Confeccionistas de todo Brasil estão voltando seus olhos para o polo atacadista da região da 44. Empresários de vários Estados já adquiriram pontos comerciais nas principais galerias e shoppings da região para abrirem novas lojas. Além de serem atraídos pela ótima localização do Estado, que possibilita vendas para quase todas as regiões do País, eles também apostam na crescente qualificação do polo goiano, que já se tornou referência nacional e atrai cada vez mais compradores.Os maiores shoppings da 44 já abrigam lojistas de outros Estados, alguns com polos de moda já consolidados, como Fortaleza (CE) e São Paulo (SP). Mas os novos centros comerciais da região, inaugurados recentemente ou ainda em construção, como o Mega Moda Park, Gallo e Centro-Oeste Outlet, têm um número cada vez maior de espaços reservados por indústrias de moda de outras regiões do País.O superintendente do Mega Moda, Chystiano Câmara, estima que 10% das 660 lojas das primeiras etapas do Mega Moda Park serão ocupadas por confeccionistas vindos de outros importantes polos de moda do País, como São Paulo, Minas Gerais e Ceará. Segundo ele, há uma razão para isso. “Geograficamente, somos o Estado melhor posicionado no País. Fortaleza, por exemplo, tem um raio de abrangência de compradores pequeno. São marcas que vendem muito bem no Nordeste, mas ficam limitadas lá”.Já em Goiás, um raio de 900 quilômetros atinge todo Centro e parte do Norte, Nordeste e Sudeste, atingindo compradores de quase todo País. Ao mesmo tempo, Chrystiano lembra que o polo da 44 recebe uma estrutura crescente, com cada vez mais galerias, shoppings e hotéis de alto padrão, inclusive com estacionamentos. “Estamos investindo num forte trabalho de divulgação em outros Estados para atrair novos lojistas e compradores de atacado”, completa.O superintendente do Shopping Gallo, Célio Abba, acredita que Goiânia tenha se tornado uma forte referência na distribuição de moda no País. O empreendimento, que será entregue em setembro deste ano, já tem vários espaços reservados por indústrias de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, dos segmentos confeccionista e calçadista. Segundo ele, 72% dos 515 espaço já foram vendidos e a estimativa é que 5% deles sejam ocupados por empresas de outros Estados.“Aqui, as indústrias podem vender para clientes de praticamente todas as regiões, pois a distribuição de produtos fica mais fácil”, destaca. Esses empresários também consideram Goiânia uma cidade acolhedora, uma capital com jeito de interior, com um bom atendimento. Para Célio, a capital já conquistou o respeito de outros polos e já é o segundo do País em distribuição de roupas, atrás apenas da região do Braz, em São Paulo.Potencial de vendasEm setembro, a empresária Cristiani Alice Martins vai abrir sua primeira loja de atacado fora de Santa Catarina, em Goiânia, onde ela já terceiriza sua fabricação de jeans, devido ao menor custo de produção. Segundo ela, o fato do comércio da 44 atender regiões de todo País é um ponto de forte atratividade, pois a abrangência na Região Sul é bem menor. “Vi o grande potencial de vendas em Goiânia”, justifica Cristiani, que terá um aloja no Shopping Gallo.A confeccionista Roberta Bezerra, de Fortaleza, sócia-proprietária da Sayso, já inaugurou uma loja outlet no Mega Moda Park e pretende abrir uma segunda na futura expansão do shopping. “Já vínhamos estudando polos de atacado pelo Brasil e entendemos que Goiânia tem uma localização estratégica para ampliar nossas vendas num País que é continental, com muitas dificuldades logísticas”, explicou a empresária, que já tem lojas na capital e interior de São Paulo e em Maringá, no Paraná.