A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) enviou um documento ao governo de Goiás, informando o fechamento de 17 unidades do Sesc e do Senac no Estado, devido ao corte de 50% na arrecadação compulsória em três meses, definida pelo Governo Federal.A queda, segundo a confederação, vai provocar demissão de mais de 10 mil trabalhadores em todo o País. No Brasil, ao todo, são 265 unidades fechadas. O grupo também anunciou a redução de mais de 36 milhões de atendimentos.Assim como em Goiás, a entidade disse ter enviado um documento com essas informações a todos os governadores. Os Estados com mais unidades a serem fechadas serão: Rio de Janeiro (34), Pernambuco (29), Santa Catarina (28), Rio Grande do Norte (18), Goiás (17), Piauí (16), Paraná (16), Amazonas (15), Minas Gerais (14) e Acre (13).“Mais de 90% das unidades que poderão ser fechadas estão presentes em regiões que, muitas vezes, carecem da presença do governo e, principalmente nestas localidades, os serviços que o Sistema Comércio oferece chega aos mais pobres, a parcela que sofrerá o maior impacto com fechamento”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.GoiásEm todo o país são 144 unidades do Sesc fechadas e 121 do Senac. O presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, explicou que das 17 unidades fechadas no Estados, são 11 do Senac e seis do Sesc. Ele preferiu ainda não divulgar a lista, porque o fechamento ainda não está definido e depende da negociação com o Governo Federal. Entretanto, adiantou que, do Senac, seriam fechados apenas centros de formação profissional localizados em cidades do interior de Goiás, ou seja, aqueles localizados em Goiânia continuariam funcionando.No caso do Sesc, estão na lista duas unidades do interior e quatro carreatas que circulam pelo Estado: Uma carreata da mulher, uma da visão e duas carreatas Odonto Sesc. "Se esse corte persistir, infelizmente, não haverá outra opção a não ser reduzir o atendimento", explicou Baiocchi.Segundo ele, a perda em Goiás será quase 67 mil atendimentos a menos, sendo um corte de 14.574 atendimentos no Senac e de 52.357 pelo Sesc. Além disso, o presidente afirma que o prejuízo financeiro no Estado será de R$ 25 milhões. Apesar da medida ter sido do Governo Federal, Baiocchi explicou que a CNC está enviando o documento aos governadores em busca de apoio político e institucional. Ainda não houve, no entanto, uma conversa com o governador Ronaldo Caiado (DEM) sobre o tema. "A pendemia está tomando mais o tempo, mas pretendemos dialogar sobre isso com ele. O que não queremos é diminuir nossa presença no Estado", esclareceu. ContrapartidaO presidente da Fecomércio-GO também endossou o discurso da CNC e defendeu a proposta da entidade para solucionar o impasse. "Sabemos que o corte a nível nacional será de R$ 1 bilhão. Por isso, propomos que, ao invés dessa redução na arrecadação, o grupo preste serviços às populações mais necessitadas com um investimento correspondente ao corte proposto, isto é, de R$ 1 bilhão. Nós já estamos tomando algumas iniciativas nesse sentido", explicou.O plano de ações proposto pela CNC ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inclui colaboração na identificação da abrangência do número de infectados no Brasil e apoio na instrumentalização dos profissionais de Saúde. A entidade também propõe, em caráter emergencial, mobilizar as redes de supermercado, restaurantes, bares e outros doadores para coleta e distribuição de alimentos para instituições sociais, por meio do projeto Mesa Brasil.O grupo também pretende disponibilizar as unidades Sesc e Senac para ampliar e interiorizar ações de atenção primária à Saúde, como vacinação, coleta de sangue e outros. Além disso, eles se propuseram a adquirir e disponibilizar respiradores e outros equipamentos necessários para o tratamento de infectados. Tudo isso se o Governo Federal voltar atrás no corte de arrecadação.