Em Goiás, as mulheres recebem 31,9% menos que os homens, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao ano de 2022. O rendimento das mulheres foi de R$ 1.998, enquanto o de homens foi de R$ 2.936, o que representa 68,1% a mais.&nbsp;&nbsp;

A pesquisa foi realizada considerando o rendimento médio mensal recebido por todos os tipos de trabalho, calculado para as pessoas de 14 anos ou mais. No levantamento, além da diferença salarial entre homens e mulheres, é possível observar também os ganhos de pessoas brancas e negras e por nível de instrução.&nbsp;

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Ao comparar os números goianos com o cenário nacional, a pesquisa mostra que o Brasil teve diferenças tão significantes quanto em Goiás no ano de 2022. Enquanto a média brasileira dos valores recebidos mensalmente pelas mulheres é de R$ 2.303, em Goiás foi de R$ 1.998. Para os homens, esse número é de R$ 2.920 (Brasil) e R$ 2.936 (Goiás).&nbsp;

Outros pontos analisados pela pesquisa&nbsp;

O rendimento mensal do goiano é de R$ 2.545 em 2022. Ao se falar de raça, o rendimento médio mensal das pessoas de cor preta foi de R$ 2.064, correspondendo a 65,6% do rendimento médio das pessoas de cor branca (R$ 3.146). Na análise por nível de instrução, a diferença é ainda mais expressiva. As pessoas sem instrução têm rendimento médio mensal de R$ 1.327, o que corresponde a 28,8% do rendimento das pessoas com ensino superior completo, que chega a R$ 4.610.&nbsp;

O comparativo entre os números goianos e a média brasileira pode ser vista no gráfico abaixo.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3028518" attr-version="policy:1.3028518:1684166993" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3028518/Capturar.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Rendimento médio mensal real das pessoas de 14 anos ou mais de idade, habitualmente recebido em todos os trabalhos, a preços médios do último ano (Reais), por sexo, cor ou raça e nível de instrução, Brasil e Goiás – 2022 (Divulgação/IBGE)

O estudo aponta também que o rendimento médio mensal real domiciliar per capita, em Goiás, foi de R$ 1.588 em 2022. Esse valor representa aumento de 14,2% em relação a 2021, quando o valor foi de R$ 1.391. Contudo, mais de 360 mil pessoas no estado possuem um rendimento médio domiciliar per capita de R$ 161, ou seja, uma família de cinco pessoas pode chegar a sobreviver com R$ 805 por mês.&nbsp;&nbsp;

Do outro lado da régua, na classe de 1% com maiores rendimentos, o rendimento médio domiciliar per capita foi de R$ 17.080, valor 30% maior que em 2021. Neste caso, a mesma família de cinco pessoas poderia ter uma renda mensal de quase R$ 90 mil.&nbsp;

Mulheres recebem 31,9% menos que os homens em Goiás, aponta IBGE

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desigualdade

Em pleno século XXI, a experiência do papel social de juiz ainda é diferente para homens e mulheres. É preciso olhar para o poder com perspectiva de gênero. O machismo está naturalizado em nossa sociedade e impacta sim o exercício de nossas profissões. O poder ainda é associado a atributos masculinos.

Na prática, a sensação é de a sociedade cobra, como se uma mulher precisasse se travestir de qualidades masculinas para ser aceita em lugares de autoridade. Afinal, o poder seria masculino? O poder tem gênero? Papéis sociais de gênero têm estreita relação com o que as pessoas esperam de um juiz, seu comportamento e atributos. O “ser juíza” se relaciona com preconceitos arraigados sobre homens e mulheres.

A figura da mulher juíza é algo extremamente simbólico. Representa a quebra de preconceitos arraigados. É a mulher sujeito e protagonista. Significa a conquista definitiva do espaço público pelo feminino. Quer dizer que mulher sabe mandar sim; que mulher pode sim priorizar a carreira; que pode ser firme e corajosa sim, e gentil, e doce, se quiser. Juízes precisam conhecer o Direito e serem imparciais, sensatos e corajosos, atributos que podem ser de homens ou mulheres.

Em busca dessa igualdade, o protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero-CNJ, recomendou, expressamente, que “magistradas e magistrados se atentem à existência fática da divisão sexual do trabalho em suas decisões, de forma a buscar soluções protetivas e Emancipatórias”. Esta medida visa a ruptura da forma de opressão imposta através da chamada Divisão Sexual do Trabalho, a fim de que nós mulheres possamos alcançar de maneira igualitária o mercado de trabalho e sobretudo o poder público, chegando a cargos como a magistratura.

Ainda que muito se tenha a caminhar, é com base nesse sonho de igualdade que nós, juízas mulheres, traçamos nossos passos, buscando combater, no exercício da nossa profissão, a violência baseada no gênero, a qual é consequência das peculiaridades da violência praticada no entorno familiar em virtude do gênero que, embora frequente, é invisível aos olhos da sociedade.

Em verdade, seja qual for a profissão, do mais alto ao menor cargo, a mulher sempre será questionada por suas escolhas, atitudes, decisões, falas e pensamentos. Isso porque, não se trata da posição que ocupa socialmente, mas tão somente da desigualdade e machismo que nos perseguem. Todas estão sujeitas aos diversos tipos de violência doméstica e familiar e o combate à violência de gênero é o único caminho pela busca da tão sonhada igualdade, de modo que todas nós possamos exercer nossas profissões livres de subjugação, principalmente aquelas alusivas ao gênero.

Que sejamos uma sociedade que consegue dar liberdade aos nossos magistrados de sê-lo de modo feminino ou masculino, como queiram. E que os juízes e juízas não precisem se afastar de si para exercerem seu papel. O nome disso é igualdade.

Marianna de Queiroz Gomes, juíza do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). Membro do Comitê de Equidade de Gênero. Doutora e mestre em Direito e Ordem Constitucional. Em co-autoria com&nbsp;Isabella Alonso Bittencourt, juíza do TJ-GO. Membro da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar.

Desigualdade de gênero

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Marianna de Queiroz Gomes

Mesmo tendo crescido 9,1% em relação a 2021, o rendimento médio mensal da população residente em Goiás ficou em R$ 2.511 em 2022, mesmo valor que havia sido registrado em 2015. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (11) pelo IBGE, que também revelou um aumento da desigualdade de renda no estado nas comparações entre sexo, cor ou raça e nível de instrução. O índice de Gini, que mede a concentração de distribuição de renda, também aponta para um cenário mais desigual.

Após quatro anos de queda, a alta deixou o rendimento médio, que estava em R$ 2.449 em 2019, acima do patamar pré-pandemia. Mas o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, lembra que o valor ainda foi menor que nos anos de 2013 e 2014, que foram muito bons para o mercado de trabalho e para a renda. “A taxa de desocupação estava muito baixa neste período, antes da crise de 2015 e 2016”, lembra.

Por isso, Edson ressalta que este desempenho da renda tem muito a ver com a dinâmica do mercado de trabalho, que melhorou em 2022. Segundo ele, isso pode ter relação direta com o bom desempenho do agronegócio nos últimos anos, um setor que tem grande participação no PIB goiano. Porém, apesar da melhora do mercado de trabalho em 2018, houve um aumento da desigualdade.

Na comparação por sexo, o rendimento das mulheres foi de R$ 1.998 em 2022, o que representa 68,1% dos rendimentos dos homens (R$ 2.936). Por cor ou raça, o rendimento médio mensal das pessoas de cor preta foi de R$ 2.064, equivalendo a 65,6% do rendimento médio das pessoas brancas (R$ 3.146). Vale lembrar que, em 2019, a renda das mulheres correspondia a 76% da dos homens. “Todos os resultados são piores que os de 2021 e até que os de 2019, antes da chegada da pandemia”, destaca o superintendente do IBGE em Goiás.

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita, em Goiás, foi de R$ 1.588 em 2022, um aumento de 14,2% em relação a 2021 (R$ 1.391). Mesmo com alta, quase 361 mil pessoas tiveram renda média per capita de R$ 161 por mês no estado. Na outra ponta, apenas 73 mil pessoas tiveram rendimento de mais de R$ 17 mil. Edson explica que os maiores aumentos de renda ocorreram para os 5% mais pobre e para os 1% mais ricos em 2022. “As faixas intermediárias de renda tiveram ganhos bem menores”, completa.

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O aumento de rendimento para os mais pobres foi resultado de um incremento nos pagamentos de benefícios sociais. Com fim do auxílio emergencial, voltou a crescer o número de domicílios que receberam o Bolsa família ou Auxílio Brasil em Goiás. O porcentual de domicílios que recebiam o Bolsa Família, por exemplo, mais que dobrou, passando de 4,8% em 2021 para 11% no ano passado.

O índice de Gini, que mede a concentração de distribuição de renda, cujo valor varia de zero (perfeita igualdade) até um (desigualdade máxima), também aponta para um aumento da desigualdade. O índice de Gini do rendimento médio mensal real habitualmente recebido em todos os trabalhos foi de 0,434 no estado em 2022, acima do estimado em 2021 (0,428), mas abaixo da média nacional de 0,486. “São dois anos seguidos de queda”, destaca o superintendente.

No País

Em nível nacional, o rendimento médio mensal real foi de R$ 2.533, 2% superior ao ano de 2021 (R$ 2.483). Embora o crescimento do rendimento nacional não tenha sido superior ao do estado, Goiás ainda não conseguiu registrar um valor superior à média Brasil.

O porcentual de pessoas com rendimento na população do País subiu de 59,8% em 2021 para 62,6% em 2022, a maior proporção da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Em Goiás, dos 7,3 milhões de pessoas residentes em 2022, 63,3% tinham algum tipo de rendimento, um aumento de 2,8 pontos porcentuais em relação a 2021, quando 60,5% da população tinha alguma renda.

Em 2022, no Brasil, o rendimento médio do 1% da população que ganha mais (rendimento domiciliar per capita mensal de R$ 17.447) era 32,5 vezes maior que o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537). Entre todas as fontes de renda em Goiás, houve queda apenas em pensão alimentícia, doação e mesada de não morador, que passou de R$ 716 em 2021 para R$ 668 no ano passado, uma queda de 6,7%.

Em 2022, renda média do goiano foi a mesma de 2015

Dinheiro no bolso

Diante de mais um Dia Internacional da Mulher, temos pouco o que comemorar. A data, criada como símbolo da luta pela igualdade e dignidade, exige muito trabalho e conscientização. Precisamos debater as reais condições e o papel das mulheres na sociedade, e combater a violência por elas serem justamente o que são: mulheres.

Dados recentes divulgados pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o Brasil permanece como uma das nações mais violentas do mundo para as mulheres. Em Goiás, a Secretaria de Segurança Pública revela que o feminicídio aumentou pelo quarto ano consecutivo. Em 2022, foram 57 ocorrências, um crescimento de 58% em relação a 2018. A pesquisa mostra ainda que o crime de estupro também subiu, de 278 registrados em 2021 para 322 no ano passado. Se incluirmos outros tipos de violência como ameaça, lesão corporal e crimes contra a honra, os números chegam a 38.470 vítimas.

Mas não são só números. Nunca são. São mães, filhas, esposas, namoradas e irmãs que sofrem violência onde elas deveriam estar seguras: dentro de casa. Afinal, a maior parte dos crimes tem como autores os companheiros ou ex-companheiros, pais ou irmãos das vítimas –responsáveis por 75% dos casos – e as motivações principais são brigas e términos de relacionamentos.

Essa onda crescente de violência é fruto de uma cultura machista, de preconceito contra a mulher e que foi potencializada pelo discurso de ódio e sexista do ex-presidente da República. O atual governo federal já apresenta medidas para reduzirmos essa escaladas e nós, legisladores municipais e estaduais, temos de não só de levantar o debate e fiscalizar as ações, como também propor medidas que possam coibir ainda mais esses comportamentos.

As mulheres têm direito a viver com dignidade. É preciso reestruturar a rede de enfrentamento à violência contra a mulher, garantindo assistência jurídica, social e psicológica às vítimas e punir com rigor os culpados. Igualmente importante é estabelecermos uma política de educação nas escolas que reforce os valores da igualdade de gêneros. As crianças precisam crescer valorizando o respeito mútuo. E na batalha por igualdade, precisamos avançar na representação feminina em espaços de poder e decisão e trabalhar a autonomia e o empoderamento com equidade salarial.

Esses crimes são um problema social gravíssimo e que revelam, em muitos casos, a ausência do Poder Público. Combatê-los exige muito de nós agentes políticos, mas também requer o compromisso de toda sociedade e é uma pauta dos homens também. Precisamos ecoar numa só voz: basta de violência contra as mulheres e meninas!

Diga basta à violência

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A pesquisa sobre desigualdade de gênero, fruto de uma tese de doutorado da professora do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Cássia da Silva Castro Arantes, mostrou que 80% dos egressos desempregados na das áreas de Ciências Agrárias e Tecnologia em Agronegócio do Estado de Goiás são mulheres. Além disso, mesmo com maior escolaridade, elas ainda ganham metade dos salários dos homens.

A pesquisa, feita com 600 recém-formados no período entre 2013 e 2020, em todas as instituições de ensino superior público goianas, revelou que a inserção no mercado não acontece da mesma forma para diferentes grupos de profissionais. De acordo com o levantamento, 77% do total de egressos desempregados são mulheres, que têm maior dificuldade de atuar na área de formação e ascender profissionalmente, sendo minoria nos cargos de gestão. O estudo também mostra que 80% das egressas das instituições pesquisadas possuem renda de até quatro salários mínimos, desigualdade que é ainda maior no caso das mulheres negras.

Para a professora Cássia, diante deste cenário de maior dificuldade de inserção profissional no mercado para as egressas de Ciências Agrárias, o serviço público acaba sendo um caminho para fugir das desigualdades, escolha que permite às mulheres atuar na área de formação, obter renda e ascensão profissional. “A inserção da mulher no agronegócio é precária e mostrar esses dados no mês da mulher traz uma importante reflexão sobre equidade de gênero no mundo do trabalho”, considera a pesquisadora.

Logo depois de se formar, a zootecnista e mestre em Agronegócio Kênnia Barbosa Machado não conseguiu trabalho em empresas privadas por falta de experiência na área. Então, foi desenvolver alguns trabalhos na área de extensão rural, junto a uma universidade pública e a uma grande empresa privada. Depois de passar num concurso, atuou dois anos como professora substituta. Após o fim do contrato, novamente não conseguiu ingressar no mercado. “Desta vez, argumentaram que não teriam como me pagar por eu já ser muito qualificada”, lembra Kênnia.

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A saída foi passar num concurso público do IF Goiano, onde ela trabalha hoje com licitações e contratações. “Cheguei a fazer algumas assistências em fazendas, mas o trabalho de campo para a mulher é sempre mais complicado por conta do machismo estrutural. Ela sempre precisa saber mais que o homem e transmitir este conhecimento com muita segurança para ser ouvida”, avalia. Além disso, por conta do risco de assédio, era preciso evitar roupas justas ou decotadas, por exemplo. “É muito mais trabalhoso para uma mulher impor respeito e comprovar ser eficiente naquele serviço”, completa.

Para ela, as explicações passam pela histórica divisão sexual do trabalho, que resulta em discriminação salarial, segregação ocupacional e maior dificuldade de ascensão profissional no mercado. “Esta desigualdade não ocorre só no agro. Há trabalhos considerados próprios para homens e mulheres, o que decorre de construções sociais históricas. Existe a ideia de que o trabalho na produção é mais masculino”, avalia a mestre em Agronegócios. No campo, elas enfrentam mais dificuldades, como a necessidade de um banheiro.

A pesquisa mostra que a maioria dos profissionais egressos está inserida no mercado e 30% atuam em cargos de gestão e comercialização de insumos, implementos e commodities, uma tendência de contratações. Somente 4% estão empreendendo na área, mas as atividades ligadas ao empreendedorismo estão entre as que melhor remuneram, ou seja, é um nicho que propicia oportunidades de aplicar conhecimentos e habilidades adquiridos e obter maior renda.

Desconfiança

O empreendedorismo foi o caminho seguido pela engenheira agrônoma Laura Bernardino Fernandes, formada há 15 anos. Na turma de 28 alunos, apenas sete eram mulheres. Com o mercado de trabalho mais restrito para elas, Laura começou a trabalhar como autônoma no campo. “Mas enfrentei muita desconfiança. No início, não acreditam que somos capazes de fazer o trabalho e nem mesmo de andar na fazenda. Sempre há uma desconfiança em relação ao nosso trabalho”, afirma.

Ela ressalta que esta confiança foi conquistada aos poucos, à medida que foi mostrando a qualidade de seu trabalho. Hoje, ela é muito demandada para consultorias. “Um homem sempre ganha a disputa por uma vaga no mercado de trabalho com uma mulher, por motivos como o fato dela engravidar e até ser assediada. Se ela é bonita e gosta de se arrumar, sua competência é colocada em dúvida. Se tem um homem junto no grupo de trabalho, ele sempre é ouvido primeiro”, conta Laura, que participa do Programa Mulher do Crea e acredita que toda esta realidade está mudando aos poucos, com as novas gerações.

Para a conselheira do Crea Juliana Matos, apesar do aumento do número de mulheres nas salas de aulas destes cursos predominantemente masculinos, isso ainda não se reflete no mercado de trabalho, onde persiste a chamada ‘síndrome da impostora’. “O fato das mulheres ocuparem menos cargos de gestão ajuda a perpetuar essas desigualdades”, alerta.

Depois de se formar, em 2019, a engenheira agrônoma Mariely Moreira Borges mandou vários currículos para empresas, mas só conseguiu um trabalho temporário, que foi encerrado pela pandemia. Ela lembra que os homens de sua turma conseguiram uma colocação bem mais rápido que as mulheres que tiveram um desempenho acadêmico bem melhor que o deles. Já Mariely precisou fazer uma pós-graduação para turbinar seu currículo e ter mais chances de conseguir uma colocação.

Hoje, ela presta serviço de monitoramento de lavouras por imagem para uma empresa, trabalhando em casa. Para atuar diretamente nas lavouras, os homens acabam tendo a preferência. “A pessoa jurídica foi o caminho para me inserir no mercado de trabalho”, destaca. Mariely lembra que amigas que atuam no campo já relataram problemas de assédio.

Ingresso mais difícil no mercado de trabalho

8 de março

O Popular