Em um cenário, onde o varejo enfrenta desafios para atender as expectativas dos clientes e manter a competitividade, a inteligência artificial (IA), especialmente a generativa, capaz de criar conteúdo novo e original como textos, imagens, música, áudio e código, a partir de dados existentes, veio para transformar processos e impactar a produtividade e experiência do cliente. No Brasil, 47% dos varejistas já usam alguma ferramenta, enquanto 53% ainda não, de acordo com o estudo Inteligência Artificial no Varejo, da Central do Varejo.

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Para Marisa Carneiro, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Goiás (Sindilojas-GO), hoje, já é praticamente impossível desconsiderar a tecnologia, que está cada vez mais presente no dia a dia de vendas, ajudando o comerciante a utilizar recursos que proporcionem melhores experiências para os clientes e gestão de processos. Ela dá o exemplo dos chatbots de atendimento, onde, muitas vezes, o cliente nem percebe que está sendo atendido por IA, que faz a primeira filtragem pelo WhatsApp.

Marisa lembra que há uma infinidade de aplicações e benefícios, como provadores virtuais e a precificação dinâmica, mas ela destaca a personalização do atendimento, com experiências sob medida para cada cliente usando dados da IA. “Hoje, temos medições de pessoas que entram na loja, para onde elas mais olham, quem parou e apreciou a vitrine, inclusive as expressões faciais”, ressalta.

Estes recursos ajudam a ser mais assertivo até na exposição dos produtos na loja. “São infinitos recursos e não aproveitamos nem 5% do que está disponível. Mas o interesse pelo assunto é crescente, com pessoas procurando cursos, mais empresas que disponibilizam ferramentas e busca de informações”, acredita a vice-presidente do Sindilojas-GO.

“Com a atual escassez de mão de obra, a IA é o único caminho para reforçar as equipes. O papel humano ficará mais estrategista, pois teremos mais tempo com a IA fazendo os serviços repetitivos”, prevê Marisa.

A Otion Automaze, que trabalha com equipamentos de automação residencial, sonorização e de segurança, se abriu para as possibilidades da IA no início deste ano. A gerente comercial, Maria Ângela da Silva Gaspar, conta que a empresa buscou recursos para impulsionar as vendas. “Temos ferramentas para controle do estoque e melhoria atendimento. Quando o cliente tem alguma dúvida técnica, a IA deixa o atendimento mais simplificado possível”.

Ela dá o exemplo de quando cliente pede um painel de LED em um determinado tamanho e não consegue vislumbrar como ele ficará em seu ambiente. A IA dá uma imagem que mostra como a instalação vai ficar, com as dimensões e todas as características, comparando com a TV tradicional. “Passamos o comando para a ferramenta, que faz as projeções e projetos, de acordo com as coordenadas dadas, como tamanho e cores”, explica.

Isso facilita a visão do cliente e ajuda a incrementar as vendas. “A IA reduziu erros e proporcionou agilidade para nos concentrarmos no que realmente importa, como um bom atendimento. A automação gera muitas dúvidas e tentamos simplificar ao máximo”, ressalta a gerente. Segundo ela, a ferramenta faz o trabalho de um funcionário com mais agilidade e assertividade nos projetos. A ferramenta resultou em um aumento de cerca de 30% nas vendas, a um custo de apenas R$ 100 mensais.

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Treinamentos

Para o presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, as empresas com maior capacidade de investimento, com departamentos de tecnologia, entram mais rápido nesta nova realidade. Já as menores têm buscado informações em cursos, eventos, treinamentos e palestras, que têm ocorrido cada vez mais. “Na Expo Fecomércio do ano passado, o tema do evento foi a IA, que hoje é uma necessidade e uma ferramenta de negócios, e não um modismo”, destaca Baiocchi.

Ele lembra que já existem diversas ferramentas gratuitas e, quem deseja conhecer, pode começar por elas, pois softhouses já oferecem soluções em IA para seus clientes se atualizarem. “Temos ferramentas para o comércio varejista que, se abastecidas de informações e orientações adequadas, usam sua base de dados e modus operandi para fazer atos repetitivos com mais eficiência, rapidez e assertivamente”, afirma.

Para Baiocchi, os empresários têm de trazer esta realidade na devida proporção para seu negócio, de acordo com suas possibilidades, começando por ferramentas de IA pelo WhatsApp, por exemplo, que ajudam nas vendas. “Quem souber trabalhar com ela, vai ganhar muito dinheiro. Mas ela não vem inteligente. A inteligência quem forma é a própria empresa, que precisa abastecer a base de dados e orientar como quer vender para ter os melhores resultados”, diz.

Para Renato Machado, CEO da Valori, uma fintech voltada para meios de pagamento, a IA deixou de ser algo distante e passou a ser uma ferramenta prática no dia a dia dos lojistas. Pequenos e médios negócios usam para organizar estoque, melhorar o atendimento ao cliente e até prever tendências de consumo. Por isso, a empresa desenvolveu ferramentas de IA para apoiar o lojista e comerciante, facilitando a gestão.

Ao invés de acessar vários portais para extrair informações sobre seu negócio, ele pode obter tudo pelo WhatsApp. “O objetivo foi proporcionar mais clareza sobre os números para tomar decisões de forma mais rápida a assertiva. Todas as informações sobre vendas estão disponíveis na palma da mão com um toque, por áudio ou texto enviado no WhatsApp”, explica o empresário.

Quem já usa, vê agilidade e redução de erros para o empreendedor. “Quem usa ferramentas de IA toma decisões, em média, 30% mais rápidas. O objetivo é trazer mais eficiência e não perder tempo, com acesso rápido à informação para ficar focado em atender melhor e vender mais”, ressalta Machado.

No Brasil, 47% dos varejistas já usam alguma ferramenta de IA

Economia

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Tecnologia

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(Adobestock)

Antes de liderar equipes que desenvolvem algoritmos para uma das maiores empresas de tecnologia do Brasil, Luís Augusto Lucas de Melo conhecia um outro tipo de calor: o de uma cozinha profissional. Goiano de Crixás, "menino de apartamento criado no bosque" em Goiânia, ele quase trocou a engenharia pela gastronomia na França. Hoje, como head de Inteligência Artificial e Dados do iFood, ele une esses dois mundos. Luís não cria pratos, mas tempera o ecossistema do delivery com a precisão da Inteligência Artificial (IA), desenvolvendo soluções que entendem as dores de quem está na linha de frente: o dono do restaurante.

<cite>"Por eu gostar muito de gastronomia, de entender o que é a vida de um chefe atrás da bancada, saber o que é uma impressora quebrar, o funcionário faltar ou o fornecedor não entregar. Quando estou pensando em tecnologia, é muito numa visão de simplificar o dia a dia dele", explica o head.</cite>

Essa vivência é o ingrediente secreto por trás da estratégia do iFood para ir além de um aplicativo de entregas. A empresa, que processa cerca de 120 milhões de pedidos por mês, está mergulhada na criação de um arsenal tecnológico para otimizar cada etapa da jornada, do clique do cliente à gestão do parceiro. E é na cozinha de dados, com mais de 190 modelos proprietários de machine learning e centenas de agentes de IA, que a verdadeira revolução acontece.

<h2>Simplificando o balcão: a IA na operação diária</h2>

Para um restaurante, a gestão do dia a dia é um desafio constante. Pensando nisso, o iFood desenvolveu ferramentas que automatizam tarefas antes manuais e demoradas. Um exemplo prático é a digitalização de cardápios. Com ela, um parceiro pode enviar uma simples foto do seu menu físico, e a IA, utilizando o modelo GPT-4 da OpenAI, extrai, estrutura e otimiza todas as informações, pratos, descrições e preços, criando uma loja virtual atrativa em minutos.

Uma das inovações mais , no entanto, ataca uma das maiores dores dos pequenos e médios restaurantes: o atendimento via WhatsApp. A Anota AI, ferramenta adquirida pelo iFood em 2022 e que conta com Luís no desenvolvimento, utiliza IA para interpretar pedidos por texto e áudio, respondendo clientes com links personalizados do cardápio e fechando a venda de forma autônoma.

O impacto foi imediato. A tecnologia não só reduziu o tempo médio de compra como impulsionou a conversão de vendas, aproveitando o hábito do consumidor brasileiro, que, segundo a Meta, lidera o envio de áudios no WhatsApp globalmente. O resultado é nítido nos números: em 2022, eles estavam fazendo 3 milhões de pedidos por mês. Hoje, fazem 25 milhões, segundo um dos relatórios da empresa.

<h2>Um ecossistema inteligente: de mentor a atendente virtual</h2>

A aplicação da IA no iFood vai além do cardápio e do balcão. A empresa criou um ecossistema de assistentes virtuais para apoiar todas as pontas da operação. Uma delas é a Cris, uma agente de IA generativa que atua como uma mentora 24h no WhatsApp dos restaurantes parceiros. Em fase de testes com mais de 10 mil estabelecimentos, Cris analisa dados de desempenho e oferece recomendações práticas. Ela consegue identificar gargalos, como pratos muito acessados, mas pouco vendidos, e sugere melhorias em fotos ou preços. Segundo o iFood, é tecnologia com linguagem simples, feita para facilitar a vida de quem empreende e quer fazer o negócio crescer. A solução deve ser expandida para a maioria dos parceiros até março de 2026.

Para o consumidor final, a IA também se mostra uma aliada. A Rosie, persona do chatbot de atendimento, automatiza a resolução de problemas comuns. A solução já é responsável por mais de 40% do total de atendimentos, reduzindo o tempo médio de resolução de 38 para 10 minutos e aumentou a satisfação dos clientes, alcançando 83% em interações automatizadas,, liberando a equipe humana para focar em casos mais complexos e que exigem empatia. É um exemplo de como a IA no atendimento ao cliente pode gerar eficiência e melhorar a experiência.

A aposta em tecnologia se reflete diretamente nos resultados financeiros do iFood. Soluções de IA já impactam mais de 30% do Ebitda da companhia, seja pelo aumento de receita ou pela redução de prejuízos. O caso mais emblemático é o de prevenção a fraudes. Com a implementação de modelos de machine learning, a taxa de fraude caiu para menos de 0,1%, ao mesmo tempo em que a taxa de aprovação de pedidos legítimos aumentou.

<cite>"Quando você está com fome, você praticamente não pensa", comenta Luís Augusto sobre o comportamento do consumidor. "A IA vem para ajudar nesse ponto. Quando eu conheço o padrão de consumo, eu ajudo no processo de escolha e também na descoberta".</cite>

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Luís Augusto - Head de Inteligência Artificial e Dados do iFood (Divulgação)

 
O futuro é humano, com um toque de IA

Apesar do avanço tecnológico, o fator humano continua sendo o centro da estratégia. Para o head, o objetivo final é usar a tecnologia para devolver tempo e tranquilidade a quem gerencia um negócio. Seja recomendando a compra de um item que está para vencer no estoque ou otimizando a rota de um entregador, a meta é a mesma: facilitar. "O fato de você entrar no detalhe, de conhecer, de ir lá, entender e conversar, faz toda a diferença. Às vezes você descobre que o que está construindo não precisa ser um modelo da NASA", reflete. É com essa filosofia, unindo a precisão dos dados à compreensão da realidade da cozinha, que o iFood continua a cozinhar o futuro do delivery no Brasil.

Da cozinha para os dados: o goiano que tempera o iFood com inteligência artificial

Infomercial

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INFOMERCIAL

<img attr-cid="policy:1.3304543" attr-version="policy:1.3304543:1756216089" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304543/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2025-08-26T100206.339.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
À esquerda, André Felipe, fundador do CLUBCMO. À direita, Gustavo Zani, cofundador da comunidade. (Arquivo pessoal/Gustavo Zani)

A maior comunidade de executivos de marketing do Centro-Oeste, o CLUBCMO, realizará no dia 9 de setembro, em Goiânia, um encontro para discutir o perfil do novo consumidor e como a tecnologia afeta os hábitos de compra. Com o tema “A evolução do Target”, esta será a 6ª edição do Fórum CLUBCMO.

O evento é gratuito e exclusivo aos membros da comunidade. As inscrições são limitadas e devem ser <a href="https://www.sympla.com.br/evento/6-forum-clubcmo/3031798/checkout/etapa-1?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAafeTVMI0Xe3q8mFb9xXH-nUBjQ11O93Cy-Qll9FWS1LlVBBzmQ5q09zlhEzGA_aem_lJrF0w9OPhKddxKWG-Kv6w&amp;isTTCP=true" target="_blank">feitas pela internet</a>. Desta vez, o fórum será realizado no Cinex Eventos, que fica no Centro Cultural Oscar Niemeyer, na GO-020.

O encontro reunirá nomes de referência no mercado. Um deles é Ciro Rocha, que foi eleito Profissional do Ano no Brazilian Design Awards 2023. Ciro também estudou Marketing Estratégico na Bélgica, é professor e atua como jurado em festivais internacionais. Outra presença de destaque será a de Rodrigo Neves, fundador da VitaminaWeb e autor do livro “O Caminho para a Maturidade Digital”. Além disso, Rodrigo já possui mais de 20 anos de experiência no setor tecnológico.

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Ao POPULAR, Gustavo Zani, um dos organizadores do evento, revelou que essa edição possui 160 vagas. Segundo ele, o encontro vai explicar como as marcas podem alinhar inovação, propósito e valor real para o consumidor.

<cite>Em um momento em que a tecnologia acelera as transformações do mercado, entender o público com profundidade deixa de ser uma tendência e passa a ser um diferencial de competitividade", enfatizou.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/foco-diante-de-rapidas-transformac-es-indica-icone-da-publicidade-1.3302526" style="font-size: 12px;" target="_self">Foco diante de rápidas transformações, indica ícone da publicidade</a> 
 
<a href="http://https://opopular.com.br/economia/inovar-para-se-conectar-com-o-consumidor-1.3302014#google_vignette" style="font-size: 12px;" target="_self">Inovar para se conectar com o consumidor</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/economia/potencial-de-consumo-torna-a-capital-um-grande-centro-de-compras-da-regi-o-1.3301192" style="font-size: 12px;" target="_self">Potencial de consumo torna a capital um grande centro de compras da região</a></div>

O CLUBCMO é um núcleo estratégico de networking e desenvolvimento de líderes. A comunidade possui mais de 400 executivos, entre diretores e gerentes de marketing. Além do Fórum, os membros mantêm a Revista CLUBCMO e o <a href="https://clubcmo.com.br/" target="_blank">portal</a>, que disponibiliza conteúdo especializado, tendências e cursos gratuitos.

<h2>Detalhes</h2>

Evento: 6ª edição do Fórum CLUBCMO 
Data/horário: 9 de setembro, das 8h às 12h 
Local: Cinex Eventos - Centro Cultural Oscar Niemeyer 
Inscrições: <a href="https://www.sympla.com.br/evento/6-forum-clubcmo/3031798/checkout/etapa-1?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAafeTVMI0Xe3q8mFb9xXH-nUBjQ11O93Cy-Qll9FWS1LlVBBzmQ5q09zlhEzGA_aem_lJrF0w9OPhKddxKWG-Kv6w&amp;isTTCP=true" target="_blank">Clique aqui</a> 
Mais informações: (62) 98330-6344 e <a href="https://clubcmo.com.br/" target="_self">site CLUBCMO</a>

<img attr-cid="policy:1.3304498" attr-version="policy:1.3304498:1756204884" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304498/Oscar Niemeyer.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Entrada do Cinex, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. (Divulgação/Governo de Goiás)

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O novo perfil do consumidor: Evento discute mudanças de hábitos de compras e o impacto da tecnologia

MARKETING

A criação de uma cadeia produtiva de minérios de terras raras para agregação de valor dentro do estado já é uma medida em desenvolvimento em alguns projetos previstos pelo governo de Goiás, avalia o secretário de Indústria, Comércio e Serviços Joel Sant’Anna Braga Filho. O secretário afirma que o estado tem várias atividades de exploração de terras raras em estudo, sendo cinco com viabilidade econômica. Mesmo sendo mais difícil e caro extrair, Joel Braga destaca que Goiás tem minas de alta profundidade de terras raras pesadas. E que a Serra Verde, que atualmente explora os minérios em Minaçu, é a única empresa que já exporta e a produção de 20 anos foi toda comprada pelos chineses. Por isso, o caminho é vender estas terras raras para países com empresas que processem aqui ou façam a transferência de tecnologias para o estado avançar. O objetivo final é transformar a matéria-prima em produtos com valor agregado. “É uma moeda de troca para trazerem a tecnologia para a gente. É essencial para o Japão ter os minerais para não perder a competitividade industrial”, ressalta o secretário. Como os Estados Unidos não têm tecnologia de separação como a China, os investidores americanos de Minaçu venderam a produção para os chineses. Já o projeto Carina, da Aclara Resources, em Nova Roma, está em processo de licenciamento na Secretaria de Meio Ambiente. Mas o estado também exige o processo de licenciamento socioeconômico para que pequenas cidades tenham estrutura para receber um grande número de trabalhadores. A mineradora canadense Appia Rare Earths &amp; Uranium Corp anunciou que investirá R$ 550 milhões Iporá e em mais dois municípios. Outras duas empresas estão em fase de estudos. Segundo o secretário, o impulso ao processamento de terras raras no estado foi dado a partir do interesse dos japoneses, que têm grandes indústrias automobilísticas. ParceriasMas outros países também já sinalizaram interesse de investir aqui. “As terras raras pesadas de Nova Roma têm grande importância para empresas que transfiram tecnologia e possam verticalizar a produção e industrializar aqui”, destaca. Joel Braga lembra que o governo estadual criou o Plano Estadual de Recursos Minerais (Permi), investiu mais de R$ 2 milhões em estudos feitos por grandes pesquisadores, sob a coordenação da Universidade Federal de Goiás (UFG), e já tem documentos prontos para mostrar aos investidores o potencial de mineração de Goiás. Por isso, segundo ele, o governador Ronaldo Caiado anunciou a intenção de “puxar” as negociações sobre terras raras para seu gabinete, para fazer articulações de geopolítica junto aos futuros parceiros.A intenção da administração é continuar negociando com outros países, pois é muito difícil ter no Brasil investimentos tão altos em terras raras. Para evoluir nisso, Goiás precisa de países que já tem estas indústrias de processamento.Um dos problemas é que o estado só tem 35% de seu território levantados geologicamente. “Imagina quando tivermos um levantamento de todo estado. Goiás já tem estruturas para o desenvolvimento da mineração e uma Superintendência de Mineração empenhada nisso”, garante o secretário.

Estado de Goiás busca recursos e tecnologia em parcerias com outros países

Terras raras

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Conteúdo foi publicado por conta no TikTok que afirma compartilhar “notícias reais bombásticas” (Reprodução / Projeto Comprova)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)&nbsp;não falou&nbsp;em enviar&nbsp;soldados para o Irã&nbsp;ou mencionou apoio bélico ao país na guerra contra Israel.&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/wp-content/uploads/2025/06/00-Conteudo-investigado-FALSO-Lula-fala.png" target="_blank">Vídeo</a>&nbsp;narrado por inteligência artificial&nbsp;afirma que o mandatário teria afirmado em “coletiva tensa” que o Brasil pode apoiar o Irã com envio de tropas, mas não há registro dessa fala nas coletivas e discursos de Lula sobre o conflito.&nbsp;&nbsp;

Até o momento, o presidente não fez falas públicas sobre o confronto. Em&nbsp;<a href="https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/discursos-e-pronunciamentos/2025/06/primeiro-discurso-do-presidente-lula-na-sessao-ampliada-da-cupula-do-g7-no-canada" target="_blank">Sessão Ampliada da Cúpula do G7</a>, no Canadá, na última terça-feira (17/6), Lula citou os ataques à Faixa de Gaza e outros confrontos ao redor do mundo, mas não citou o nome de Israel ou do Irã. “Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”, declarou.&nbsp;

Em 13 de junho, data do primeiro ataque ao Irã, que deu início ao confronto, o Itamaraty condenou a ofensiva israelense. O&nbsp;<a href="https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/ataques-aereos-de-israel-contra-o-ira" target="_blank">texto pede aos envolvidos</a>&nbsp;o “exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”.

No dia 22,&nbsp;<a href="https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/ataques-a-instalacoes-nucleares-do-ira" target="_blank">o órgão afirmou</a>&nbsp;que “o governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional”. Na mesma publicação, disse que “o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz”.

Em contato com o Comprova, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) afirmou que o conteúdo é falso. “A Secom lamenta que, em vez de se pautarem pela verdade, determinados agentes escolham propagar conteúdos distorcidos para confundir e manipular a opinião pública”, disse o órgão.

<h4>Quem criou o conteúdo investigado pelo Comprova&nbsp;</h4>

Conteúdo foi publicado por conta no TikTok que afirma compartilhar “notícias reais bombásticas”. O perfil apresenta vídeos narrados por inteligência artificial com histórias sobre Lula, Jair Bolsonaro, Donald Trump, Alexandre de Moraes e outros nomes da política.&nbsp;

Vídeos têm tom alarmante sobre supostos discursos que “pegaram as pessoas de surpresa”. Os conteúdos não apresentam fontes e geralmente terminam com uma chamada para a segunda parte da história.&nbsp;

O perfil conta com 62 mil seguidores. Até o momento em que esta verificação foi publicada, o vídeo analisado apresentava 220 mil visualizações. Procurado, o perfil não respondeu à tentativa de contato do Comprova.&nbsp;

O uso da inteligência artificial na narração dos vídeos pode ser detectado pela voz robótica e, no caso do post verificado, o Comprova também fez análises com uso dos programas&nbsp;<a href="https://www.invid-project.eu/tools-and-services/invid-verification-plugin/" target="_blank">InVid-WeVerify</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="https://hivemoderation.com/ai-generated-content-detection" target="_blank">Hive Moderation</a>. Ambas apontaram o uso de IA no áudio: segundo a primeira, há 99% de probabilidade de a voz ter sido criada digitalmente, e, a segunda apontou 83,8% de chance.

É importante alertar que plataformas de detecção como essas são passíveis de erro, mas em conjunto com outras evidências ajudam a identificar conteúdos manipulados.

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Capturas de tela mostram resultados dos programas InVid-WeVerify e Hive Moderation (Reprodução / Projeto Comprova)

<h4>Por que as pessoas podem ter acreditado</h4>

O vídeo investigado usa&nbsp;imagens reais&nbsp;do presidente para ancorar insinuações feitas na narração e nas legendas, mas não faz referência a nenhuma coletiva ou fonte oficial, o que configura uma tentativa de&nbsp;manipulação de evidências&nbsp;e&nbsp;imitação de uma notícia&nbsp;para parecer convincente.

Além disso, o vídeo utiliza&nbsp;linguagem emocional&nbsp;e&nbsp;alarmismo&nbsp;(“nossos jovens irão lutar”, “crise sem precedentes”, “o clima esquentou em Brasília”) para provocar medo e indignação, estimulando uma reação emocional em vez de racional. Há também uma clara&nbsp;exploração de viés cognitivo de confirmação, ao sugerir uma narrativa sensacionalista que pode reforçar crenças pré-existentes em setores críticos ao governo. O uso de perguntas retóricas e o formato em “capítulos” também remete a uma estratégia de&nbsp;inundação informacional e engajamento&nbsp;com o objetivo de manter a atenção do público e amplificar a disseminação do conteúdo.

Fontes que consultamos: Reportagens sobre a Cúpula do G7 e a guerra entre Irã e Israel, pronunciamentos oficiais do presidente, contato com a Secom e análise dos detectores de IA Hive Moderation e Invid-WeVerify.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas, eleições e golpes virtuais e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo&nbsp;<a href="https://api.whatsapp.com/send?l=pt_pt&amp;phone=5511970454984&amp;text=Quero%20enviar%20um%20conte%C3%BAdo" target="_blank">WhatsApp +55 11 97045-4984</a>.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já<a href="https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/brasil-nao-forneceu-uranio-ao-ira-nem-exporta-o-metal-para-fins-belicos/" target="_blank">&nbsp;desmentiu que o Brasil tenha enviado urânio para o Irã</a>. A agência Aos Fatos também checou e mostrou que é<a href="https://www.aosfatos.org/noticias/governo-brasileiro-nao-enviara-tropas-militares-ao-ira/" target="_blank">&nbsp;falsa a informação de que Lula vai enviar tropas para atuar na guerra</a>. Já o Boatos.org&nbsp;<a href="https://www.boatos.org/lista/top-4-fake-news-que-relacionam-lula-e-o-brasil-aos-conflitos-entre-israel-e-ira.html" target="_blank">listou quatro peças de desinformação</a>&nbsp;que têm circulado sobre a relação do Brasil com o conflito.&nbsp;&nbsp;