<p>A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte confirmou a terceira morte na cidade causada por febre amarela desde julho. O homem de 42 anos estava internado em um hospital público e faleceu na última segunda-feira (22). A contaminação ocorreu em um sítio fora da capital mineira, em outro município da região metropolitana, segundo informou a secretaria na noite de ontem (26).</p><link href="//cdn-images.mailchimp.com/embedcode/classic-10_7.css" rel="stylesheet" type="text/css" /><style type="text/css">#mc_embed_signup{background:#fff; clear:left; font:14px Helvetica,Arial,sans-serif; }                /* Add your own MailChimp form style overrides in your site stylesheet or in this style block.                   We recommend moving this block and the preceding CSS link to the HEAD of your HTML file. */</style><div id="mc_embed_signup"><form action="https://opopular.us8.list-manage.com/subscribe/post?u=914bb578ecf8a94c3ffcea278&amp;id=c3378b7be5" class="validate" id="mc-embedded-subscribe-form" method="post" name="mc-embedded-subscribe-form" novalidate="" target="_blank"><div id="mc_embed_signup_scroll"><h2>Newsletter O POPULAR - Receba no seu e-mail informação de confiança</h2><div class="indicates-required"><span class="asterisk">*</span> preenchimento obrigatório</div><div class="mc-field-group"><label for="mce-FNAME">Nome <span class="asterisk">*</span> </label> <input class="required" id="mce-FNAME" name="FNAME" type="text" value="" /></div><div class="mc-field-group"><label for="mce-EMAIL">Email <span class="asterisk">*</span> </label> <input class="required email" id="mce-EMAIL" name="EMAIL" type="email" value="" /></div><div class="clear" id="mce-responses"><div class="response" id="mce-error-response" style="display:none">&nbsp;</div><div class="response" id="mce-success-response" style="display:none">&nbsp;</div></div><div aria-hidden="true" style="position: absolute; left: -5000px;"><input name="b_914bb578ecf8a94c3ffcea278_c3378b7be5" tabindex="-1" type="text" value="" /></div><div class="clear"><input class="button" id="mc-embedded-subscribe" name="subscribe" type="submit" value="Assinar" /></div></div></form></div><p><strong>Situação de emergência</strong></p><p>No último dia 20, o governo de Minas Gerais decretou situação de emergência de saúde pública em três regionais do estado por seis meses devido à febre amarela. Além da região de Belo Horizonte, estão sob efeito da medida as áreas de Itabira e Ponte Nova, totalizando 94 cidades.</p><p>O decreto autoriza a adoção de medidas administrativas para conter o surto da doença, como aquisição de insumos e contratação de serviços de atendimento.</p><p>Desde julho de 2017 até a última terça-feira (23), foram confirmados no estado 47 casos de febre amarela, com 25 mortes. A contagem não incluí o óbito registrado em Belo Horizonte.</p><p>Na capital mineira, 134 mil pessoas já foram vacinadas neste ano, deixando a cidade com 88% de imunização. As doses da vacina estão disponíveis em 152 centros de saúde da capital mineira, que podem ser procurados de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.</p>

Belo Horizonte confirma terceira morte por febre amarela

Cidades

Cidades - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Cidades

<p>O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) está investigando a queda do helicóptero em que o piloto goiano Fernando André Ferreira, de 46 anos, e o casal Lucio André Duarte, de 39, e Elaine Moraes Souza, de 37, morreram em uma fazenda de Minas Gerais. Segundo a Força Aérea Brasileira, os investigadores foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-TIB.&nbsp;</p>

<p><a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a></p>

<p>Em nota, a Força Aérea informou ao <strong>POPULAR</strong> que nesta ação inicial são utilizadas técnicas específicas conduzidas por pessoas qualificadas e credenciadas.&nbsp;</p>

<p>Investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão regional do Cenipa, localizados no Rio de Janeiro, serão os responsáveis por realizar a ação inicial.&nbsp;</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-quem-era-o-piloto-de-goiania-que-morreu-em-queda-de-helicoptero-com-casal-1.3225044" target="_blank">Veja quem era o piloto de Goiânia que morreu em queda de helicóptero com casal</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/cidades/piloto-de-goiania-e-mais-dois-ocupantes-morrem-em-queda-de-helicoptero-em-fazenda-em-minas-gerais-1.3224838" target="_blank">Piloto de Goiânia e mais dois ocupantes morrem em queda de helicóptero em fazenda, em Minas Gerais</a></div>

<p>“Realizam a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação", diz a nota.&nbsp;</p>

<h4>Relembre o acidente&nbsp;</h4>

<p>O acidente aconteceu na tarde da última segunda-feira (27), em Cruzília, município de Minas Gerais.&nbsp; &nbsp;</p>

<p>À polícia, testemunhas disseram que viram o helicóptero tentando pousar e que, de repente, ele girou e bateu com a parte da frente contra o solo.&nbsp;</p>

<h4>Quem era o piloto goiano&nbsp;</h4>

<p>O piloto de Goiânia Fernando André Ferreira, de 46 anos, amava o que fazia, segundo amigos e familiares.&nbsp;</p>

<p>Para os amigos e familiares, Fernando era uma pessoa corajosa, dedicada e alegre.&nbsp;</p>

<p><cite>Você sempre foi um exemplo de coragem e dedicação, voando alto e levando alegria a quem precisava. Sua paixão pela aviação inspirou muitos, e sua amizade foi um verdadeiro presente. Sentiremos sua falta, mas suas lembranças continuarão vivas em nossos corações", disse um amigo do piloto nas redes sociais.&nbsp;</cite></p>

<p>Uma prima de Fernando também descreveu o piloto com boas palavras.&nbsp;</p>

<p><cite>Sempre tive muita admiração pelo homem que você se tornou, sempre correndo atrás dos seus sonhos. Sabemos que você foi uma pessoa de coração enorme, que marcou a vida de todos que tiveram o privilégio de estar ao seu lado", escreveu em uma publicação nas redes sociais.&nbsp;</cite></p>


Cenipa investiga queda de helicóptero que matou piloto goiano e casal em Minas Gerais

CAUSA DO ACIDENTE

<p>O piloto de Goiânia Fernando André Ferreira, de 46 anos, que <a href="https://opopular.com.br/cidades/piloto-de-goiania-e-mais-dois-ocupantes-morrem-em-queda-de-helicoptero-em-fazenda-em-minas-gerais-1.3224838" target="_blank">morreu após a queda de um helicóptero</a> em uma fazenda de Minas Gerais, amava o que fazia, segundo amigos e familiares. O casal Lúcio André Duarte, de 39, e Elaine Moraes Souza, de 37, também foram vítimas do acidente.&nbsp;</p>

<p><a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a></p>

<p>Para os amigos e familiares, Fernando era uma pessoa corajosa, dedicada e alegre.&nbsp;</p>

<p><cite>Você sempre foi um exemplo de coragem e dedicação, voando alto e levando alegria a quem precisava. Sua paixão pela aviação inspirou muitos, e sua amizade foi um verdadeiro presente. Sentiremos sua falta, mas suas lembranças continuarão vivas em nossos corações", disse um amigo do piloto nas redes sociais.</cite></p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/piloto-de-goiania-e-mais-dois-ocupantes-morrem-em-queda-de-helicoptero-em-fazenda-em-minas-gerais-1.3224838" target="_blank">Piloto de Goiânia e mais dois ocupantes morrem em queda de helicóptero em fazenda, em Minas Gerais</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/cidades/bombeiros-de-goias-resgatam-piloto-de-avi-o-agricola-que-bateu-em-rede-eletrica-e-caiu-em-fazenda-1.3224052" target="_blank">Bombeiros de Goiás resgatam piloto de avião agrícola que bateu em rede elétrica e caiu em fazenda</a></div>

<p>Uma prima de Fernando também descreveu o piloto com boas palavras.</p>

<p>“Sempre tive muita admiração pelo homem que você se tornou, sempre correndo atrás dos seus sonhos. Sabemos que você foi uma pessoa de coração enorme, que marcou a vida de todos que tiveram o privilégio de estar ao seu lado”, escreveu em uma publicação nas redes sociais.&nbsp;</p>

<p>O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira (27), em Cruzília, e ainda não há informações sobre o que teria causado a queda. À polícia, testemunhas disseram que viram o helicóptero tentando pousar e que, de repente, ele girou e bateu com a parte da frente contra o solo.</p>

<h2><span style="font-size: 18px; font-weight: 700; color: rgb(51, 51, 51);">Investigação</span></h2>

<p>Ao <strong>POPULAR,&nbsp;</strong>a Força Aérea Brasileira informou que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizados no Rio de Janeiro, foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-TIB.</p>

<p>"Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação", diz a nota.</p>

<p>Os corpos das vítimas foram retirados na terça-feira (28) pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de São Lourenço para serem submetidos a exames de necropsia e identificação.</p>

<p>&nbsp;</p>

<p>&nbsp;</p>


Veja quem era o piloto de Goiânia que morreu em queda de helicóptero com casal

Acidente em Minas Gerais 

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3224842" attr-version="policy:1.3224842:1738091910" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3224842/WhatsApp Image 2025-01-28 at 16.15.43.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
<span class="p-smartcaption">Fernando André Ferreira, piloto de Goiânia que morreu após queda de helicóptero em Minas Gerais (Reprodução/g1)</span></p>

<p>O piloto de Goiânia Fernando André Ferreira, de 46 anos, e o casal Lucio André Duarte, de 39, e Elaine Moraes Souza, de 37, morrem na queda de um helicóptero em uma fazenda de Minas Gerais. A informação foi confirmada ao g1 por funcionários da fazenda onde o helicóptero caiu e o casal também trabalhava.&nbsp;&nbsp;</p>

<p><a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a></p>

<p>O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira (27), em Cruzília, e ainda n<span style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px;">ão há informações sobre o que teria causado a queda. À polícia, t</span>estemunhas disseram que viram o helicóptero tentando pousar e que, de repente, ele girou e bateu com a parte da frente contra o solo</p>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3224843" attr-version="policy:1.3224843:1738091963" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3224843/WhatsApp Image 2025-01-28 at 16.19.07.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
<span class="p-smartcaption">Casal que morreu em queda de helicóptero em Minas Gerais ()</span></p>

<p><span style="font-size: 18px; font-weight: 700; color: rgb(51, 51, 51);">Investigação</span></p>

<p>Ao <strong>POPULAR,</strong> a Força Aérea Brasileira informou que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizados no Rio de Janeiro, foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-TIB.&nbsp;</p>

<p>“Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”, diz a nota.&nbsp;</p>

<p>Os corpos das vítimas foram retirados na manhã desta terça-feira (28) pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de São Lourenço para serem submetidos a exames de necropsia e identificação.&nbsp;</p>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3224848" attr-version="policy:1.3224848:1738094025" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3224848/WhatsApp Image 2025-01-28 at 16.20.47.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
<span class="p-smartcaption">helicóptero após queda que deixou três mortos (Reprodução/g1)</span></p>

<p>&nbsp;</p>

<p>&nbsp;</p>


Piloto de Goiânia e mais dois ocupantes morrem em queda de helicóptero em fazenda, em Minas Gerais

Cruzília

<p>Marina Colasanti não é só autora de poemas, narrativas curtas, contos de fadas, crônicas, histórias infantis, traduções, ensaios e reportagens. Seus livros para crianças e adultos são feitos da mesma matéria dos clássicos —deles, transbordam desejos, ódios, manias, paixões, medos e ambiguidades. Neles, está escrita a alma humana.</p>

<p><a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a></p>

<p>Agora, nesta terça-feira, sua obra ficou completa. Uma das escritoras brasileiras mais premiadas e nome respeitado mundialmente quando o assunto é literatura infantojuvenil, ela morreu aos 87 anos, em sua casa, no Rio de Janeiro.</p>

<p>Filha de italianos, Marina Colasanti nasceu em 1937, na África, mais especificamente em Asmara, capital da Eritreia. Seu pai, Manfredo Colasanti, trabalhava para a Confederação das Indústrias, órgão controlado pelo governo fascista, e tinha atuado nas guerras coloniais da região, dominada por Roma desde o século 19. Depois, mudaram-se para Trípoli, na Líbia. Até que a Segunda Guerra levou a família de volta à Itália.</p>

<p>O avanço dos conflitos obrigava os Colasanti a se deslocar constantemente. Sem muitos amigos nem brinquedos, quando ainda era pequena, Marina ganhou dos pais uma coleção de livros. Nas palavras da escritora, aquilo foi um Cavalo de Troia.</p>

<p>Recém-alfabetizada, logo devorou "Pinóquio", contos dos irmãos Grimm e adaptações de obras como "Dom Quixote", "Os Três Mosqueteiros" e "Odisseia". Leu também sobre as viagens de Marco Polo e narrativas repletas de sereias, ilhas perdidas, cavaleiros, gigantes, demônios e mitologias do mundo todo.</p>

<p>Histórias que nunca mais saíram de sua cabeça. E que viajaram com ela até o Brasil, em mais uma das mudanças da família, dessa vez em 1948, devido ao colapso da Europa e da derrota de Mussolini.</p>

<p>No Rio de Janeiro, morou na mansão de sua tia-avó, a cantora lírica Gabriella Besanzoni, que era casada com o magnata Henrique Lage. Ali, onde atualmente é o parque Lage, viveu com o irmão, Arduíno, que mais tarde seria um dos precursores do surfe no Brasil. Nessa época, Marina começou a estudar pintura, a frequentar a Escola Nacional de Belas Artes e a se especializar em gravura —atividade que nunca abandonou, tornando-se ilustradora de muitos de seus próprios livros.</p>

<p>Mas o caldo cultural e a mistura geopolítica, literária e artística acabaram se desviando das artes plásticas para desembocar no jornalismo. Rapidamente, tornou-se redatora, editora e cronista do Jornal do Brasil. Foi um pulo até a estreia literária, com "Eu Sozinha", em 1968.</p>

<p>Publicado durante o endurecimento da ditadura militar no Brasil, o título é composto por crônicas autobiográficas que colocam a mulher e a solidão feminina no centro da narrativa. Como escreveu Millôr Fernandes na época, "Marina Colasanti reflete, em cada palavra deste seu livro, a complexidade de uma formação intelectual quase absurda".</p>

<p>Ao olhar a sua produção em perspectiva, é fácil hoje perceber que "Eu Sozinha" marca o início de um longo e pioneiro projeto literário feminista, numa época em que o feminismo ainda começava a ganhar contornos pelo mundo. Amiga de nomes como Clarice Lispector e Nélida Piñon, ela pôs a mulher no centro da escrita, mas sem cair nas armadilhas da militância, do proselitismo e da redução didática.</p>

<p>É o que se vê no poema "Sexta-Feira à Noite", por exemplo, que começa com: "Sexta-feira à noite/ os homens acariciam o clitóris das esposas/ com dedos molhados de saliva./ O mesmo gesto com que todos os dias/ contam dinheiro papéis documentos".</p>

<p>Mas talvez a parte mais revolucionária de sua obra seja também a mais conhecida —aquela para crianças e jovens. Para isso, é preciso voltar ao jornalismo. Marina trabalhou em diversas publicações, como Manchete, Jornal dos Sports, Senhor, Claudia e Nova. Mas foi no Jornal do Brasil onde editou um suplemento fundamental: o caderno infantil.</p>

<p>Esse contato com a infância incentivou um mergulho no oceano caudaloso e infindável dos contos de fadas e fez com que ela relembrasse aqueles livros de quando era criança. Marina chacoalhou a literatura infantojuvenil brasileira ao virar as costas para os recontos açucarados e comerciais de Walt Disney e olhar com atenção os originais de autores como irmãos Grimm, La Fontaine, Perrault e outros. A partir dessa fonte e de mais narrativas clássicas, passou a escrever histórias novas.</p>

<p>Foi assim que, em 1979, publicou "Uma Ideia Toda Azul", que rapidamente virou um marco.</p>

<p>Os dez contos falam de reis, rainhas, princesas, príncipes e criaturas como unicórnios, gnomos e fadas, que desfilam por bosques, castelos e reinos. Se, por um lado, eles aproximam a criança brasileira dessa geografia fantástica e ancestral, por outro fogem das morais didáticas e educativas que se multiplicam até hoje para essa faixa etária. Para Marina, um texto para crianças não precisa ensinar nada.</p>

<p>"A literatura infantil é entendida como um sanduíche ou uma cápsula que carrega dentro de si conhecimentos ou princípios morais", dizia a escritora. "Isso envenena a literatura. As grandes obras para esse público são grandes porque escapam disso."</p>

<p>Foi essa ideia, aliada a um profundo respeito pela inteligência da criança, que nortearam os seus livros. Além de "Uma Ideia Toda Azul", destacam-se "Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento" (1982), "Entre a Espada e a Rosa" (1992), "Ana Z, Aonde Vai Você?" (1993), "A Moça Tecelã" (2004), "Classificados e nem Tanto" (2010), entre outros.</p>

<p>É isso também o que ajuda a explicar as dezenas de prêmios. Foram mais de 20 troféus da FNLIJ, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, e quase uma dezena de Jabutis —entre eles, o de melhor lançamento de ficção de 2014, com o infantojuvenil "Breve História de um Pequeno Amor", no qual narra a sua relação com um filhote de pombo. Em 2023, recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.</p>

<p>Reconhecida internacionalmente, venceu o Concurso Latinoamericano de Cuentos para Niños, da Unicef, o Prêmio Norma de Literatura Infantil e Juvenil, o Prêmio Iberoamericano SM e ficou em terceiro lugar no Portugal Telecom de 2011, que hoje é chamado de Prêmio Oceanos. Foi também finalista do Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura para esse público.</p>

<p>Ao lado de nomes como Ana Maria Machado e Lygia Bojunga, Marina Colasanti foi um dos rostos do livro infantil brasileiro e referência da produção nacional fora do país.</p>

<p>"Seus contos, repletos de princesas e cavaleiros, castelos e bosques mágicos, monges e sábios, levam-nos a acreditar que Marina escreve contos de fadas para crianças", afirmou a colombiana Silvia Castrillón, que foi consultora da Unesco, em uma das indicações da autora ao Andersen. "Mas a verdade é que, utilizando esses traços clássicos, a sua obra dirige-se à alma humana."</p>

<p>Essa universalidade sofreu alguns baques pessoais, principalmente a partir de 2020. A pandemia de Covid-19, o agravamento do quadro de Alzheimer de seu marido, o também escritor Affonso Romano de Sant’Anna, e a morte precoce de uma das filhas tornaram a escritora mais reclusa.</p>

<p>Marina Colasanti deixa a filha, Alessandra, e o neto, Nuno, além de sobrinhos. Também ficam órfãos uma legião de cavaleiros, reis, rainhas, bruxos e leitores do mundo inteiro, que sentirão falta de sua literatura contundente, fervilhante e sempre elegante.</p>

<p>&nbsp;</p>

<p>&nbsp;</p>


Morre Marina Colasanti, autora que entendeu a alma de crianças e adultos, aos 87