Cerca de 20 transexuais que vivem numa casa em Aparecida de Goiânia estão sendo ouvidos na manhã desta quinta-feira (9), na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Goiânia. Eles fazem parte de um grupo de mais de 50 transexuais de Goiás, alvo da operação Fada Madrinha desencadeada nas primeiras horas do dia pela Polícia Federal, MPT e Ministério Público Federal contra o tráfico internacional de pessoas para exploração sexual e trabalho escravo. Em Goiás, foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão também em Jataí e Rio Verde, na região Sudoeste.A ação, que atinge ainda São Paulo e Minas Gerais, foi desencadeada com base numa denúncia da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que acompanha o desenrolar da operação. Informações preliminares dão conta que transexuais vinham sendo aliciados pelas redes sociais com promessas de procedimentos cirúrgicos na face e no corpo e de participação em concursos de beleza na Itália. Eles eram levados para Franca, no interior de São Paulo, e submetidos à exploração sexual em condição análoga à escravidão.À frente da Comissão Executiva de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado de Goiás (CEETP - GO), Valdir Monteiro da Silva acompanha a oitiva dos transexuais com o objetivo de garantir medidas protetivas às vítimas. Até o momento, segundo ele, ninguém confirmou a ocorrência de aliciamento. Também aguardam a conclusão dos depoimentos o pastor Edson Santana, da Igreja Renovada Inclusiva para Salvação (Iris), e representantes da organização não governamental Resgate Brasil, que mantém vínculos com organizações humanitárias na Europa.