Sete escolas estaduais retomam as aulas em agosto com nova gestão. Foi publicada sexta-feira (24), com data retroativa ao dia 22 de julho, a lei n° 18.967, que transforma as unidades, antes coordenadas por servidores da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), em colégios militares. O Colégio Estadual João Barbosa Reis, de Aparecida de Goiânia, listado como um dos que deveriam sofrer a mudança, foi vetado. A causa não foi informada. A Polícia Militar (PM) informa que alunos e pais serão informados das mudanças e que haverá tolerância para adaptação.A mudança foi alvo de protesto por parte de um grupo de pais, alunos e professores na noite de sexta. Contrários à mudança, eles se reuniram na porta do Colégio Estadual Waldemar Mundim, na Vila Itatiaia. A crítica vai desde as taxas cobradas até a preferência por alunos que tenham pais militares, sejam bombeiros ou policiais. Vice-presidente do Fórum Estadual de Educação e ex-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Miriam Fábia é contra o modelo. “Não vejo nenhum ponto positivo na mudança.”Para Miriam, a presença da PM nas escolas não é adequada. “Polícia deve cuidar da segurança; professores, da educação.” Ela critica vários pontos, entre eles a cobrança de taxas mensais e de uniformes específicos. “Isso é a privatização do público”, diz. Miriam acrescenta que é um equívoco pensar que uma instituição como a PM pode administrar uma unidade de ensino sem interferir no trabalho pedagógico. “O gestor precisa influenciar em questões como carga horária, trabalho dos professores e disciplina.”Cada unidade receberá 24 funcionários da PM, que concluíram treinamento ontem. O comandante de ensino da PM, Júlio César Mota, afirma que até o fim deste ano haverá uma tolerância maior nessas escolas com relação ao uniforme e adaptação à metodologia e exigências. Mas a partir de 2016 o modelo deverá ser exatamente igual ao que já é conduzido pela corporação em unidades como Hugo de Carvalho Ramos, no Jardim Goiás.As escolas precisarão adotar um novo regulamento interno que exige, por exemplo, que os alunos prestem continência a determinados símbolos nacionais e autoridades civis e militares. O uniforme obrigatório das unidades militares custa cerca de 300 reais. Por enquanto, as vestimentas não serão exigidas. Coronel Mota afirma que a corporação busca parceria para doação de uniformes para os alunos carentes. “Sabemos do impacto da mudança. Nada será obrigatório. Os que não quiserem ou não se adequarem, poderão fazer a opção da mudança de unidade.”-Imagem (Image_1.907037)-Imagem (1.907142)