Dados do turismo em Pirenópolis

O crescente potencial turístico de Pirenópolis fez com que a cidade se tornasse palco de novos investimentos de empresas do mercado imobiliário goiano. São empreendimentos já entregues, em construção ou em fase de licenciamento, entre unidades que são comercializadas no sistema de multipropriedade e condomínios fechados de lotes. Mas há casos de projetos que foram paralisados porque são alvo de discussões na Justiça por causa de críticas em relação aos possíveis impactos ambientais.

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De acordo com o Censo Hoteleiro de Pirenópolis 2024, do Observatório da Goiás Turismo, a quantidade de quartos em hotéis e pousadas de Pirenópolis cresceu quase 40% em cinco anos. O estudo abrangeu 548 empreendimentos, sendo 505 em funcionamento, 31 com as atividades suspensas e 12 em reforma ou construção. Destes 505 em operação, 101 entraram em atividade nos cinco anos anteriores. O levantamento também mostrou que o aumento no número de Unidades Habitacionais (UHs) foi de 33,97% em 2024.

Um dos empreendimentos já entregues é o Quinta Santa Bárbara Eco Resort, que já foi alvo de questionamentos por ter sido construído no centro histórico do município. Construído num terreno de 60 mil metros quadrados, sendo que apenas 10% foram edificados, o empreendimento recebeu investimentos de cerca de R$ 100 milhões. “A construção do Quinta Santa Bárbara serviu e serve como paradigma de como ocupar adequadamente o solo”, afirma o sócio diretor da Quinta Empreendimentos Imobiliários e da B3Hotels, empresa gestora da operação e hotelaria, Josemar Borges Jordão.

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As obras foram iniciadas em 2017, mas a inauguração só ocorreu em dezembro de 2022 porque a obra ficou embargada dois anos por conta de uma ação judicial. O empreendimento tem uma completa infraestrutura de lazer e 148 apartamentos, que foram comercializados pelo sistema de multipropriedade, sendo 80 deles operados por um pool hoteleiro. De acordo com Jordão, a maior parte já foi comercializada.&nbsp;

“Demos preferência pela mão de obra e insumos na cidade de Pirenópolis. Mais de 200 empregos diretos foram gerados, além dos indiretos”, garante. O empresário acredita que o empreendimento esteja entre os maiores pagadores de ISS ao município, mesmo estando ainda em fase de maturação, com média de ocupação de 70%. “Sem contar a valorização do entorno imobiliário do resort e a geração de inúmeros negócios no comércio local”, ressalta.

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<h2>Em construção</h2>

Um empreendimento em construção no município é o Pyrenéus Residence, da GAV Resorts, um investimento estimado em R$ 100 milhões, que deve ser inaugurado no final deste primeiro semestre. Manoel Vicente Pereira Neto, CEO da GAV, diz que fazia todo sentido Pirenópolis receber um empreendimento de multipropriedade, voltado para locais com grande fluxo de turistas, principalmente por ser próxima a Goiânia e Brasília. As obras começaram em 2022. Ele informa que serão 150 apartamentos, com uma média de 35 metros quadrados cada um, que estão sendo comercializados em 3.900 cotas de duas semanas. Cada cota custa R$ 45 mil, em média.

“As vendas começaram em 2021 e ele já está 80% vendido”, destaca o CEO da GAV. Com 11,9 mil metros de área construída, o Pyrenéus Residence conta com um complexo de piscinas adulto e infantil aquecidas, quadras de tênis e vôlei, campo de futebol society e uma academia com os melhores equipamentos, um playground completo, sala de jogos, Praça das Águas, brinquedoteca para as crianças, xadrez gigante, área dog play para os cães, restaurante, bar e um completo SPA.

Neto informa que o empreendimento está em um terreno com 30 mil metros quadrados, mas apenas 15% de ocupação do solo por conta da construção em pavimentos. “Esta é uma das menores taxas de ocupação de solo no Brasil”, destaca. A entrega está prevista para meados deste ano e a estimativa é que, pela taxa média de ocupação em Pirenópolis, o resort receba cerca de 2 mil pessoas por mês, a maioria de Goiânia e Brasília. O Pyrenéus deve contar com 180 colaboradores quando estiver em operação.

Outro empreendimento que começa a ser construído na cidade é o Reserva Pirenópolis, que deve ter cerca de 500 apartamentos de um e dois quartos, distribuídos em 17 torres, que serão vendidos em 13.500 frações imobiliárias. A previsão é de geração de até 400 empregos diretos com as obras e mais 200 na operação do resort.&nbsp;

O Reserva Pirenópolis, projeto da Toro Participações e da Trinus Co, contará com dois parques aquáticos completos, diversas áreas de lazer para crianças, seis saunas, quatro spas integrados com jacuzzi e sala de massagem, além de duas academias, dois bares e um restaurante em sua estrutura.

A cidade também pode ganhar dois novos condomínios horizontais nos próximos anos. Um deles é o Aldeia dos Pirineus, que já está licenciado, mas que se encontra em discussão judicial no momento por conta de questionamentos de ordem ambiental. A assessoria de imprensa da empreendedora SPE Maracujá não adiantou mais detalhes do projeto, mas informou que o empreendimento será de pequeno porte e que deve gerar muitos empregos diretos e indiretos após o início de suas operações.

A Raiz Urbana, empresa do Grupo Tropical, prepara, em conjunto com um parceiro local, um lançamento na região do Morro do Frota.

Segundo a empresa, o projeto é inédito de sustentabilidade ambiental de alto padrão, com terrenos de tamanho médio de 1000 metros quadrados. “A iniciativa é fruto de aprofundados estudos, iniciados há 18 anos, para se chegar a um resultado que garantisse o equilíbrio ambiental da ocupação”, afirma a empresa. Segundo ela, todos os detalhes sobre o futuro lançamento serão divulgados após todo o trâmite legal do projeto, mas informações obtidas junto a moradores da cidade indicam que se trata de um condomínio fechado.

Mercado imobiliário avança cada vez mais em Pirenópolis

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Turismo

Novas obras de empreendimentos em Pirenópolis estão suspensas para proteger centro histórico, decidiu a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad). Por meio de portaria, a secretaria manteve a suspensão até 30 de setembro deste ano ou até que o município apresente estudo para dimensionar o impacto das novas construções.&nbsp;

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De acordo com a portaria, a medida não suspende os licenciamentos ambientais de empreendimetnos instalados há mais de um ano na cidade e aqueles que conseguiram a licença prévia antes da publicação da nova norma.

O POPULAR entrou em contato com a Prefeitura de Pirenópolis nesta sexta-feira (25), por volta das 8h, para obter posição sobre essa prorrogação da medida pela Semad, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

Quando decidiu pela suspensão, a secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, apontou que a medida atendia uma reclamação da população preocupada com o fluxo de pessoas no centro histórico a partir da construção de complexos turísticos. Um desses impactos seria o trânsito de veículos.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/projetos-s-o-alvo-de-criticas-com-relac-o-a-impactos-ambientais-e-de-vizinhanca-1.3231332">Projetos são alvo de críticas com relação a impactos ambientais e de vizinhança</a> 
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Segundo Vulcanis, a norma tenta desestimular novos empreendimentos e a atração de mais turistas, como forma de proteger o centro histórico de Pirenópolis. E assim evitar a degradação, por exemplo, de prédios históricos, o acúmulo de lixo e falta de tratamento adequado de esgoto e outros problemas.

Embora saiba que impedir o crescimento da cidade seja impossível, a presidente da Associação dos Comerciantes e Pró-habitação de Pirenópolis, Maria Rosa de Marchi, pontuou, em entrevista a TV Anhanguera, que esse novos empreendimentos devem se adequar a legislação.&nbsp;&nbsp;

<cite>O crescimento da cidade ninguém consegue impedir, essa questão de loteamento, mas eles devem seguir as regras do Plano Diretor, das áreas verdes e da ocupação. Respeitar os nossos rios, nossas águas, nossa cultura... Isso eu não sei até que ponto está sendo respeitado. Então, isso é muito prejudicial", opinou Marchi.&nbsp;</cite>

Por outro lado, há quem concorde com a expansão urbanística de Pirenópolis. Dentre os defensores, está o comerciante Edson Barbosa da Silva. À TV Anhanguera, ele disse que a atração de mais turistas é benefíco ao município.&nbsp;

<cite>Concordo com o aumento das construções, com os novos projetos, novos investimentos que está tendo na cidade, porque isso contribui para o comércio e para os turístas", disse o comerciante.&nbsp;</cite>

(Coloborou Vinícius Rangel, da TV Anhanguera)

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Novas obras em Pirenópolis são suspensas para proteger centro histórico

MEDIDA 

O maior DJ do mundo eleito em 2024 e uma das bandas mais emblemáticas do pop rock goiano serão os responsáveis por embalar o feriado prolongado em dois dos destinos mais procurados de Goiás. Para quem vai pegar a estrada em busca de boa música e paisagens inspiradoras, as opções são de peso: o sul-africano Black Coffee é a estrela de um festival em Pirenópolis durante a Semana Santa, enquanto a banda Mr. Gyn faz show em Aruanã, na abertura do projeto Estrelas do Araguaia, que completa 22 anos em 2025.

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Além de celebrar a música em estilos distintos — eletrônico e rock —, os eventos reforçam a vocação turística de dois dos cenários que se transformam em refúgios favoritos dos turistas durante os feriados. Pirenópolis, com suas ruas de pedra, casarões coloniais e cachoeiras, atrai quem busca uma combinação de história, natureza e agito cultural. Aruanã, por sua vez, é sinônimo de aventura e descanso às margens do Rio Araguaia, destino favorito para quem busca natureza, cultura e descanso.

Black Coffee, que também é produtor musical e vencedor do Grammy (2022), será a principal atração da programação do Festival Black Coffee Experience, marcado para sexta-feira (18) e sábado (19), a partir das 22 horas, numa estrutura montada na antiga pedreira da Cachoeira Usina Velha, próxima a Pirenópolis. Dono de um estilo único, o DJ sul-africano ajudou a levar o afro house aos quatro cantos do mundo — um subgênero da house music que mistura batidas profundas, elementos da música africana e atmosferas envolventes.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/festival-italiano-de-nova-veneza-2025-anuncia-data-1.3252921">Festival Italiano de Nova Veneza 2025 anuncia data&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/pela-primeira-vez-prociss-o-do-fogareu-reune-60-farricocos-na-cidade-de-goias-1.3252975">Pela primeira vez, Procissão do Fogaréu reúne 60 farricocos na cidade de Goiás&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/festas-espetaculos-e-shows-agitam-a-programac-o-cultural-de-goiania-1.3249088">Festas, espetáculos e shows agitam a programação cultural de Goiânia&nbsp;</a></div>

No repertório, devem aparecer faixas autorais que marcaram sua carreira, como Drive, We Dance Again, Your Eyes e o primeiro sucesso da carreira iniciada na década de 1990, Happiness, além de remixes que mostram seu domínio das pistas com elegância e personalidade. Black Coffee vai se apresentar no último dia de festival. Completam o line-up do evento nomes de peso como o português Avö e o marroquino Arymé, além de Eric Fraga, Heartless, Dilopes, Kaiann, Fred Passos, Lefouz, Fahlberg, JP Castro e Ramona.

Já o Projeto Estrelas do Araguaia começa a temporada com apresentação da banda Mr. Gyn no sábado (19), às 17 horas, na Praça Couto Magalhães, em Aruanã. Formado em dezembro de 1997 em Goiânia pelos músicos Anderson Richards (vocal), Rodrigo Baiocchi (baixo), Marcos César (bateria) e Elvis Barzotto (guitarra), o grupo, dono de 11 álbuns, sendo cinco registros ao vivo, traz no repertório sucessos autorais como Sonhando, A Minha Paz e Minha Juventude, além de vários hits do rock nacional de 80 a 2000.

A edição 2025 do projeto contará com 14 atrações, apresentações culturais, oficinas e intervenções artísticas. Estão confirmados nomes como Marcelo Barra, Maria Eugênia, Cláudia Vieira, Grace Carvalho, Clube Retrô, Zabumba Beach e Banda Versário. Haverá ainda dois shows exclusivos da Banda Stereo For para comunidades indígenas da região: a Aldeia Buridina (Karajá) e a Aldeia Aricá (Bdébure), ambas em Aruanã. A programação, toda gratuita, seguirá durante o mês de julho e será encerrada em setembro, na cidade de Goiás. ()

&nbsp;

Serviço

PROJETO ESTRELAS DO ARAGUAIA 2025

Início: 19 de abril (sábado) - &nbsp;Show Mr.Gyn

Continuação:

julho

Encerramento:

setembro, na Cidade de Goiás

Informações:

(62) 99614-2711

Gratuito

&nbsp;

FESTIVAL BLACK &nbsp;COFFEE EXPERIENCE

Datas

: Sexta-feira (18) e sábado (19), às 22h

Local: 

Cachoeiras Usina Velha — Pirenópolis

Ingressos:

5º Lote R$ 400 (feminino) e R$ 500 (masculino)

Informações: 

@blackcoffee.experience

DJ Black Coffee se apresenta em Pirenópolis e Mr. Gyn faz show em Aruanã

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Feriado prolongado

Webstories - Alteração em imagem de santa causa polêmica em Pirenópolis

A imagem de Nossa Senhora das Dores, que data do século 18 e pertence ao acervo tombado da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, em Pirenópolis, passou por modificações recentes, como uma repintura, e seu estado de conservação é considerado precário pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As <a href="https://opopular.com.br/cidades/polemica-sobre-alterac-es-em-imagem-de-santa-agita-pirenopolis-1.3250791" target="_blank">alterações na imagem da santa</a> estão no centro de uma grande polêmica que há uma semana tem movimentado a cidade. A irmandade guardiã do patrimônio sacro da Matriz da cidade tem negado qualquer modificação, entretanto as <a href="https://opopular.com.br/cidades/imagem-de-santa-que-sofreu-harmonizac-o-facial-passa-por-pericia-do-iphan-1.3250088" target="_blank">mudanças foram comprovadas por uma perita do Iphan</a> na última terça-feira.

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Chefe do Serviço de Gestão da Conservação de Bens Móveis e Integrados da Coordenação Geral de Conservação do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan (Depam/Iphan), a restauradora Virgynia Corradi Lopes da Silva também descobriu que outras imagens, não só a de Nossa Senhora das Dores, sofreram alterações que comprometem a integridade delas e também se encontram em situação precária. Foram analisadas as imagens de Nossa Senhora do Rosário e do Senhor Morto. Chegou ao Iphan também denúncia de modificações na imagem de São Sebastião, mas o mesmo não foi identificado no cadastro de bens tombados do instituto.

A <a href="https://opopular.com.br/cidades/alterac-o-em-imagem-de-santa-causa-polemica-em-pirenopolis-1.3249601" target="_blank">mudança nos traços originais da imagem da santa</a> foi denunciada por moradores de Pirenópolis e noticiada em primeira mão pelo POPULAR na noite de domingo (6). Na quinta-feira (10), o jornal mostrou que cerca de 40 denúncias chegaram à sede do Iphan local. O alarme inicial foi dado por um membro da Irmandade Santíssimo Sacramento, Séfora de Pina, que alertou sobre a “maquiagem” feita por “pessoas inadequadas”. Apesar da polêmica, está marcada para esta sexta-feira (11) e para domingo (13) a presença da imagem em procissões dentro da programação da Semana Santa da cidade histórica.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/polemica-sobre-alterac-es-em-imagem-de-santa-agita-pirenopolis-1.3250791" target="_blank">Polêmica sobre alterações em imagem de santa agita Pirenópolis</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/imagem-de-santa-que-sofreu-harmonizac-o-facial-passa-por-pericia-do-iphan-1.3250088" target="_blank">Imagem de santa que sofreu 'harmonização facial' passa por perícia do Iphan</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/alterac-o-em-imagem-de-santa-causa-polemica-em-pirenopolis-1.3249601" target="_blank">Alteração em imagem de santa causa polêmica em Pirenópolis</a></div>

Sobre a imagem de Nossa Senhora das Dores, a perita informou que o estado de conservação é precário, “tanto em seu suporte quanto na camada pictórica”. Ela encontrou “danos significativos”, como rachaduras na madeira entalhada, sinais de acidificação e umidade na base e nos tecidos de linho. Foi constatada uma “repintura” que cobriu toda a policromia original e isso, segundo Virgynia, compromete a leitura e estabilidade da imagem. Ainda de acordo com a restauradora, foram encontrados indícios de intervenções anteriores “incompatíveis com os princípios da conservação”.

Virgynia diz que a repintura prejudicou a compreensão e apreciação estética e histórica da imagem e que a sobreposição de camadas de tinta, “muitas vezes aplicada com materiais e técnicas distintas das originais”, não apenas descaracteriza o bem tombado, mas também “pode comprometer a estabilidade da policromia subjacente, ao criar tensões físicas ou químicas entre as camadas”. Para ela, as intervenções foram significativas, sem critério. “Esses fatores evidenciam a necessidade de uma intervenção especializada e criteriosa para evitar o agravamento dos danos e possibilitar a recuperação dos valores históricos, materiais e simbólicos do bem.”

Também foram identificadas linhas de preenchimento com massa de aproximadamente um centímetro de largura, “possivelmente aplicadas para cobrir rachaduras na madeira”, a presença de pequenas gotas translúcidas, representando lágrimas, o que não tinha no trabalho original. A vistoria identificou acréscimos visíveis na repintura, principalmente na área dos olhos, e a intervenção “manteve antigas perdas pontuais visíveis que não foram niveladas”. Por fim, encontrou-se um reforço no estofamento na área das pernas com tecido de aparência contemporânea.

<div attr-cid="policy:1.3250063" attr-version="policy:1.3250063:1744110644" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3250063" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3250063', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3250063">Webstories - Alteração em imagem de santa causa polêmica em Pirenópolis (1.3250063)</a></div>

<h2>Outras imagens</h2>

Em relação à imagem do Senhor Morto, a perita também encontrou a presença de “uma camada de pintura recobrindo integralmente as áreas de carnação, com destaque para as regiões que representam sangue ao redor das chagas” e “uma linha de depósito de massa rugosa”, com aproximadamente um centímetro de largura aplicada sob a pintura. “Os tecidos na articulação dos ombros configuram uma intervenção posterior. A policromia apresenta aspecto semibrilhante, sugerindo a possível aplicação de verniz de proteção.” Assim como no caso da imagem de Nossa Senhora das Dores, o estado de conservação foi considerado precário.

A imagem de Nossa Senhora do Rosário, uma escultura da primeira metade do século 18 em madeira com o Menino Jesus desnudo e um rosário, tem um agravante em relação às outras imagens vistoriadas: acúmulo de sujeira e sinais de deterioração por causa da exposição prolongada à luz intensa. “Observam-se sinais de intervenções de restauro anteriores, incluindo repinturas em áreas de perda não nivelada nas regiões de carnação e panejamento.” A coroa na cabeça de Nossa Senhora teria passado por uma reconstituição sem que tivesse sido preservado o desenho original. Faltam alguns dedos nas mãos da escultura.

Ao contrário das outras imagens avaliadas, a de Nossa Senhora do Rosário não teve sinais de repintura, mas, sim, de deterioração, com sinais de ressecamento, craquelamento e pontos de desprendimento. “Observam-se vestígios pontuais de intervenções anteriores, restritas a repinturas localizadas em lacunas não niveladas. As áreas que possivelmente continham acabamento dourado, como as bordas do panejamento, encontram-se escurecidas, dificultando sua leitura original”, avaliou a perita. Também foi identificada uma “possível presença de uma camada de verniz de proteção”.

O documento com a verificação feita pela perita aponta também que algumas fotografias produzidas durante a visita técnica foram consideradas “sensíveis por membros da própria comunidade local” e, por isso, foram anexadas em um documento restrito, que não foi divulgado à imprensa e ao público, “resguardando o acesso às imagens de forma responsável e respeitosa”. Isso ocorreu “em razão da relevância simbólica e afetiva das imagens sacras”. “Essa medida visa preservar a dignidade dos bens e o sentimento de pertencimento da população, ao mesmo tempo em que garante os subsídios técnicos necessários”, escreveu Virginia.

Em todos os casos, a restauradora identificou que, apesar das intervenções sem a devida atenção às normas de preservação de bens tombados, há um “potencial de reversibilidade” e a possibilidade “de recuperação substancial de sua leitura iconográfica por meio de uma intervenção de restauro criteriosa”. O Iphan ainda não se manifestou sobre as medidas a serem tomadas. Anteriormente, o instituto informou que só falaria após a conclusão do laudo.

Iphan confirma intervenção irregular em três imagens sacras na Matriz de Pirenópolis

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Polêmica

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Imagem de Nossa Senhora das Dores é tombada desde 1941 e é levada às procissões em Pirenópolis (Fábio Lima / O Popular)

Moradores de Pirenópolis denunciam que a Nossa Senhora das Dores, que integra o acervo tombado da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, foi descaracterizada após sofrer uma intervenção não autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A descoberta da alteração na originalidade da obra bicentenária, ocorrida na última sexta-feira (4), foi feita por fiéis que frequentavam o local. Desde então, mais de 20 queixas foram feitas à autarquia, que cobrou resposta da Diocese de Anápolis, responsável pelo templo.

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Construída há quase três séculos, a Igreja Matriz de Pirenópolis e todo o seu acervo foram tombados como patrimônio nacional em 1941. Situada na Praça da Matriz, no centro histórico, a igreja é tida como cartão postal do município e palco de celebrações religiosas tradicionais, como a Festa do Divino Espírito Santo e a Semana Santa. Durante as festividades da semana, a imagem de Nossa Senhora das Dores, construída em madeira, é levada às procissões. Diante de toda a relevância à comunidade católica, não foi difícil para fiéis identificarem alterações na escultura.

Presidente da Comissão Pirenepolina de Folclore, Séfora Pina explica que a santa esteve “sumida” por cerca de um mês e reapareceu na última semana, quando um integrante Irmandade do Santíssimo Sacramento teria observado tais mudanças. “A pele dela parecia uma louça de tão limpa. Fizeram cílios, mudaram a sobrancelha, parecia até uma harmonização facial. Todos os fiéis estão indignados. Mexeram nela inteira, não é pouca coisa que fizeram. Tirou toda a característica da imagem. Todo o acervo é patrimônio, ninguém pode botar a mão assim, tinha que ser algum especialista”, lamenta.

<div class="p-readmore-box"> 
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Ainda na sexta-feira, foi à igreja e registrou, em fotos, o que foi alterado. E em imagens comparativas, as diferenças são destacadas. Na obra original, havia lágrimas vermelhas, ou seja, de sangue, haja vista que a santa representa as dores de Maria quando o filho, Jesus, foi crucificado. Agora, as lágrimas são transparente e, à distância, praticamente imperceptíveis. A sobrancelha antes mais fina foi engrossada, e os cílios – que não existiam – foram pintados. Até mesmo a boca tem um tom mais forte, e a santa, agora, tem as bochechas coradas. “A madeira dos pés também está toda cheia de tinta”, acrescenta, ao citar ainda, uma nova posição das mãos entrelaçadas.

Advogado e membro da comissão, Adriano Dourado reforça que a imagem reapareceu “totalmente descaracterizada”. “Parece que fizeram uma limpeza na imagem. Ela tinha uma variação na tonalidade de cor de pele, pois a pele não é a mesma cor, sempre tem um lado mais escuro, uma mancha, e tinha essas imperfeições na pele. Agora não, está parecendo uma folha de papel. E as lágrimas vermelhas desapareceram e fizeram transparentes, como se fosse uma pedra clara. Contornaram os olhos, fizeram a sobrancelha, puseram ruge nas bochechas, passaram batom. Tem gente até duvidando que é a mesma santa. Isso é um absurdo. É um caso de polícia”, pontua.

Conforme Dourado, há, ali, o crime de dano ao patrimônio histórico. “A gente mantém tanto séculos o patrimônio, e do nada vem alguém, ‘imperito’ (e faz isso). E o que muda? Muda a expressão dos olhos triste dela, por exemplo, mexe com o lúdico. Está uma revolta geral, só estão querendo saber quem foi o artista que tocou na imagem. Por enquanto está todo mundo calado. É uma revolta muito grande, porque a Nossa Senhora das Dores faz parte de uma das procissões mais lindas”, complementa. Na sexta-feira (11), a imagem da santa sai para a procissão no Dia da Nossa Senhora das Dores. Dois dias depois, no domingo (13), estará presente na procissão de encontro com o Senhor dos Passos. Além disso, na sexta-feira Santa (18), participa da procissão do Enterro do Senhor.

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<h2>Denúncias</h2>

Diante das queixas recebidas pelo Iphan, foi instaurado um processo formal para apuração do caso. Um ofício foi encaminhado na sexta-feira (4) ao bispo diocesano de Anápolis, Dom João Wilk, para prestar “esclarecimento quanto à pintura da imagem sem autorização do Iphan e sem acompanhamento de técnico restaurador habilitado”. O documento diz ainda que a conservadora-restauradora de bens culturais móveis e técnica da autarquia fez vistoria na Igreja Matriz em março e “não foi informada da necessidade de restauro da referida peça”.

“A seriedade do ocorrido requer medidas céleres para contenção do agravamento do estado de preservação da referida imagem. A preocupação com a pintura sem acompanhamento técnico se reforça pela importância da imagem e por ser um bem importante para a comunidade Católica de Pirenópolis”, destaca. Foi dado um prazo de 15 dias para manifestação da Diocese, além da apresentação de um cronograma com ações previstas para recuperação da imagem, “que garantam a reparação dos danos identificados.”

Conforme o superintendente do Iphan em Goiás, Gilvane Felipe, após o prazo, será aberto um processo fiscalizatório, “com lavratura de auto de infração e demais medidas legais cabíveis”. Ele conta que estará em Brasília nesta segunda-feira (7) onde será requisitada a vinda de especialista para fazer “uma verificação completa a minuciosa”. “Adulterar um bem tombado pelo Iphan é crime, sujeito a multa e outras penalidades”, diz. A autarquia também vai apurar se houve alteração em outras imagens, como, conforme Séfora foi informada, de São Sebastião e Senhor Morto.

O POPULAR esteve na Igreja Matriz neste domingo (6) e confirmou que as alterações estavam presentes na santa, disposta no altar. No local, um funcionário rechaçou as denúncias e alegou que nada foi feito com a imagem. Conforme ele, a escultura foi apenas limpa, já que, com as intervenções no espaço, teria acumulado poeira. Caracterizou ainda a situação como boato de um grupo pequeno.

Ainda neste domingo (6), a reportagem entrou em contato com o padre Augusto Gonçalves, pároco de Pirenópolis, por meio de mensagem de texto e ligação. Também foi deixado um número para contato na recepção do museu da igreja. Até o fechamento desta edição, contudo, não obteve retorno. Também não foi possível falar com a Diocese de Anápolis. As fontes relataram que, conforme informado pelo mesmo, o padre não sabia das alterações na imagem.

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Alteração em imagem de santa causa polêmica em Pirenópolis

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