O primeiro O POPULAR chegou às ruas no dia 3 de abril de 1938, sob a direção de Joaquim Câmara Filho, Vicente Rebouças Câmara e Jaime Câmara. Tinha quatro páginas, tiragem de 3 mil exemplares e era vendido por 500 réis, o que corresponderia hoje a cerca de R$ 6. Antes desta primeira edição, os três irmãos já haviam percorrido um longo e destemido caminho até realizar o sonho de editar um grande jornal.À procura de melhores oportunidades no Centro-Oeste brasileiro, eles chegaram primeiro à cidade de Goiás, antiga capital do Estado. No início da década de 1930, saíram de Jardim dos Angicos, atualmente João Câmara, município do Rio Grande do Norte, e apostaram no progresso da região central do País, que ainda era pouco povoada e começava a ter estímulos com a Marcha para o Oeste, política de Getúlio Vargas.O primeiro a se estabelecer foi Joaquim Câmara, que chegou como comandante das forças que lideraram a Revolução de 1930 e foi convidado pelo interventor Pedro Ludovico Teixeira a trabalhar em Goiás. Depois, Jaime Câmara veio visitar o irmão e acabou indo trabalhar na Loteria Estadual de Goiás. O irmão mais velho, Vicente Rebouças, foi o terceiro a apostar no futuro promissor goiano.Do menor para o maior jornalOs irmãos Câmara fundaram uma papelaria e uma tipografia na cidade de Goiás e lançaram, em 1935, o jornal que seria o precursor do POPULAR: Vossa Senhoria, de conteúdo satírico. Microjornal feito de sobras de papel, foi editado durante cerca de um ano. A ironia ácida incomodou autoridades. Vossa Senhoria foi proibido de circular pelo secretário de Segurança Pública. Em seguida, os irmãos apostaram em um segundo periódico, batizado de A Razão, que preparou o terreno para a chegada do POPULAR. Em 1937, Jaime, Joaquim e Rebouças transferiram para Goiânia a firma J.Câmara & Irmãos. Nascia O POPULAR. Joaquim Câmara Filho cuidava da parte jornalística. Jaime Câmara cuidava da revisão e da administração. Vicente Rebouças coordenava a distribuição. De carona na carroceria de caminhões, fez viagens pelo interior para divulgar o jornal, vender assinaturas e até cobrar anunciantes. O empenho rendeu frutos: o jornal se consolidou como o mais importante impresso do Estado.