Representantes do setor empresarial devem se reunir hoje com o secretário de Saúde do Estado, Ismael Alexandrino, para discutir a proposta de adoção de uma plataforma digital que ajude a controlar as atividades que tiverem o funcionamento liberado. Ontem, o secretário já sinalizou para o presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, que é contrário à flexibilização das medidas de isolamento.Mas Sandro Mabel alertou para a possibilidade de milhares de empresas fecharem as portas de vez, caso não possam reabrir. Segundo ele, a plataforma dará as condições para que o governo controle a abertura de vários segmentos, mediante a adoção de um termo de compromisso para cumprir regras de controle sanitário. O Estado também poderá fechar as empresas depois, em caso de descumprimento ou aumento da contaminação. “As pessoas vão começar a abrir por conta própria, sem nenhum critério e compromisso, e o governo perderá o controle”, alerta Mabel. Essas empresas também se comprometeriam a manter as pessoas com mais de 60 anos em casa recebendo seus salários. “Mas, para isso, elas precisam continuar funcionando”, diz. Ele lembrou que as indústrias já estão acostumadas a seguir rigorosos protocolos internacionais de segurança.Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o secretário mantém diálogo com o maior número possível de setores. “Ele e equipe tiveram reunião com os presidentes da Fieg e Fecomercio e a orientação da SES é no sentido de se manter o isolamento para além do dia 4”, completa a nota.O presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado (Acieg), Rubens Fileti, informa que o setor empresarial se reúne todos os dias para discutir um plano de retomada com responsabilidade, quando o governo anunciar a flexibilização. Segundo ele, isso é urgente, pois muitas empresas já pensam até em pedir a baixa na Junta Comercial e alguns sindicatos já entraram com pedido de liminar para reabrir. “São poucos os segmentos que podem esperar mais alguns dias”, adverte.O presidente executivo da Adial Goiás, Edwal Portilho, alerta que muitas indústrias de alimentos estão com estoques acumulados. Para ele, a indústria já convive com rigorosos protocolos de segurança e não oferece risco de aglomerações. “A segurança na reabertura vai depender do engajamento das empresas e da fiscalização eficiente do governo”, acredita.