No julgamento sobre a mudança na metodologia do cálculo de correção da dívida dos Estados com a União, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu 60 dias para que busquem acordo com o governo federal. Se ainda assim não houver consenso, a Corte voltará a analisar o tema para chegar ao valor a ser pago. Nesse tempo, as decisões liminares foram mantidas. Goiás se beneficia de duas delas que permitirão desconto de R$ 120 milhões no saldo até o fim do prazo para as negociações.Outras dez unidades já obtiveram liminares favoráveis que resultaram em prestações menores, sem sofrer sanção por parte da União, pela autorização do uso de juros simples ao invés de compostos. No caso de Goiás, o alívio nas contas já foi sentido com redução de R$ 80 milhões, o desconto é de 14,2% do total mensal da dívida com a União (R$ 280 milhões). O efeito pode ser considerado pequeno, contudo a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, afirma ser bem-vindo diante da crise econômica enfrentada.Sobre a suspensão do julgamento, ela diz ter sido benéfico para o Estado por permitir uma negociação mais sólida e consistente. “Traz de volta a força do projeto de alongamento da dívida, uma discussão mais profunda e não simplesmente fazer a dívida desaparecer”, pontua, ao citar que a tese do juros simples foi bastante questionada, o que a surpreendeu. “Pelo momento que o País enfrenta, não faria sentido o STF julgar o mérito”, opina.Ana Carla explica ainda, que com a sinalização da Corte de que a tese de Santa Catarina não é sólida, inclusive os Estados que seriam mais beneficiados terão de voltar a negociar. “A dissidência aconteceu pelos Estados mais ricos, o que travou a negociação que beneficiaria a todos. A bola voltou ao centro”, conclui, ao lembra o voto contrário do relator, o ministro Edson Fachin.