A 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia condenou mais 17 envolvidos com a 'máfia' da jogatina em Goiás - como denominou o Ministério Público Federal (MPF) na denúncia, comandada por Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Desta vez, foram condenados policiais militares, civis e federais pela prática dos crimes de quadrilha, violação de sigilo funcional, corrupção e peculato.Os condenados foram o ex-delegado da Polícia Federal (PF) Deuselino Valadares dos Santos; os ex-delegados da Polícia Civil de Goiás Hylo Marques, Juracy Pereira, Marcelo Zegaib Mauad e Niteu Chaves Júnior; o ex-policial federal Anderson Aguiar Drumond; o ex-policial rodoviário federal Alex Sandro Klein Fonseca; os policiais militares Deovandir Frazão de Morais (então comandante da Polícia Militar em Águas Lindas de Goiás), Francisco Miguel de Sousa, Adão Alves Pereira, Antônio Carlos da Silva, Geraldo Antônio de Sousa Lopes, Jairo Martins de Souza, Milton Ferreira Biliu e Vanildo Coelho; o policial civil no Distrito Federal José Ângelo Ferreira Neto; e o servidor do Município de Águas Lindas de Goiás Anselmo Barbosa Câmara.Os negócios do grupo criminoso se mantinham com apoio desses policiais militares, civis e federais, que tinham as funções de ignorar a atuação ilícita da máfia da jogatina, vazar informações sigilosas de interesse da organização criminosa, fazer a segurança das casas de jogos, cobrar dívidas, transportar valores e eliminar concorrentes. Para tanto, recebiam propinas mensais e por tarefa, que eram registradas na contabilidade do grupo criminoso.A denúncia do MPF contra a quadrilha que atuava com caça-níqueis, desarticulada pela Operação Monte Carlo, foi apresentada à Justiça Federal em março de 2012. Ao todo, 80 pessoas foram acusadas de participar da organização criminosa que explorava a jogatina em Goiás há mais de 16 anos. A quadrilha armada – liderada por Carlinhos Cachoeira – explorava direitos dos pontos em Goiânia e no entorno de Brasília, onde as máquinas caça-níqueis estavam clandestinamente instaladas. Devido ao elevado número de denunciados e da complexidade dos fatos, houve o desmembramento do processo principal em relação aos policiais envolvidos.Na sentença, além da condenação às penas de reclusão, foi decretada a perda do cargo de todos os condenados. O MPF deverá recorrer da sentença visando aumentar algumas das penas aplicadas.A reportagem tenta contato com a defesa dos condenados.