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Produtores de Rio Verde denunciam golpe na venda da safra

Seis grandes agricultores já registraram ocorrência, alegando que venderam seus grãos para corretor da cidade e receberam cheques sem fundos

Máquina agrícola trabalhando em colheita de soja: produtores de Rio Verde denunciam intermediário

Máquina agrícola trabalhando em colheita de soja: produtores de Rio Verde denunciam intermediário (Wildes Barbosa / O Popular)

Produtores rurais de Rio Verde procuraram a Delegacia Regional do município, nesta quarta-feira (19), para denunciar que teriam sido vítimas de um suposto golpe na venda de suas safras. Um conhecido corretor de grãos da cidade, que sempre comprava a produção para revender, teria pago vários agricultores com cheques sem fundos e desaparecido da região. A estimativa é que o prejuízo total de todos os produtores possa atingir a marca dos R$ 400 milhões.

O delegado regional de Rio Verde, Danilo Fabiano Carvalho Oliveira, conta que, até agora, seis produtores rurais que fizeram negociações com o corretor de grãos da cidade já registraram ocorrência, depois que os pagamentos agendados não foram efetuados. Segundo o delegado, os agricultores relatam que não estão conseguindo localizar o parceiro comercial, que teria desaparecido. "Diante das denúncias, já iniciamos as investigações para apurar uma prática de possível estelionato", informa Oliveira.

De acordo com o delegado, os valores são expressivos, pois alguns produtores noticiaram prejuízos de R$ 6 milhões, R$ 12 milhões e até R$ 25 milhões. "Como ele era um corretor muito conhecido na cidade, trabalhava já há algum tempo e cumpria os pagamentos, os produtores estavam acostumados a pegar cheques pré-datados dele e entregar o produto", ressalta Oliveira. Agora, os cheques que foram dados em garantia estão voltando, sem fundos.

A polícia instaurou um inquérito policial e ainda está ouvindo as supostas vítimas para apurar todos os fatos envolvidos, antes de acionar o corretor, que está sendo acusado pelos produtores. Segundo o delegado, os produtores ouvidos alegam que, desde a última segunda-feira, este corretor teria desativado seu WhatsApp e todas suas redes sociais.

"Eles já teriam até procurado a família dele, que alega não saber onde ele está. Para um produtor entregar R$ 25 milhões em soja ou milho e receber um cheque como pagamento, é porque esta pessoa era muito conhecida na cidade e contava com uma aparente credibilidade", avalia Oliveira.

Outros

Apesar de apenas seis produtores já terem registrado ocorrência, eles mesmos contam que muitos outros agricultores, que ainda não tiveram seus cheques depositados, também podem ter sido vítimas deste mesmo corretor. "Podemos estar diante de uma situação bem grave, pois são todos grandes produtores e muito conhecidos na cidade", completa o delegado.

De acordo com informações extraoficiais recebidas pela reportagem, alguns produtores teriam entregue toda a safra do sequeiro e safrinha ao corretor e estariam desesperados com a possibilidade de terem sido vítimas de um golpe. Os produtores procurados pela reportagem não se manifestaram.

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Goiânia é sede de dois grandes eventos neste ano

Além das exposições agropecuárias já tradicionais, capital terá a realização da 1ª AgroVem - evento que já teve duas edições na cidade de Itumbiara

Gilberto Marques, presidente da SGPA: desafios para cumprir toda a programação

Gilberto Marques, presidente da SGPA: desafios para cumprir toda a programação (Diomício Gomes)

A capital de Goiás receberá, neste ano, dois grandes eventos do agronegócio: a 1ª AgroVem e a 78ª Exposição Agropecuária do Estado, conhecida como a Pecuária de Goiânia. A organização da AgroVem garante que o evento terá uma programação intensa, com especialistas renomados discutindo temas como sustentabilidade, inovação tecnológica, financiamento rural, mercado internacional e gestão no agronegócio. A exposição também terá demonstrações ao vivo, com testes práticos de equipamentos, apresentação de novas tecnologias e soluções agrícolas aplicadas no campo.

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O evento contará ainda com espaços de networking, áreas exclusivas para produtores, investidores, empresários e líderes do setor trocarem experiências, fecharem parcerias e expandirem redes de contato. A realização da AgroVem é iniciativa da Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ) e do Grupo AgroVem. Segundo os organizadores, o estado será palco de um evento nacional que promete impactar o futuro do agronegócio brasileiro.

Um dos realizadores da feira, Sílvio Pereira, informa que a AgroVem nasce com o propósito de fortalecer ainda mais o agronegócio em Goiás, focando na inovação tecnológica, troca de conhecimento e realização de negócios.

"Após duas edições de sucesso em Itumbiara, estamos entusiasmados em trazer a terceira edição da feira para Goiânia, um passo importante que só foi possível graças ao envolvimento do cantor Zezé Di Camargo, que é um dos realizadores e embaixador do evento. Foi ele quem teve a visão de trazer a AgroVem para a capital goiana, consolidando a cidade como um dos principais polos do agronegócio brasileiro", comenta.

A expectativa dos organizadores é receber cerca de 30 mil pessoas por dia ao longo do evento. A entrada é gratuita. "Acreditamos que compartilhar conhecimento e fomentar negócios deve ser acessível a todos", destaca Pereira.

Para ele, eventos como a Exposição Agropecuária de Goiânia e a AgroVem são complementares, cada um com sua identidade e público específico. "Ambos desempenham um papel crucial para fortalecer o agronegócio goiano. Quanto mais espaços tivermos para promover o diálogo, gerar negócios e impulsionar o setor, maior será o impacto positivo para a nossa economia", destaca.

Para Gilberto Marques, presidente da SGPA (Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura), que promove a Exposição Agropecuária de Goiás, o agro não para, independente das dificuldades que o setor vem enfrentando, principalmente em função das decisões do governo federal, conforme avalia.
"Nos últimos dias, discutimos desde o Plano Safra como a isenção de impostos para importação de alimentos, o que foi um baque, mostrando que temos um governo que, além de não apoiar o setor produtivo, cria situações para dificultar ainda mais", diz.

Marques afirma que o setor levou o País nas costas em momentos de crise e continua trabalhando no mesmo ritmo, apesar da dificuldade em colocar os produtos no mercado com preço justo, pelo alto custo de produção. "O agro vem sendo punido se a população encontra preços altos no mercado, mas corremos o risco de não conseguir arcar com dívidas feitas para financiar a safra, comprar maquinários e insumos", alerta.

Ele reconhece que as feiras agropecuárias podem ter seu resultado comprometido, pois o objetivo é a comercialização de máquinas, equipamentos, tecnologias, insumos e o cenário é desfavorável. "Mas não vamos deixar de cumprir com toda programação de feiras ao longo do ano. Teremos recorde de produção agrícola, mas a remuneração baixa", avalia.

A comissão organizadora da Tech Farm Show 2025, programada para acontecer de 3 a 5 de abril, em Gurupi-TO, comunicou oficialmente o cancelamento do evento, após uma análise do atual cenário econômico do agronegócio, que enfrenta desafios que impactam toda a cadeia produtiva, como a desvalorização dos produtos agropecuários, escassez de crédito subsidiado, dificultando o acesso a custeios e investimentos, e as incertezas para a safra 2025-2026, tornando as decisões financeiras e estratégicas mais desafiadoras.

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Feiras agropecuárias devem movimentar bilhões em Goiás

Setor aposta em investimentos durante exposições pela estimativa de boa safra, mas baixa rentabilidade e juros altos preocupam

Tecnoshow Comigo terá a 22ª edição em abril: expectativa de gerar cerca de R$ 10 bilhões em negócios

Tecnoshow Comigo terá a 22ª edição em abril: expectativa de gerar cerca de R$ 10 bilhões em negócios (Rômullo Carvalho)

Goiás começa a entrar no ritmo das exposições agropecuárias programadas para 2025 em Goiânia e em várias cidades do interior do estado. Estes eventos do agronegócio costumam atrair grandes públicos e movimentar milhões e até bilhões de reais. Neste ano, apesar das estimativas de uma boa safra de grãos, representantes do setor agropecuário advertem que a baixa rentabilidade do produtor e os altos juros do mercado podem acabar inibindo a realização de investimentos nas propriedades rurais.

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O calendário de eventos do agro, divulgado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), traz a relação de nove exposições previstas para até o mês de julho. A primeira, a 22ª edição da Tecnoshow Comigo, acontece já no próximo mês de abril, com o tema "Gerações do Agro", buscando difundir a sucessão familiar no agronegócio e atingir um público de novos produtores rurais.

O evento, que será realizado no período de 7 a 11 de abril, no Centro Tecnológico Comigo, em Rio Verde (GO), terá como meta zerar a emissão de carbono, buscando a sustentabilidade durante toda a feira, que tem a expectativa de gerar cerca de R$ 10 bilhões em negócios. Assim como na edição anterior, os espaços da feira de 2025 foram 100% comercializados com 695 expositores.

Neste ano, a Tecnoshow contará com a ampliação dos espaços de convivência, melhorias na segurança e expansão da área gramada. Entre as principais ações, estão a ampliação de banheiros femininos, a pavimentação asfáltica de 1.800 metros quadrados, a expansão de 2 mil metros na área gramada para locação e a instalação de um transformador adicional de 150 KVA, totalizando 20 unidades. Esta edição também contará com um heliponto, com capacidade para até 12 aeronaves.

"Essas melhorias visam aprimorar a infraestrutura, garantindo mais conforto, segurança e funcionalidade para os visitantes, que devem somar 150 mil pessoas este ano, um aumento de 10% em relação à edição anterior, além de impulsionar a comercialização na feira, que deve crescer 5%", explicou o diretor de insumos da Comigo e coordenador geral da Tecnoshow, Claudio Teoro.

Para o presidente do Conselho Administrativo da Comigo, Antonio Chavaglia, o cenário positivista está atrelado aos bons resultados da última safra. "Estamos em um momento muito positivo para a produção regional que, mesmo com alguns problemas enfrentados, como os causados pelo clima, tem entregado bons resultados e isso poderá ser visto nas comercializações durante essa edição da Tecnoshow", prevê Chavaglia.

Na área de Pecuária, a feira contará com cerca de 800 animais, incluindo bovinos de corte e leite, equinos, muares, ovinos, peixes, pôneis e cães pastores. Estão previstas exibições de equinos, muares e cães pastores, além de palestras sobre saúde animal, nutrição e manejo das diferentes espécies, e apresentações sobre novas tecnologias, além de dinâmicas pecuárias que serão definidas.

A programação da Tecnoshow 2025 incluirá mais de 300 horas de palestras com renomados especialistas. A escolha dos temas e convidados, segundo Teoro, levou em consideração o desempenho do agronegócio no ano anterior. "É essencial pensarmos no futuro do setor, por isso teremos profissionais que abordarão maneiras de continuar crescendo de forma segura e eficiente", informou o coordenador da feira.

De 12 a 16 de maio de 2025, acontece em Goiânia a 1ª Feira de Agronegócios AgroVem. De acordo com a organização do evento, a nova feira agropecuária chega para consolidar a capital goiana como um dos principais polos do agronegócio brasileiro. Ela será realizada na GO-020, a cinco minutos do Shopping Flamboyant, ocupará uma área de 400 mil metros quadrados e reunirá mais de 600 expositores dos mais diversos segmentos do setor agropecuário, visando a criação de ambiente de inovação, negócios e networking.

A AgroVem contará com exposição de produtos, serviços e tecnologias, apresentação de máquinas agrícolas de última geração, insumos, defensivos, soluções em irrigação e tecnologia digital para o campo de grandes marcas do agronegócio, além de palestras e workshops.

Entre os próximos dias 15 e 25 de maio, acontece a 78ª Exposição Agropecuária do Estado, no Parque de Exposições Agropecuárias de Goiânia. "Neste ano, a tradicional pecuária de Goiânia manterá sua programação voltada para o produtor rural, com palestras técnicas, leilões, exposição de animais, máquina e equipamentos para atender o setor, além da parte festiva, que é a maior festa popular do estado, conciliando festa e negócios, destaca Gilberto Marques, presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), entidade realizadora do evento.

Preocupação

Para o gerente técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Leonardo Machado, apesar de o estado estar colhendo boa safra, a rentabilidade não deve crescer na mesma proporção porque os preços dos produtos são menores que nos últimos anos. Além disso, segundo ele, o produtor também não está tendo acesso ao crédito como esperado. "Há redução na aplicação do recurso do crédito rural, que está bem menor que nos anos anteriores. Além disso, problemas climáticos dos últimos anos deixaram os aplicadores mais retraídos e a baixa rentabilidade reduz o acesso ao crédito, deixando instituições e produtores na defensiva", adverte Machado.

Outra dificuldade é na aplicação do recurso, pois todo crédito que chega conta com dinheiro público e a situação das contas públicas não é das melhores, o que deixa a aplicação mais complicada. "Tudo isso faz com que não haja garantia de bons resultados nas feiras deste ano. Juros altos não estão condizentes com a atividade e inibem a tomada do crédito. Portanto é um ano em que fica difícil de ter certeza como serão os investimentos. Não deve ser algo tão bom quanto o aumento da produção", diz.

O secretário de estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, acredita que Goiás é cada vez mais palco dos principais eventos agropecuários do Brasil, que dão oportunidade para os produtores conhecerem e acessarem novas tecnologias das principais empresas que comercializam máquinas e insumos agrícolas.

Outros pontos importantes, segundo ele, são as palestras técnicas para difusão de novas tecnologias e a possibilidade de realização de networking nas cadeias produtivas, com oportunidade de aproximação de compradores dos produtos goianos.

"Para nós, o governo tem a oportunidade de apresentar ao segmento as políticas públicas em favor deste segmento da economia e acolher os anseios e necessidades dos produtores de como o poder público pode atuar para atender as demandas do setor", diz o secretário.

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Corretor de grãos suspeito de aplicar golpe milionário agiu sozinho, diz Justiça

Decisão judicial rejeitou a denúncia contra 15 investigados, incluindo a esposa de Vinicius Martini de Mello, por organização criminosa e lavagem de dinheiro

Corretor de grãos Vinicius Martini de Mello continua foragido (Reprodução/Redes sociais)

Corretor de grãos Vinicius Martini de Mello continua foragido (Reprodução/Redes sociais)

O corretor de grãos Vinicius Martini de Mello, suspeito de aplicar golpes milionários contra produtores rurais de Rio Verde, no sudoeste goiano, agiu sozinho, conforme a decisão da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Bens, Direitos e Valores de Goiânia, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Desta forma, a titular da vara rejeitou a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) de organização criminosa e lavagem de dinheiro contra Vinicius e mais 15 pessoas , entre elas, a esposa dele, Camila Rosa Melo, além familiares e sócios das empresas 'de fachada' usadas no crime.

No documento, a magistrada Placidina Pires manteve o pedido de prisão preventiva contra o corretor de grãos, o qual é considerado foragido. Ela concedeu liberdade provisória a todos os outros investigados, além de flexibilizar medidas cautelares da maioria deles, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Ao POPULAR , os advogados Alessandro Gil Moraes Ribeiro e Danilo Marques Borges que representam Sadi Paulo de Mello (pai do suspeito), Paulo Mauricio Martini de Mello e Fabricio Martini de Mello (irmãos do suspeito), e Mariana Bezerra e Silva de Mello, informaram que tem confiança na atuação da Justiça e "mantém a convicção de que os acusados serão plenamente esclarecidos no decorrer do processo, aguardando a devida apreciação das provas e fatos em sua totalidade" (veja a nota completa no final) .

Já a advogada Gabriella Lima, que defende Marcelo Alexandre Martins e Izabel Casserley Martins, disse a decisão da juíza foi "assertiva" quando entendeu que os demais investigados não tiveram envolvimento com o prejuízo causado aos produtores rurais da região: "Essa defesa técnica, desde o início afirmou que não havia indícios de participação dos demais envolvidos, o que rapidamente restou demonstrado" (veja a nota completa no final) .

O POPULAR entrou em contato com as defesas do casal e de familiares do investigado, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. A reportagem não localizou a defesa dos outros denunciados.

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A decisão foi assinada nesta terça-feira (11). Conforme a juíza, a denúncia mencionou que todos os investigados teriam constituído um grupo criminoso para a prática de estelionatos e de lavagem dos valores para aplicar o golpe. Contudo, ela entendeu que Vinicíus foi o único a participar das negociações, a qual ocasionou prejuízos de mais de R$ 20 milhões às vítimas.

Entretanto, de acordo com a narrativa da própria denúncia, o único possível autor direto dos estelionatos seria o acusado Vinícius Martini de Mello, pois referido réu foi a única pessoa que supostamente participou das negociações de compra e venda de grãos (soja e milho) e a única pessoa que recebeu os valores advindos das negociações e que deixou de cumprir com as demais obrigações contratuais de seus negócios", descreveu.

A Justiça entendeu, dessa forma, que a denúncia não mostrou a configuração do crime de organização criminosa, pois não detalhou a "existência de uma estrutura hierarquicamente ordenada, permanente e estável, e caracterizada pela divisão de tarefas composta pelos denunciados".

Após rejeitar a denúncia do MPGO em relação aos crimes de organização criminosa e lavagem de capitais, determinou a redistribuição do caso ao Juízo de Rio Verde, para o julgamento dos crimes de estelionatos e falsidade ideológica.

Denúncia

Em dezembro, o MPGO denunciou o corretor de grãos e outras 15 pessoas, entre elas: a esposa dele, Camila Rosa Melo, familiares e sócios das empresas 'de fachada' usadas no crime. Foi considerado que os envolvidos formavam uma organização criminosa, sendo Vinícius o líder. Eles vão responder por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica e estelionato.

Vinicius Martini de Mello e Camila Rosa Melo, casal procurado pela Polícia Civil (PC). (Divulgação/Polícia Civil)

Vinicius Martini de Mello e Camila Rosa Melo, casal procurado pela Polícia Civil (PC). (Divulgação/Polícia Civil)

Na época, os advogados que defendem o casal são Gilles Gomes e Emerson Ticianelli que, por meio de nota, afirmam que " os fatos a eles atribuídos na denúncia do MPGO não configuram crime, tratando-se a investigação de indevida utilização de expedientes criminais para o fim de forçar o cumprimento de contratos em andamento ou a vencer, o que já foi provado por seus clientes" (leia abaixo a nota na íntegra).

Quatro dos investigados são familiares de Vinícius. Os advogados Alessandro Gil Moraes Ribeiro e Danilo Marques Borges dissera em nota que "a denúncia representa, exclusivamente, a versão inicial da acusação, não constituindo juízo de culpabilidade", e que no decorrer do processo, "a inocência de nossos clientes será cabalmente demonstrada, por meio de provas técnicas e robustas" (leia abaixo a nota na íntegra) .

O casal Vinicius e Camila está na lista da Interpol , também conhecida como Polícia Internacional. Segundo a Polícia Civil (PC), os dois estão foragidos nos Estados Unidos. O casal movimentou cerca de R$ 19 bilhões com os crimes, de acordo com a investigação.

Vinicius e Camila são considerados foragidos pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO). (Divulgação/Polícia Civil)

Vinicius e Camila são considerados foragidos pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO). (Divulgação/Polícia Civil)

O POPULAR teve acesso ao documento de denúncia, que aponta dez casos de estelionato praticados pelo grupo. A denúncia afirma que Vinícius era o responsável por conduzir as negociações, mas não emitia as notas fiscais em nome da empresa em que era sócio. Ele usava empresas "noteiras" - de fachada ou falsas -, para emissão de notas fiscais sem o recolhimento tributário. Dessa forma, ele podia fazer transações sem gerar vínculos fiscais e contábeis evidentes em relação à própria empresa, aponta o documento.

Produtores rurais de Rio Verde denunciam os golpes desde junho deste ano e informaram que, há seis anos, Vinicius comprava a produção para revender, mas na última safra teria pago com cheques sem fundos e desaparecido da região, segundo a polícia. Ele era conhecido na cidade, por isso, os produtores tinham o costume de entregar o produto e pegar cheques pré-datados dele , informou a PC.

"[...] Valendo-se do prestígio e da confiança conquistada por estarem há anos no ramo empresarial de produtos agrícolas, passaram a adquirir sacas de milho e de soja dos produtores rurais, sem o respectivo pagamento. Houve também, em alguns casos, a venda de produtos agrícolas mediante recebimento antecipado dos valores, sem a efetiva entrega dos insumos", afirma a denúncia do MP.

Dos denunciados, o casal mencionado está foragido , três estão presos em regime fechado e um em regime domiciliar. Os outros respondem em liberdade.

Apreensão

Aviões apreendidos durante operação contra organização criminosa especializada em sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e estelionato (Divulgação/Polícia Civil)

Aviões apreendidos durante operação contra organização criminosa especializada em sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e estelionato (Divulgação/Polícia Civil)

Quase 500 veículos, dois aviões e sete imóveis foram apreendidos em uma megaoperação realizada em 2 de dezembro. Antes disso, em operação realizada nos dias 28 e 29 de novembro, foram cumpridas medidas judiciais nas cidades de Rio Verde, Morrinhos, Goiânia, Santo Antônio da Barra, Montividiu e nos Estados Unidos. No total 34 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Nós apreendemos armas, joias, documentos, veículos importados, caminhonetes, caminhões bitrens, que a depender do modelo, vale mais de R$ 1 milhão, e casas de luxo. A quantia aproximada dos bens sequestrados é de R$ 200 milhões", informou o delegado Márcio Henrique Marques.

Caminhão e moto sequestrados pela polícia durante operação contra organização criminosa especializada em sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e estelionato (Divulgação/Polícia Civil)

Caminhão e moto sequestrados pela polícia durante operação contra organização criminosa especializada em sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e estelionato (Divulgação/Polícia Civil)

Como agiam

A PC explicou que a prática criminosa já vem da família . Vinicius comprava os grãos com o preço acima da tabela e os vendiam abaixo da tabela. "Quem ficava com essa conta era o Estado de Goiás porque eles não recolhiam o tributo. Eles também constituíam empresas exclusivamente para emissão de notas fiscais frias e contratavam laranjas para constituir essas empresas e promover a sonegação fiscal", afirma o delegado.

A investigação apontou que, a partir da sonegação fiscal, eles praticaram diversos atos característicos de lavagem de capitais para que o dinheiro desviado do Estado retornasse para as contas como se fosse lícito. "Não satisfeito com os valores que obteram com a prática de sonegação fiscal, ou com a prática de diversos estelionatos , eles vitimaram os produtores rurais de Rio Verde. Ele comprou dos produtores, não pagou e vendeu para outros e não entregou, informou o delegado.

Notas de defesa

Defesa de Sadi Paulo de Mello, Paulo Mauricio Martini de Mello, Fabricio Martini de Mello e Mariana Bezerra e Silva de Mello

Nós, Alessandro Gil Moraes Ribeiro e Danilo Marques Borges, advogados de defesa de M. B. S. M., P. M. M., F. M. M. e S. P. de M., viemos a público informar que, em decisão proferida pela Juíza da Vara de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, a denúncia apresentada contra os réus nos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro foi rejeitada, sendo reconhecida a incompetência da Vara, com o consequente encaminhamento do processo para a comarca de Rio Verde.

A defesa reafirma sua confiança na atuação da Justiça e mantém a convicção de que os acusados serão plenamente esclarecidos no decorrer do processo, aguardando a devida apreciação das provas e fatos em sua totalidade.

A defesa permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

Alessandro Gil Moraes Ribeiro OAB/GO 16.797

Danilo Marques Borges OAB/GO 27.755

Defesa de Marcelo Alexandre Martins e Izabel Casserley Martins

De forma assertiva, a juíza Placidina Pires, titular das varas de organizações criminais, após analisar as defesas apresentadas, entendeu que os demais investigados não tiveram envolvimento com o prejuízo causado aos produtores rurais da região.

Na mesma oportunidade, revogou as medidas cautelares de monitoramento eletrônico e prisão domiciliar e ainda determinou a remessa do processo para comarca de Rio Verde - Goiás, ocasião em que serão apurados somente os delitos de estelionato praticados por Vinicius Martini de Mello.

Portanto, nesse momento processual, os demais envolvidos deixam de ser considerados réus no processo. Essa defesa técnica, desde o início afirmou que não haviam indícios de participação dos demais envolvidos, o que rapidamente restou demonstrado. Vale lembrar que o Ministério Público poderá recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

Gabriella Lima, OAB/GO 67.274

Nota anterior da defesa de Vinicius e Camila

"Gilles Gomes e Emerson Ticianelli, Advogados de Vinicius e Camila, afirmam que os fatos a eles atribuídos na denúncia do MPGO não configuram crime, tratando-se a investigação de indevida utilização de expedientes criminais para o fim de forçar o cumprimento de contratos em andamento ou a vencer, o que já foi provado por seus clientes".

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Manicure suspeita de esfaquear cliente em salão diz que foi agredida antes: 'Me deu socos'

Segundo a manicure, Carolina da Silva Moreira, no meio do atendimento a cliente pediu que ela retirasse mais cutícula de sua unha, mas a manicure se recusou a fazer o que lhe foi pedido

Bisturi usado pela manicure e a cliente ferida após a discussão

Bisturi usado pela manicure e a cliente ferida após a discussão (Divulgação / Polícia Militar)

A manicure suspeita de esfaquear uma cliente em um salão em Rio Verde , no sudoeste goiano, disse que a cliente havia lhe dado socos e puxado seu cabelo antes dela lhe desferir um golpe com bisturi. Segundo a manicure, Carolina da Silva Moreira, no meio do atendimento a cliente pediu que ela retirasse mais cutícula de sua unha, mas a manicure se recusou a fazer o que lhe foi pedido.

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Eu expliquei que a minha professora não recomendava fazer isso porque eu já iria começar a desgastar o gel na lateral do dedo e só ia virar sangramento porque ela já havia feito duas cuticulagens", disse Carolina em entrevista ao POPULAR .

O POPULAR falou com a vítima, Larissa Magalhães, que disse que apenas se defendeu, pois segundo ela, a manicure a humilhou. Segundo a cliente, Carolina ficou nervosa e foi para cima dela quando Larissa pediu que ela tirasse sua cutícula, pois ela havia pagado para isso.

Ela falou coisas assim que eu nunca tinha escutado na minha vida e que eu não quero escutar nunca mais. O tempo todo eu estava calada escutando ela me humilhar. De repente quando eu comecei a falar, porque eu fiquei muito nervosa, aí começaram a filmar, mas a parte que ela me xinga, que ela me humilha, que ela me ameaça também, não gravaram", disse.

Segundo a manicure, após ela se negar a fazer o que a cliente havia pedido, ela começou a xingá-la e dizer que ela iria fazer sim, pois ela estava pagando.

Pronto, aí ela começou: 'A primeira [unha] você vai fazer sim' e deu um tapa nas minhas mãos que estavam sob a mesa. Com a outra mão ela já derrubou minha estufa, cabine de led no chão. Foi aí que eu falei, não atendo mais você", disse.

Carolina relatou que a cliente tentou sair do salão levando um secador de cabelo alegando que não haviam devolvido seu dinheiro, e ao tentar pegar o secador de volta a confusão piorou.

Daí então soltei o secador e puxei o cabelo para baixo com toda força que eu tinha. Ela segurou meu cabelo com uma mão e começou a me dar socos com a outra. Ela me deu muito soco na cabeça e no meu pescoço porque eu fiquei numa posição abaixo dela", disse Carolina.

Entenda o caso

Uma jovem de 28 anos foi esfaqueada após uma discussão em um salão de beleza no setor Central, em Rio Verde. Segundo a Polícia Militar (PM), a cliente reclamou da qualidade do serviço de manicure e, durante o desentendimento, a profissional utilizou um bisturi para golpeá-la na barriga.

Em uma nota publicada nas redes sociais do salão, o estabelecimento A Favorita esclareceu que a manicure envolvida no caso era uma prestadora de serviço terceirizada e que a agressão ocorreu fora do estabelecimento.

Algum tempo depois de já encerrada a discussão, as duas partes envolvidas no caso, JÁ FORA DAS DEPENDÊNCIAS DO SALÃO, iniciaram novamente a discussão, a qual teve como consequência uma agressão da prestadora de serviços que, utilizando-se de um equipamento de trabalho próprio, feriu a cliente na região do abdômen, tendo ocorrido um corte superficial", disse o salão nas redes sociais.

Segundo a Polícia Civil, a manicure foi conduzida para a delegacia, mas o caso não ficou configurado como homicídio tentado.

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