Um estudo comparando a evolução dos municípios na economia, emprego, massa salarial dos trabalhadores e indicadores sociais, em 2019, foi recentemente atualizado pelo Sistema OCB e a Fipe. “Comparando municípios com e sem cooperativas de crédito, notamos o grande impacto econômico e social. O primeiro ocorre no PIB, que é 10% maior naqueles com cooperativismo”, destaca o economista e pesquisador da Fipe Alison Pablo de Oliveira.

Para cada R$ 1 concedido em crédito por elas, são movimentados R$ 2,56 na economia brasileira. Cada R$ 1 milhão em crédito gera 22,8 novos postos de trabalho. Considerando a média anual, em cinco anos foram movimentados R$ 135,1 bilhões anuais.

José Umberto Vaz de Siqueira, diretor de Relacionamento e Inovação do Sicoob Unicentro Br, lembra que nas cooperativas de crédito permanece o princípio de que o cooperativismo não visa lucro e os resultados são distribuídos entre os cooperados e também reinvestidos nas comunidades onde foram gerados, através de ações de cunho social ou cultural. Por isso, ele ressalta que a cooperativa contribui para o aumento da renda destas populações.

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Outro ponto positivo, segundo ele, é que elas balizam para baixo as taxas bancárias na região. “Além do cooperado conseguir taxas mais justas e economizar, o cooperativismo tende a jogar estas taxas do sistema bancário tradicional para baixo por causa da concorrência”, afirma Siqueira. O resultado, segundo ele, é a promoção de justiça financeira entre os cooperados e comunidades. “Faz parte do DNA delas este olhar para as comunidades onde estão, no sentido de levar prosperidade e justiça financeira”, destaca.

Formada há 33 anos por 32 médicos, a Sicoob Unicentro Br hoje tem 115 mil cooperados, movimenta quase R$ 10 bilhões em ativos e está em 54 municípios de cinco unidades da federação, onde já distribuiu mais de R$ 1 bilhão entre os cooperados. A cooperativa cresce mais de 20% ao ano.

A chegada da conta digital permitiu essa grande inclusão. “Alcançamos pessoas que não tinham acesso ao sistema bancário tradicional”, ressalta o diretor. Com isso, o sistema Sicoob já está em mais de 400 municípios onde é a única instituição financeira para atender a população.

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Imóveis

O cooperativismo também pode facilitar a aquisição de imóveis, inclusive de alto padrão. Gláucio Madeira, da Central Cooperluxo de Cooperativas Habitacionais, que centraliza serviços de quatro cooperativas singulares, reduzindo despesas e ganhando escalas, explica que cada uma delas é um empreendimento de alto padrão. Um já foi entregue, outro fica pronto em abril do ano que vem e outros dois estão em fase inicial de obras. “São pessoas que se unem para construir juntas o empreendimento”, destaca.

Enquanto no mercado tradicional, a pessoa procura uma incorporadora e faz seu plano de negócios de acordo com as opções oferecidas, na cooperativa, as pessoas se unem para construir um empreendimento em nome delas. “A pessoa adere a um plano de negócios que pode ser flexibilizado. Existe um cronograma de aportes financeiros e qualquer alteração do projeto é discutida em assembleia”, explica Madeira. Mas como as pessoas se unem para construir com preço de custo, se ele subir além do INCC, será necessário aportar mais dinheiro.

A maior vantagem é a compra pelo valor do custo, cerca de 30% a 40% abaixo do valor de mercado. Isso porque a obra é autofinanciada pelos cooperados, sem taxa de corretagem e despesas com marketing. Hoje, são 330 cooperados nos quatro empreendimentos, que chegam por indicação em busca de um upgrade de imóvel. A OCB criou um selo de identidade cooperativista para as cooperativas habitacionais que cumprem todos os requisitos.

Para o presidente do Sistema OCB-GO, Luís Alberto Pereira, com a distribuição dos resultados entre os cooperados, a tendência deles é gastar este recurso nas comunidades onde estão e saírem menos de lá. “Se um cooperado paga menos juros ou ganha mais numa aplicação financeira, este recurso também fica lá. Há uma retroalimentação da economia a partir de uma cooperativa”, ressalta.

Este dinheiro que fica movimenta mais a economia de todo município. Por isso, ele reforça que não existe cidade fraca com cooperativa forte, pois esta fortalece a comunidade local. Pereira conta que há vários exemplos de fortalecimento dos municípios através do cooperativismo, como a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), umas das responsáveis pelo impulso econômico de Rio Verde, inclusive com atração de investimentos, e a Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos (Complem).

Ele lembra que o cooperativismo está em quase todos segmentos, como o caso da Unimed, na saúde, das cooperativas habitacionais, na construção civil, e as de transporte, na logística. Entre os objetivos, estão sempre a redução de custos de mercado e um maior acesso. “Se não houvesse cooperativa, não existiria instituição financeira em muitos municípios, porque os bancos vão para praças onde terão mais lucro, enquanto primeiro objetivo delas é atender as pessoas”, avalia

Para o presidente da OCB-GO, ainda há desafios a serem superados, como garantir que as compras governamentais priorizem as cooperativas idôneas, além de garantir um auxílio para cooperativas de reciclagem, que prestam um serviço de limpeza para as cidades.

Profissionalização

A Cooperativa Agropecuária Regional de Jataí (Cooparja) se juntou com a Associação de Apicultores e Meliponicultores do Sudoeste Goiano e lançou a primeira marca de mel de cooperativa da região. O fundador da Cooparja, Leandro Alves Melo, conta que são cerca de 200 produtores envolvidos em toda região, que produzem cerca de 20 toneladas anuais. O produto está em fase final de certificação para ser vendido em todo estado. No próximo ano, o projeto é construir um entreposto para enviar mel para todo País.

“Hoje, o apicultor não consegue vender seu mel para redes de supermercado porque não tem nota fiscal ou certificação. Com a cooperativa, isso está mudando e a perspectiva futura é produzir cerca de 200 toneladas anuais”, diz Melo. O leite produzido pelos cooperados também tem marca própria e a produção é terceirizada, mas o projeto é construir um laticínio. “Nos próximos anos, vamos lançar outros produtos com a marca da cooperativa, como farinha, cachaça e queijo.

Reciclagem

Se engana quem ainda relaciona as cooperativas de reciclagem ao atraso e improviso. Com 26 cooperados, hoje a Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis Dom Fernando (Cooprec) já tem coleta com rastreabilidade, triagem completa dos materiais e emite relatórios para os clientes sobre os materiais e valores.&nbsp;

A diretora financeira da cooperativa, Nair Rodrigues Vieira, conta que os materiais são recolhidos pelo consórcio Limpa Gyn e também por grandes geradores, da indústria e comércio em geral. Muitos dos atuais cooperados são antigos catadores de recicláveis, que mudaram suas vidas. “Hoje, o cooperado planeja sua vida, sabe quanto tem a receber no fim do mês e tem horário de trabalho e moradia”, ressalta. Para Nair Vieira, eles ganharam uma nova visão e mais qualidade de vida.&nbsp;

Cerca de 70% da cooperativa, que recebe 110 toneladas mensais de recicláveis, é formada por mulheres chefes de família. “Depois que eles ingressaram na cooperativa, sua renda cresceu cerca de 40%. Mas o melhor foi a mudança de mentalidade, pois todos aprenderam a se organizar mais e fazer a autogestão para melhorar seus rendimentos.”

Educação

Uma das quatro do segmento educacional em Goiás, a Cooperativa de Ensino de Quirinópolis (CEQ) foi formada por pais cooperados da cooperativa Agrovale, há 38 anos, com o objetivo de criar a cultura cooperativista entre os alunos. A presidente da CEQ, Ana Cristina Alves dos Santos, conta que, no início, eram cerca 100 pais cooperados. Hoje, são 800 pais e 482 alunos, em uma escola que atende desde educação infantil até o ensino médio. E conta com conselhos de administração, fiscal e pedagógico, além de ser inclusiva e atender 46 crianças atípicas.

A grande vantagem é ter um ensino de qualidade por preço justo, pois todos são donos da escola. As mensalidades, que variam de R$ 700 a pouco mais de R$ 1 mil, são investidas na estrutura e no pagamento dos funcionários, já que não visa lucro. “Temos mestres e doutores habilitados em suas áreas de formação e os alunos têm bons índices de aprovação pelo Enem, inclusive em Medicina”, conta.

PIB dos municípios onde há cooperativas de crédito é 10% maior, aponta estudo da OCB/Fipe

Economia

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Matéria - Economia

Cooperativismo

Empresas de Goiás afetadas pelas medidas tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos já tiveram R$ 80 milhões em crédito aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos do programa Brasil Soberano e na linha Capital de Giro (gastos com despesas operacionais). No estado, desde a abertura do protocolo, em 18 de setembro, foram protocolados pedidos que somam R$ 280 milhões. Em todo o país, desde o dia 18, houve 213 pedidos de crédito protocolados no BNDES, totalizando R$ 4,76 bilhões. Estão em análise R$ 200 milhões na linha Capital de Giro e R$ 2,4 bilhões na linha Giro Diversificação (busca de novos mercados). No Brasil, foram realizadas 153 operações, sendo R$ 1,96 bilhão na linha Capital de Giro e R$ 160,8 milhões na linha Giro Diversificação. Também desde 18 de setembro, 3.702 empresas consultaram a elegibilidade no site do BNDES, sendo 1.444 elegíveis, com impacto das tarifas a partir de 5% no faturamento bruto. “A determinação do presidente Lula é não deixar nenhuma empresa para trás. Com o trabalho dos empregados do BNDES e das mais de 50 instituições financeiras parceiras do Banco, estamos conseguindo, com a agilidade necessária, apoiar as empresas brasileiras para que mantenham seus negócios, busquem novos mercados e protejam os empregos”, diz o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. (Redação)

BNDES já aprovou R$ 80 milhões para empresas de Goiás

Tarifaço dos EUA

O governo federal anunciou nesta segunda-feira (25) uma ampliação dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o financiamento de projetos de difusão de máquinas e equipamentos 4.0 na economia. O orçamento disponível em 2025 é de R$ 12 bilhões, com taxas incentivadas que mesclam a Taxa Referencial (TR) e custos de mercado. Além de melhorar a produtividade e a competitividade do parque fabril brasileiro, os recursos também visam amenizar os impactos do tarifaço do governo americano sobre as empresas brasileiras.As principais linhas de apoio ao setor industrial, que podem impulsionar a inovação e o crescimento das empresas, serão apresentadas ao setor produtivo goiano nesta terça-feira (26), no seminário Impactos do Programa Nova Indústria Brasil (NIB), a partir da 8h30, na Casa da Indústria. O evento contará com a participação de José Luiz Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES.Em entrevista exclusiva ao POPULAR, ele explica que a linha de R$ 12 bilhões para a indústria 4.0 investir em máquinas e equipamentos, visa aumentar a competitividade e produtividade da indústria nacional. “As taxas aplicadas devem variar de 7,5% a 8,5% ao ano, o que deve ajudar muito o setor industrial a investir”, destaca. Serão R$ 10 bilhões oriundos do BNDES e R$ 2 bilhões da Finep para reduzir as assimetrias regionais e estimular a indústria de bens de capital através da sua linha Difusão Tecnológica para empresas que precisem modernizar seu parque industrial nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.Estudos mostram que o parque fabril brasileiro ainda opera com maquinário antigo, com idade média de 14 anos, o que reduz a produtividade e a competitividade. Além disso, 38% dos equipamentos industriais estão próximos ou além do ciclo de vida ideal estabelecido pelos fabricantes. Por isso, o principal objetivo é impulsionar a agenda de modernização industrial e dos serviços tecnológicos, contribuindo para alavancar a indústria 4.0 e ampliar a produtividade e a digitalização. A iniciativa contemplará investimentos em bens de capital que incorporem tecnologias em robótica, inteligência artificial, computação na nuvem, sensoriamento, comunicação máquina a máquina e internet das coisas (IoT). Ela também é parte do eixo de inovação e digitalização do Plano Mais Produção, que integra a política industrial Nova Indústria Brasil (NIB). Para aquisição de máquinas e equipamentos 4.0, micro, pequenas e médias empresas com projetos de até R$ 50 milhões terão acesso a financiamento na forma indireta, por meio da rede credenciada de instituições do BNDES. Para médias e grandes empresas com projetos no valor de até R$ 300 milhões, o financiamento será feito diretamente com o BNDES. O banco também apoiará fabricantes de máquinas e equipamentos 4.0 na comercialização de seus equipamentos credenciados, no valor de até R$ 300 milhões.TarifaçoMas, segundo Gordon, este investimento também deve ajudar a amenizar os impactos do tarifaço de Donald Trump sobre as empresas. Ele lembra que como o BNDES exige que as aquisições sejam feitas de empresas nacionais, muitas que exportam para os EUA e foram impactadas pela tarifa de 50% poderão redistribuir suas vendas para o mercado interno em virtude da abertura desta linha. “O intuito é ajudar na competitividade industrial, mas também vai reduzir os impactos do tarifaço”, diz. De acordo com o diretor do BNDES, o presidente Lula tem colocado a indústria nacional no centro da agenda de desenvolvimento do País. Cita que o governo também lançou o Plano Brasil Soberano, que vai destinar R$ 40 bilhões em crédito para o setor, recursos que financiarão capital de giro e investimentos em adaptação da atividade produtiva, aquisição de máquinas e equipamentos e busca de novos mercados.Serão R$ 30 bilhões para empresas que foram afetadas por tarifas de 50% e tiveram prejuízo de mais de 5% em seu faturamento. “Também teremos uma linha para capital de giro, investimento e para aumentar e diversificar as exportações, que deve ter juros entre 8% e 9% ao ano já com os spreads”, completa Gordon. Mais R$ 10 bilhões serão disponibilizados, com taxas abaixo da Selic, para empresas que foram afetadas por tarifas menores de Trump, para capital de giro e para diversificar suas exportações. O diretor do BNDES ressalta que Lula também fortaleceu os fundos garantidores para o apoio às micro, pequenas e médias empresas, que terão acesso às garantias do Crédito Solidário do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac-FGI), administrado pela instituição. O Peac-FGI Solidário poderá garantir operações com recursos incentivados do FGE (Fundo de Garantia à Exportação), bem como recursos livres do Sistema Financeiro Nacional, com orçamento de R$ 2 bilhões, e mais R$ 1 bilhão no FGO do Banco do Brasil, o que deve gerar mais cerca de R$ 20 bilhões a R$ 22 bilhões para as pequenas empresas.“Estamos ajudando o setor empresarial a ser mais competitivo e a ganhar mercados. Só o BNDES já colocou quase R$ 235 bilhões na nova política industrial do País, pois a indústria está no centro dessa agenda de desenvolvimento”, reforça Gordon. Durante o evento desta terça na Casa da Indústria, ele conta que serão apresentados os novos instrumentos de apoio à inovação no estado, que é muito representativo nos setores de fármacos e na agroindústria, com biocombustíveis, por exemplo. “É uma gama de apoio muito importante para a indústria goiana”, destaca. Ele conta que, de 2023 a meados deste ano, já foram liberados R$ 7,8 bilhões para as indústrias goianas, dentro do programa Nova Indústria Brasil. Em relação aos impactos do tarifaço, o diretor do BNDES recomenda que as empresas já comecem a procurar seus bancos parceiros, pois na segunda quinzena de setembro já começam as primeiras operações. Segundo ele, estes recursos darão fôlego para as empresas buscarem novos mercados e ainda podem ser ampliados, de acordo com a busca por eles.

União anuncia crédito de R$ 12 bilhões a investimentos em novas tecnologias

Indústria 4.0

Para os empresários que buscaram no cooperativismo de crédito uma melhor opção nas questões financeiras diárias, a avaliação é que o sistema se propõe a uma maior proximidade com os pequenos empreendedores e demonstra preocupação com seu crescimento. Com isto, a empresa tem acesso mais facilitado aos gerentes, que são muito ágeis para resolver questões cotidianas como capital de giro e descontos de duplicatas.

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Fábio Lopes, sócio da Clínica de Ortopedia e Fraturas de Goiânia (COF), conta que está no sistema cooperativo desde 2003 e elogia o tratamento mais personalizado em relação aos bancos, onde o cliente se sente mais um número. “Na cooperativa, podemos cobrar coisas como se fôssemos o dono mesmo. Temos mais acesso e escutam melhor nossas dificuldades e traçam metas para resolvê-las”, destaca Lopes. Segundo ele, estas soluções são mais personalizadas, de acordo com a demanda do cliente, o que ajuda no crescimento da empresa.

“Tivemos várias demandas atendidas, como na época da Covid, quando a cooperativa ofereceu linhas de crédito para ajudar a resolver o problema. Nos tratou com olhar diferente, ajudando a atravessar melhor aquele momento”, lembra o empresário da capital.

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<fieldset class="field text heading headline" id="work_261329" style="margin: 7px 0px; padding: 0px; border-width: 0px; border-style: solid; border-color: initial; outline: 0px; font-size: 11px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; vertical-align: baseline; border-collapse: collapse; color: rgb(0, 0, 0);"><a href="https://opopular.com.br/economia/credito-para-mpes-cresce-21-no-cooperativismo-1.3298554" target="_self">Crédito para MPEs cresce 21% no cooperativismo</a></fieldset>

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Segundo ele, a clínica enfrenta problemas com convênios, por exemplo, e muitas vezes chega no final do ano descapitalizada para pagar o 13º salário. “Neste momento, eles ajudam com linhas de crédito mais acessíveis e baratas. Faço pesquisas de mercado de taxas e eles sempre procuram cobrir. Em bancos, você só paga taxas, mas na cooperativa você participa das sobras, trazendo retorno destes gastos”, avalia.

“Hoje o empreendedor quer mais do que crédito, mas uma relação financeira que faça sentido, com transparência, proximidade e benefícios reais para o seu negócio”, explica a superintendente de Desenvolvimento de Negócios do Sicoob UniCentro Br, Luciana Bernardes. Atualmente, segundo ela, as MPMEs representam 30% da base total de mais de 100 mil cooperados da instituição. No universo de pessoas jurídicas que fazem parte da cooperativa, esse percentual sobe para 98%.

Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, afirma que as cooperativas de crédito estabelecidas no estado apoiam de maneira muito expressiva as micro e pequenas empresas. De acordo com ele, por priorizarem um relacionamento próximo com seus associados, não importando o seu porte, as cooperativas democratizam o acesso ao crédito.

“Por meio dos 324 pontos de atendimento em Goiás, além de disponibilizarem recursos e serviços financeiros a taxas mais baixas, elas oferecem consultoria e orientações financeiras aos associados”, reforça Pereira.

Proximidade e acesso pelos empresários é maior diferencial do cooperativismo

Empreendedorismo

O cooperativismo de crédito está investindo mais nas micro, pequenas e médias empresas no Brasil. De acordo com o Banco Central (BC), as cooperativas de crédito financiaram R$ 530 bilhões no ano passado e o Sistema Nacional de Cooperativismo de Crédito (SNCC) registrou um crescimento de 21% na carteira, um dos segmentos com maior evolução no crédito para pequenos e médios empreendedores em 2024, próxima à registrada pelas instituições digitais.

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Em 2024, carteira de crédito das micro e pequenas empresas atingiu R$ 3,68 bilhões em Goiás, segundo o Sistema OCB-GO. O Sicoob encerrou 2024 com mais de R$ 96,7 bilhões em crédito concedido para micro, pequenas e médias empresas em todo País. Somente para médias empresas, foram R$ 49,9 bilhões, cerca de 25% mais do que no ano anterior. Em 2024, o Sicoob foi responsável por quase 40% de todas as operações viabilizadas pelo Fundo de Amparo à Micro e Pequena Empresa (Fampe), com mais de 45 mil negócios atendidos.

Para Francisco Reposse Junior, diretor Comercial e de Canais do Sicoob, esses números refletem o compromisso em fomentar o crescimento dos pequenos negócios no Brasil, garantindo acesso a crédito com condições mais justas e impulsionando o desenvolvimento econômico. “Estamos falando de milhares de empreendedores que conseguiram manter ou expandir seus negócios com crédito mais acessível. O papel das cooperativas financeiras é estar onde os grandes bancos muitas vezes não chegam, oferecendo soluções justas, sustentáveis e com impacto direto na economia local”, afirma.

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Somente a cooperativa financeira Sicoob UniCentro Br já destinou R$ 650 milhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) em 2025, superando os volumes dos anos anteriores, o que corresponde a 38% de todo o crédito concedido pela cooperativa. A carteira de crédito pessoa jurídica da instituição cresceu 22,4% no ano passado. Os setores que mais têm recorrido aos serviços da instituição são o de saúde, seguido pelo agronegócio, comércio e serviços, além de empresas que atuam no mercado internacional.

<h2>Participação</h2>

Há mais de 50 anos em Goiânia, a Gessolar está na Unicred há cerca de 5 ou 6 seis anos e, de lá para cá, ganhou mais eficiência e agilidade nas soluções financeiras. Segundo o empresário Osmar Chiarello, sócio da empresa, outro ponto positivo é a participação nos resultados.

“Nos outros bancos, você só paga taxas e eles mudam muito de gerente, o que é muito ruim. Estamos muito satisfeito com o sistema e indico para outras pessoas”, ressalta o empresário. Segundo ele, desde que ingressou no cooperativismo, sua empresa cresceu cerca de 50% em faturamento e quadro de funcionários. “Ganhei mais tempo para me dedicar mais ao negócio, como dar mais atenção aos clientes”, diz Chiarello.

Luciano Carvalho, gerente de Desenvolvimento de Negócios do Sicoob UniCentro Br, conta que, atualmente, a cooperativa trabalha fortemente dentro das empresas. Desde que deixou de atuar apenas na área da saúde, a cooperativa alavancou muito sua carteira. “O objetivo é crescer junto com os cooperados. Desde os microempreendedores individuais (MEI), atuamos com mais de 30 linhas de crédito para pessoa jurídica (PJ)”, destaca. Hoje, a carteira de crédito da cooperativa é de R$ 8 bilhões.

Somente a pessoa jurídica contribui com mais da metade disso, com R$ 4,7 bilhões para micro, pequenas e médias empresas. Carvalho ressalta o amplo portifólio de opções de crédito para empreendedores, como financiamento de veículos e imóveis, capital de giro, títulos descontados com antecipação de recebíveis, limite de conta garantida e outras linhas de fomento, como BNDES e FCO, além de operações voltadas para o comércio exterior e também opções de linhas de crédito para inovação.

“Atuamos também com campanhas de crédito internas com taxas diferenciadas do mercado, com todo embasamento para fomentar a carteira PJ e transformar as empresas no que seja necessário para que elas cresçam”, garante o gerente. Segundo ele, a cooperativa de crédito trabalha de forma diferente, pois o empreendedor também é dono e tem participação nos resultados, fora o atendimento humanizado, de uma forma mais próxima da empresa. “Enquanto muitas instituições fecham agências físicas, nós temos estrutura crescente de atendimento presencial e o contato com as visitas presenciais”, compara.

De acordo com Carvalho, as pequenas empresas também têm sido atraídas por linhas de crédito com taxas competitivas e diferenciadas e acesso mais facilitado. “Nossa taxa de varejo tem uma diferença muito grande perante ao que o mercado pratica e é mais equivalente às praticadas para grandes empresas”, afirma o gerente. Ele acredita que, por isso, o sistema cooperativista pode ajudar mais as pequenas empresas a crescerem, pois tem um relacionamento mais próximo e atendimento humanizado.