Guilherme Kiihn, proprietário da Brasil Fit, com loja e fábrica de equipamentos para academia, começou a utilizar recursos de IA no início deste ano. “Estamos aprendendo a trabalhar com ela. Há 20 anos, nem software tínhamos e a gestão era toda feita em planilhas de Excel”, lembra. Hoje, segundo ele, a IA ajuda a trazer informações mais rápidas que do que as que eram geradas pelo sistema da empresa. “Ela se tornou um braço acelerador para a empresa, pois as informações estão disponíveis de forma práticas”, avalia o empresário. Ele conta que utiliza muitas informações sobre gráficos de vendas, com leitura mais rápida de desempenho por região, os produtos mais vendidos, clientes ativos e inativos, faturamento mensal e projeções de faturamento. “Isso deixou nosso trabalho mais rápido e prático, resultando em mais eficácia de gestão”, diz Guilherme Kiihn. A ferramenta também tem ajudado muito no atendimento aos clientes, com o fornecimento de respostas automáticas e outras aplicações. “Estas soluções ajudaram a reduzir a necessidade de contratação de pessoal, ao diminuírem a necessidade de mão de obra humana, que está muito escassa”, completa.Para o comércio lojista, ferramentas de IA se tornaram sinônimo de mais eficiência e faturamento. Wanderson Lima, gerente de Negócios da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), conta que a IA está sendo usada em diversas frentes, como no controle da carteira de clientes, desde o atendimento até a identificação de suas necessidades personalizadas, incluindo o que ele compra e o que deixa de comprar. Por isso, ferramentas são cada vez mais usadas desde o pré atendimento, quando a IA direciona cada cliente para ser atendido por um consultor, de acordo com suas demandas, acelerando processos. “Na parte de controle de estoque, ela permite saber o produto que tem mais demanda, o que está mais perto de acabar e até as maiores tendências de consumo para datas comemorativas”, informa o gerente da CDL Goiânia. Isso dá um direcionamento para que o empresário possa preparar melhor seu estoque, com produtos com mais chance de venda para aquelas datas. As ferramentas de IA também têm ajudado na logística das empresas, traçando melhores rotas de entrega, por exemplo. Segundo Lima, estas soluções analisam indicadores de venda e faturamento, produtos com maior saída ou melhor tíquete médio e faturamento, deixando os funcionários para outras funções. “Isso está disponível para pequenos lojistas, mas a melhor aplicabilidade depende de orientação e capacitação, para que a empresa escolha a ferramenta que realmente seja mais útil a ela”, adverte. Alguns já podem até identificar tendências de fraudes em compras on-line.O gerente da CDL lembra que muitas ferramentas são acessíveis a qualquer lojista, mas muita gente acaba se perdendo na quantidade de informações e não consegue aplicar bem aquilo no seu negócio. “A pessoa têm de analisar como seu negócio pode ser beneficiado, de acordo com cada segmento, para gerar resultados, acelerar processos e otimizar a operação da empresa”, alerta. Na Escola de Negócios da CDL, há cursos de capacitação em IA, que ajudam a utilizar a IA de forma mais eficiente nos negócios. Jayme Diogo Araújo, professor na instituição, lembra que o curso precisa ser sempre atualizado, por conta das constantes mudanças na IA. Segundo ele, existem soluções que o pequeno empresário pensa serem distantes para sua realidade, mas que estão cada vez mais próximas. Araújo informa que até simples ferramentas contidas no ChatGPT já podem ajudar o empresário a tomar decisões, mensurar dados e cruzar informações. “Muitos acham que isso está muito distante dele, mas está disponível para qualquer pessoa. Há planos para pequenos empresários ou estudantes com custo bastante acessível. Mas é importante pagar para ter informações mais completas e não limitadas, como geração de imagens e vídeos”, explica. Surgiram vários negócios que utilizam as soluções disponibilizadas ChatGPT para o desenvolvimento de seus próprios sistemas, que são repassados a outras empresas. O professor alerta que se a empresa ficar para traz nesta inovação da IA, outra até menor pode tomar seu lugar no mercado. “É preciso ficar atento para ser um dos pioneiros em seu segmento. A tecnologia é um funcionário da empresa, que empresa pode fazer qualquer pedido a ela, mas é preciso estudar para saber dar os comandos certos e usar a IA a seu favor”, completa.