O motivo para a suspensão das importações de carne bovina da unidade da JBS em Mozarlândia pela China foram indícios do vírus da Covid-19 nas embalagens de carne enviadas ao País. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Estado (Sindicarne), Leandro Stival, a unidade de Senador Canedo foi embargada pelo mesmo motivo.“Estamos sujeitos às exigências de cada país. Isso acontece às vezes com outros países, mas não é divulgado. Não tem nada a ver com retaliação ou manobra para reduzir preços. É uma questão sanitária”, afirma. Ele lembra que os chineses também estão com uma política de “Zero Covid”, com um rigoroso lockdown e portos parados. Por isso, eles estão muito rigorosos na fiscalização.“É um prejuízo muito grande para a indústria, que trabalha com vendas e embarques para 30 ou 60 dias para frente”, diz. O presidente do Sindicarne explica que os contratos de carne já vendida e até paga na China terão de ser negociados. “Temos carne que já está em trânsito nos navios ou parada nos portos.O que já estiver chegando lá não poderá ser recebido e terá de ser destinado a outros mercados”, ressalta. Com os embargos, o frigorífico Minerva, de Palmeiras de Goiás, é o único habilitado para exportar para a China, onde os preços também já teriam caído muito. Os chineses respondem por 50% das exportações brasileiras de carne. Segundo Leandro, outras plantas da JBS e até de outros frigoríficos pelo País continuarão suprindo a demanda chinesa.Por isso, as vendas não devem cair muito. “A JBS ficou parada por um tempo, mas já voltou a exportar destinando sua produção para outros mercados e isso não deve impactar muito no número de animais abatidos em Goiás. Não vai sobrar gado no pasto porque o mercado logo se ajusta”, prevê. Ele admite que há uma boa oferta de animais para abate e que as escalas estão mais longas, mas acredita que isso seja algo momentâneo.