Quase 20 anos depois de ter sua falência decretada, em março de 1999, a antiga construtora Encol só pagou dívidas trabalhistas até agora. Foram R$ 182 milhões pagos e, mesmo assim, centenas de ações de ex-funcionários ainda tramitam na Justiça, questionando o índice de correção utilizado nos pagamentos. A massa falida da Encol, que já vendeu mais de 4 mil bens da empresa, realiza um levantamento completo sobre o que ainda pode ser vendido e pago aos credores, que deve ser concluído até março de 2019.Na época da falência, a empresa deixou um rombo estimado em R$ 2,5 bilhões. Cerca de 42 mil clientes que estavam pagando e aguardando por seus apartamentos foram abandonados à própria sorte e formaram associações para conseguir concluir as obras, investindo recursos próprios. Por isso, o maior prejuízo deixado pela Encol foi o abalo na credibilidade do mercado imobiliário, que levou anos para ser restaurada.Cerca de 25 mil ações foram ajuizadas contra a empresa. “São números estratosféricos, que incluem dívidas com bancos e todas as esferas da fazenda pública”, destaca o síndico da massa falida, o advogado Miguel Cançado, que assumiu o cargo há menos de três meses. No mês passado, ele apresentou um calendário para conclusão do processo ao titular da 11ª Vara Cível, juiz Jeronymo Pedro Villas Boas. O processo de falência deve ser concluído em 2020.O advogado da Associação de Mutuários da Massa Falida da Encol, Diogo Naves, lembra que os mutuários receberam, pelo menos, parte dos imóveis que adquiriram e tiveram que concluir. As últimas escrituras foram passadas há 12 anos. “Foi um caso atípico, pois o Judiciário entendeu que os mutuários não eram credores que teriam que entrar numa fila para receber, mas compradores de bens que haviam empenhado seus recursos na empresa e tinham direito à restituição. O mesmo ocorre em caso de falência de um consórcio de veículos”, lembra o advogado.DiferençaMas, segundo Diogo, alguns trabalhadores ainda não receberam ou receberam menos do que teriam direito. Muitos deles ainda questionam na Justiça os acordos firmados após a falência, que estipularam a atualização dos valores recebidos pela Taxa Referencial (TR). “O certo seria que os valores recebíveis tivessem sido atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)”, destaca o advogado.De acordo com Diogo, alguns ex-funcionários já conseguiram receber essa diferença cobrada na Justiça trabalhista. Como algumas ações que ainda tramitam tentam reaver imóveis que foram repassados a instituições financeiras credoras da Encol na época da falência, a expectativa é esses bens sejam retomados e resultem em mais recursos em caixa para que a massa falida pague essas ações trabalhistas.Uma dos ex-funcionárias da Encol que ainda aguarda o ressarcimento dessas diferenças na Justiça é a engenheira Ludmila Pires Fernandes, que trabalhou por dez anos na empresa. Ela conta que levou anos para receber uma parte do valor devido, que foi arbitrado pela massa falida, com ponto de corte, sem critérios bem estabelecidos. Anos depois, outra parte foi concedida e, no ano passado, foi liberada a correção pela TR. “Quando a empresa faliu, estávamos com quase dois anos de salários atrasados, período em que ficamos recebendo só parte do salário, além de ficarmos com férias vencidas”, lembra Ludmila. Para ela, a diferença é devida porque a TR não proporcionou uma correção justa, compatível com a inflação, já que os ex-funcionários também tiveram muitos gastos para receberem seus direitos. “Nós passamos muitas privações naquela época e tivemos dificuldade para conseguir uma recolocação no mercado de trabalho. Nosso psicológico foi muito afetado pela incertezas que vivemos”, ressalta.

Quase 20 anos depois, Encol pagou apenas dívidas trabalhistas

Economia

Economia - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Economia

Os títulos de dívida representam compromissos financeiros decorrentes da compra de produtos, serviços ou contratos. Esses documentos têm prazos de prescrição e quando uma dívida é protestada esse período é interrompido, oferecendo ao credor mais tempo para buscar a quitação extrajudicial ou judicial. Além disso, o protesto oficializa o débito e restringe novos créditos no mercado para o devedor, conferindo maior segurança jurídica ao processo e aumentando a probabilidade de recebimento.

Hoje, as empresas lidam com a recuperação de valores de duas maneiras principais: formando equipes internas dedicadas à cobrança, o que eleva os custos operacionais, ou contratando serviços terceirizados, que cobram taxas elevadas e utilizam métodos manuais. Esses processos costumam ser mais lentos e menos eficientes, com trocas de planilhas, ligações telefônicas e cobranças manuais, além de muitas vezes causarem desconforto para o devedor, reduzindo a chance de sucesso na recuperação.

A automatização surge como uma solução para essas ineficiências. Com sistemas automatizados, o processo se torna mais ágil e seguro. Por meio de uma régua de cobrança e um sistema de mensageria personalizado e configurado previamente, o sistema automatiza o envio de notificações e o encaminhamento para o protesto, eliminando falhas humanas e garantindo que as cobranças ocorram no prazo estipulado e conforme a estratégia de cada empresa.

Além de otimizar a cobrança, a Protesto Online, por exemplo, oferece ao devedor opções de pagamento mais modernas, como Pix e cartão de crédito, que muitas empresas ainda não conseguem disponibilizar. Isso facilita o parcelamento da dívida e aumenta as chances de recuperação, enquanto o credor recebe o valor de forma mais rápida e segura.

A automatização também ajuda a criar uma cultura entre os devedores. Normalmente, quem deve não tem apenas uma fatura em aberto, e tende a priorizar o pagamento das dívidas que podem gerar maiores consequências. Quando a cobrança é automatizada e inclui o protesto, o devedor se vê pressionado a pagar em dia, evitando custos adicionais e problemas com crédito. Isso reduz a chance de que ele explore a ineficiência do credor para postergar o pagamento ou negociar descontos.

No entanto, a adoção de sistemas automatizados ainda enfrenta resistência. Muitas empresas mantêm processos manuais há décadas, e a transição para a automação pode ser vista com desconfiança, especialmente quando colaboradores ocupam posições tradicionais de gestão dessas operações. A insegurança sobre o destino desses funcionários e a desconfiança em relação à credibilidade de serviços terceirizados também podem dificultar a mudança. Contudo, a automatização oferece uma alternativa mais eficiente e confiável, eliminando a intervenção humana e minimizando erros.

Concluindo, a automatização no processo de cobrança e protesto de dívidas proporciona maior controle e eficiência com efetiva redução da inadimplência. Empresas que adotam essa tecnologia estão mais bem preparadas para proteger seus ativos financeiros em um cenário econômico desafiador.

Wilson Diego Macedo, cientista da Computação e especialista em Tecnologia. CEO da Protesto Online, empresa associada da Câmara Americana de Comércio em Goiás (Amcham GO)

Automatização nas dívidas

Artigos

Título - Artigos

Matéria - Artigos

Wilson Diego Macedo

<div>
<img attr-cid="policy:1.3116386" attr-version="policy:1.3116386:1709851076" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3116386/Snapinsta.app_343292996_963088698457397_4801903838471104815_n_1080.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
A empreendedora Daniele Trindade criou um negócio capaz de desenvolver tecnologias para a construção civil (Reprodução / Instagram)

A igualdade de gênero é um desafio amplamente identificado no mercado de trabalho. No entanto, em áreas historicamente dominadas pela presença masculina, como o setor de tecnologia, a disparidade é ainda maior. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), 83,3% desse mercado é composto por homens, enquanto as mulheres ocupam apenas 12,3% dos cargos de tecnologia. Apesar disso, ainda conforme a pesquisa, entre 2015 e 2022, o aumento da participação feminina foi de 60% no setor.&nbsp; &nbsp;
</div>

<div>
Um crescimento menor também foi notado em outro cenário dominado por homens: a construção civil. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), a participação das mulheres no segmento teve um leve aumento entre 2019 e 2021 – último ano com dados disponíveis. No início do período, elas representavam 10,32% da força de trabalho nos canteiros brasileiros. No último levantamento, eram 10,85%. Atualmente, as mulheres têm atuado nas mais diversas atividades da construção civil. São engenheiras e arquitetas, mas também pedreiras, serventes, carpinteiras, ajudantes de obras, técnicas em edificações e segurança do trabalho, entre outras funções.&nbsp;&nbsp;
</div>

<div>
<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mulher-de-neg%C3%B3cios/agro-e-dela-1.3116368">Agro é dela</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mulher-de-neg%C3%B3cios/a-beleza-do-empreendedorismo-1.3116363">A beleza do empreendedorismo</a> 
&nbsp;</div>
</div>

<div>
A inclusão de mulheres nesses mercados é crucial para garantir a diversidade e a representatividade. Afinal, são campos que influenciam diretamente a vida cotidiana e a sociedade como um todo, e é importante que as soluções tecnológicas e da construção civil reflitam as diferentes perspectivas e necessidades de todos os grupos sociais. Esse foi um dos motivos que levou a empreendedora Daniele Trindade, de 39 anos, a criar um negócio capaz de desenvolver tecnologias para a construção civil.

<cite>“Eu venho do funcionalismo público, mas comecei a empreender muito cedo. Uma das minhas empresas é a Trindade Soluções Construtivas. A gente desenvolve paredes, que são placas de microconcreto com EPS e polímero de carbono, com as quais os clientes podem construir paredes muito mais rápido do que com alvenaria convencional, e com conforto térmico e acústico. Não precisa de mão de obra e equipamentos especializados. A placa é super fácil de ser assentada e conseguimos baixar até oito graus nos ambientes internos, sem utilização de ar-condicionado”, explica.&nbsp; &nbsp;</cite>
</div>

<div>
A empresária conta que o negócio começou pequeno, mas logo mostrou potencial. “Concorremos e ganhamos prêmios. E, para além disso, nos preocupamos com o impacto social. Realizamos capacitações, possibilitando novas oportunidades de trabalho para mulheres e jovens de comunidades em vulnerabilidade, próximas às obras onde são utilizadas as nossas tecnologias. Fazemos isso no intuito de obter capilaridade em Goiás e absorção de mão de obra. É disruptivo pensar em mulheres trabalhando com assentamento de piso, pintura de parede, e outras coisas. Mas na verdade, são áreas de alto potencial feminino, onde elas conseguem independência financeira”, destaca Daniele. Com esse programa gratuito de capacitação, a empresa concorreu também ao prêmio da Rede Globo com a Fundação Roberto Marinho, concedido para empresas que têm impacto social na área de educação.&nbsp;
</div>

<div>
<cite>“É claro que encontramos dificuldades em relação ao embarreiramento cultural limitante. Muita gente falava que trabalhar com inovação na área de construção civil, que é totalmente masculina, a tendência era não ser bem aceita. Só que quis pensar em educação de mercado. Quando a gente encontra um desafio, temos que tangenciar e buscar aqueles que já estão prontos para isso. Nós, mulheres, conseguimos sim abrir o nosso espaço, principalmente com educação e capacitação. Acredito que todas as mulheres têm algum dom, que só precisa ser lapidado através de processos educativos. E é isso que a gente valoriza aqui na Trinidade”, finaliza.&nbsp; &nbsp;</cite>
</div>

<div>
Caminhos disruptivos para o empreendedorismo feminino foram abordados durante os três dias do ‘Delas - Mulher de Negócios’. O evento realizado pelo Sebrae, em parceria com o Grupo Jaime Câmara, aconteceu no Shopping Cerrado, nos dias 1º, 02 e 03 de março. A ação fortaleceu a cultura do empreendedorismo feminino, promovendo melhorias de gestão de micro e pequenas empresas comandadas por mulheres em Goiás.&nbsp;
</div>

Tem mulher na obra

Matéria - Mulher de Negócios

DELAS

O mercado de trabalho da construção civil está rapidamente abandonando o posto de repositório dos analfabetos e sem qualificação. Migra, célere, para se transformar num setor de mão de obra qualificada, com expectativa de carreira e uma média salarial ultrapassando R$ 3 mil e subindo.

A pujança do mercado imobiliário, em particular na cidade de Goiânia, turbinada pelo pós-pandemia e por uma taxa de juros naquele momento abaixo de 3%, trouxe a admissão de entrantes em níveis somente vistos em 2012.

A construção, que significa 20% da indústria no estado, está gerando 43% das vagas e contrata mais que o comércio e quase o mesmo que o agronegócio. Os números do Caged em julho apontam a criação de 8,4 mil postos de trabalho em 2023.

Um sinal amarelo pisca insistente, no entanto: a dificuldade de contratação está cada vez maior, com as empresas não conseguindo preencher as vagas disponíveis. A nossa avaliação é de que este é o novo cenário do mercado de trabalho, com trabalhadores mais exigentes, bem-informados, menos fiéis às empresas, buscando condições salariais melhores e ambientes de trabalho mais atraentes.

Neste sentido o Sinduscon tem produzido boas parcerias com o sistema Senai no sentido da qualificação dos colaboradores. Também tem promovido uma sequência de eventos tecnológicos na busca objetiva da industrialização e pré-fabricação, além da mecanização intensiva e da digitalização. Devemos trilhar a diminuição drástica da necessidade de esforço físico, velocidade construtiva e alta produtividade. E isso dando a atenção devida à segurança e à sustentabilidade.

Concomitantemente, nossas empresas associadas apostam na retenção pela melhoria do ambiente de trabalho. Uma das iniciativas mais vitoriosas é o Seconci, uma entidade criada e mantida pelas construtoras de Goiás que fornece atendimento médico e odontológico de primeira linha, com mais de 90 mil atendimentos por ano.

Muitas outras ações de responsabilidade social nas empresas estão sendo implantadas, sendo ali um bom lugar para se trabalhar. Importante observar que desde a pandemia os materiais é que pressionaram os custos da construção, produzindo um descasamento tanto do CUB como do INCC em relação ao IPCA, o que fez subir o preço dos imóveis em mais de 50%. Agora, por outro lado, a mão de obra é que pressionará os custos do setor, puxando a precificação para cima.

O setor da construção civil, enfim, sempre estará preparado para os desafios do desenvolvimento do País. A volta forte do Minha Casa, Minha Vida e as novas obras de infraestrutura tracionarão mais ainda a expansão do setor, que tem sido desde 2020 de quase o dobro do PIB nacional.

Estamos caminhando para um período de crescimento sustentado. Para isso, no entanto, é imperioso que baixem os juros, que seja observado o arcabouço da segurança jurídica, que o FGTS e a Poupança sejam preservados para investimentos e que o crédito seja farto, barato e suficiente. Mãos à obra!

Cezar Mortari, engenheiro civil, empresário, presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado (Sinduscon-GO)

Qualificação profissional

Opinião

Opinião - título

Matéria - Opinião

CEZAR MORTARI

Credores trabalhistas da antiga construtora Encol, que há 24 anos passa por um processo de falência, fizeram manifestações em Goiânia e São Paulo, nesta segunda-feira (8), para pedir que a Justiça de Goiás reverta uma decisão judicial que determinou o pagamento dos créditos em duas etapas. Segundo eles, o problema desta decisão é não trazer critério objetivo para o início do pagamento da segunda etapa, deixando a situação indefinida, o que pode gerar mais atrasos. 
Pela decisão, todos os credores receberão um teto de até R$ 25 mil na primeira etapa. Já os que têm valores acima desse teto irão receber, em uma segunda etapa, um valor equivalente a 42,44% do saldo remanescente. “Mas esta segunda etapa só se iniciará após a quitação de todos os credores da primeira etapa, o que pode demorar anos para ser integralmente efetivado, caso algum credor não compareça ou, por algum motivo, não busque seus direitos”, adverte o presidente da Associação Brasileira dos Credores Trabalhistas da Falência da Encol (ABCTE), que representa mais de 4,5 mil credores, Luiz Eloy Oliveira.

&nbsp;

Julgamento de recurso

As manifestações, chamadas de ‘O dia da reparação’, ocorreram porque a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás iniciou ontem o julgamento do recurso da ABCTE contra a divisão do pagamento. Luiz Eloy lembra que, no curso do processo, mais de 15% dos mais de 8,2 mil credores já morreram.

“Queremos ver reparados 24 anos de injustiças, manobras judiciais, humilhações e desvios. Uma reparação, ainda que moral, para nossos colegas que faleceram, muitos por não terem recursos para cuidar da saúde”, afirma.

A estimativa é que a primeira etapa de pagamentos, para quem tem até R$ 25 mil a receber, já quitará cerca de 4,5 mil ações dos trabalhadores. Vale lembrar que as verbas rescisórias trabalhistas, de cerca de R$ 300 milhões, já foram pagas. Os valores ainda devidos referem-se à correção pelo INPC ao longo destes anos do processo de falência, determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois de anos de embates judiciais.

O presidente da ABCTE afirma que a massa falida da Encol conta com mais de R$ 220 milhões em caixa para efetuar os pagamentos e mais R$ 300 milhões a receber na Justiça. “Fazendo um só pagamento, será expedido um único alvará. Se dividir em dois pagamentos, isso ainda pode se arrastar por mais anos”, alerta Luiz Eloy.

Segundo ele, esta demora já resultou no pagamento de R$ 150 milhões em honorários advocatícios, em recursos da antiga empresa, sendo R$ 6,5 milhões pagos somente ao atual síndico da massa falida, Miguel Cançado, que recebe uma remuneração de 5% sobre os rendimentos da aplicação financeira do dinheiro da massa falida. “Para ele, quanto maior a demora, melhor é. Enquanto isso, tem gente esperando para receber apenas R$ 12 mil”, destaca.

Respostas

O síndico da massa falida afirma que mais de 60% dos valores estimados na primeira etapa de pagamentos já foram pagos, desde o último mês de janeiro, e que, portanto, não devem demorar. Para ele, a decisão judicial que dividiu o pagamento visou, justamente, dar um maior equilíbrio entre os interessados e maior agilidade. “Estamos dando o máximo, sob a supervisão do Ministério Público e dos próprios credores”, garante.

Miguel Cançado afirmou que R$ 102 milhões foram pagos sob sua gestão, sendo R$ 67 milhões desde janeiro, e que não é verdadeira a alegação de que o pagamento pode ser paralisado se um credor não comparecer. “A juíza e o MP têm chamada para a necessidade de uma ação cooperativa no processo e esta manifestação não ajuda em nada”, diz, prevendo que o rateio dos 42% para quem tem mais de R$ 25 mil comece em 30 dias. “Há pedidos em duplicidade, com CPF inexistente e até créditos de outra natureza habilitados como trabalhistas. Isso exige o máximo de cuidado nos pagamentos”, justifica.

A decisão que determinou o pagamento em duas etapa foi proferida pela juíza Luciana Amaral em novembro do ano passado. Em nota, ela ressaltou que o pagamento está sendo realizado dentro da capacidade da massa falida de realizar o estudo dos cálculos e suas verificações, em razão de várias incorreções, como pedidos em duplicidade ou homônimos solicitando créditos por má-fé. De acordo com a juíza, ainda há a obediência dos trâmites normais nesses casos, que incluem a oitiva das partes, do Ministério Público antes da liberação do alvará.

Luciana Amaral disse também que a ordem de pagamento prioriza as pessoas que receberão os valores menores, já que representam um grande quantitativo. Já aqueles que receberão acima dos R$ 25 mil, que já estão sendo quitados, deverão começar a receber as quantias devidas relativas aos 40% do crédito remanescente, já daqui a um mês, de acordo com o saldo que a massa tem em caixa. A magistrada afirma que os autos da Encol estão em dia e que os alvarás de levantamento estão sendo diariamente expedidos, sem congestionamento.

Credores trabalhistas da Encol querem receber de uma só vez

Justiça

O Popular