Pela primeira vez na história, o número de candidatos ao cargo de procurador-geral de Justiça (PGJ) do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) atingiu quantidade tão expressiva. Ao todo, nove promotores e procuradores de Justiça se inscreveram para entrar na disputa e pleitear uma vaga na lista tríplice que será apreciada, em seguida, pelo governador do Estado, Ronaldo Caiado (DEM). A votação ocorrerá na próxima sexta-feira, e a previsão é de que o resultado seja anunciado no mesmo dia.Em edições anteriores, o comum, segundo o presidente da comissão eleitoral que organiza a disputa, o procurador de Justiça Wellington de Oliveira Costa, era ter, no máximo, cinco candidatos. Muitas vezes, inclusive, a eleição foi disputada por apenas três, garantindo, ao final, a presença de todos na lista tríplice. Para se ter ideia, nas últimas décadas, fugiram às regras, somente, a concorrência para o biênio 2007/2009, quando se inscreveram quatro candidatos, e para o biênio 2013/2015, que teve cinco pessoas pleiteando o cargo.A explicação para tal ninguém sabe ao certo. O resultado, porém, neste cenário, apesar de tender para os mais experientes e que há mais tempo atuam no MP-GO, é dado como incerto devido a possibilidade de “pulverização” dos votos. Alguns dos candidatos já participaram de eleições anteriores, a exemplo do atual PGJ, o procurador de Justiça Benedito Torres, que tenta a reeleição, e do atual subprocurador-geral para Assuntos Institucionais, o procurador Aylton Flávio Vecchi. Outros, são novatos e tentam ocupar o cargo pela primeira vez.A decisão final, porém, ficará a cargo, como manda a legislação, do governador. Os promotores votam para formar uma lista de três escolhidos, a chamada lista tríplice. A partir dos três nomes mais votados, quem dá o veredicto é o governador do Estado, escolhendo entre os três aquele que ocupará o cargo. A tradição tem mostrado em Goiás uma disposição do governo em indicar aquele que recebe a maior quantidade de votos, mas já houve momentos em que o representante do Executivo optou pelo segundo ou terceiro mais votado.A votação ocorrerá das 8 horas às 17 horas, em Goiânia. Promotores do interior que quiserem votar terão de se deslocar até a capital. O voto não é obrigatório e o pleito será feito com cédula de papel. Em cada uma delas, segundo o presidente da comissão eleitoral, estarão os nomes dos nove candidatos e cada pessoa terá o direito de assinalar três escolhidos. O prazo dado para o registro de candidaturas foi entre 7 e 18 de janeiro e não houve nenhum pedido de impugnação, até então.DebateNa manhã deste sábado (2), sete dos nove candidatos participaram de um debate organizado pela Associação Goiana do Ministério Público (AGMP), na sede dela, em Goiânia. A reportagem esteve no local e pôde acompanhar apenas a primeira parte do evento, referente à fase de apresentação dos candidatos. O debate foi restrito a promotores e associados da AGMP e transmitido ao vivo pela intranet da Associação. Estiveram presentes, os candidatos: Benedito Torres, Carlos Alberto Fonseca, Fernando Krebs, João Teles de Moura Neto, Leila Maria de Oliveira, Mário Henrique Caixeta e Umberto Machado de Oliveira.A plateia que acompanhava de perto o encontro era formada, em sua maioria, por promotores de Justiça e familiares dos candidatos. O debate foi dividido em cinco blocos, com espaço para apresentação de propostas, respostas a perguntas da AGMP, dos adversários e dos associados presentes.Aylton Flávio Vecchi Procurador de Justiça, de 56 anos, ele ingressou no MP-GO, em 1990. Foi promotor titular nas comarcas de Alvorada do Norte, Rialma, Itapaci, Rio Verde, Itumbiara e Goiânia.Ele já foi chefe de gabinete e assessor administrativo da Procuradoria-Geral de Justiça e atua como procurador de Justiça desde 1998, com atuação na área criminal. Aylton já integrou em três oportunidades a lista tríplice para o cargo de procurador-geral, sendo em uma delas o mais votado. Foi integrante do Conselho Superior do Ministério Público por 11 vezes e exerceu o cargo de corregedor-geral do Ministério Público por dois mandatos. Benedito Torres NetoEle ingressou no MP/GO em 1990 como promotor de Joviânia e passou também pelas comarcas de Cristalina e Itaberaí. Benedito assumiu o cargo de procurador de Justiça em 2002, após exercer a função de promotor corregedor. Entre 2004 e 2008 foi presidente da Associação Goiana do Ministério Público e assumiu o cargo de procurador-geral de Justiça de Goiás no biênio 2011-2013. Em 2017, foi eleito pela segunda vez para o cargo de procurador-geral de Justiça, posição que ocupa atualmente. Desde junho do ano passado, ele atua como presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais.Carlos A. FonsecaO procurador de Justiça ocupa atualmente a função de subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais. Até o fechamento da edição, ele não enviou informações sobre a sua trajetória no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).Fernando A. KrebsO promotor ingressou no MP-GO em 1992 e começou a atuação pela cidade de Petrolina de Goiás, passando, em seguida, por Mara Rosa, Rio Verde e Anápolis. Em Goiânia, por 10 anos e meio, atuou no Tribunal do Júri e, em 2004, iniciou as atividades na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção, onde permanece há mais de 14 anos. Fernando Krebs é especializado em Direito do Estado e em Processo Civil. Ele possui, ainda, mestrado em Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, e está fazendo doutorado.João Teles de Moura NetoNatural de Paranã, no Tocantins, ingressou no MP-GO em 1993. Foi titular das comarcas de Estrela do Norte, Carmo do Rio Verde, Acreúna, Padre Bernardo e São Miguel do Araguaia. Atualmente, atua como titular da promotoria do Tribunal do Júri, em Goiânia. Ele foi também coordenador da procuradoria especializada em Crimes Praticados por Prefeitos. João se formou em Direito em 1992, na PUC-GO. Ele é especialista e mestrando em Direito e ministrou aulas no Departamento de Direito da PUC-GO e na Faculdade de Direito da Uni-Anhanguera. Leila Maria de OliveiraA promotora atua, hoje, na 50ª Promotoria de Justiça de Goiânia, com foco na área do Patrimônio Público. Até o fechamento da edição, ela não enviou informações sobre a trajetória no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Mário H. Caixeta Ingressou no MP-GO em 2000, com 23 anos de idade, aprovado em 1º lugar para o cargo de promotor de Justiça substituto. Em 2001, foi promovido para a promotoria de Formoso e em 2002 para a de Minaçu. Em 2006, foi removido para a comarca de Rio Verde e, em 2009, passou a integrar, como membro auxiliar, a Corregedoria Nacional do Ministério Público. Foi o primeiro coordenador do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) e, entre 2015 e 2017, integrou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).Umberto M. de Oliveira Entrou no MP-GO em 1992, como promotor e foi titular das promotorias de Fazenda Nova, Edeia, Acreúna, Nerópolis, Posse, Rubiataba e Goiânia. Por 18 anos, esteve à frente da 50ª Promotoria, especializada no combate à improbidade administrativa e, desde 2012, é titular da 61ª promotoria de Justiça, em Goiânia. Umberto foi assessor da Procuradoria-Geral de Justiça na área de Direito Constitucional, entre 1994 e 1997, e chefe de gabinete, em 1998. Entre 2002 e 2003, foi coordenador das promotorias eleitorais e coordenou a campanha nacional “O que você tem a ver com a corrupção?”, em Goiás. Há mais de 20 anos, atua como professor assistente na Faculdade de Direito da UFG.Villis Marra GomesVillis ingressou no Minitério Público do Estado de Goiás (MP-GO) em 1992. Ela iniciou a atuação como promotora de Justiça em Barro Alto e, em seguida, nas cidades de Goianira, Rubiataba, Luziânia e Anápolis, onde ficou por quatro anos, sendo removida posteriormente para a promotoria do 5º Juizado Criminal de Goiânia, onde também ficou por quatro anos. Há uma década, ela atua na 78ª Promotoria de Justiça de Goiânia, cujas atribuições são na área da defesa do patrimônio público e no combate à improbidade administrativa. Entre 2006 e 2011, foi ainda coordenadora da Assessoria Jurídica Especial (AJE), função que acumulou com as atribuições da promotoria da qual era titular, na época.