O polo farmoquímico em Anápolis vai ganhar pelo menos dois importantes reforços neste ano. Uma nova indústria que irá produzir insumos farmacêuticos, iniciativa inédita no Estado; e por parte da Hypera Pharma (Hypermarcas) haverá a ampliação da fábrica de medicamentos e da fábrica de nutricionais, bem como ampliação do Centro de Distribuição e a construção de um Centro Administrativo da unidade. Os investimentos podem chegar a cerca de R$ 250 milhões. No caso da Hypera, a capacidade de produção de medicamentos está próxima do limite e, por isso, haverá expansão na área que é da companhia. O total que será investido não é divulgado pela empresa, pois os projetos ainda não estão totalmente finalizados, segundo nota encaminhada para a reportagem. “O orçamento está em discussão e deve ser anunciado no primeiro trimestre de 2018”. Já a indústria Bio Scie, que tem no quadro sócios goianos e americanos, estima investir somente com a construção e os equipamentos R$ 50 milhões. Serão produzidos excipientes para a indústria farmacêutica. No caso de comprimidos, por exemplo, eles podem ser amido de milho ou a farinha de trigo, uma base para o remédio. “No Estado, vai ser a única. Existem outras parecidas no Brasil, que têm a produção limitada e atendem regionalmente ou a uma empresa específica, não o mercado como um todo”, explica o diretor administrativo, Anaelcio de Oliveira. Segundo ele, os produtos serão destinados para o mercado brasileiro e para exportação, especialmente para a América do Sul. A escolha de Anápolis ocorreu não só pela existência do polo, como pela localização. Oliveira afirma que benefício fiscal e facilidade logística fizeram a diferença. A operação está prevista para começar em outubro e, inicialmente, deve gerar 100 novos postos de trabalho. Depois, estima que poderá oferecer até 500 empregos diretos. “Hoje o Brasil tem as matérias-primas para usar na indústria, mas vende como commodities, exporta bruta e depois compra sintetizada e paga muito mais. O que faremos é usar a matéria-prima aqui para exportar manufaturado.” “É uma indústria disputada no mundo”, ressalta o secretário de Desenvolvimento, Francisco Pontes, que lembra que 34% do que foi importado em 2017 foram produtos farmacêuticos. Ocorrerá a valorização do produto goiano, um ganho para o setor que no último ano cresceu cerca de 9%. Ele destaca que irá fortalecer o polo em Anápolis e é mais uma prova de que o setor produtivo está mais confiante na economia. Ele destaca as missões comerciais, que serão mantidas neste ano pelo governo estadual, trabalho de aproximação que tem sido desenvolvido com diferentes países para facilitar investimentos. “Começa a refletir com produtos de maior valor e com amadurecimento da indústria”, pontua, ao lembrar que o Estado tem conquistado mercados exigentes como o dos Estados Unidos. O país ocupou em dezembro o primeiro lugar no ranking como o local de onde mais se importou. Há, inclusive, uma visita programada de embaixador norte-americano a Goiás.