique Cerqueira, executivo da Flamboyant Urbanismo, lembra que o metro quadrado na capital foi de R$ 9.287 para R$ 10.261 e as vendas cresceram 47% em volume financeiro no primeiro trimestre, contra 15% no Brasil. “Quando fazemos projeções com base em dados, a previsão é que Goiânia continue crescendo mais que a média nacional e aposto num incremento de valorização de 20% a 30% no ano, incluindo todas as faixas”, prevê. Ele reforça que empreendimentos de alto padrão puxam muito isso pra cima.

Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-GO), Felipe Melazzo, este será um semestre desafiador por conta da alta taxa de juros, apesar do primeiro trimestre ter sido o melhor desde 2018, com mais de R$ 2 bilhões em vendas. A tendência é de uma valorização da ordem de 20% no ano, com o processo inflacionário aumentando os custos e a pressão do Plano Diretor, que reduziu o potencial construtivo num terreno, gerando escassez.

O mercado também já vive as expectativas das mudanças com a reforma tributária em 2026, como aumento de preços. “Este aumento de custo deve se refletir na valorização. “Por mais que a Selic esteja batendo os 15%, o mercado continua comprador. O aumento está impactando mais a produção que o consumo”, destaca.

Melazzo lembra que o Fórum Goiano Habitação apresentou plano de ação para o prefeito Sandro Mabel para fazer 15 mil moradias em três anos nas faixas 1 e 2 do MCMV para reduzir o déficit habitacional. Entre ações propostas, estão doação de áreas, concessão de subsídios e agilidade nas aprovações. O retorno do investimento é previsto na forma de mais impostos, como IPTU, ISS e ISTI.

“Para as faixas 3 e 4, já temos uma quantidade significativa de unidades na esteira de aprovação. São mais de 10 mil unidades, dez vezes mais que ano passado”, ressalta o presidente da Ademi-GO.

No segmento de alto padrão, Marcelo Rady, diretor comercial da Séren Incorporadora, acredita que uma grande tendência é as incorporadoras continuarem aceitando permutas, mas em um porcentual maior: até 60% do valor total do imóvel para driblar a alta dos juros. Antes, o limite era de 35% a 40%. Esta maior abertura de permutas é uma tendência nos segmentos de alto padrão e luxo.

“Outra coisa são os financiamentos direto com as incorporadoras, que estão inaugurando ou ampliando os parcelamentos para perfis muito específicos de clientes”.

Os juros são mais altos que os bancários, mas a vantagem é o acesso facilitado, pois muitos clientes preferem tratar direto com a empresa, e muitas vezes, não querem comprometer crédito no banco. “São clientes que também costumam quitar muito mais rápido”, lembra Rady. Para ele, a tendência é de mais lançamentos nos padrões alto e econômico, e não no médio, onde os clientes necessariamente precisam de financiamento e esbarram nos juros altos.

Projetos populares são foco de lançamentos imobiliários em Goiânia

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Conteúdo foi publicado por conta no TikTok que afirma compartilhar “notícias reais bombásticas” (Reprodução / Projeto Comprova)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)&nbsp;não falou&nbsp;em enviar&nbsp;soldados para o Irã&nbsp;ou mencionou apoio bélico ao país na guerra contra Israel.&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/wp-content/uploads/2025/06/00-Conteudo-investigado-FALSO-Lula-fala.png" target="_blank">Vídeo</a>&nbsp;narrado por inteligência artificial&nbsp;afirma que o mandatário teria afirmado em “coletiva tensa” que o Brasil pode apoiar o Irã com envio de tropas, mas não há registro dessa fala nas coletivas e discursos de Lula sobre o conflito.&nbsp;&nbsp;

Até o momento, o presidente não fez falas públicas sobre o confronto. Em&nbsp;<a href="https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/discursos-e-pronunciamentos/2025/06/primeiro-discurso-do-presidente-lula-na-sessao-ampliada-da-cupula-do-g7-no-canada" target="_blank">Sessão Ampliada da Cúpula do G7</a>, no Canadá, na última terça-feira (17/6), Lula citou os ataques à Faixa de Gaza e outros confrontos ao redor do mundo, mas não citou o nome de Israel ou do Irã. “Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”, declarou.&nbsp;

Em 13 de junho, data do primeiro ataque ao Irã, que deu início ao confronto, o Itamaraty condenou a ofensiva israelense. O&nbsp;<a href="https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/ataques-aereos-de-israel-contra-o-ira" target="_blank">texto pede aos envolvidos</a>&nbsp;o “exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”.

No dia 22,&nbsp;<a href="https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/ataques-a-instalacoes-nucleares-do-ira" target="_blank">o órgão afirmou</a>&nbsp;que “o governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional”. Na mesma publicação, disse que “o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz”.

Em contato com o Comprova, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) afirmou que o conteúdo é falso. “A Secom lamenta que, em vez de se pautarem pela verdade, determinados agentes escolham propagar conteúdos distorcidos para confundir e manipular a opinião pública”, disse o órgão.

<h4>Quem criou o conteúdo investigado pelo Comprova&nbsp;</h4>

Conteúdo foi publicado por conta no TikTok que afirma compartilhar “notícias reais bombásticas”. O perfil apresenta vídeos narrados por inteligência artificial com histórias sobre Lula, Jair Bolsonaro, Donald Trump, Alexandre de Moraes e outros nomes da política.&nbsp;

Vídeos têm tom alarmante sobre supostos discursos que “pegaram as pessoas de surpresa”. Os conteúdos não apresentam fontes e geralmente terminam com uma chamada para a segunda parte da história.&nbsp;

O perfil conta com 62 mil seguidores. Até o momento em que esta verificação foi publicada, o vídeo analisado apresentava 220 mil visualizações. Procurado, o perfil não respondeu à tentativa de contato do Comprova.&nbsp;

O uso da inteligência artificial na narração dos vídeos pode ser detectado pela voz robótica e, no caso do post verificado, o Comprova também fez análises com uso dos programas&nbsp;<a href="https://www.invid-project.eu/tools-and-services/invid-verification-plugin/" target="_blank">InVid-WeVerify</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="https://hivemoderation.com/ai-generated-content-detection" target="_blank">Hive Moderation</a>. Ambas apontaram o uso de IA no áudio: segundo a primeira, há 99% de probabilidade de a voz ter sido criada digitalmente, e, a segunda apontou 83,8% de chance.

É importante alertar que plataformas de detecção como essas são passíveis de erro, mas em conjunto com outras evidências ajudam a identificar conteúdos manipulados.

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Capturas de tela mostram resultados dos programas InVid-WeVerify e Hive Moderation (Reprodução / Projeto Comprova)

<h4>Por que as pessoas podem ter acreditado</h4>

O vídeo investigado usa&nbsp;imagens reais&nbsp;do presidente para ancorar insinuações feitas na narração e nas legendas, mas não faz referência a nenhuma coletiva ou fonte oficial, o que configura uma tentativa de&nbsp;manipulação de evidências&nbsp;e&nbsp;imitação de uma notícia&nbsp;para parecer convincente.

Além disso, o vídeo utiliza&nbsp;linguagem emocional&nbsp;e&nbsp;alarmismo&nbsp;(“nossos jovens irão lutar”, “crise sem precedentes”, “o clima esquentou em Brasília”) para provocar medo e indignação, estimulando uma reação emocional em vez de racional. Há também uma clara&nbsp;exploração de viés cognitivo de confirmação, ao sugerir uma narrativa sensacionalista que pode reforçar crenças pré-existentes em setores críticos ao governo. O uso de perguntas retóricas e o formato em “capítulos” também remete a uma estratégia de&nbsp;inundação informacional e engajamento&nbsp;com o objetivo de manter a atenção do público e amplificar a disseminação do conteúdo.

Fontes que consultamos: Reportagens sobre a Cúpula do G7 e a guerra entre Irã e Israel, pronunciamentos oficiais do presidente, contato com a Secom e análise dos detectores de IA Hive Moderation e Invid-WeVerify.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas, eleições e golpes virtuais e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo&nbsp;<a href="https://api.whatsapp.com/send?l=pt_pt&amp;phone=5511970454984&amp;text=Quero%20enviar%20um%20conte%C3%BAdo" target="_blank">WhatsApp +55 11 97045-4984</a>.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já<a href="https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/brasil-nao-forneceu-uranio-ao-ira-nem-exporta-o-metal-para-fins-belicos/" target="_blank">&nbsp;desmentiu que o Brasil tenha enviado urânio para o Irã</a>. A agência Aos Fatos também checou e mostrou que é<a href="https://www.aosfatos.org/noticias/governo-brasileiro-nao-enviara-tropas-militares-ao-ira/" target="_blank">&nbsp;falsa a informação de que Lula vai enviar tropas para atuar na guerra</a>. Já o Boatos.org&nbsp;<a href="https://www.boatos.org/lista/top-4-fake-news-que-relacionam-lula-e-o-brasil-aos-conflitos-entre-israel-e-ira.html" target="_blank">listou quatro peças de desinformação</a>&nbsp;que têm circulado sobre a relação do Brasil com o conflito.&nbsp;&nbsp;

Lula não fez declarações públicas sobre apoiar o Irã na guerra, como sugere vídeo feito com IA

Matéria - genérica

COMPROVA

ICMS dos combustíveis

O reajuste no ICMS dos combustíveis é mais um elo na corrente que tem freado o desenvolvimento do varejo. Não existe almoço de graça: mais cedo ou mais tarde, esse aumento será repassado ao consumidor, no preço final dos produtos que ele compra no comércio. Inflação elevada; disparada na taxa básica de juros, a Selic; e um crédito cada vez mais difícil de conseguir são outros fatores altamente prejudiciais à atividade comercial. A situação é preocupante. 
Tudo isso, somado agora ao reajuste no preço dos combustíveis, deve provocar um recuo nas vendas porque, com os fretes mais caros, alguém vai ter que pagar essa conta. Os empresários e os consumidores se perguntam: ‘Até quando?’. Incentivos, sim, mais impostos, não.

Cristiano Caixeta 
Presidente do Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás)

 
Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia estratégica que permite que máquinas aprendam e ajam como seres humanos. Chamou a atenção em matéria veiculada neste jornal, que depois de dez anos, este curso “desbancou” Medicina no que se refere ao ponto de corte para ingresso na Universidade Federal de Goiás (UFG).&nbsp; 
Lembremos que a IA se dá através de sequências de códigos, ou algoritmos, ela é treinada com uma grande quantidade de dados disponíveis na internet, processa-os e identifica padrões, tomando decisões inteligentes. A IA oferece muitos benefícios para a sociedade, sendo utilizada em diferentes áreas, tais como saúde, assistentes virtuais, carros autônomos e recomendações. No âmbito dos negócios, pode maximizar a eficiência e produtividade, fortalecendo a competitividade. Trata-se de uma ferramenta poderosa para resolver problemas complexos e melhorar nossa vida cotidiana. Entretanto, é importante considerar o risco potencial de gerar desemprego.&nbsp;

Evandro Fortunato Pereira&nbsp; 
Vila Santa Isabel - Goiânia&nbsp;

Cartas dos Leitores

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Cartas

Nesta semana, uma startup chinesa causou um tsunami nas grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos. A DeepSeek tornou-se líder de downloads com sua ferramenta de Inteligência Artificial (IA), deixando para trás gigantes como a OpenAI (dona do ChatGPT), Meta, Google e Amazon. O modelo de linguagem chinês usa chips mais baratos e gasta menos energia. Para completar o quadro, tem código aberto, o que possibilita que desenvolvedores o repliquem e o redesenhem. A Nvidia, produtora de chips de altíssima tecnologia demandados pelas empresas de IA, perdeu US$ 600 bilhões em valor em um dia. O episódio é simbólico da transformação econômica e geopolítica em andamento. Aqui mesmo, em Goiás, ela ocorre diante de nossos olhos. Pela primeira vez, o curso de Inteligência Artificial (IA) teve a maior nota de corte na Universidade Federal de Goiás (UFG), à frente de cursos tradicionais como Medicina e Direito. O pioneirismo da UFG deve ser celebrado, mas é uma gota no oceano. Como alerta Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro reconhecido em todo o mundo, o governo brasileiro precisa pensar estrategicamente no futuro da ciência nacional. A janela está aberta, mas se fechará rapidamente.

UFG, uma gota no oceano

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