Valorização de imóveis na Região metropolitana

O mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida começou 2024 com uma forte valorização nos preços dos imóveis. No primeiro trimestre, apesar das empresas terem vendido 6,5% menos unidades que no mesmo período de 2023, o valor geral de vendas (VGV) aumentou 15,8% no mesmo período.

Um dos motivos foi a alta no valor médio do metro quadrado, que chegou aos R$ 8.356, contra R$ 7.952 no ano passado. As incorporadoras garantem que o mercado está aquecido, pois o número de unidades vendidas superou o de unidades lançadas nos três primeiros meses do ano, o que reduziu o estoque disponível.

Os números são de levantamento da Brain Inteligência Estratégica, especialista em pesquisas para o mercado imobiliário nacional, e divulgada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). No ano passado, as vendas de imóveis novos em Goiânia e Aparecida somaram R$ 6 bilhões, o que colocou a capital com o terceiro maior mercado imobiliário do País. No primeiro trimestre deste ano, as vendas já somam R$ 1,3 bilhão.

<div attr-cid="policy:1.3144611" attr-version="policy:1.3144611:1718075431" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3144611" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3144611', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3144611">Valorização de imóveis na Região metropolitana (1.3144611)</a></div>

Para o presidente da Ademi-GO, Felipe Mellazzo, isso traz otimismo em relação ao desempenho deste ano. Segundo ele, a valorização nos preços dos imóveis ocorre porque o mercado continua aquecido e vários fatores elevam o custo dos empreendimentos, como o preço da mão de obra e dos terrenos, que terão um aproveitamento menor depois que o Plano Diretor reduziu o índice de ocupação. “Quem deixou o dinheiro em aplicações financeiras ao invés de investir em imóveis, perdeu dinheiro nos últimos anos. E esse cenário se repetirá nos próximos meses”, prevê.

As vendas também superaram muito o volume de unidades lançadas no primeiro trimestre deste ano: foram comercializadas 1.923 imóveis, enquanto os lançamentos somaram 1.124 unidades.

O resultado final desta equação foi uma queda no total de imóveis disponíveis para venda: de 11.564 no final de 2023, para 10.765 ao final do primeiro trimestre de 2024. Isso também ajuda a pressionar os preços no mercado.

Credson Batista, diretor de pesquisas e estatísticas da Ademi-GO, afirma que, nos bairros mais valorizados de Goiânia como os setores Marista, Bueno, Oeste e Jardim Goiás, os preços médios praticados estão acima de R$ 10 mil. Ele acredita que esta valorização deve continuar, pois o mercado permanece aquecido e saudável, vendendo mais do que lançando.

Alta de custos

Nos três primeiros meses do ano, a prévia de valorização dos imóveis foi de 5%, comparado com o preço médio do ano passado. Para o presidente do conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk, lembra que este índice vem se somar aos 23% de valorização média em 2022 e aos 18% registrados em 2023. Ele também ressalta que diversos fatores pressionarão o aumento dos custos de produção dos imóveis.

Se, antes, os preços dos materiais de construção tiveram uma forte alta por causa da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia, agora há um aumento no custo com a mão de obra, que ficou mais escassa e cara, por causa do grande volume de lançamentos nos últimos anos e de obras iniciadas. Atualmente, são 157 obras simultâneas em Goiânia, contando apenas os canteiros de incorporação, fora as obras comerciais, residenciais, de loteamentos e etc.

Além disso, Razuk lembra que os terrenos também estão cada vez mais caros e o fato de o Plano Diretor ter reduzido o índice de aproveitamento, que deve resultar em menos unidades por empreendimento, é outro fator que aumenta os preços dos imóveis.

A expectativa é que a demanda também continue aquecida por conta da queda nas taxas de juros, que reduz o valor das parcelas e facilita o acesso aos financiamentos bancários. “O mercado imobiliário funciona inversamente proporcional à taxa de juros”, destaca Razuk.

Outro fator de impulso é o crescimento econômico pois, enquanto o PIB do País cresceu 2,9% em 2023, o PIB de Goiás teve alta de 6,1%. “Esse aquecimento da economia local influenciou positivamente o mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida”, avalia. Com o mercado mais aquecido e os juros em queda, as empresas hoje têm maior facilidade para repassar as altas de custos para os preços dos imóveis.

Pesquisa aponta alta valorização de imóveis em Goiânia e Aparecida

Economia

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Matéria - Economia

Mercado imobiliário

O relatório do índice&nbsp;FipeZap, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que monitora os preços de venda de imóveis apontou que um único bairro em Goiânia figura entre as 50 localidades&nbsp;com o metro quadrado (m²)&nbsp;mais caro do país. O estudo é feito a partir da análise do comportamento dos preços de venda de imóveis residenciais em 56 cidades brasileiras.&nbsp;

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O bairro goianiense com um dos m² mais caro do Brasil é o Marista, onde o valor médio do metro quadrado gira em torno de R$&nbsp;10.616. Ou seja, um apartamento de 100m² teria um custo aproximado de R$ 1,61 milhões.&nbsp;&nbsp;

Ainda falando dos bairros com o metro quadrado mais valorizado em Goiânia, segundo o índice FipeZap, aparecem o Bueno com R$ 9.291/m², Jardim Goiás com R$ 9.192/m², Oeste com R$ 8.595/m², Sul com R$ 8.508/m², Jardim América com R$ 7.780/m² e Nova Suíça com R$ 7.429/m².

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De acordo com o relatório, o preço médio do metro quadrado de um imóvel localizado em Goiânia é de R$ 7.907. Para se ter uma ideia, a valorização dos imóveis no acumulado de 12 meses, em Goiânia registrou um aumento de 14,53%.&nbsp;

<h2>Ranking dos imóveis nas capitais brasileiras com o metro quadrado mais caro&nbsp;</h2>

<ol>
	<li>Leblon (RJ): R$ 23.846&nbsp;</li>
	<li>Ipanema (RJ): R$ 22.169&nbsp;</li>
	<li>Itaim Bibi (SP): R$ 18.081&nbsp;</li>
	<li>Pinheiros (SP): R$ 17.678&nbsp;</li>
	<li>Lagoa (RJ): R$ 16.776&nbsp;</li>
	<li>Jardins (SP): R$ 15.936&nbsp;</li>
	<li>Savassi (MG): R$ 15.588&nbsp;</li>
	<li>Batel (PR): R$ 15.506&nbsp;</li>
	<li>Santo Agostinho (MG): R$ 15.273&nbsp;</li>
	<li>Moema (SP): R$ 15.289&nbsp;</li>
	<li>Agronômica (SC): R$ 14.207&nbsp;</li>
	<li>Vila Mariana (SP): R$ 14.014&nbsp;</li>
	<li>Lourdes (MG): R$ 13.846&nbsp;</li>
	<li>Funcionários (MG): R$ 13.411&nbsp;</li>
	<li>Enseada do Suá (ES): R$ 13.311&nbsp;</li>
	<li>Praia do Canto (ES): R$ 13.288&nbsp;</li>
	<li>Praia do Vermelho (ES): R$ 13.262&nbsp;</li>
	<li>Mata da Praia (ES): R$ 13.209&nbsp;</li>
	<li>Barra da Tijuca (RJ): R$ 13.162&nbsp;</li>
	<li>Bigorrilho (PR): R$ 13.018&nbsp;</li>
	<li>Paraíso (SP): R$ 12.955&nbsp;</li>
	<li>Botafogo (RJ): R$ 12.525&nbsp;</li>
	<li>Córrego Grande (SC): R$ 12.519&nbsp;</li>
	<li>Perdizes (SP): R$ 12.371&nbsp;</li>
	<li>Setor Sudoeste (DF): R$ 11.936&nbsp;</li>
	<li>Bela Vista (SP): R$ 11.873&nbsp;</li>
	<li>Copacabana (RJ): R$ 11.738&nbsp;</li>
	<li>Flamengo (RJ): R$ 11.738&nbsp;</li>
	<li>Juvevê (PR): R$ 11.710&nbsp;</li>
	<li>Trindade (SC): R$ 11.625&nbsp;</li>
	<li>Ponta d’Areia (MA): R$ 11.620&nbsp;</li>
	<li>Pajuçara (AL): R$ 11.587&nbsp;</li>
	<li>Ahu (PR): R$ 11.334&nbsp;</li>
	<li>Cabral (PR): R$ 11.324&nbsp;</li>
	<li>Água Verde (PR): R$ 11.283&nbsp;</li>
	<li>Jardim Camburi (ES): R$ 10.820&nbsp;</li>
	<li>Asa Norte (DF): R$ 10.808&nbsp;</li>
	<li>Meireles (CE): R$ 10.791&nbsp;</li>
	<li>Jardim dos Estados (MS): R$ 10.764&nbsp;</li>
	<li>Saco dos Limões (SC): R$ 10.674&nbsp;</li>
	<li>Marista (GO): R$ 10.616&nbsp;</li>
	<li>Sion (MG): R$ 10.507&nbsp;</li>
	<li>São Marcos (MA): R$ 10.504&nbsp;</li>
	<li>Cabo Branco (PB): R$ 10.447&nbsp;</li>
	<li>Ponta do Farol (MA): R$ 10.359&nbsp;</li>
	<li>Santa Fé (MS): R$ 10.315&nbsp;</li>
	<li>Laranjeiras (RJ): R$ 10.255&nbsp;</li>
	<li>Barra (BA): R$ 10.202&nbsp;</li>
	<li>Gutierrez (MG): R$ 10.098&nbsp;</li>
	<li>Ponta Verde (AL): R$ 10.056&nbsp;</li>
</ol>

Pesquisa aponta bairro de Goiânia com metro quadrado entre os 50 mais caros do Brasil

MERCADO IMOBILIÁRIO

Os goianos também estão comprando e vendendo mais imóveis no exterior. A My Broker Soluções Imobiliárias abriu uma loja na cidade de Porto, em Portugal, há quase três anos, e outra em Orlando, nos Estados Unidos, no último mês de julho. “Temos clientes brasileiros que moram nos Estados Unidos ou Europa, além do que vivem no Brasil, e investem em imóveis lá fora”, diz Raphael Rios, diretor de Expansão da My Broker.

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O objetivo é atender os brasileiros no exterior que querem diversificar seus investimentos em multiplataformas, comprando imóveis em outros países. Segundo ele, o imóvel é uma forma de dolarizar o patrimônio para ter rentabilidade em uma moeda mais forte, como dólar ou euro.

A maioria compra para investimento em locação e pela alta valorização dos imóveis nos Estados Unidos, por exemplo, que atrai o comprador que procura uma boa rentabilidade, além de blindar o patrimônio em momentos de instabilidade econômica e política no Brasil. Mesmo com apenas 90 dias, a operação americana já realizou mais de 100 atendimentos, com uma média 10 clientes por dia.

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Segundo Rios, são brasileiros que querem aprender a investir fora do Brasil. “Nossa previsão é vender R$ 500 milhões nos próximos seis meses”, estima o diretor. Cada imóvel residencial vendido lá custa, em média, US$ 700 mil, a grande maioria residenciais. Muitos compradores viajam até os Estados Unidos para conhecerem os imóveis. Entre os compradores, com idades na faixa dos 40 e 50 anos, estão muitos empresários e profissionais liberais, como médicos e advogados.

Sócia da My Broker EUA, a goiana Anielly Maia mora há 30 anos no país e há 28 anos trabalha no mercado imobiliário, com foco na venda para clientes no exterior, especialmente da América Latina. Com a parceria com a MY Broker, ela passou a atuar mais intensamente no Brasil e vendeu uma média de 30 imóveis para brasileiros por mês desde então. Anielly informa que tem muitos clientes em Minas Gerais, São Paulo e nos estados do Centro-Oeste.

Sobre o investimento dos brasileiros nos EUA, ela lembra que o interesse dos brasileiros por imóveis na Flórida sempre existiu, tanto que o brasileiro é o cliente número um das construtoras por lá. Mas o que se vê agora é um crescimento e ela acredita que a eleição de Donald Trump vai alavancar as vendas. “Tenho quatro clientes brasileiros que só aguardavam este resultado para investir, entre eles goianos”, destaca. Ela considera Goiânia e Goiás mercados fortes pelo agronegócio e o polo farmoquímico.

Junto com alguns amigos, o corretor goiano Clóvis Reis investiu US$ 600 mil na compra de uma casa de 5 quartos em Orlando. A compra do imóvel exigiu uma entrada de 30% e os 70% restantes puderam ser financiados em 30 anos.

Ele conta resolveu investir lá porque números jogam a favor do investidor. “É uma cidade que recebe 70 milhões de turistas por ano, 5 vezes mais que o Rio de Janeiro, e muitas pessoas estão mudando pra lá. Já existe déficit habitacional e uma grande demanda por parte de turistas”, justifica Reis.

Ele prevê uma boa rentabilidade com locações em plataformas, o que já pagará a parcela do imóvel. “Outra vantagem é dolarizar o patrimônio, que é a moeda mais forte do mundo, diversificando investimentos, além de poder usufruir com a família, deixando de pagar hotel. Nesta crescente populacional lá, a perspectiva é que o imóvel se valorize cada vez”, estima o corretor e investidor.

Mais aquisições de imóveis no exterior tornam a área um novo nicho

Goianos que moram no exterior estão investindo cada vez mais seus recursos na compra de imóveis no estado. Entre os motivos por este maior interesse pelo investimento no mercado imobiliário local estão as elevadas cotações do dólar e do euro ante o real, o que aumentou o poder de compra no Brasil, e a crescente valorização nos preços dos empreendimentos. Outro movimento crescente é o de brasileiros comprando imóveis no exterior para dolarizar o patrimônio e fugir de instabilidades econômicas no Brasil.

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Com o dólar a R$ 5,74 e o euro valendo R$ 6,19, as remessas financeiras vindas do exterior para a compra de imóveis em Goiás é crescente. Um estudo sobre a evolução do valor do metro quadrado de imóveis novos, feito pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e divulgado em setembro, mostrou que Goiânia foi a cidade com a maior valorização no preço do metro quadrado entre as capitais, com o preço médio do metro quadrado saltando de R$ 7.273 para R$ 8.205 em 12 meses.

Após perceber o boom imobiliário em Goiás, o goiano Cláudio Fonseca, gerente de contas de uma rede de hotelaria em San Luis, no Missouri (EUA), há dois anos começou a investir em terrenos e lotes residenciais e comerciais em locais de grande perspectiva de desenvolvimento e valorização, próximos a Goiânia. Ele conta que já comprou nove lotes no residencial Reserva do Bosque, um bairro planejado que está sendo construído pela Localiza Urbanismo, no município de Abadia de Goiás. “Pretendo continuar investindo na construção ou em novos terrenos, pois penso em voltar a morar no Brasil num futuro distante”, justifica.

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Cláudio Fonseca, que mora nos Estados Unidos desde o ano 2000, diz que pretende ganhar na valorização dos imóveis e ter uma renda extra com a locação depois de construir. Segundo ele, a cotação favorável do dólar diante do real também deu um bom poder de compra. “Além disso, estou protegendo meu dinheiro com rendimentos acima da inflação”, prevê.

O goiano que vive nos Estados Unidos comprou os imóveis da corretora do Reserva do Bosque, Jaqueline Vieira, que desde 2022 atende 10 clientes que vivem no exterior, vendendo lotes, apartamentos e até chácaras para eles. Ela lembra que o primeiro cliente foi atraído por um anúncio que ela publicou numa plataforma. “Ele e sua família já compraram 12 lotes. Todos moram lá. Hoje atendo clientes nos Estados Unidos, Portugal, Espanha, Bélgica e vendo para suas famílias também”, informa.

Segundo a corretora, a transação é muito simples e chega a ser mais fácil que presencialmente. Ela realiza reuniões com os clientes por chamada de vídeo e faz vídeos dos lotes para enviar para eles, que também conseguem andar pelo loteamento pelo aplicativo do Google. “A tecnologia ajuda muito nestas operações. Para investir, eles compram lotes para construir e vender depois”, informa Jacqueline, que já vendeu 19 lotes para goianos que moram fora.

Danilo Tavares, diretor da Localiza Urbanismo, explica que o número de investidores no empreendimento vindos de fora tem crescido gradualmente. Entre os compradores, estão clientes que vivem na Bélgica, Estados Unidos, Portugal e Espanha. “São brasileiros que moram no exterior e que aproveitam, não apenas o diferencial da moeda estrangeira, mas também a perspectiva de valorização”, justifica. Desde o lançamento da primeira etapa do Reserva do Bosque, em 2018, o lote na região valorizou 36,62%.

<h2>Meios digitais</h2>

Rafael Rabelo, gerente comercial da Brasal Incorporações, diz que também tem clientes goianos que moram fora e investem no Brasil e até alguns casos de estrangeiros que compram imóveis em Goiás. Eles entram nas campanhas digitais, anúncios do Instagram ou Google, em campanhas feitas por corretores ou conhecidos que já trabalham no mercado imobiliário. “Muitos vão para fora fazer uma poupança para, no futuro, retornarem ao Brasil. Mercado é muito amplo e não dá mais para se pensar só na localidade onde você está”, diz.

Segundo ele, estes clientes enxergam uma oportunidade de boa renda com aluguéis, pois imóvel é renda segura e rentável. A maioria das vendas são de imóveis com vocação para locação, com um ou dois quartos, muito bem localizados, como nos setores Bueno e Marista. As vendas para estes clientes de fora já chegam a quase 15% neste formato de um e dois quartos. “Este perfil de empreendimento vende cada vez mais”, ressalta.

Rabelo garante que, hoje, ficou muito fácil para pessoa que está fora comprar. Na compra pela internet, é possível mandar o contrato digital para a pessoa assinar. Antes, o documento ia por Sedex. Hoje, se entrar no site, a pessoa já fala com corretor e manda a proposta. “Finalizamos a venda em menos de duas horas. É um bom nicho de clientes para nós. Para eles, é um complemento para aposentadoria e uma forma de investir e ter boa rentabilidade, inclusive com locação normal ou em plataformas de estadia”, diz.

A GPL Incorporadora também possui uma carteira cativa de clientes brasileiros que vivem no exterior, especialmente na Inglaterra, Holanda, Bélgica, EUA e Espanha. “Normalmente, eles buscam apartamentos menores e objetivam renda”, explica o coordenador de vendas João Paulo Reis.

Segundo ele, estes são clientes recorrentes e, normalmente, adquirem mais de um imóvel para investir. “Sempre que lançamos, eles estão entre os compradores. Agora, por exemplo, estamos informando a este público cativo o nosso próximo lançamento, um residencial compacto no eixo da saúde em Goiânia, próximo à República do Líbano, que certamente despertará interesse pelo grande número de pacientes que vem à capital para tratamentos e que buscam locações de curta temporada”, prevê.

Gabriel Santos, gerente comercial da Opus Incorporadora, conta que também tem visto sim um aumento grande de clientes no exterior comprando imóveis no Brasil, mesmo os que não conhecem o mercado imobiliário local. “Alguns nem são de Goiânia e resolveram investir aqui por verem o grande potencial na valorização. Com as altas do dólar, euro e outras moedas, este brasileiro que mora fora está investindo mais”, afirma.

As baixas taxas de juros nestes países inviabilizam investimentos por lá. Quem foi pra trabalhar e não tem patrimônio de milhões lá fora prefere investir aqui. Para Santos, outro fator é a maior facilidade de compra de imóvel por um brasileiro residindo no exterior. “Estrangeiros também compram imóveis aqui, não na mesma proporção, mas muitos que vieram ao Brasil resolvem investir aqui porque tem certa facilidade para aquisição. Única exigência é comprovar a residência fora do Brasil através de um comprovante de endereço”, destaca.

Praticamente todos lançamentos hoje têm clientes que moram fora do País, apartamentos de R$ 600 mil a R$ 3 milhões. A procura cresce mais quando o dólar estabiliza em alta. “O próprio consultor de vendas ao identificar esta estabilidade positiva, entra em contato com seus clientes de fora para dizer que é hora de comprar. Algumas imobiliárias já fazem ofertas focadas em clientes estrangeiros, que investem em regiões com maior tendência de alta de preço e população”, diz.

Para Felipe Melazzo, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário em Goiás (Ademi-GO), o câmbio atual têm aumentado a frequência de investimentos, mesmo com o metro quadrado mais caro. “Para os brasileiros que moram no exterior, o câmbio é bem favorável: quase seis por um. Além de goianos que moram no exterior, muitos estrangeiros casados com brasileiros também que investem em imóveis aqui”, conta.

Quando percebem que há boa valorização, muitos vendem imóveis já adquiridos para comprar mais ou colocam para locação, sempre visando um pé-de-meia para quando retornarem para o Brasil. Para buscar este comprador, as empresas trabalham, principalmente, nas redes sociais. “Essas transações são feitas com brasileiros que possuem CPF ativo, pois a fiscalização é cada vez maior. As assinaturas são digitais. Quando precisam de um representante aqui, eles geralmente têm alguém. Se o câmbio continuar alto, a tendência é de crescimento”, prevê.

Goianos que moram no exterior investem em imóveis em Goiás

As queimadas afetam áreas de lavouras, incluindo a produção de cana-de-açúcar, de pastagens e áreas de florestas dentro das propriedades. Na agricultura, o primeiro prejuízo é a queima da palhada feita no plantio de direto, pois o fogo queima décadas de trabalho para formar uma área. Se queima o pasto, tem o custo para recompor. A queima de áreas de cana-de-açúcar, por exemplo, resulta na queda na produção de etanol.

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O gerente técnico da Faeg (Federação da Agricultura do Estado de Goiás), Edson Novaes, lembra que o fogo queima todos os nutrientes do solo, o que gera custos para sua recuperação. “Os custos indiretos são de difícil mensuração, pois leva muito tempo para recompor a matéria orgânica”, destaca.

Segundo ele, o estudo de impacto dentro das propriedades rurais mostra que os grandes prejuízos econômicos podem levar anos para serem recuperados. “Como queimou tudo, não tenho mais palhada e precisarei corrigir o solo, fazer curva de nível e gastar mais até com maquinário. Outra consequência deve ser uma queda de produtividade na próxima safra.”

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/manejo-blinda-do-fogo-unidades-de-conservac-o-1.3178024" target="_blank">Manejo 'blinda' do fogo unidades de conservação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/prejuizo-por-queimadas-em-goias-deve-chegar-a-r-1-5-bilh-o-1.3178009" target="_blank">Prejuízo por queimadas em Goiás deve chegar a R$ 1,5 bilhão</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/incendio-no-parque-dos-pirineus-atinge-a-regi-o-dos-tres-picos-entre-pirenopolis-e-cocalzinho-de-goias-1.3177787" target="_blank">Incêndio no Parque dos Pirineus atinge a região dos Três Picos entre Pirenópolis e Cocalzinho de Goiás</a></div>

Durante um encontro do governador Ronaldo Caiado (UB) e secretários de governo com entidades do setor agropecuário para discutir o problema das queimadas e ações para mitigar sua propagação, o presidente da SGPA (Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura), Gilberto Marques, disse que o produtor rural não está preparado para ter sua propriedade afetada por um incêndio que possa comprometer toda a área. Ele lembrou que existem medidas para mitigar isso, como brigadas de incêndios distribuídas em pontos estratégicos, abafadores e sopradores, e os produtores precisam se prevenir.&nbsp;

“Também precisamos de alternativas para diminuir os riscos de sermos surpreendidos com isso, não termos um preparo com as silagens para alimentação dos animais, por exemplo. Temos situações onde o produtor tem todo um planejamento destruído”, alerta Marques. Mas, para ele, o principal problema é a falta de planejamento para enfrentar a perda da vegetação, que é a alimentação para os animais, e ele precisa retirar o gado sem estar preparado.&nbsp;

Neste caso, o produtor tem de alugar uma propriedade e pagar para colocar estes animais para comerem silagem, que numa situação de emergência tem um custo totalmente inviável, numa fase em que a pecuária já se encontra em dificuldade pelo alto custo de produção e baixa remuneração dos preços. “Com a queimada, ele se depara com uma situação que eleva ainda mais os custos.”

<h2>Prejuízo imensurável</h2>

O engenheiro agrônomo Antônio Pasqualetto, pós-doutor em Engenharia Ambiental e professor da PUC Goiás e IFG, lembra que também é preciso considerar os prejuízos indiretos das queimadas, como os causados à saúde da população, que inala material particulado, aumentando o risco de várias doenças e sobrecarregando o sistema de saúde. “Junto com as queimadas, temos a elevação da temperatura e redução da umidade. A cada aumento de uma unidade do material particulado, há aumento de 8% nas internações”, diz.

O professor ressalta que, hoje, os chamados ‘rios voadores’ não estão transportando mais água, mas fumaça e material particulado até o Sul do País, elevando os níveis de poluição. “Quando a queimada acontece nas lavouras por estímulo natural, o Cerrado já se adaptou a esta condição. A descarga elétrica de um raio, por exemplo, antecede a chuva. Este fogo causado por estímulo natural não seria de todo ruim. Mas quando ele é criminoso, há perda agrícola e pecuária, mas também da fertilidade do solo pela queima de matéria orgânica superficial e de microrganismos”, explica.&nbsp;

Quando acontece em áreas não agrícolas, há perda da biodiversidade, o que provoca um grande desequilíbrio na flora e fauna, com a perda de alimentos para as cadeias alimentares, como frutas, sementes e insetos. “A queimada também altera o ciclo hidrológico, pois a dinâmica da água depende de processos de filtração, evaporação, transpiração, condensação e precipitação. Sem árvore, não tem transpiração”, adverte o professor.&nbsp;

Ele explica que o grande número focos de incêndio dificulta a chegada das chuvas, pois o ar mais quente se expande e, se ele demora a saturar, há um atraso das chuvas, que vêm de forma intensa e não bem distribuídas. “Por isso, muitos prejuízos são imensuráveis. Estamos contaminando os alimentos, a água tem qualidade e quantidade comprometida e o ar está ficando pior pra respirar”, alerta.