Em Goiás, 78 pessoas podem ter morrido por causa da dengue neste ano. Dentre os casos, 29 já foram confirmados. Esse número é mais alto do que o do ano passado, quando foram confirmadas 54 mortes por dengue. Em 2017, a maioria dos óbitos foi pelo sorotipo 2 - o mais agressivo conforme apontado pelos especialistas. “Trabalhamos para não ter nenhuma morte e esperávamos uma redução”, diz a gerente de vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), Magna Maria de Carvalho.A expectativa para essa redução é porque os casos notificados sofreram uma queda, até agora, de pouco mais de 50% com relação às notificações do ano passado.Magna acredita que essa diminuição seja resultado das ações de orientação realizadas pelo poder público. Inclusive com parceria com outros atores sociais, como os bombeiros militares e as prefeituras das cidades.O mesmo argumento é defendido na esfera municipal. Goiânia também registrou uma queda de aproximadamente 50% nas notificações. Contudo, na capital, os dados contabilizam 13 óbitos por dengue confirmados e 16 ainda estão sob suspeita. A taxa de casos confirmados até outubro ainda é menor daquela registrada em todo ano de 2016, em que foram contabilizadas 19 mortes. A superintendente de vigilância em saúde da secretaria municipal Flúvia Amorim explica que essa concentração de casos ocorre em Goiânia porque se trata da capital, que tem uma concentração maior de pessoas. Além disso, pontua que o vírus que está com maior circulação é o tipo 2, uma forma que potencializa os sintomas da doença. Todavia, em Goiânia, há registros de casos também com o sorotipo 1 e 4. Inclusive, Flúvia reforça que os casos se concentram em períodos chuvosos. Portanto, os números relacionados à dengue podem aumentar quando iniciarem as chuvas.Números são altos, diz especialistaO número de mortes por dengue em Goiás, segundo o infectologista Alexandre Costa, é alto. “A dengue é uma doença negligenciada”, define. Para o médico, a campanha de prevenção e orientação à população deve ser contínua. “É preciso investir em medidas de controle, não podemos baixar a guarda”. O especialista reforça ainda que a ação do vírus é muito forte e se a pessoa ficar doente duas vezes em um intervalo menor do que seis meses, o quadro pode ser mais grave. “O corpo adquire muitos anticorpos contra um tipo de vírus, mas é acometido por outro”, explica.Inclusive, reitera que o tipo 2 é percebido como o mais agressivo dentre os quatro tipos existentes.