Há sete anos, André de Moura Oliveira, de 30 anos, escolheu uma profissão para chamar de sua. Ele se encontrou na atividade de mecânico de aeronaves, na qual, diz, tem satisfação profissional e pessoal. Morando em Goiânia, segundo maior polo aeronáutico do Brasil, ele viu durante o setênio as portas se abrirem diante de um mercado em crescimento consistente. De 2019 para cá, Goiás recebeu 20 novas oficinas.

Fã de mecânica, aos 22 anos André conhecia mais a parte de automotores. Ao ter as primeiras informações sobre a atividade na aviação, vindas de um amigo que já atuava na área, viu despertar uma paixão que teria um desenrolar promissor.

“Eu via a função de piloto, achava bacana. Pensava, ‘será que eu posso trabalhar na aviação um dia?’. Comecei a pesquisar e vi que precisava investir na minha formação”, conta.&nbsp; 
Vieram as primeiras experiências na sala de aula na unidade Ítalo Bologna do Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (Senai), em Goiânia, e logo o estágio. “Tem muitos amigos meus que fizeram faculdade antes de mim, também trabalham na área de formação deles e eu ganho mais. Minha ideia é continuar evoluindo”, relata orgulhoso. O mecânico de aeronaves afirma que já teve outras propostas de emprego, mas que preferiu se manter na atual empresa por causa do investimento que é feito na formação dele.

O mercado aeronáutico que avançou na capital tem se expandido para outras cidades de Goiás nos últimos anos. Atualmente, nove municípios do estado têm ao menos uma empresa de manutenção. A chegada de novas empresas continua, o que demanda mão de obra capacitada e cria boas perspectivas, dizem atores deste setor.

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A empresa de manutenção de aeronaves na qual André trabalha, na saída para Goianira, em Goiânia, é uma das 40 certificadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para esta atividade na capital.&nbsp; 
A expansão vai continuar e ter destaque também em municípios vizinhos. Em Goianápolis foi instalado um condomínio aeronáutico e Aparecida de Goiânia terá um polo aeronáutico, já em construção. A previsão dos empreendedores é gerar mil empregos, entre diretos e indiretos.&nbsp;

Alexandre Morais é gestor de um centro de serviços em Goianápolis, que deve ser o 54º no estado a ter a certificação da Anac para a manutenção de aeronaves. Inicialmente serão cinco pessoas. A expansão da Synerjet segue a tendência regional.&nbsp;

“De acordo com o crescimento do mercado, vimos a necessidade de aumentar a nossa capacidade de entrega de serviço. Goianápolis fica bem no meio do Brasil, tem condição de atender nossos clientes, estando próximo a eles, principalmente os do Centro-Norte do País”, afirma Morais.

A filial, que possui sede brasileira em São Paulo, está instalada em um espaço de 3.500 metros quadrados situado no condomínio Liberty. No conglomerado estão mais de 20 empresas da área da aviação.

Profissionais como André serão cada vez mais requisitados em Goiás. Projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que até 2025, 309 mil trabalhadores devem ser requeridos no estado. Só técnicos, como o mecânico de aeronaves, devem ser mais de 41 mil, considerando todos os segmentos deste setor da economia.

Olhando especificamente para a aviação, os números são promissores. Só em 2022, pousos e decolagens no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, somaram 61.180, alta de 22,2% em relação a 2021, quando o total foi de 50.053. Os dados são do Anuário Estatístico de Tráfego Aéreo 2022, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo.

No ano passado, o número de pousos e decolagens no Santa Genoveva referentes ao transporte aéreo não regular somou 26.430, alta de 48%. O segmento de transporte aéreo não regular é aquele no qual não entram as linhas convencionais, como as das companhias aéreas comerciais. Entram, no caso, aviação executiva e táxi aéreo. 
 
Mapa

Contribui para o desenvolvimento da aviação em Goiás a posição geográfica central no País. Aeronaves das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste vêm ao estado para realizar manutenções corretivas e programadas, conforme o manual do fabricante. Esta previsão é feita, se estiver tudo em bom funcionamento, em horas de voo. Além dos altos custos do combustível, o deslocamento para a oficina entra na conta do uso, portanto, quanto mais próximo for o serviço, melhor.

As empresas aqui instaladas não fazem apenas as manutenções. Há estabelecimentos que são representantes de marcas conhecidas mundialmente e realizam o comércio de peças. São componentes para motores, hélices, entre outras partes.&nbsp;

Os trabalhos de manutenção são dos mais simples, como uma troca de óleo, aos mais complexos. Um funcionamento não característico em um motor, por exemplo, pode exigir dias de trabalho para identificar a possível falha. Peças são desmontadas e checadas cuidadosamente, conforme os manuais dos fabricantes. A depender da situação, após o reparo, testes são feitos em no galpão da empresa e, depois da conformidade apurada em solo, pode ser necessário um voo de teste.

O Brasil é conhecido por ter uma das aviações mais seguras do mundo. Isto se atribui, em parte, à fiscalização da Anac. Todas as pessoas entrevistadas nesta reportagem relataram atenção em relação a isto.

Capacitação de mão de obra

Um dos fatores que pesam no desenvolvimento do setor de aviação, afirma Alexandre Morais, gestor de um centro de serviços em Goianápolis, é a disponibilidade de mão de obra capacitada. “Além de ter pouca oferta de pessoas no mercado, passamos aqui em Goiás por um aumento no número de oficinas e demanda nos últimos três anos”, explica.

Na Global Parts, situada em Goiânia, onde trabalham cerca de 40 pessoas, o responsável técnico da empresa, Carlos Augusto Alves, credita parte do crescimento do setor aeronáutico em Goiás ao incremento de produção do agronegócio. “Com este aquecimento do mercado, houve a necessidade de educar mais mecânicos, gente da área de aviação em geral, como auxiliares, pilotos, técnicos, engenheiros, ou seja, tudo que envolve esta parte da aviação”, avalia Alves.

O responsável técnico considera que há características importantes que fazem um bom mecânico de aeronaves. “A pessoa tem de ter um atrativo por mecânica, possuir conhecimentos de Matemática, Física, ter inteligência e uma boa coordenação motora. Tudo isto entra no perfil do mecânico e o mínimo pedido para a formação é o ensino médio completo”, detalha.

A frota de aeronaves para serviços agrícolas em Goiás soma 295 unidades, conforme o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola. O estado é o quarto maior em número destes veículos, atrás de Mato Grosso (600), Rio Grande do Sul (419) e São Paulo (322). O número total de aeronaves, conforme o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Anac, é 1.409 em Goiás.

Está em construção em Aparecida de Goiânia um polo aeronáutico que deve ter 30 empresas. O Antares projeta receber também cargas em uma pista com capacidade para pouso até de um Boeing 737-800, que tem 40 metros de comprimento e 30 de envergadura e pesa 80 toneladas. O serviço de terraplanagem da pista está pronto. A inauguração é previsão para 2024.

Mercado abre oportunidades em mecânica de aeronaves

Economia

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Matéria - Economia

Trabalho

A falta de mão de obra é um dos indícios de que a economia brasileira está mais aquecida do que deveria, com desemprego de 6% e um PIB acima da expectativa do mercado, avalia Bruno Ribeiro, consultor de economia e investimentos da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO). São boas notícias, mas trazem preocupação pela falta de pessoal, mesmo sendo desqualificado. “Diante desta demanda alta e da dificuldade para preencher as vagas, o custo da mão de obra aumenta, o que impacta até a inflação”, adverte. Ele alerta que isso tudo tem a ver com o bom desempenho da economia em Goiás, que é destaque em termos de crescimento em várias áreas, como o mercado imobiliário. “Se tenho um mercado absorvendo toda a mão de obra, ela fica mais escassa e cara. Para cobrir este aumento de custo, a alternativa é subir os preços dos produtos, o que e impacta diretamente a inflação”, explica. O problema aumenta no segundo semestre do ano, quando ocorre a grande maioria das vendas do comércio, em datas como a Black Friday e o Natal. O risco imediato é ter produtos mais caros no fim do ano. A falta de mão de obra também dificulta a expansão das atividades econômicas. “Como crescer se não há mão de obra?”, adverte. O economista da Fecomércio-GO lembra que Goiânia já se destaca nos índices inflação, o que gera expectativa de elevação dos juros, que podem subir para tentar conter um pouco o crescimento do País. “O controle deste aquecimento é a alta na taxa de juros, o que não afeta só o comércio, mas vários outros setores da economia”, completa.

Falta de mão de obra pode até elevar a inflação

Comércio

O comércio lojista de Goiás deve ofertar mais de 5 mil vagas de trabalho temporário para este próximo fim de ano e a boa notícia é que as chances de efetivação daqueles que se destacarem no trabalho é muito grande. Isso porque que as empresas não estão conseguindo preencher nem as milhares de vagas efetivas que já estão abertas há meses, o que gera preocupação com o atendimento para as vendas na Black Friday e Natal.

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Para tentar facilitar estas contratações, o Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO) realizou nesta terça-feira (22) um treinamento gratuito voltado a candidatos a vagas temporárias e efetivas.

O evento também foi voltado para atuais colaboradores e lojistas, pois ensinou como preparar as lojas para as vendas de fim de ano. “Este treinamento ensina aos candidatos várias técnicas de vendas e de comportamento profissional, que podem fazer a diferença nos processos seletivos. A taxa de efetivação das vagas temporárias é superior a 80%, mas o empregado precisa ter bom desempenho”, explica o presidente do Sindilojas-GO, Cristiano Caixeta.

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Segundo ele, a falta de mão de obra para o comércio lojista é muito preocupante, por isso a meta é oferecer qualificação para melhorar os ganhos e a eficiência dos trabalhadores, para que eles possam atender o maior número possível de clientes, diante da perspectiva do não preenchimento de todas as vagas. “Estamos contratando sem experiência para treinamento dentro das lojas, por conta do grande número de vagas já abertas”, destaca.

Caixeta informa que o Sindilojas-GO já qualificou 6 mil funcionários do comércio, em 58 municípios goianos, de janeiro até agora, dentro do projeto ‘Vendedor 4.0’.

Só as 282 empresas instaladas no Flamboyant Shopping já têm cerca de 600 vagas disponíveis hoje para funções como vendedor, caixa, estoquista, serviços gerais e até gerente de loja. O presidente de Associação de Lojistas do Flamboyant (Aslof), José Reginaldo Garcia, conta que o centro de compras também vive este cenário de busca por mão de obra.

“Já temos casos de lojistas assediando os funcionários de outras lojas por conta da dificuldade de contratação”, conta. Para ele, uma das explicações para este cenário está na queda do poder de compra dos trabalhadores, que não conseguem mais se manter com um salário médio de R$ 2,5 mil.

Garcia reconhece que o salário não tem conseguido acompanhar a alta no custo de vida e que as pessoas têm buscado outras atividades, em áreas como tecnologia ou venda de produtos pela internet, em que se pode trabalhar em casa. “Oferecemos um treinamento de vendas para 5 mil jovens do Colégio Militar. Destes, 200 se interessaram, 100 fizeram o curso, 42 concluíram e apenas 6 foram para o trabalho no shopping”, informa o empresário.

Para ele, o mercado varejista passa por uma grande transformação. “O problema é que o lojista não tem boas margens para oferecer melhores salários e atrair mais pessoal, pois os custos estão altos”, completa. Reginaldo conta que somente ele tem 25 vagas abertas, atualmente, em suas 11 lojas na cidade, incluindo franquias da marca Havaianas.

A gerente da loja de enxovais Belo Luxo, Simone Arrais, conta que os proprietários do estabelecimento estão em busca de seis funcionários para esta e outras duas lojas de calçados que possuem. Para ela, o problema da falta de candidatos está nos vários auxílios pagos pelos governos hoje. “As pessoas não querem mais trabalho com carteira assinada para não perderem estes benefícios. Alguns pedem para contratar sem carteira. Outros nem aparecem para a entrevista marcada. Estamos no pior momento para contratação de funcionários que já vi”, informa a gerente, lembrando que as lojas nem exigem mais experiência.

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (Acic), Antônio Alves Ferreira Filho, a falta de mão de obra é um problema que afeta praticamente todos os setores, mas principalmente o varejo, que lida com o atendimento direto ao público. Por isso, com a falta de pessoal experiente, a saída tem sido buscar pessoas de outras áreas e treinar. “Hoje, falta muito o fator humano. Muitos vendedores não têm mais a preocupação de atender bem o cliente e o lojista precisa ensinar o básico”, lamenta Ferreira.

Diante da falta de candidatos, ele prevê que muitos lojistas vão preferir conversar com suas equipes atuais e buscar soluções, como estender um pouco os horários de trabalho e aumentar os ganhos, ao invés de contratarem temporários. A preocupação mais imediata é com as contratações para a Black Friday, quando muita gente aproveita para antecipar as compras de fim de ano. “Por isso, o lojista está investindo mais em ferramentas online para antecipar o atendimento ao cliente, que precisará ir menos às lojas, demandando menos vendedores”, ressalta.

Mais de 5 mil vagas e poucos candidatos

Trabalho temporário

Emprego e renda

Os planos de governo e as promessas de campanha feitas em propagandas dos candidatos à Prefeitura de Goiânia repetem prioritariamente duas ideias principais para a geração de empregos e desenvolvimento econômico da cidade. Com diferentes termos, os prefeitáveis apontam a liberação de linhas de crédito facilitado para micro e pequenos empreendedores, além de novas áreas para a instalação de empresas.

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Especialistas ouvidos pelo POPULAR, no entanto, apontam que as promessas ainda estão distantes de apresentar caminhos efetivos para a execução, apesar de as ideias se conectarem com as demandas atuais da cidade. Segundo os economistas, as campanhas acertam ao apresentar foco nas áreas de tecnologia e modernização do ambiente de negócios, mas deixam de detalhar como as ideias poderiam se tornar realidade.

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As propostas para novos polos de desenvolvimento, condomínios empresariais ou incubadoras de negócios são citadas pelo jornalista Matheus Ribeiro (PSDB), o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL), o ex-presidente da FIEG, Sandro Mabel (UB), e o senador Vanderlan Cardoso (PSD). Os mesmos planos, também citam a instituição de novos incentivos ou a criação de um banco municipal.

Ideias semelhantes para disponibilizar linhas de crédito estão presentes nas plataformas da deputada federal Adriana Accorsi (PT) e do atual prefeito e candidato à reeleição, Rogério Cruz (SD). A exceção é a campanha do professor Pantaleão (UP), que aponta ações diretas da própria Prefeitura como possível fator decisivo para a criação de empregos, como por meio do lançamento de novas obras na cidade.

O professor de Finanças e Economia, Marcus Antônio Teodoro, acredita que os planos apresentados acertam ao apontar objetivos relacionados à inclusão digital, desenvolvimento tecnológico e modernização da cidade, mas faz ressalvas sobre as promessas. “As propostas são muito abertas e genéricas. Não se apresenta especificamente como vai ser e como a ideia passaria a ser realidade. Há, por exemplo, uma demanda por treinamento de capacitação de profissionais para trabalharem com esse tipo de nova estrutura e realizar essa quantidade de coisas que os candidatos jogam para o ar”, avalia Teodoro.

O economista Euripedes Junior Lopes Silva entende que “faz todo sentido” apresentar propostas para as áreas de tecnologias, “Essa é a nova revolução industrial e precisamos, sem dúvidas, fomentar esses segmentos. O problema é que eles não detalham como efetivamente vão fazer e as ideias são propostas muito simples”, considera o especialista.

“Falta apresentar detalhes e é preciso salientar que qualquer coisa que forem fazer para incentivar qualquer setor, da maneira como dizem nos planos, vai ter custo. A receita da Prefeitura está definida e a administração tem compromissos com servidores, além do pagamento de dívidas, entre outros gastos. Assim, sobra pouco recurso para fazer investimentos e é difícil apostar que todas as propostas sejam realmente viáveis”, também considera Teodoro.

Linhas de crédito

Enquanto Adriana, Matheus e Pantaleão citam diretamente a criação de um “banco municipal”, Vanderlan, Fred, Mabel e Rogério apontam ideias parecidas de programas de fomento aos empreendedores. Os especialistas citam que as medidas propostas neste sentido carecem de maior detalhamento, já que envolvem processos complexos para a execução.

“Já existe a Goiás Fomento, que também atende Goiânia. Qual seria a diferença em relação a essa atuação? Além disso, qualquer recurso emprestado com juros subsidiados tem um custo. Se for pegar do tesouro público, tem de ter dotação orçamentária para isso, além da aprovação na Câmara Municipal. Há ainda o problema da inadimplência e, mais uma vez, o custo dependerá da Prefeitura. Nada disso é detalhado nas propostas”, analisa Teodoro.

O economista reforça que a criação de um banco municipal dependeria ainda de autorização do Banco Central, da apresentação de reserva técnica. “A ideia é bonita, mas é preciso observar o caminho para a execução e se não é chover no molhado, já que várias outras instituições já têm linhas de crédito para o empreendedor”, diz.

Os candidatos ainda citam a possibilidade de criar Incubadoras de empresas ou instituições para auxiliar empreendedores e startups na criação e desenvolvimento de novos negócios, para geração de novos empregos.

“Primeiro, é preciso encontrar e fomentar bons projetos para que a incubadora funcione, além de ter linhas de crédito com longos prazos de pagamento. Esse formato é interessante, mas já é desafiador na iniciativa privada por conta da dificuldade de manter as fontes de recursos. A princípio, é difícil imaginar que o modelo executado pelo poder público não possa representar ainda mais insegurança”, avalia Teodoro.

Os dois economistas concordam que as ideias de polos regionais ou condomínios empresariais precisam apresentar maior conexão com a organização prática das atuais atividades econômicas da cidade, que já se organizam em diferentes regiões do município.

“É muito simples a ideia de dar um terreno para uma empresa. A grande pergunta é se aquele local responde às demandas para manter a atividade viável. Tanto no sentido dos impactos que determinada atividade podem gerar na região, quanto nas questões de mercado, como viabilidade do negócio, consumo, infraestrutura, trânsito e segurança. Se não houve esse tipo de análise e planejamento, a conta para o empresário não vai fechar”, afirma Lopes Silva.

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Planos de governo de candidatos em Goiânia citam crédito e polos regionais para desenvolvimento

Política

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Eleições 2024

Nos últimos dez anos, o setor supermercadista tem enfrentado uma série de desafios e mudanças significativas no modelo de trabalho. Existe um considerável número de vagas ofertadas, mas não há mão de obra suficiente para atender a demanda. Estas transformações são impulsionadas por diversos fatores, que vão desde as políticas assistenciais até as mudanças nas preferências das novas gerações de consumidores e trabalhadores.

Com as recentes alterações na legislação trabalhista, muitos profissionais têm optado por abrir seus próprios negócios e se tornarem microempreendedores individuais (MEIs) em vez de permanecerem no regime CLT. Esse movimento é impulsionado pela busca por maior autonomia, flexibilidade e, muitas vezes, por um potencial de maior remuneração. No entanto, isso tem gerado uma escassez de mão de obra em setores cruciais dos supermercados, como estoquistas, repositores, caixas, açougueiros e padeiros, entre outros.

A dificuldade em encontrar e reter trabalhadores qualificados para essas posições é um dos maiores desafios enfrentados pelos supermercados atualmente. Muitos dos empregos oferecidos não correspondem às expectativas salariais e de condições de trabalho dos profissionais disponíveis no mercado, agravando ainda mais essa escassez.

Uma das grandes inovações no setor de supermercados é a implementação de sistemas de autoatendimento. As novas gerações, especialmente os millennials e a geração Z, demonstram uma forte preferência por tecnologias que lhes permitam maior autonomia e rapidez nas suas compras. A inteligência artificial e os sistemas de self-checkout têm se tornado cada vez mais populares, substituindo a necessidade de funcionários em algumas funções. Esse movimento, por um lado, alivia a pressão da escassez de mão de obra, mas, por outro, exige um investimento significativo em tecnologia e treinamento.

As novas gerações trazem consigo um comportamento de consumo e trabalho bastante diferente das anteriores. Elas valorizam a rapidez, a eficiência e a interação mínima com atendentes humanos, preferindo soluções automatizadas e digitais. Ao mesmo tempo, no campo profissional, buscam empregos que ofereçam flexibilidade, um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e oportunidades de crescimento e desenvolvimento.

O setor supermercadista está em meio a uma transformação profunda, impulsionada por fatores econômicos, sociais e tecnológicos. Para enfrentar esses desafios, é fundamental que os gestores e empresários do setor compreendam essas mudanças e adaptem suas estratégias de contratação, retenção de talentos e atendimento ao cliente. Investir em tecnologia, oferecer melhores condições de trabalho e entender as expectativas das novas gerações são passos cruciais para garantir a sustentabilidade e o sucesso dos supermercados no futuro.

O desafio hoje não é apenas vender, mas conseguir atender adequadamente o cliente.

Sirlei Antônio do Couto, supermercadista&nbsp;e presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos)