<p>O número de brasileiros com dinheiro esquecido em instituições financeiras voltou a crescer no SVR (Sistema de Valores a Receber). Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (9), 48,7 milhões de pessoas físicas podem sacar valores, ante cerca de 48,6 milhões no mês anterior.</p>

<p>A consulta deve ser feita no site do SVR (www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber). Basta informar os dados pessoais. Caso haja algum valor, o resgate pode ser solicitado por uma conta Gov.br com nível prata ou ouro.</p>

<p>Apesar do avanço no número de beneficiários, o montante disponível diminuiu. Na virada para o mês-base de outubro, o sistema reúne R$ 9,9 bilhões, abaixo dos R$ 9,7 bilhões de setembro, dos R$ 10,4 bilhões de agosto e dos R$ 10,7 bilhões de julho.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/governo-paga-lote-extra-do-pis-pasep-no-dia-15-veja-quem-recebe-1.3322096" target="_self">Governo paga lote extra do PIS/Pasep no dia 15; veja quem recebe</a><br />
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<p>Os valores a receber, porém, continuam majoritariamente baixos: 40 milhões de beneficiários (65%) têm entre R$ 0 e R$ 10, 14,4 milhões (23%) têm direito a R$ 10 a R$ 100, enquanto 6 milhões (9,8%) podem sacar entre R$ 100 e R$ 1.000. Apenas 1 milhão de pessoas (1,85%) têm mais de R$ 1.000 disponível.</p>

<p>Entre empresas, o total de beneficiários também aumentou e passou para 4,9 milhões. Do montante atual, R$ 7,73 bilhões pertencem a pessoas físicas e R$ 2,19 bilhões a pessoas jurídicas.</p>

<p>Desde o início do programa, R$ 12,6 bilhões já foram devolvidos, sendo R$ 9,29 bilhões a 31,5 milhões de indivíduos e R$ 3,31 bilhões a 3,5 milhões de empresas.</p>

<p>A maior parte dos recursos segue concentrada em bancos, com cerca de R$ 6 bilhões ainda disponíveis. O restante está distribuído entre administradoras de consórcio (R$ 2,5 bilhões), cooperativas de crédito (R$ 866 milhões), instituições de pagamento (R$ 327 milhões), financeiras (R$ 202 milhões) e corretoras e distribuidoras (R$ 8 milhões). Outros tipos de instituição ainda concentram R$ 33 milhões.</p>

<p>Pessoas físicas que usam a chave Pix com número de CPF podem ativar o resgate automático, disponível desde junho. Nessa modalidade, o dinheiro é depositado diretamente pela instituição onde o valor estava esquecido -o BC não envia aviso quando a transferência ocorre.</p>

<p>Empresas, contas conjuntas e instituições financeiras que ainda não aderiram à devolução via Pix continuam exigindo solicitação manual.</p>

<h2>O que é o SVR?</h2>

<p>Criado pelo Banco Central, o SVR devolve dinheiro parado em instituições financeiras por motivos como tarifas cobradas indevidamente, contas encerradas com saldo e reembolsos não creditados.</p>

<h3>Como consultar os valores esquecidos?</h3>

<p>- Vá ao site do BC no seguinte link: https://www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber</p>

<p>- Clique em "Consulte valores a receber" ou "Acesse o Sistema de Valores a Receber"</p>

<p>- Preencha os campos com o seu CPF ou CNPJ, como data de nascimento ou abertura da empresa transcreva os caracteres e clique em "Consultar"</p>

<p>- Caso haja valores a receber, clique em "Acessar o SVR"</p>

<p>- Faça login com a sua conta Gov.br, é preciso ser nível prata ou ouro para acessar</p>

<p>- Acesse "Meus Valores a Receber"</p>

<p>- Leia e aceite o Termo de Ciência</p>

<p>- Ao solicitar o valor, o sistema vai informar orientações de transferência</p>

<h4>Quem pode ter dinheiro esquecido?</h4>

<p>Qualquer pessoa física ou jurídica que teve relacionamento com bancos ou financeiras em algum momento poderá ter direito aos valores a receber.</p>

<p>O dinheiro a ser devolvido pelas instituições é referente a:</p>

<p>- Contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível</p>

<p>- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito</p>

<p>- Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados</p>

<p>- Tarifas cobradas indevidamente</p>

<p>- Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas</p>

<p>- Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas com saldo disponível</p>

<p>- Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas com saldo disponível</p>

<p>- Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução</p>

<h3>Como consultar valores de pessoas falecidas?</h3>

<p>É necessário que um herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal faça a consulta e preencha um termo de responsabilidade. Após esse processo, é preciso entrar em contato com as instituições que possuem os valores e verificar como prosseguir.</p>

<p>Depois disso, os passos para a consulta são os mesmos. Mas é necessário entrar com a conta gov.br do herdeiro ou sucessor e fornecer o número do CPF e a data de nascimento da pessoa que faleceu.</p>

<h4>Como posso ativar a solicitação automática de resgat de valores?</h4>

<p>- Acesse o site do SVR por meio do seguinte link: https://www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber?modalAberto=cuidado-com-golpes-modal</p>

<p>- Clique em "Fazer login"</p>

<p>- Informe CPF e senha da conta Gov.br de nível prata ou ouro, com verificação de duas etapas ativada</p>

<p>- Você será direcionado para uma página em que poderá ativar a opção "Receber valores automaticamente"</p>


Quase 49 milhões de brasileiros têm R$ 9,9 bilhões esquecidos em bancos

Economia

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Valores a receber

CDL 2

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<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3345400" attr-version="policy:1.3345400:1764850793" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3345400/1 PRIMEIRA.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
<span class="p-smartcaption">(Fábio Lima)</span></p>

<p>&nbsp;</p>
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia transformou a noite de 1º de dezembro em uma celebração do empreendedorismo e da excelência com a realização da 52ª edição do Troféu Destaque CDL Goiânia. Mais que uma simples cerimônia, o evento consolidou-se como um termômetro da vitalidade econômica da capital, honrando personalidades, empresas e iniciativas que dedicam seu esforço para impulsionar o comércio, os serviços e a inovação local.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Goiânia, como capital pulsante, depende intrinsecamente do dinamismo de seu setor produtivo. Empresas e iniciativas que investem em modernização e em novos modelos de negócio não apenas geram empregos, mas também criam um ambiente econômico resiliente e atrativo. “A CDL tem sido uma parceira permanente do setor, oferecendo suporte, promovendo diálogo e criando oportunidades reais de crescimento”, enfatiza o presidente da CDL Goiânia, Geovar Pereira, destacando o papel contínuo da entidade nesse suporte.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>O sucesso desse apoio se reflete em dados concretos. Durante a gestão de Pereira, a entidade registrou um impressionante crescimento de mais de 700%, destacando-se entre as 27 CDLs das capitais brasileiras como uma das melhores em termos de serviços prestados e reconhecimento a nível nacional. Este número sublinha a importância de uma entidade forte na articulação de políticas e no estímulo ao comércio. No evento, a escolha da Fujioka como Empresa do Ano simboliza esse caminho de sucesso. Sua trajetória, marcada por modernização, investimentos e práticas sustentáveis, reforça a relevância de empresas-âncora que não apenas buscam o lucro, mas também o impacto social e ambiental e a geração de empregos no mercado goiano.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>A inovação ganha forma com o Empresário Jovem, Ian Baiocchi, cofundador do Grupo Íz, premiado por desenvolver modelos de negócio inovadores e estimular novos empreendimentos, mostrando que a criatividade e a capacidade de risco são essenciais para o futuro da economia da capital. O Troféu Destaque CDL Goiânia transcende a homenagem. Ele é um incentivo tangível à excelência. O conselheiro da CDL, Gustavo de Faria, resume essa importância: “O troféu-destaque é uma forma de reconhecimento do empresariado e de entidades sociais, e é uma forma de incentivar a outros a seguirem o mesmo caminho.”</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Até mesmo o Prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, reforça o prestígio da honraria, destacando que quem recebe o prêmio o coloca em lugar de destaque, pois é um orgulho ser reconhecido pelo trabalho da CDL. A premiação de outras categorias ressalta a abrangência do impacto que a CDL busca reconhecer:</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Mérito social: entregue ao médico Zacharias Calil, homenageando a atuação humanitária e projetos que beneficiam milhares de pessoas, um lembrete de que o sucesso econômico deve caminhar junto à responsabilidade social.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Personalidade dinâmica: concedido ao secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Joel Braga Filho, em reconhecimento à sua contribuição ao fortalecimento do ambiente de negócios e às políticas de estímulo ao crescimento econômico em Goiás.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>A cerimônia, que contou com a apresentação musical da dupla Gian e Giovani, encerrou a noite em clima de celebração coletiva e gratidão.</div>

<div>
<div attr-cid="policy:1.3345402" attr-version="policy:1.3345402:1764850856" class="p-smartmidiabox"><span class="icon">-</span><span class="text"><a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3345402" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3345402', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3345402">CDL (1.3345402)</a></span></div>
</div>

<h2>Geovar Pereira: a despedida de um legado histórico</h2>

<div>&nbsp;</div>

<div>A 52ª edição teve um sabor especial, marcando o último ano de premiação sob a gestão de Geovar Pereira, que se despede do comando da CDL em 31 de dezembro após mais de dez anos de dedicação. Pereira reflete sobre sua trajetória com gratidão: “Encerrar este ciclo ao lado de lideranças que movem a economia e exercem impacto social é uma forma de agradecer a todos que fizeram parte dessa trajetória. Esta celebração é coletiva.” A sua saída, contudo, é vista com otimismo.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Geovar Pereira demonstrou confiança no futuro da entidade, destacando o trabalho de sucessão: “O futuro do CDL em Goiânia, eu estou vendo com muito orgulho, porque nós tivemos o privilégio de escolher um presidente jovem,” referindo-se a Gustavo, que atua como conselheiro da Câmara. A transição promete continuidade, já que o novo líder herda uma CDL “muito bem estruturada” e foi um dos participantes ativos da gestão anterior.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>O legado de crescimento e o reconhecimento nacional conquistados sob a liderança de Geovar Pereira pavimentam o caminho para que a CDL Goiânia continue sendo uma força motriz no desenvolvimento da capital.</div>

<div>&nbsp;</div>

<h2>Confira mais fotos do evento:</h2>

<div attr-cid="policy:1.3345420" attr-version="policy:1.3345420:1764850933" class="p-smartmidiabox"><span class="icon">-</span><span class="text"><a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3345420" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3345420', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3345420">CDL 2 (1.3345420)</a></span></div>


Economia vibrante: o poder da iniciativa e do reconhecimento em Goiânia

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INFOMERCIAL

<p><span><span><span>O</span></span></span>pinar sobre economia e política sem as contaminações ideológicas exige esforço de isenção e apoio em autores respeitados. Um deles é o economista André Lara Resende, que em 2020 publicou Consenso e Contrassenso – Por uma Economia Menos Dogmática.</p>

<p>A atual conjuntura econômica traz à tona reflexões relevantes de sua obra, especialmente as “inconsistências” nas formulações que orientam a política econômica e fiscal do País. Lara Resende lembra que a economia não é uma “ciência pura”, como a física ou a química, cujos resultados se comprovam em laboratório. Ela se apoia em um conjunto de ideias e interpretações, o que a torna mais sujeita a visões e crenças – e, portanto, mais frágil em seu caráter científico.</p>

<p>Nesse contexto, o autor destaca a fragilidade da teoria da moeda. No passado, seu valor era atrelado a metais preciosos; mas, desde a Conferência de Bretton Woods, no pós-guerra, o mundo migrou para o sistema fiduciário – sustentado na confiança e na capacidade produtiva dos países.</p>

<p>John Keynes foi o expoente da transição, ao vincular a moeda ao PIB. Ainda assim, conceitos formulados por David Hume, séculos antes, continuam válidos: a relação entre quantidade de moeda em circulação, velocidade dessa circulação e o nível geral de preços.</p>

<p>São fundamentos que sustentam elementos práticos da política monetária moderna. O Plano Real, em 1994, aplicou-os com êxito ao libertar o País da corrosão inflacionária. Anos depois, com Armínio Fraga no Banco Central, o tripé macroeconômico – câmbio flutuante e metas de inflação e fiscal – consolidou-se como pilar da estabilidade. Essa estrutura norteia o Conselho Monetário Nacional (CMN) na definição da Selic.</p>

<p>Lara Resende recorda que Fraga enfrentou o desafio de alterar o câmbio fixo para flutuante, num cenário de alta dívida externa. A estratégia de atração de dólares e a transição entre os governos FHC e Lula permitiram a quitação da dívida externa e a formação de um colchão de reservas cambiais.</p>

<p>Hoje, o quadro é outro: a dívida interna se tornou o principal ponto de atenção. A relação dívida/PIB, que chegou a 71,7% em 2022, subiu a 78,1%. Na pandemia, chegou a 90%. A falta de rigor no controle fiscal preocupa, pois os gastos sociais prevalecem aos investimentos.</p>

<p>O avanço de 15% na transferência de renda, nos últimos três anos, contrasta com o baixo volume aplicado em infraestrutura. Apenas 10% do valor destinado à assistência social é investido em saneamento básico. As consequências para a saúde pública dispensam comentários.</p>

<p>O debate proposto por Lara Resende é oportuno na economia e política: a taxa Selic precisa ser mantida na mesma correlação de antes, se nosso problema maior hoje é dívida interna, e não a atratividade de capital especulativo em moeda externa? E o investimento em infraestrutura, até quando seguirá insignificante?</p>

<p>Sem uma infraestrutura atualizada, o Brasil consegue competir na economia global? Repetindo o consultor Ricardo Coelho: “Concordar é secundário, refletir é urgente”.</p>

<p><em>Argemiro Mendonça, engenheiro e empresário. Vice-presidente da Central Sicoob UNI</em></p>

<p><strong>Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.</strong></p>


Contrassensos e ideologia

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Argemiro Mendonça

<p>O Congresso Nacional discute alterações na <a href="https://opopular.com.br/economia/lula-sanciona-isenc-o-do-imposto-de-renda-para-quem-ganha-ate-r-5-mil-1.3342098" target="_self">nova legislação do Imposto de Renda sancionada</a> nesta quarta-feira (26) pelo presidente Lula (PT). Algumas mudanças foram incluídas na nova versão do projeto de lei que trata da taxação de bets e de fintechs no Brasil.</p>

<p>Esse texto tem como relator o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e foi apresentado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado na manhã desta quarta, poucas horas antes da sanção do projeto do IR.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/lula-sanciona-isenc-o-do-imposto-de-renda-para-quem-ganha-ate-r-5-mil-1.3342098" target="_self">Lula sanciona isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/economia/veja-como-fica-o-salario-do-trabalhador-com-os-novos-descontos-do-ir-e-do-inss-1.3333292" target="_self">Veja como fica o salário do trabalhador com os novos descontos do IR e do INSS</a></div>

<p>As mudanças estão relacionadas ao Imposto de Renda Mínimo aplicado a pessoas com renda acima de R$ 600 mil por ano.</p>

<p>A nova lei diz que não serão tributados lucros e dividendos apurados até 2025, desde que a distribuição tenha sido aprovada até 31 de dezembro deste ano. Braga propôs esticar esse prazo para 30 de abril de 2026, evitando conflitos com as regras contábeis e societárias previstas em outras leis.</p>

<p><a href="http://opopular.com.br/canal" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a></p>

<p>&nbsp;</p>

<p>O senador também propôs que benefícios fiscais não sejam considerados na hora de determinar a alíquota efetiva da empresa. A lei prevê que o imposto mínimo não atinge o sócio da companhia que já teve seu lucro tributado em pelo menos 34%. Mas se o incentivo fiscal reduzir esse percentual -para 24%, por exemplo- o acionista será tributado. A mudança, se aprovada, evitará que isso ocorra.</p>

<p>O relatório de Braga apresentado nesta quarta não foi votado, devido a um pedido coletivo de vistas -mais tempo para analisar a proposta.</p>

<p>Luiz Eduardo Costa Lucas, sócio do escritório Martinelli Advogados, afirma que esses são alguns dos pontos da lei que precisam ser corrigidos. Ele cita ainda a questão dos investidores não residentes, que não têm nem a isenção dos dividendos de lucros apurados até 2025 garantida expressamente no texto da lei.</p>

<p>"Essa questão do estrangeiro também está muito aberta. Você tem orientações básicas, mas a Receita Federal é que vai trazer a normatização disso."</p>

<p>William Roberto Crestani, sócio da área tributária do Pinheiro Neto Advogados, afirma que muitas dessas questões já foram levadas ao governo e que as alterações poderiam partir do próprio Poder Executivo.</p>

<p>"A forma mais segura seria vir por meio de uma medida provisória, porque estamos muito próximos do final do ano para aprovar um projeto de lei novo em um tema tão polêmico."</p>

<p>Advogados têm apontado divergências entre a legislação aprovada e outras leis em relação a pontos como o prazo para distribuição de dividendos.</p>

<p>A nova lei diz que não serão tributados lucros e dividendos apurados até 2025, desde que a distribuição tenha sido aprovada até 31 de dezembro deste ano. Também é necessário que "o pagamento, o crédito, o emprego ou a entrega" do dinheiro ocorra até 2028.</p>

<p>Essa regra é válida para as empresas limitadas. As sociedades anônimas, no entanto, são obrigadas a fazer o pagamento no mesmo exercício em que a distribuição é definida, por conta da Lei das SAs. A dúvida é qual das duas legislações se aplica nesse caso.</p>

<p>O escritório Pinheiro Neto avalia que a alternativa mais direta e objetiva seria declarar e pagar os dividendos em 2025, o que assegura a aplicação da isenção desses lucros atualmente em vigor. Isso, no entanto, significa saída de caixa da empresa.</p>

<p>Uma segunda opção seria a capitalização da empresa com esses lucros. Também é possível fazer o pagamento com nota promissória, por exemplo. A empresa pode ainda declarar os dividendos agora e estabelecer o pagamento a partir de 2026, preparando-se para possível cobrança da Receita.</p>

<p>Para empresas limitadas, o escritório recomenda verificar se o contrato social permite o pagamento de lucros intermediários e se não é necessário retirar desse documento previsão expressa de aplicação subsidiária da Lei das SAs.</p>

<p>Dados da Abrasca (associação das companhias abertas) mostram que as empresas brasileiras de capital aberto possuem US$ 45 bilhões (cerca de R$ 240 bilhões) em lucros acumulados que ainda não foram repassados a seus sócios. Desse valor, 60% seriam destinados a investidores estrangeiros.</p>


Senado já tem proposta para alterar lei do Imposto de Renda sancionada nesta quarta

Senado já tem proposta para alterar lei do Imposto de Renda sancionada por Lula

mudanças

<p>Quem investiu mais de R$ 250 mil no Banco Master enfrenta um cenário de espera longa e resultado incerto para recuperar o que excede esse valor, de acordo com especialistas. Esses investidores —estimados em 1% da base da instituição— passam a ser credores quirografários (sem garantia de recebimento) e só serão pagos se sobrarem recursos após o pagamento de dívidas trabalhistas, tributos e créditos com garantias reais.</p>

<p>O BC (Banco Central) decretou, no dia 18 de novembro, a liquidação do banco, no que deve representar o maior resgaste da história do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Segundo o fundo, as instituições liquidadas do grupo Master possuem uma base estimada de 1,6 milhão de credores com depósitos elegíveis ao pagamento da garantia, que somam aproximadamente R$ 41 bilhões.</p>

<div class="p-readmore-box"><br />
<a href="https://opopular.com.br/politica/aplicac-o-no-master-vira-embate-entre-gest-es-1.3339467" target="_self">Aplicação no Master vira embate entre gestões</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pf-prende-banqueiro-daniel-vorcaro-dono-do-banco-master-1.3338458" target="_self">PF prende banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-mira-grupo-criminoso-suspeito-de-desvio-de-celulares-e-sequestra-quase-r-60-milh-es-em-bens-1.3338520" target="_self">Operação mira grupo criminoso suspeito de desvio de celulares e sequestra quase R$ 60 milhões em bens</a></div>

<p>Porém, o FGC impõe um limite de R$ 250 mil a serem ressarcidos por CPF ou CNPJ. Caso o investidor tenha mais que isso em CDBs, LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) ou LFs (Letras Financeiras), o valor excedente entrará na fila de demais credores do banco.</p>

<p>"O que vai determinar se o investidor recebe algo acima do FGC é a conta final entre ativos realmente recuperáveis e passivo total", afirma Jorge Calazans, advogado especializado na defesa de investidores vítimas de fraudes. "Há chance de recuperar algo, sim, mas é incerta, parcial e de longo prazo."</p>

<p>No caso do Bamerindus, que faliu em 1997, Calazans lembra que credores receberam aproximadamente R$ 4,3 bilhões frente a uma dívida em torno de R$ 10 bilhões após 14 anos de espera.</p>

<p>O advogado afirma que três fatores principais determinam quanto os investidores acima do limite do FGC podem recuperar: o tamanho real do buraco no patrimônio, a capacidade de vender o que sobrou em condições mínimas de mercado, e o peso das classes preferenciais de credores, como trabalhistas e tributos.</p>

<p>No caso do Master, há ainda o agravante das suspeitas de fraude. A prisão do controlador e as acusações de gestão fraudulenta são sinais de que pode ter havido uma destruição adicional de valor, o que piora a perspectiva econômica para quem tem ativos acima do FGC, segundo Jorge Ferreira dos Santos Filho, professor de finanças do curso de administração da ESPM.</p>

<p>O professor afirma que sinais de fragilidade no banco já vinham aparecendo há algum tempo. Um deles era o custo de captação muito acima da média —como CDBs remunerando 140% do CDI— acompanhado por um crescimento dos depósitos elegíveis ao FGC.</p>

<p>Outro indício, segundo ele, foi o veto do Banco Central à compra do Master pelo BRB (Banco de Brasília). Para Santos Filho, essa decisão reforçava que a carteira do banco era formada por ativos de baixa qualidade, possivelmente registrados como se fossem de boa qualidade —o que apontaria para um problema grave de governança.</p>

<p><strong>O que fazer agora?&nbsp;</strong></p>

<p>Para a parte coberta pelo FGC, Jorge Calazans diz que o procedimento é relativamente claro: o liquidante envia a base de dados ao fundo, que leva cerca de 30 dias úteis para processar. O investidor precisa entrar no aplicativo do FGC, validar dados, indicar conta bancária e assinar digitalmente. Esse processo não é automático, mas é padronizado.</p>

<p>Para o excedente, o caminho é mais complexo e passa pela liquidação extrajudicial. O especialista afirma que o investidor deve guardar todos os documentos (extratos, contratos, comprovantes). Em nota, o BC afirma que investidores que possuem valores acima do limite garantido pelo FGC estão dispensados de habilitação e não precisam realizar solicitação ao liquidante.</p>

<p>Em casos mais complexos, Calazans diz que pode fazer sentido buscar também responsabilização civil e penal dos administradores para ampliar as fontes de ressarcimento para além da massa do banco.</p>

<p><strong><span class="TextRun SCXW103933966 BCX0" data-contrast="none" lang="PT-BR" style="-webkit-user-drag: none; -webkit-tap-highlight-color: transparent; margin: 0px; padding: 0px; user-select: text; font-variant-numeric: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-position: normal; font-variant-emoji: normal; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 9pt; font-style: normal; white-space-collapse: preserve; line-height: 16.275px; font-family: Arial, Arial_EmbeddedFont, Arial_MSFontService, sans-serif;" xml:lang="PT-BR">Há previsão para a divulgação da lista de credores?</span><span class="EOP SCXW103933966 BCX0" data-ccp-props="{}" style="-webkit-user-drag: none; -webkit-tap-highlight-color: transparent; margin: 0px; padding: 0px; user-select: text; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 9pt; white-space-collapse: preserve; line-height: 16.275px; font-family: Arial, Arial_EmbeddedFont, Arial_MSFontService, sans-serif;">&nbsp;</span></strong></p>

<p>Em relação ao FGC, Calazans diz que há uma prazo razoavelmente claro: o liquidante tem até 30 dias úteis para enviar a base, e o FGC costuma liberar os pedidos de ressarcimento no aplicativo em poucos dias. "Depois que o investidor faz o pedido e assina a sub-rogação, o pagamento tem ocorrido, em média, em até alguns dias úteis", afirma.</p>

<p>Para o quadro geral de credores da massa, por outro lado, o processo é mais complexo. O Banco Central diz que o liquidante dispõe de 60 dias, prorrogáveis, para apresentar um relatório sobre a situação econômico-financeira do Master. Após esse relatório, se autorizado o prosseguimento da liquidação, o liquidante providenciará a apuração e classificação dos créditos, com posterior publicação do aviso de que o quadro está disponível aos credores, em geral esse aviso ocorre no Diário Oficial e na página da própria instituição em liquidação.</p>

<p><strong>Quanto tempo vai demorar para o pagamento acontecer?&nbsp;</strong></p>

<p>A velocidade da liquidação pode variar e não há um prazo legal definido para a conclusão. Embora alguns bancos pequenos tenham sido liquidados na última década, especialistas lembram de casos mais longos, como o do Banco Santos, cuja liquidação total levou mais de 15 anos.</p>

<p>Salvatore Milanese, especialista em reestruturação e gestão de riscos no mercado financeiro, diz que, se o processo do Master permanecer sob o guarda-chuva do Banco Central, a liquidação pode se estender por muitos anos. "Não porque o BC é ruim ou lento, simplesmente porque é prudente, e nenhum dos liquidantes apontados pelo BC vai colocar em risco o próprio CPF fazendo liquidações de ativos de forma imprudente", afirma.</p>

<p>Ele lembra também que, após realizar o pagamento dos R$ 41 bilhões aos investidores até o limite de R$ 250 mil, o FGC se tornará o maior credor do Master. Por isso, além de entrar na fila para receber, o fundo passa a ser o principal interessado em que a liquidação avance de maneira rápida e eficiente.</p>

<p>Quanto ao acompanhamento do processo de pagamento de credores, Milanese explica que, nas liquidações conduzidas por liquidantes indicados pelo BC, são publicados relatórios periódicos, que permitem ao investidor observar a evolução do processo.</p>

<p>De acordo com o Banco Central, os passivos das liquidações são atualizados pela TR (Taxa Referencial).</p>

<p><strong>O que determina se haverá dinheiro para pagar o excedente?&nbsp;</strong></p>

<p>A recuperação dos valores acima do limite do FGC depende de uma série de fatores. Santos Filho diz que quanto maior o peso dos ativos em caixa e quanto mais liquidez tiver esse caixa, mais fácil será a liquidação. Por outro lado, se a carteira de crédito estiver muito concentrada ou houver muita disputa judicial sobre os ativos, o processo tende a demorar mais.</p>

<p>O professor também chama a atenção para o histórico de provisões e a transparência das operações. Se houve irregularidade na formação da carteira do banco, é possível que o histórico de provisões também tenha sido manipulado. Nesse caso, será necessário primeiro fazer uma apuração do que era efetivamente ativo verdadeiro para depois definir o tamanho real dos ativos e, só então, iniciar o processo de liquidação. Ainda não há confirmação se houve, ou não, irregularidade no processo.</p>

<p>Salvatore Milanese acrescenta que também é necessário olhar para a qualidade dos ativos. O banco captou recursos no mercado e os aplicou em diversas atividades. Se essas operações de crédito a empresas e pessoas físicas forem de boa qualidade e o dinheiro retornar, os investidores que aplicaram mais de R$ 250 mil terão chance de recuperar parte dos valores. Mas se o banco investiu em ativos ruins e arriscados, sem perspectiva de retorno, a recuperação ficará comprometida.</p>

<p>Há ainda a questão da ordem de preferência no pagamento de credores. Os credores quirografários, categoria na qual se enquadram os investidores com valores acima do limite do FGC, ficam atrás na fila.</p>

<p><strong>Quais são os próximos passos?&nbsp;</strong></p>

<p>Santos Filho diz que quem tem valores acima da proteção do FGC deve aceitar que o excedente se transformou em crédito judicial, com um horizonte de recuperação incerto e de longo prazo. O planejamento financeiro futuro deve considerar que esse dinheiro não voltará no curto prazo.</p>

<p>Para futuras aplicações, o professor recomenda montar um "mapa de FGC", distribuindo investimentos entre diversos emissores e analisando não apenas a taxa oferecida, mas também o risco de governança e o modelo de negócio das instituições.</p>

<p>Quem já está com recursos comprometidos acima do limite do FGC precisa também acompanhar o andamento da liquidação. Isso inclui ler os relatórios periódicos do liquidante e observar as comunicações do Banco Central.</p>

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Entenda o que acontece com quem tem mais de R$ 250 mil investidos no Master