A expectativa sobre os pedidos de recuperação judicial é que os números sejam ainda maiores no fechamento de 2023. Para o advogado Mestre em Direito Constitucional Econômico e sócio do Brasil e Silveira Advogados, Rafael Brasil, o significativo aumento no agronegócio se deve, dentre tantos fatores, às altas taxas de juros, que dificultam o acesso ao crédito, levando à inadimplência de contratos, a incerteza climática, com eventos extremos cada vez mais frequentes e que afetam a produtividade das lavouras, e à alta dos custos de produção, como fertilizantes, defensivos e insumos. O endividamento agrícola, muitas vezes atrelado a investimentos em novas tecnologias e maquinários, essenciais para manter a competitividade no campo, pode gerar um ciclo financeiro desafiador, levando os produtores a buscar a proteção da recuperação judicial. Os menos capitalizados são os mais impactados, por isso o levantamento da Serasa Experian mostrou crescimento dos pedidos entre o grupo de pessoas físicas, que representam a maioria dos produtores rurais no Brasil.