O frio mais intenso tem influência direta sobre a cadeia produtiva do gado de corte. A zootecnista e especialista em Produção Animal da Nutroeste, Carolinne Mota, diz que baixas temperaturas afetam a qualidade da pastagem e o desempenho dos animais. Com o frio, as plantas transpiram mais e secam mais rapidamente, antecipando um efeito do período de seca. A geada ou frio intenso diminui a qualidade dessa silagem, o que faz com que o custo alimentar do gado fique mais alto. “A silagem de boa qualidade necessita de menor incremento de fontes energéticas e proteicas. Ou seja, para o mesmo desempenho animal com silagens de baixa qualidade, é necessário gastar mais com complementação de ração, aumentando o custo”, destaca. Já os bovinos costumam registrar uma queda de desempenho no frio intenso, com perda de peso. “As raças zebuínas gastam mais energia para manter a temperatura corporal e reduzem de 3% a 10% do consumo de matéria seca nos dias frios, causando atraso de alguns dias na constância de peso. E o pasto que já está com sua qualidade nutricional reduzida”, alerta a zootecnista. Segundo o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Evandro Vilela, o gado goiano não é acostumado com o frio intenso, por isso deixa de se alimentar normalmente e seu desempenho diminui. O mesmo acontece com a pastagem, que é de região tropical e também não está acostumada a baixas temperaturas. “O frio deixa o pasto mais seco, reduzindo suas propriedades proteicas e minerais. Acaba sobrando só capim seco de baixo valor nutricional.”