Este ano, Goiás teve R$ 800 milhões a menos em investimentos, em comparação com o volume de 2014. Primeiro, não houve empréstimos, justifica a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão. “O governo federal não adicionou uma linha.” Depois, boa parte dos recursos foi consumida pela folha de pagamento, como ela mesma disse ontem em entrevista coletiva.A particularidade perversa do orçamento do governo é não conseguir reduzir despesas obrigatórias, mas sim as de investimento. “Infelizmente, é onde a gente tem margem de manobra. Por isso o sacrifício continua”, diz. Segundo ela, há uma total falta de capacidade do Tesouro capitalizar, além de não ter conseguido empréstimos como no ano passado. Em 2015, os investimentos somam R$ 650 milhões, enquanto foram R$ 1,5 bilhão em 2014.Esse recuo reflete em obras paradas e atrasadas. Mas ainda em 2015, está previsto empréstimo de cerca de R$ 378 milhões do Banco do Brasil, boa parte para Agetop, Seduc, SED e para a própria Sefaz. A situação, no entanto, é considera melhor do que em outros Estados, segundo Ana Carla, em função de os motores da economia regional, como o agronegócio, terem sofrido menos com a crise.“Esperamos um 2016 melhor. É bem verdade que as ações de corte de gasto vão continuar, e os ajustes de despesas são contínuos”, diz. No orçamento para 2016, a meta de défict primário deve ser menor que os R$ 440 milhões, ou seja, na ordem de R$ 200 milhões. Já a Lei de Responsabilidade Fiscal do Estado ainda está em discussão interna, mas deve ser apresentada na Assembleia ainda este mês.