Paralisadas desde julho deste ano, as obras do BRT (Bus Rapid Transit) têm causado transtorno em diversos pontos da cidade. Um desses pontos encontra-se na Avenida 4ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, onde moradores e comerciantes reclamam de um buraco deixado no local que tem acumulado água da chuva, local propício para reprodução do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) afirma que tem feito o possível para retomar a construção.A vendedora ambulante Maria Celeste da Silva, que trabalha nos arredores da avenida, presencia diariamente os problemas causados pela obra paralisada. “Na última chuva, isso aqui alagou que não dava nem pra passar”, diz. “Nós tivemos que pegar o rodo e tirar a água, pra poder trabalhar. Eu e os outros ambulantes que ficam aqui.”Já o comerciante Marcelo Araújo, dono de uma loja na avenida, se queixa que o tumulto causado pela construção prejudica as vendas no local. “Vira uma bagunça aí na rua por causa desse buraco, e ninguém para por aqui. Aí a loja fica vazia”, reclama. Ele também se queixa da poeira causada pela obra. “Quando não está tudo alagado, é um poeirão danado.”VistoriaO titular da Seinfra, Fernando Cozzetti, afirma que equipes serão mandadas nesta quarta-feira (22) ao local para fazer uma vistoria. “Nós estamos sabendo do problema. Precisamos conseguir uma solução emergencial. Uma rede de escoamento, talvez”, afirma Cozzetti. Segundo o secretário, apesar de não haver uma data prevista, a Seinfra tem se empenhado para que a obra seja retomada.Retorno está previsto para os próximos dias, afirma SeinfraA paralisação das obras do BRT, que já dura quatro meses, ocorreu por conta da suspeita apontada ao Tribunal de Contas da União (TCU) de sobrepreço em alguns itens da planilha de custos. Segundo titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), Fernando Cozzetti, um novo plano de gastos, atendendo todos os ajustes solicitados pelos órgãos de controle, foi entregue nesta semana e as obras devem ser retomadas em breve.“A partir de agora, estamos aguardando a análise da Caixa Econômica Feral (CEF). Eles pedem 15 dias de prazo, mas estamos confiantes na aprovação, porque seguimos todas as orientações”, diz.O TCU autorizou o Regime de Preço Global para a obra - em que valores mais altos seriam compensados em itens com preços mais baixos. “Todos os acórdãos foram respeitados, estamos dentro do Preço Global, está tudo certo. Agora é só esperar aprovação.”