"É adaptar-se ou morrer." O diretor de serviços da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Johan Stander não falava da crise climática, mas de um dos tantos efeitos deletérios que causa no planeta, as condições insalubres de trabalho. Nesta sexta-feira (22), junto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a entidade lançou um manual para enfrentar o problema. O compêndio atualiza uma versão de 1969, quando o aquecimento global talvez fosse apenas uma teoria futurística e altas temperaturas, algo que afetava apenas locais de trabalho localizados nos trópicos. A mudança climática, provocada sobretudo pela queima de combustíveis fósseis, ampliou e distribuiu o problema. Em julho, quem suava, por exemplo, eram trabalhadores de saúde em países escandinavos, submetidos neste ano a uma onda de calor excepcional. Com os termômetros por dias acima de 30 graus, um hospital de Oslo dava banho gelado em parturientes; a instituição de 180 anos não tem ar condicionado nas alas mais antigas do prédio. Situação ruim para pacientes e também insalubre para quem trabalha.