A reforma tributária deve encarecer os preços dos aluguéis no mercado. A criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substituirão o PIS, Cofins, ICMS e ISS, com a promessa de simplificar o sistema tributário, deve trazer efeitos diretos sobre a locação de imóveis.Para o presidente do Secovi Goiás, Antônio Carlos da Costa, o tamanho do impacto vai depender de alguns aspectos. A maior pressão ocorrerá sobre quem tem mais de três imóveis ou recebe mais de R$ 240 mil anuais com locações. Ele acredita que a tributação deve ficar em cerca de 8% sobre imóveis tradicionais, alugados de pessoa física para pessoa física.Isso foi possível porque o setor conseguiu um fator redutor de 70% da base de cálculo. Mas, no caso de aluguéis por temporada, o redutor cai para 40%. “Mas haverá incentivos extras para locações abaixo de R$ 600, visando incentivar o investimento neste tipo de imóvel para locação social”, destaca Costa. No geral, ele ressalta que a carga tributária irá aumentar, o que deve impactar diretamente o consumidor final, o que motivou muita briga na época da aprovação da lei. “A pessoa deve ficar muito atenta com as despesas de manutenção do imóvel, que deve ser muito bem controlada, pois ela pagará em cima do lucro que terá”, alerta. O impacto maior deve ser sobre pessoas jurídicas que investem em uma maior quantidade de imóveis, a não ser que sejam unidades de menor valor. Isso porque o objetivo da lei é incentivar a produção de mais unidades com valor de locação abaixo de R$ 600 para reduzir o déficit social. Atualmente, os aluguéis intermediados por pessoas jurídicas, como imobiliárias, são tributados com alíquota de 3,65% (PIS/Cofins). Com o novo modelo, a carga pode chegar aos 10,6%, quase o triplo do valor atual. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), um aluguel de R$ 2 mil teria a tributação elevada de R$ 73 para R$ 169,60.