Diante do aumento do número de pedidos de recuperação judicial pelo agronegócio no País, o Banco do Brasil, maior agente financiador da produção do setor, ameaçou cortar o crédito dos produtores rurais que recorrerem à ferramenta. Mas a declaração, feita pelo vice-presidente de controles internos e gestão de riscos da instituição, Felipe Prince, está sendo muito criticada por juristas, que a consideram uma tentativa de amedrontar quem já enfrenta dificuldades, podendo se refletir negativamente no desempenho da próxima safra. A fala acendeu um alerta do setor em um momento de alta dos pedidos de recuperação e de maior cautela das instituições financeiras diante da alta inadimplência. Recentemente, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, já havia afirmado que o departamento jurídico do banco analisa escritórios de advocacia que estariam atuando de forma fraudulenta nos pedidos de RJ e que poderia acionar esses profissionais na Justiça. O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) considerou a medida uma tentativa de criminalizar a advocacia, o que obrigou o banco a recuar na declaração.