A família do jovem Pedro Henrique Rodrigues, de 22 anos, esteve nesta segunda-feira (21) no Ministério Público do Estadual de Goiás (MP-GO) para registrar uma denúncia contra a Polícia Militar (PM) pelo desaparecimento do rapaz visto pela última vez na última quarta-feira. A denúncia foi feita pela companheira do rapaz, Isla Tamires Novaes de Melo, de 23 anos. Ela estava acompanhada da tia do rapaz, Sara Rodrigues. De acordo com Isla, Pedro Henrique foi torturado por policiais militares que adentraram a residência do casal procurando pelo rapaz. Ela conta que três viaturas estiveram no local às 2 horas da madrugada.Com dois filhos com Pedro Henrique, Isla relata que os policiais entraram na casa afirmando ter encontrado quem estavam procurando. Depois perguntaram por um revólver, momento em que agrediam fisicamente o rapaz. Os policiais reviraram a casa, mas não encontraram nenhuma arma de acordo com a companheira de Pedro Henrique. “Pegaram um balde e começaram a afogá-lo e a darem choques com uma taser”, narra Isla.A companheira do rapaz afirma que depois da sessão de tortura, Pedro Henrique estava desacordado. Depois disso, Isla relata que os policiais pediram uma camisa para Pedro e eles também disseram que o levariam o CAIS do Bairro Goyá.Isla afiram que desde aquela madrugada está à procura de Pedro Henrique. “A única coisa que a gente quer é encontrar ele”, desabafa.Nesta segunda-feira, Isla passou a tarde depondo e conversando com promotores de Justiça do MP-GO. Ela comenta que Pedro já foi preso por tráfico de drogas, ficou três meses com tornozeleira eletrônica e agora se apresenta a cada 15 dias para a Justiça.Direitos HumanosO presidente da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Serra da Silva Maia, em entrevista ao POPULAR, explicou que era bastante importante os familiares fazerem as denúncias. “O fato narrado é muito grave”, avalia. “Se trata de uma pessoa que está desaparecida com relatos de abordagem da polícia. Precisamos encontrar esse sujeito desaparecido”, esclarece o advogado.Em nota, a PM explicou que foi instaurado inquérito policial para investigar o fato, e que , na portaria da instauração, foi determinado que os policiais militares investigados devem ser afastados das atividades militares e fiquem exercendo funções administrativas até o fim do procedimento administrativo. (Dayrel Godinho é estagiário do convênio GJC e PUC Goiás)