“Se ocorrer uma loucura como essa, nossa decisão é simples: na mesma hora, a gente fecha a fábrica e deixa o Estado.” A fala é de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, CEO da Caoa, sobre a proposta de redução dos incentivos fiscais apresentada pelo governador eleito, Ronaldo Caiado (DEM).Intenção do governo eleito é fazer ajuste nos índices dos créditos outorgados e benefícios concedidos para que empresas se instalem e permaneçam no Estado. Carlos Alberto diz que a situação o pegou de surpresa e que ainda não conversou com Caiado. “Nunca poderia imaginar que uma calamidade dessa pudesse acontecer.”O empresário diz que, caso seja aprovada a lei, pretende retirar a fábrica atual da Caoa Hyundai que, segundo ele, gera aproximadamente 80 mil empregos diretos e indiretos, assim como o investimento numa segunda fábrica, Caoa Chery. “Estamos investindo cerca de 700 milhões de dólares, porque queremos atingir uma produção de 130 mil veículos em Goiás”, afirma.A nova fábrica, segundo ele, deve gerar de 80 mil a 100 mil novos empregos. “Então, Goiás vai perder de 150 a 200 mil empregos, porque, na mesma hora que houver quebra de contrato em relação aos incentivos de ICMS, teremos que ir embora, porque não tem cabimento eu fazer investimentos ou permanecer em Goiás sem os incentivos”, relata.O CEO diz que está previsto para o próximo dia 10 o lançamento de um novo carro, o Tiggo 5X. “E até o final de dezembro, lançaremos outro carro. Cada um deles terá um investimento de 100 a 150 milhões de dólares. Se tirar os incentivos, a gente tira os equipamentos, trazemos para São Paulo e começamos a montar aqui, onde já temos uma fábrica”, afirma.Carlos Alberto diz que o novo destino mais provável da empresa é São Paulo. “Temos concorrentes e eles têm incentivos, então ficaremos sem como competir. É um absurdo o que vai acontecer; um descalabro, uma calamidade pública.”