Como poucos Estados, Goiás vai fechar 2016 com as contas no azul. A diferença entre receitas e despesas, sem considerar pagamento de juros, foi superavitária em cerca de R$ 600 milhões, segundo a Secretaria da Fazenda (Sefaz). O resultado foi superior ao alcançado em 2015, quando o superávit primário foi de R$ 6 milhões. Sendo que a meta para este ano era de déficit de R$100 milhões. “Quem toma medidas certas e com planejamento, colhe os frutos”, comemorou o governador Marconi Perillo em discurso ontem em Rialma, no Vale do São Patrício.Sobre o resultado das contas, ele afirmou ainda que “não terá governador nenhum que conseguirá um resultado proporcional desse tamanho”. “Os governos geralmente tomam medidas conjunturais para contornar alguma crise que chega. O que estamos fazendo em Goiás é buscar um projeto estruturante que dê equilíbrio a longo prazo. É preciso ações perenes, duradouras”, afirmou. Para a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, o ano de 2016 foi o coroamento de todo o ajuste.O esforço, como lembra, iniciou em 2014 e seguiu em 2015 e neste ano para a contenção dos gastos públicos. “Muitas das ações que o governo do Estado empreendeu tem um time, um processo de maturação e que acabam dando resultado ao longo de um tempo”, justifica ao ressaltar que a situação nos últimos anos era adversa com a crise econômica. “O que vemos hoje é um resultado extremamente positivo de ajuste forte e necessário para enfrentar a maior crise da história nacional.”Hoje, o governo deve divulgar mais detalhes sobre as contas, como o resultado nominal, mais completo, que inclui juros. Porém, conforme adiantou Ana Carla Abrão, o ano de 2016 foi positivo para todos os indicadores fiscais do Estado. Houve superávit orçamentário, que também reverteu tendência dos últimos anos, e nominal. Os restos a pagar também recuaram, assim como os gastos com pessoal.Austeridade“Tudo o que foi feito, inclusive agora, por conta do programa de austeridade, que foi aprovado em parte pela Assembleia no final do ano, foi feito com objetivo de se dar um passo a diante. Ou seja, ao longo dos últimos dois anos buscou-se colocar Goiás numa trilha de equilíbrio fiscal para que nós conseguíssemos o objetivo principal, que é a retomada dos investimentos públicos”, explica ao citar que a economia com o projeto como foi enviado seria de R$ 1,6 bilhão. Isso entre as mudanças com aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 13,25% para 14,25% e redução de 20% dos cargos em comissão.