Uma extensa fila se formou na manhã de ontem no Centro Municipal de Vacinação e Orientação ao Viajante (CMV) no Setor Pedro Ludovico, na região Sul, da capital. Além dos moradores que buscavam, principalmente, se imunizar contra a febre amarela, o sistema com os dados dos pacientes estava inoperante, o que atrasou o atendimento e acabou por lotar as salas do local.Em nota, a assessoria da SMS confirmou a oscilação no sistema e informou que a equipe de Tecnologia da Informação da Prefeitura já foi notificada. No entanto, apesar da instabilidade, o atendimento no local foi mantido, informou a secretaria.A SMS ressalta ainda que nos últimos dias houve um aumento na demanda por vacinas no CMV e orienta a população a procurar o local também aos finais de semana, já que centro funciona de segunda a segunda das 8 horas às 18 horas.Entre as pessoas que aguardavam na fila, a estudante Bianca Archanjo Lopes, de 19 anos, esperou mais de duas horas para se vacinar. A jovem já tomou uma dose quando era criança, mas como vai para um festival de música no final de março em São Paulo resolveu se imunizar novamente.A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), Flúvia Amorim, explica que quando a pessoa não se lembra se tomou a dose ou não possui o registro no cartão deve procurar uma sala de vacinação no município e se imunizar.Essa é a situação da fisioterapeuta Camilla Bacchin, de 35 anos. Nesta sexta, ela viaja para a casa de familiares em São Paulo, um dos estados onde há vários registros da doença, e, ao verificar seus cartões, percebeu que não consta em nenhum deles registro da vacina. “Minha irmã mora perto do local onde está o foco da doença. Todos os meus familiares foram vacinados, menos eu”.Camilla, assim como Bianca, aguardou quase duas horas na fila. Hoje foi a terceira vez que ela procurou o CMV tentando se vacinar. “Eu estive aqui na segunda passada, dia 8, e após duas horas e trinta minutos na fila, eu desisti. Voltei ontem (15) e também aguardei, mas como tinha paciente marcado fui embora sem tomar a dose”, finalizou.Anteriormente a população era orientada a se vacinar contra a febre amarela a cada dez anos. Em abril do ano passado a Organização Mundial da Saúde mudou a recomendação. “Estudos recentes da OMS comprovaram que somente uma dose já dá proteção permanente”, explicou Flúvia.Goiás segue essa recomendação da OMS e do Ministério da Saúde. “Estamos em uma região endêmica. A dose aqui não é fracionada como ocorre em outros Estados. Ela está disponível em todos os postos de vacinação e é aplicada a partir dos nove meses de vida”, pontuou a superintendente.Fúlvia afirmou que todas as unidades da capital que têm sala de vacinação possuem estoques das doses contra febre amarela suficiente para atender a demanda. Uma funcionária do CMV, que preferiu não se identificar, confirma a informação. Mas segundo a servidora, o que falta são pessoas para atender a população.