Karla Jaime

Inteligência artificial (IA), robótica, realidade virtual, simuladores, biotecnologia, plataformas de gestão. <a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-tera-de-simulador-a-plataforma-sobre-adubac-o-1.3249638#state=750078fd-46d9-4929-ba7f-1d10bde5b85c&amp;session_state=e35cd7c7-8b3b-4921-9adc-beca16c25f9f&amp;code=684b5d1f-aaa3-49e0-aa33-7378a3f3316c.e35cd7c7-8b3b-4921-9adc-beca16c25f9f.b9b3328a-640e-4deb-9f63-4c9096be6cf7" target="_blank">As novidades da 22ª edição da Tecnoshow Comigo</a>, que será realizada desta segunda-feira (7) até sexta-feira (11), no Centro Tecnológico Comigo, em Rio Verde (GO), confirmam o nome de uma das maiores feiras de agronegócio do país e dialogam com o tema “Gerações do Agro”, que busca difundir a sucessão familiar no agronegócio e atingir um público de novos produtores rurais.

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A expectativa é de gerar cerca de R$ 10 bilhões em negócios. Assim como na edição anterior, os espaços da feira de 2025 foram 100% comercializados com 695 expositores, muitos deles apresentando inovações tecnológicas.

São ferramentas que cada vez mais favorecem o produtor rural na gestão, apontada como o principal desafio do setor por Pedro Camilo, diretor de tecnologia da informação do Senar Goiás e gestor do hub de inovação do Sistema Faeg/Senar - Campo Lab.

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<a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-tera-de-simulador-a-plataforma-sobre-adubac-o-1.3249638" target="_blank">Tecnoshow terá de simulador a plataforma sobre adubação</a> 
 
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Ele adianta que, além de empresas de pivôs, maquinários e energia, serão expostas soluções como o uso de sensores em tratores que fornecem informações em tempo real, por meio de telemetria, que têm facilitado o desenvolvimento de novas tecnologias na agricultura. E lembra que a robótica no agro tem levado à migração da mão de obra do setor, a qual tem se capacitado mais.

Há dez anos, 62% dos trabalhadores do agronegócio não tinham instrução ou tinham apenas o ensino fundamental; essa parcela diminuiu para 44,6% no terceiro trimestre de 2024, cita ele, acrescentando que, por outro lado, a proporção de trabalhadores com ensino médio e superior aumentou de 38% para 55,4% no mesmo período. “Ou seja, houve uma migração dessas pessoas, que estão caminhando para novas tecnologias”, comenta.

Dris personalizado

Na Tecnhoshow, haverá o lançamento da ferramenta Dris Comigo, plataforma desenvolvida pela pesquisadora Amanda Magalhães Bueno, indicada para adubação foliar na cultura da soja. O Dris, ou Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação, é uma metodologia que permite diagnósticos mais precisos do estado nutricional das plantas.

“O grande diferencial é que ele foi personalizado para atender ao nosso produtor, em função das nossas altitudes, nossos cultivares de soja, das características da nossa região”, destaca Amanda.

A pesquisadora detalha que o Dris Comigo vem sendo desenvolvido com base em um banco de dados robusto, iniciado na safra 2022/2023 e ampliado com informações das safras 2023/2024 e 2024/2025.

“Desde então, os agrônomos do departamento de assistência técnica da cooperativa têm realizado coletas sistemáticas de amostras foliares em lavouras de soja da região da área de atuação da Comigo, construindo a base para diagnósticos nutricionais mais precisos.”

De acordo com ela, a partir da próxima safra, 2025/2026, o Dris Comigo está disponível para os cooperados em uma primeira etapa com áreas inseridas nas regiões de Rio Verde, Montividiu, Paraúna, Serranópolis e Jataí, que desejarem uma análise foliar personalizada e alinhada à realidade de suas lavouras.

Robô para tirar leite 

Especificamente na pecuária leiteira, o uso de sensores e robôs já está reduzindo a demanda de mão de obra ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade, segundo o zootecnista Gerson Reis, diretor comercial da Lely Center Goiânia, uma das expositoras da feira. A empresa holandesa, líder mundial em robôs para pecuária leiteira, vem atendendo há dois anos o setor em Goiás, onde já há oito projetos de automação implantados em propriedades rurais.

Segundo Reis, um robô pode ordenhar uma média de 60 vacas por dia, com produção de 2,5 mil litros de leite. Ele compara que em média cada trabalhador consegue 500 litros por dia, ou seja, um robô equivale à mão de obra de cinco pessoas nesse caso. O robô faz limpeza do peito, coloca as teteiras, tira o leite, informa quantos litros e o teor de gordura e proteína.

Mas a função dos equipamentos vai além. Com o sistema de ordenha robotizada são usados sensores em cada animal para captar e transmitir informações que favorecem o manejo e aumentam a produtividade. O produtor recebe alertas sobre doença, cio, indicando que é hora de inseminar e separando já a vaca, o animal que está prestes a parir ou não está se alimentando direito. Também indica e fornece a quantidade necessária de ração para cada animal, estimulando a alimentação.

As vacas são “treinadas” para procurar o robô quando é preciso esvaziar o úbere, ganhando alimento em seguida como recompensa. Tem ainda o aspirador para tirar esterco do curral e um sistema para alimentar na medida certa os bezerros, uma espécie de vaca mecânica. Mas o investimento é alto. Só o robô para tirar leite custa R$ 1,8 milhão, “o que se paga em quatro a cinco anos”, conforme Reis.

Tecnoshow reúne inovações para melhor gestão no campo

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Agronegócio

Enfatizando obras inacabadas deixadas por antecessores e mencionando entraves “burocráticos” para tocar projetos de infraestrutura diante da manutenção do “status quo da corrupção”, o governador Ronaldo Caiado (UB) criticou, nesta segunda-feira (7), sem citar nomes, o pagamento de propina e a prática de negociata em processos de i<a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-nega-impacto-de-fundo-em-proximas-gest-es-1.3243544" target="_blank">mplantação de obras em Goiás</a>.

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Durante a abertura da 22ª edição da Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO), Caiado apontou que a solução encontrada pelo governo estadual para contornar a problemática foi <a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-tera-de-simulador-a-plataforma-sobre-adubac-o-1.3249638" target="_blank">ampliar o regime alternativo</a> (modelo de parcerias). Nesse sentido, reforçou que os anos de 2025 e 2026 serão marcados pelo maior investimento em infraestrutura. Segundo ele, a lentidão nos processos das obras é usada, historicamente, como instrumento para favorecimento de empresas sem capacidade técnica para dar seguimento aos trabalhos e que, muitas vezes, atuam em esquemas de sobrepreço, com paralisações estratégicas para renegociação de contratos.

“É algo impressionante romper esses elos que estão muito consolidados e que nós fizemos isso com muita coragem”, disse Caiado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-nega-impacto-de-fundo-em-proximas-gest-es-1.3243544" target="_blank">Daniel nega impacto de fundo em próximas gestões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-tera-de-simulador-a-plataforma-sobre-adubac-o-1.3249638" target="_blank">Tecnoshow terá de simulador a plataforma sobre adubação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-reune-inovac-es-para-melhor-gest-o-no-campo-1.3249635" target="_blank">Tecnoshow reúne inovações para melhor gestão no campo</a></div>

O governador citou como exemplo o caso de um hospital cuja construção foi iniciada em 2006, mas que só foi entregue durante sua gestão, mais de 16 anos depois. Na avaliação dele, a morosidade não é algo inabitual, mas resultado de um modelo de licitação falido.

“Vem uma empresa que não tem a menor condição de fazer um piso rígido mergulha no preço, não tem o material para poder colocar em prática e aí começa a bandalheira de querer negociar aquela licitação que ele ganhou ou senão, querer vender aquela posição que ele está. Isso tudo é o que se praticava no estado de Goiás e em muitos outros estados. Ninguém suporta conviver com esse tipo aonde pessoas irresponsáveis acham que podem se valer ali.”

Caiado também elevou o tom ao falar sobre o perfil que, segundo ele, deve ter quem ocupa o cargo de governador. Sem citar adversários, ele afirmou que a autoridade moral é indispensável para o exercício do cargo.

“Para ocupar esse cargo tem que ter autoridade moral, não pode ser cidadão que chega ali para fazer negócio. Não é cidadão para ser comprado com propina”, afirmou. “Não é homem que está ali que não tem espírito público, mas que tem sim um crescimento exponencial do seu patrimônio e não da melhoria da qualidade de Goiás.”

Caiado assinou um protocolo de intenções entre a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) e a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste (Comigo) para a <a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-reune-inovac-es-para-melhor-gest-o-no-campo-1.3249635" target="_blank">execução de um complexo de obras de infraestrutura viária em Rio Verde</a>, com investimento de R$ 158 milhões, oriundos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra).

O projeto contempla a conclusão de um anel viário e a duplicação da GO-174 para melhorar a infraestrutura do setor agrícola na região.

Caiado usou a construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) como exemplo de eficiência desse novo modelo para de obras em regime alternativo. A unidade foi erguida em parceria com o Hospital de Amor, mantido pela Fundação Pio XII, de Barretos (SP), e deve começar a receber profissionais de saúde ainda nesta semana, segundo anunciou Caiado.

Citando os números da economia, o mandatário afirmou que Goiás encerrou o último exercício com um superávit expressivo, que permitiu a criação do Fundo de Estabilização Econômica. Segundo ele, o fundo representa 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e garante autonomia para o Estado enfrentar eventuais crises futuras.

Mais cedo, em entrevista coletiva, o governador também mencionou a segurança pública como diferencial para o agronegócio goiano, contrastando a estabilidade do estado com casos de invasões em propriedades rurais em outras regiões do país. “Aqui não há ‘abril vermelho’, só abril verde e amarelo”, disse.

Para o governador, a área de segurança pública vive um momento de maior consolidação no estado, o que permite maior foco de trabalho em outras áreas. Em seu discurso, voltou a repetir o slogan em que diz que “em Goiás, bandido não se cria”.

A cerimônia de abertura da Tecnoshow Comigo marcou também a transferência simbólica da capital do estado para Rio Verde, conforme previsto na Lei Estadual nº 20.425/19. Durante os cinco dias do evento, os três Poderes estarão instalados no município.

Governador defende parceria para acelerar obras e evitar corrupção

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Infraestrutura

Uma das atrações desta edição da Tecnoshow é o Simulador Agro Station 4.0, desenvolvido pela Real Drive. O equipamento, no estande do Senar Goiás, é usado para ensinar a pilotar máquinas agrícolas de última geração. Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás.

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Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás, afirma que durante a feira será realizado um projeto piloto para testar a possibilidade de o Senar adquirir um simulador desses para inserir nos treinamentos de operação de máquinas. “Enquanto um participante do curso está junto com o instrutor numa máquina, os demais podem ir treinando no simulador.”

No simulador, que custa cerca de R$ 700 mil, o usuário escolhe o que deseja simular, plantio, pulverização e colheita de milho, soja e/ou trigo. Assim, testa suas habilidades antes de desempenhar atividades em campo, com simulações de movimento, declive, e operação da máquina, entre outras.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-reune-inovac-es-para-melhor-gest-o-no-campo-1.3249635" target="_blank">Tecnoshow reúne inovações para melhor gestão no campo</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/economia/feiras-agropecuarias-devem-movimentar-bilh-es-em-goias-1.3241477" target="_blank">Feiras agropecuárias devem movimentar bilhões em Goiás</a>&nbsp; 
 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/papel-estrategico-da-tecnoshow-1.3249211" target="_blank">Editorial | Papel estratégico da Tecnoshow</a></div>

Um dos focos das inovações e pesquisas é a sustentabilidade agrícola, incluindo o uso de bioinsumos e energias renováveis no campo, ressalta Eduardo Hara, engenheiro agrônomo, gerente de Geração e Difusão de Tecnologia na Cooperativa Comigo e coordenador de Palestras da Tecnoshow.

Na pecuária, Hara fala do Superpec – Programa de gestão e tecnologia indicado para fazendas de gado de leite e de corte. “Ele auxilia na tomada de decisão, melhorando a produtividade e a eficiência operacional.”

O Senar também vai expor na feira um simulador de apicultura. Com óculos de realidade virtual, o participante sente como se estivesse mexendo com favos, abelhas, tirando o mel. “É bem real”, diz Borges.

O superintendente da entidade diz que também será lançado outro equipamento de realidade virtual, de fertilidade de solo, que mostra como os macro e micronutrientes interagem no solo, por exemplo, depois de uma chuva, como é a absorção de potássio, cálcio. “Tanto o de apicultura quanto o de fertilidade do solo já estão inseridos nos cursos do Senar Goiás.”

Gestão informatizada 

Os produtores goianos estão cada vez mais conscientes de que gestão é fator-chave para a longevidade e rentabilidade do negócio, avalia Leandro Xavier, diretor executivo do Grupo Aliare, responsável pelas soluções de gestão rural myFarm e Siagri-AgriManager. O myFarm é uma solução goiana com alcance nacional. “Atendemos clientes em todo o Brasil, mas Goiás é uma referência em profissionalização e uso de tecnologia no agro, ao lado de estados como Mato Grosso e Paraná”, aponta.

Na Tecnoshow, o myFarm participa como parceiro do Senar Goiás, Faeg e CampLabs, em uma iniciativa voltada à profissionalização da gestão nas propriedades rurais.

“Nesta edição, destacamos funcionalidades que ajudam o produtor a identificar com clareza a rentabilidade por variedade cultivada, além da gestão de custos detalhada por cultura e por talhão, o que permite uma análise muito mais precisa da performance de cada área da fazenda”, discorre Xavier.

Ele menciona ainda os recursos de gestão da comercialização da produção, como o controle de estoque, rastreabilidade das vendas e projeções que ajudam o produtor a identificar os melhores momentos para vender sua safra, evitando decisões precipitadas ou influenciadas por sazonalidades negativas.

O sistema também emite Nota Fiscal Eletrônica e gera o Livro Caixa do Produtor Digital, atendendo às exigências legais com agilidade e segurança, complementa ele. Os planos são a partir de R$ 600 por mês, variando conforme os módulos utilizados e o tamanho da propriedade. “Em média, os produtores veem o retorno do investimento entre seis e dez meses”, garante.

Tecnoshow terá de simulador a plataforma sobre adubação

Reconhecida pelo seu tamanho, volume de negócios, apresentação de novas tecnologias e processos produtivos no campo, a feira Tecnoshow Comigo vai muito além disso. Realizada anualmente em Rio Verde, um dos maiores polos do agronegócio brasileiro, ela tem se transformado num grande fórum de discussão sobre os problemas e perspectivas do setor.

No concorrido palanque da Tecnoshow desfilam líderes do setor, presidentes de entidades de classe, políticos locais e nacionais, representantes dos poderes Legislativo, Judiciário e delegações estrangeiras. Tudo testemunhado pelos veículos de comunicação mais conceituados do Brasil.

Este interesse decorre, além da incontestável importância do agronegócio no Brasil e da Comigo, uma cooperativa que comprova a força do modelo cooperativista, da oportunidade de discutir e apontar soluções para os gargalos enfrentados pelo setor.

Ao longo dos últimos anos, Goiás tem se consolidado como uma das maiores potências da agropecuária brasileira. Para esta safra 2024/25, devemos atingir a colheita recorde de quase 35 milhões de toneladas, a terceira maior do país. Além disso, o Valor Bruto da Produção (VBP) da agricultura e da pecuária goiana deve ultrapassar neste ano, pela primeira vez, a marca dos R$ 120 bilhões.

O agronegócio goiano, hoje o terceiro mais importante do Brasil em produção, tem forte potencial para alcançar a segunda posição nacional. A nova safra agrícola do estado deve ser 50% maior que a colhida em 2018/19 e quase 15% maior que a última (2023/24).

Portanto, a Tecnoshow funciona como um farol que aponta para o futuro sem perder de vista as lições do passado. Que não deixa esquecermos dos desafios climáticos sem uma política de seguros adequada, os problemas crônicos de infraestrutura, margens apertadas, crédito insuficiente, recuperações judicias, falta de crédito, juros altos, entre outros desafios.

Para o futuro, o farol deixa antever velhos e novos desafios. Os juros continuarão elevados, a narrativa internacional contra o agro brasileiro tende a se potencializar na COP 30 e a instabilidade geopolítica turva o ambiente econômico.

É neste cenário que acontece a 22ª edição da Tecnoshow Comigo, entre 7 e 11 de abril. Momento de reflexão e discussões. Após a abertura e quando a plenária principal for desfeita, continuarão ocorrendo debates, seminários, palestras técnicas e a exposição de uma profusão de tecnologia e novas técnicas no campo.

Com planejamento estratégico, inovação tecnológica, expansão da infraestrutura e investimentos adequados, vamos superar os desafios de hoje e consolidar o agronegócio goiano como o segundo maior do Brasil. É esse ambiente que certamente vamos encontrar nos próximos dias em Rio Verde. Tudo isso envolto num ambiente efervescente de negócios.

Essa é a razão que transforma a Tecnoshow numa das feiras mais importantes do agronegócio brasileiro, que orgulha os goianos e o cooperativismo.

Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO

Papel estratégico da Tecnoshow

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Luís Alberto Pereira

Novo supercomputador do Ceia-UFG

Entrega parcial do supercomputador com GPUs Nvidia Blackwell B200 adquirido pelo Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia-UFG), em parceria com o Centro de Competência Embrapii em Tecnologias Imersivas Aplicadas (Akcit, na sigla em inglês para Advanced Knowledge Center in Immersive Technology), foi feita neste mês e, conforme o cronograma, o restante dos equipamentos deve ser entregue até julho. A previsão é que o supercomputador esteja totalmente operacional no Brasil no segundo semestre de 2025.

Ao todo, serão instaladas no Ceia-UFG 64 unidades das novas GPUs B200 que serão somadas com 24 GPUs H100 já em operação. Cada supercomputador tem um desempenho 3.5 vezes maior nesse novo chip, mas como vai aumentar a quantidade de supercomputadores, a avaliação é de que a capacidade computacional será ampliada cerca de 12 vezes. Trata-se da primeira infraestrutura de computação de alta performance com GPUs Blackwell B200 da América Latina.

Coordenador científico do Ceia-UFG, Anderson Soares destaca que este é um feito inédito no Hemisfério Sul, onde tradicionalmente ocorre atraso de um ano e meio a dois anos na implantação desse tipo de tecnologia de ponta em relação a América do Norte, Europa e alguns países asiáticos. “Esse chip é o melhor que se pode utilizar atualmente”, comenta.

Soares participou, junto com a diretora do Ceia-UFG, Telma Woerle Soares, e do coordenador geral do Akcit, Arlindo Rodrigues Galvão Filho, da Nvidia GTC (GPU Technology Conference), em San José, Califórnia. A conferência, que terminou nesta sexta-feira (21), reuniu desenvolvedores, engenheiros, pesquisadores, empresários e profissionais de TI de vários países.

“Estamos sendo pioneiros em colocar em operação o que foi recém-disponibilizado no mercado”, enfatizou o coordenador do Ceia-UFG. Ele explica que a fabricante de chips divulga os lançamentos e só depois de um tempo é que se consegue comprar. “No evento, já foi lançado um chip até mais avançado, mas só disponível no mercado daqui a um ano e meio, dois anos”, citou. O anúncio feito foi do Blackwell Ultra, a próxima geração de GPUs da Nvidia.

O supercomputador com GPUs Nvidia Blackwell B200 teve investimento de R$ 40 milhões, resultado de parcerias com o Governo do Estado de Goiás, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), organização social com contrato de gestão junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Além disso, a infraestrutura ainda contou com investimentos diretos da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) por meio do Programa de P&amp;D Aneel. O investimento inclui não apenas a aquisição, que custou R$ 20 milhões, mas também a instalação de toda a infraestrutura necessária, como fornecimento de energia elétrica, refrigeração e espaço físico.

Segundo a universidade, a infraestrutura chamada de POD (Point of Delivery) é composta por múltiplas placas de processamento gráfico (GPUs) interconectadas que funcionam em conjunto para treinar e executar modelos complexos de IA.

“Baseado na nova arquitetura Blackwell da Nvidia, o sistema representa um salto tecnológico significativo, oferecendo capacidade de processamento sem precedentes para pesquisas avançadas em IA. A tecnologia será essencial para acelerar pesquisas acadêmicas e projetos inovadores em áreas como saúde, energia e agronegócio”, informa ainda a UFG.

“Esta nova infraestrutura posiciona o Brasil na vanguarda da pesquisa em inteligência artificial, equiparando nossa capacidade computacional a centros de excelência internacionais. Com este POD, poderemos desenvolver modelos de IA de última geração, impulsionando tanto a pesquisa acadêmica quanto projetos de inovação com parceiros industriais”, afirma Telma Soares.

Um dos projetos do Ceia que será realizado com apoio do supercomputador é o EnergyGPT, uma plataforma de inteligência artificial inspirada na tecnologia ChatGPT e adaptada para o setor elétrico brasileiro. O objetivo é otimizar processos e oferecer suporte estratégico em áreas críticas, como assessoria jurídica e proteção de receita, contribuindo para maior eficiência e segurança no setor.

Única fabricante

Anderson Soares observa que a Nvidia é a única fabricante para desenvolvimento de IA, ou seja, que não é para fase de uso: “São duas etapas diferentes, uma é o desenvolvimento, que é a construção. A outra é o uso em qualquer computador convencional, em qualquer celular, que têm IA embutida. Mas na fase de treinamento, de desenvolvimento, usam-se somente os equipamentos da Nvidia no mundo inteiro, é por isso que ela chegou a ser a empresa de maior valor no mercado, por estar sozinha nesse setor”.

Fundada em 1993, a Nvidia (Nasdaq: NVDA) é pioneira em computação acelerada. Em 1999, a invenção da GPU impulsionou o mercado de games para PC, redefiniu a computação gráfica e iniciou a era da IA moderna, favorecendo a digitalização industrial.

Diretor da divisão Enterprise da Nvidia para América Latina, Marcio Aguiar ressalta a participação da empresa na construção de infraestruturas de última geração voltadas para a pesquisa acadêmica. “Acreditamos fielmente que o investimento em IA na educação e pesquisa é o maior e mais necessário salto que o Brasil pode dar neste momento em direção a se tornar uma superpotência da inteligência artificial”, defende.

Lançado em 2019, o Ceia-UFG tornou-se referência nacional em inteligência artificial e inovação e reúne hoje mais de 60 empresas parceiras de diversos segmentos. Com a nova infraestrutura será possível o desenvolvimento de soluções ainda mais sofisticadas, consolidando o centro como hub de referência em pesquisa aplicada e transferência de tecnologia.

Além disso, as novas unidades de processamento vão favorecer a formação de profissionais especializados. A UFG foi uma das primeiras instituições do país a oferecer graduação em Inteligência Artificial.

“O Brasil está dando um importante passo para reduzir a defasagem tecnológica em relação a países líderes em IA. Esta iniciativa não apenas fortalece nossa soberania tecnológica, mas também cria oportunidades para o desenvolvimento de soluções contextualizadas à realidade brasileira”, aponta Arlindo Galvão. Ele diz que, apesar de a infraestrutura ser inédita na América Latina, representa apenas 10% da infraestrutura utilizada no desenvolvimento do modelo de IA DeepSeek na China, o que evidencia o grande desafio que o Brasil possui na área.

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Supercomputador de alta performance em IA chega ao Ceia-UFG

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