Apesar da alegação de investidores de que o preço elevado e as altas dívidas podem esvaziar a disputa pela Celg Distribuição (Celg D), que possui leilão marcado para o dia 19 de agosto, ao menos cinco empresas demonstraram interesse pela compra. Esse é o quantitativo que tem acesso ao data room, banco de dados sobre a companhia que estará disponível até 11 de agosto. A maior parte é de origem brasileira, espanhola, italiana e chinesa, segundo informou ao POPULAR fonte ligada ao processo, e é esperada também a participação de consórcios.O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, afirmou ontem, em evento no Rio de Janeiro, que está otimista com o leilão e que a companhia é um ativo que atrai tanto “quem quer entrar no Brasil quanto companhias que querem consolidar sua posição”. Ele diz não acreditar em um leilão sem concorrentes, sendo que o valor mínimo de R$ 2,8 bilhões mais as dívidas a serem assumidas pelo comprador somam R$ 5,2 bilhões. “É uma quantia razoável, por isso deve haver empresas coligadas com fundos do setor”, explica o vice-presidente da Celg Participações, Elie Chidiac.Apesar da expectativa por ágio bem colocado, a ausência de interessados também é considerada, segundo Chidiac. “Se haverá interessados ou não, o mercado é que vai dizer.” O procedimento ainda está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e as propostas serão enviadas no dia 16 de agosto, mas somente no leilão a concorrência será conhecida. Para a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, as especulações fazem parte do processo, mas a confiança existe pela força do ativo, considerado a joia da cora, e pela melhora da percepção do Brasil.“Só no dia saberemos o resultado. Há muitas empresas pedindo informações”, completa. Caso não tenha propostas, nova licitação poderá ser realizada. “A venda é positiva para o Estado e não é uma decisão de governo, é uma decisão que olha para o Estado”, defende Ana Carla, ao lembrar que a situação da companhia também gera restrição para novas empresas se instalarem no Estado. Sobre a destinação dos recursos que virão com a venda, ela pontua que o governador lista obras que terão prioridade. “Cem por cento vai para infraestrutura.”Um ponto positivo para a valorização da Celg D foi que ontem a agência Fitch Ratings afirmou o Rating Nacional de Longo Prazo com nota alta para cotas seniores do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.